7/08/2012

FLORIANO - 115 ANOS

Francisoco Parentes
Hoje, dia 08 de julho, quando completa 115 anos de cidade, temos que nos lembrar que tudo começou do sonho e da vontade e determinação desse jovem ( foto ) - Francisco Parentes.

Nascido em Barras, Piauí, ( Sítio Anajá ), em 10 de junho de 1839, desde muito jovem desejou estudar. Envidou todos os esforços e, com a ajuda de muitos - inclusive com a subscrição que fizeram para que pudesse estudar, Francisco Parentes chegou a ir para a França e lá estudou agronomia, um sonho que acalentava desde criança. Queria ser agrônomo para servir melhor ao Piauí.

Em 19 de junho de 1871, Francisco Parentes recebe o grau em agronomia, dado pelo Institute Meully de Grand Jouan. A 10 de agosto do mesmo ano chega a Teresina.

Procurando as autoridades, lança a idéia de criar no Piauí uma Colônia Agrícola. Com o consentimento de D. Pedro II e a ajuda do Barão do Rio Branco, Francisco Parentes é autorizado a voltar ao Piauí, pois haviaido ao Rio de Janeiro apresentar seu projeoto e dar início à construção da Colônia.

No dia 10 de agosto de 1874, lança a pedra fundamental da Colônica Rural São Pedro D´Alcântara. Estava realizado, em parte, o seu sonho.

Infelizmente, vitimado por uma febre maligna, morre em Amarante, aos 37 anos de idade no dia 16 de junho de 1896.

Francisco Parentes, o primeiro Agrônomo do Piauí, não morreu em vão. Seu sonho se concretizou e a Colônia, havendo prosperado, se transformou nesta cidade de FLORIANO, que vai comemorar festivamente os seus 115 anos.

Francisco Parentes é parte desta festa, pois somos filhos do seu sonho de grandeza.

Fonte: Flagrantes de uma cidade/Professor Luiz Paulo de Oliveira

7/06/2012

Lançamento Coleção FLORIANENSES

Convite
Foto: Marcelo Guimarães
A Fundação Floriano Clube fará o lançamento, dia 7 de julho, às 18 horas, do Volume Nº 01 da Coleção FLORIANENSES no Auditório do Centro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Piauí - SEBRAE/PI.

Esta primeira etapa, estarão sendo homenageados Francisco Parentes, Padre Pedro da Silva Oliveira, Mundiquinha Drumond, Sebastião Martins de Araújo Costa, Tibério Barbosa Nunes, Filadelfo Freire de Castro, Amilcar Ferreira Sobral, Arudá Bucar, Abílio Neiva de Sousa e Jorge Batista da Silva.

No total, serão 10 volumes, que falarão de florianenses e de outros cidadãos que por aqui viveram e que prestaram importantes serviços à comunidade local; portanto, de parabéns a cidade de Floriano e a Fundação Floriano Clube, que começa seus trabalhos com iniciativas de suma impotância para o conhecimento de todos que amam a Princesa do Sul.

7/04/2012

PARA O RESGATE DA MEMÓRIA DA CIDADE

( Dos anos quarenta aos dias atuais )

INDÚSTRIA E COMÉRCIO

Escrito pela doutora Josefina Demes ( transcrito do Jornal de Floriano, edição de nº 342 de 21/07 a 06/08/1983 )

Floriano, mais que qualquer outra cidade piauiense, teve a sua incipiente indústria relativamente estruturada graças à presença do Estabelecimento Rural São Pedro de Alcântara.

A principal indústria foi, sem sombra de dúvidas, a extrativa da borracha de maniçoba (1), logo desvalorizada com a concorrência do mercado inglês e da cera de carnaúba, que por sua vez se desdobrava em outro tipo de indústria, a das velas estiarinas. Estas, além de se constituírem em curiosidade regional foram motivo, em certa época, de interessante indústria.

Numa de suas viagens ao Velho Mundo, o rico comerciante James Clarck, proprietário da centenária Casa Inglesa (2), foi esbarrar na Rússia. Visitando alguma das suas Igrejas, constatou a ausência de velas brancas, pelo que o sacerdote que o acompanhava explicou que, findos os trabalhos religiosos, as velas eram retiradas pelo resto antes que os camponeses as roubassem para comer. Isso fez o comerciante pensar no quanto o Piauí poderia buscar exportando para a Rússia incontáveis velas de cera de carnaúba (3). Aliás, o honrado comerciante não limitou a sua viagem à explanações em torno das velas, mas foi ainda à Londres, a responsável pela análise da cera de carnaúba e a sua consequente valorização (4).

Ainda na sua condição de Colônia, Floriano viu surgir a sua primeira indústria no ramo da panificação, de propriedade do sírio Antur Zarur (5). O sírio implantou em terra florianense a herança adquirida no seio da sua família, radicada na Síria, as atividades deste gênero. Foi porém a partir dos anos 20 que apareceram, em número de três, as primeiras indústrias de porte em Floriano. Duas delas importantes na sede do município, grande propriedade de Artur Ferreira (6) e J. R. P. de Carvalho (7) e se destinava ao beneficiamento de arroz e outra de descaroçar algodão, de propriedade de Nilo Brandão (8), localizava-se em Piripiri do Itaueira (9) então pertencente ao município de Floriano.

