7/17/2018

Retratos de Floriano

A Voz do Estudante

A Voz do Estudante
Essa foto (acima) de 1965 mostra a redação de "A Voz do Estudante", programa semanal da classe estudantil que divulgava as ações dos Grêmios Humberto de Campos, Hugo Vitor Guimarães, AFES e Clube Juvenil que era o responsável pela elaboração do programa. Cada entidade informava suas atividades referentes à semana para a divulgação.

A redação ficava em uma casa vizinha a casa da Dona Filó Soares.

O programa era apresentado na Rádio Difusora que funcionava no primeiro andar do edifício Sayd Kalume.
Na foto vemos a equipe que elaborava o programa, no sentido horário: Cristovao Augusto, Zé Firmino, Bento Beserra e Djalma Nunes. Esta mesma equipe apresentava o programa na rádio.

Além das notícias estudantis, focalizavamos também um país com sua cultura.

Vizinho à casa da D. Filó Soares, morava o Pe. Djalma Rodrigues que era o orientador e conselheiro da classe estudantil e o organizador da Peregrinação Estudantil realizada anualmente em Floriano.

A Voz do estudante funcionou ainda no ano de 1966 e todos nós fomos estudar fora perdendo o contato com os novos líderes estudantis, não sabendo até quando funcionou o programa.

Restou esta foto para relembrar os bons tempos em Floriano até a primeira metade dos anos 60.

Colaboração: Professor Djalma Nunes

Reflexões

Retratos


Bebes, poeta, o teu vinho doce; na fonte viva de tuas vinagreiras; no Porto seguro de tuas brincadeiras; como se ainda hoje fosse.

7/16/2018

Reflexões



Essas recordações, poeta, são frutos d'alma; que te perturbam o coração; que te carregam, soturno, no grito de tuas doces ilusões.

REGATAS DE JULHO

Regatas de 1964
Era gostoso quando chegava o mês de julho. O cais do porto aos domingos era aquela folia. O Parnaiba nos proporcionando belas paisagens, o Flutuante exuberante e as Regatas de Julho exaltando grande movimentação de pessoas (quanta saudades!).

O grande radiotécnico Cícero Damas (in memorian) foi um dos competidores que mais ganhou taças. E quem chegava em último lugar, ganhava um litro de uisque. A competição se completava no Clube de Regatas, com muita festa, forró, churrasco e alegria.

Com a retomada e do resgate de nossas tradições, através do encontro dos 121 Aanos da Princesa, seria importante se tivéssemos este ano a realização deste saudoso evento. Floriano precisa deixar de vez essa coisa do "já teve" e partir para o futuro, certo?

Em tempo:

A Prefeitura com parcerias deveria ter promovido uma versão diferente para incentivar o esporte e proporcionar uma melhor programação de aniversário dos 121 anos de Floriano.

Prefeitura de Floriano apoia realização do 10ª Festival Nordestino de Cultura Junina Nacional

10º Festival de Cultura
A Prefeitura de Floriano vem desenvolvendo importantes ações e parcerias para promover eventos que enriqueçam culturalmente a cidade. A décima edição do Festival Nordestino de Cultura Junina Nacional, realizado pela Associação Brincantes do Folclore Nordestino, é um dos exemplos mais expressivos.

Através do apoio da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer, que vem disponibilizando sua estrutura, assim como seus servidores, para auxiliar no desenvolvimento do evento, a Secretaria de Educação também é uma parte fundamental, principalmente no apoio que vem sendo prestado no sentido de acolher os quadrilheiros que vieram de todo o país se apresentar durante o Festival que encerra neste domingo (15). 

O evento, que já é uma marca da cidade, é destaque graças a sua grandiosa estrutura, que envolve uma ampla logística. Nesse sentido, a Prefeitura Municipal disponibilizou o montante de R$ 45 mil para auxiliar na execução do projeto. Além desse número, também está sendo concedido, através da Sutran, o suporte para propiciar mais segurança no trânsito nos entornos da Praça de Eventos.

“São ações que desempenham um papel importante para que eventos dessa magnitude continuem a ser realizados em Floriano, promovendo cultura, aquecendo a economia e proporcionando momentos festivos à população”,
 disse a Secretária de Cultura, Esporte e Lazer, Elineuza Ramos.

Fonte: florianonews.com

Retratos de Floriano


RELEMBRANDO FLORIANENSES DA GEMA
HUGO VITOR GUIMÃES

Hugo Vítor nasceu em 17-11-1898, em Floriano -PI e faleceu em 16-11-1950, em Fortaleza-CE. Jurista, poeta, genealogista e historiador.

Era filho de José Fernandes Lima Guimarães e Maria Eugênia da Costa e Silva Guimarães.

Diplomado pela Faculdade de Direito do Ceará. Como acadêmico fez parte do Recreio Literário Soriano de Albuquerque.

Foi diretor da revista A Conquista e como literato e jornalista escreveu para os jornais literários do Piauí e do Ceará.

Foi redator e chefe de A Semana, redator de O Nordeste, Correio do Ceará, O Povo, O Estado e Unitário. Foi um dos fundadores da Sociedade Cearense de Geografia e História. Pertenceu ao Instituto do Ceará, à Sociedade Geográfica de Cuba e ao Instituto Heráldico Genealógico de São Paulo.

Floriano Perde um Grande Filho

Floriano - Piauí. 15 - XII - 1950
Pesquisa: José C. de Andrade Sobrinho
(Da Associação Piauiense de Imprensa)

“Hugo Victor falecido, há algum tempo, em Fortaleza, onde residia, quando atingido aos albores da sua juventude, já era uma celebração, que sofria o peso de uma angustiosa situação, num meio de seringalistas, que traficavam com os centros de exploração de euphorbiaceas e apocyneas (borrachas); altamente cotada no mercado de Liverpool, os quis, com muito raras e honrosissímas exceções, fechavam-se neste dilema, de puro materialismo: _ Ganhar dinheiro...

Se um gênero de notícias interessava ao ativo habitante de Floriano, cidade que florescia, isolada pelas distâncias: - A alta de preços de borrachas, couros de boi, peles domésticas, resinas e folhas de jaborandí. E era esse incrível ambiente que torturava a grande alma de Hugo Vitor, debatendo-se, na sua revolta, contra esse misero estado mental, que predominava e o fizera, por sua vez, fechar-se nesta preocupação absorvente: - Sair para viver espiritualmente.

Foi nesse estado de coisas que cheguei a Floriano, vindo de Teresina, onde havia passados quatro anos, mantendo assídua convivência com rapazes esforçados e vontadosos que compunham a turma de estudantes que, então, cursava o velho Liceu Piauiense, vizinho da casa em que eu trabalhava comerciando. Trazia, na cabeça, uma enorme coleção de versos encantadores, de poetas vários, e, num dos primeiros “adjuntos” a que compareci, receitei um belíssimo soneto de que me resultou um sucesso pelo avesso:

- O moço é poeta... Vejam para que ele havia de dar...

E, nesse diapasão, a conversa espalhou-se e passei a ser visto com maus olhos, pela agente da terra, menos por Hugo Vitor que, no dia seguinte, procurava-me e inquiria:
- Soube que recitou um belo soneto na festa de ontem!...

- É verdade... Mas... O meu arrependimento foi completo... Estou desolado... Notei que aqui não se toleram versos, por melhores que sejam...

- O soneto era da sua lavara?

- Não. Nunca escrevi versos. Era de Olavo Bilac.

Pediu-me que o recitasse. Recitei. E, ao terminar, Hugo Vitor agrava-me com efusão, num grande abraço, que era uma consolação misericordiosa para o meu desapontamento. Queria uma copia do soneto e o lhe ditei a copia. E, desde então, acamaradamos.

Logo depois, Hugo Vitor, com a sua imaginação irrequieta, fundou aqui um grêmio literário que, por sua vez, não escapou à crítica feroz do meio, tanto mais amarga quanto provinha de quem absolutamente não tinha autoridade para fazê-la, mas não desanimava.

Mais tarde, perdia a sua digna genitora, Senhora de excelsas virtudes, o vinha perdendo aos penates, e arribou, para não mais voltar a sua terra berço. Antes da partida preocupou-me, narrou as esperanças que o embalavam e aconselhou-me, fraterno:

- Meu amigo, vá se embora daqui. Você não merece ficar num meio que faz a gente emburrecer...
Não pude tomar o seu conselho e, por cerca de 1928, fui encontrá-lo em Fortaleza, em dificuldades, que provieram de inglória luta política no interior do Ceará, sendo, em razão dela, afastados das funções do cargo federal que exercia e que, mais tarde, recuperou galhardamente. E contou-me ter sido convidado par a redação de um jornal, chegado a Maçonaria, bem como a sua resposta decisiva:

- Prefiro morrer de fome, a aceitar o convite para tal redação,

Era inflexível no dogma da sua fé. Herdada a excelente formação moral da sua genitora e era, como ela, católica cem por cento. Uma particularidade o fazia oscilar um tanto, para uma superstição que o preocupava. E contou-me:

- Dias antes do falecimento da Mamãe, os pombos, que eu criava, com desvelada carinho, lá em casa, como que tomados de pânico; voaram e se foram para nunca mais voltar, exceto uma que era, mais ou menos, a mãe da família e que, examinada, verifiquei ter uma asa quebrada, por isso que não se fora também.

E relevando comentários que, então fizera:

- Tia Celé, vai acontecer uma cousa aqui em casa e não será boa... Os pombos se foram por uma vez...

E, de fato dois ou três dias depois da estranha deserção, morria a sua querida Mamãe, Dona Maroca, que era estimadíssima pela população da cidade e ocupava a presidência do Apostolado do Coração de Jesus.

Em 1934, Hugo Vitor abriu-me as portas do Colégio da Imaculada Conceição, ótimo educandário em que fizeram estágios as minhas quatro filha Tancy, Lucy, Jacy e Lisete, que sempre tiveram, da parte dele, um acolhimento quase paternal, prendendo-me, já agora, por imorredoira gratidão, que sinto-me no dever de externar.

O brilhante intelectual piauiense era, como advogado, historiógrafo e jornalista dos melhores, estimadíssimo em Fortaleza, onde várias vezes prestou relevante colaboração na política administrativa do Estado, cuja imprensa já pos em relevo a sua atuação como homem de letras. Portanto, as traços e as particularidades que mal venho expressando, em um preito de homenagem ao meu saudoso amigo Dr. Hugo Vitor Guimarães, quero publica-los como o mais humildade acréscimo ao rosário de lagrimas com que tantas pessoas, de todas as camadas sociais, como eu, formaram um tumulto que o merecia de verdade (...)”

Fonte: Almanaque do Cariri, 1952


HISTÓRIAS DE FLORIANO

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