Artur Ferreira (10) era estabelecido na vizinha cidade de Barão de Grajaú, com comércio de mercadorias em geral. Com o seu falecimento, a viúva associou-se a dois sobrinhos, Justino e Luiz Neiva, sob a razão social de " Viúva Artur Ferreira e Sobrinhos ". Nilo Brandão era natural de Assaré no Ceará e deve ter aportado aqui pelos idos de 1915, trazendo consigo Hosternes e o sobrinho Alceu que aqui se dedicaram ao magistério (11) e ao jornalismo.

J. R. P. de Carvalho, mais conhecido por Zezinho Carvalho ou Zezinho Macaxeira, foi um dos comerciantes mais importantes de sua época e aplicou parte de sua fortuna em dolar. Floriano obteve muitos melhoramentos, com o que ele e seu ilústre irmão Hermando Brandão (12) construíram em Floriano - o Cine Teatro Politeama (13) - uma das mais belas e suntuosas casa de diversão do Estado. Zezinho Carvalho deve ter abandonado Floriano pela revolta de 1925 e em Teresina, seguindo suas próprias pegadas, edificou um dos mais imponentes prédio da época na rua Teodoro Pacheco em frente ao C. R. - prédio superior em tudo ao que pertencia ao poderoso senador Felix Pacheoco, situado a um quarteirão abaixo.

Na década de 1930, foi implantada a mais importante indústria de quantas funcionavam em Floriano: trata-se da Usina Itaueira (14). Esta usina foi uma doação do Governo Federal, que adquiriu três delas na Alemanha, e as destinou a três estados nordestinos, com a finalidade de ajudar a minorar os efeitos da terrível seca de 32. Uma delas, doada ao Piauí, foi carreada para Floriano, graças ao prestígio do operoso prefeito Teodoro Sobral.

O maquinário era o que havia de mais moderno e se constituiu atração turística, para os visitantes. A usina pertencia à municipalidade e seu primeiro administrador foi o dinâmico Juca Carvalho (15).

Natural do Ceará, Juca Carvalho aqui desenvolveu inúmeras e competentes atividades, condizentes com a sua personalidade de homem abastado, dinâmico e empreendedor. Foi representante nesta cidade, de uma das mais poderosas firmas alemãs sediadas em nosso País, a Hosbach do Brasil, cujo destino se deveu à ascensão do nazismo. Foi ainda Gerente do "Sindical Condor", empresa também alemã de transportes aéreos, cujos aparelhos (hidroavião) baixavam à beira do rio Parnaiba.

A partir da sua condição de chefe da firma J. V. Carvalho e Filhos, Juca Carvalho foi, talvez, a única individualidade a exercer administrativamente tantos e tão mibilitantes encargos. Foi o mais atuante presidente que a Associação Comercial já conheceu, conferindo-lhe um prestígio só igualado por sua congênere de Parnaiba. Foi ainda tesoureiro da Loja Maçônica (16), administrador da Usina Itaueira e memboro do Cobnselho Executivo Municipal.

Conselho criado pelo prefeito Teodoro Sobral e composto por respeitáveis cidadãos José Francisco Dutra (17), Frutuoso Pacheco (18), Leônidas Leão (19), Cristino Castro (20) e Juca Carvalho, pode ser definido como uma espécie de Secretariado Honorário e tinha por objetivo assessorar o prefeito, não obstante este contar com o concurso de dois excelentes auxiliares, como Tertuliano Ramos e Sátiro de Castro.

Juca Carvalho foi incansável nestas atividades e, dentro de pouco tempo, Teodoro sobral implantava uma série de melhoramentos e obras à "Colônia Agrícola Dr. Sampaio" (21) e o campo de pouso ( a aviões ) na Taboca.

Gozando de patente e prestígio junto ao então Interventor, Landri Sales, seu amigo e conterrâneo, Juca Carvalho conseguiu carrear muitos benefícios para Floriano.

em 1937, já no ocaso de suas atividdes, emprestou o seu sólido prestígio na instalação de uma agência do Banco do Brasil.

Homem de hábitos simples e elegantes, foi uma das quatro primeiras pessoas a possuir um automóvel nesta cidade (22).

Juca Carvalho deixou, além do aprazível bairro Sambaíba, que ornamenta Floriano (23), a marca indelével da sua passagem por aqui.

NOTAS EXPLICATIVAS E COMPLEMENTARES

Por - Nelson Oliveira e Silva ( texto de 2008 )

1 - Uma árvore da qual se extraía um leite pegajoso, que depois, devidamente cozinhado, surgia a borracha em estado bruto;

2 - Empresa fundada em 1849 e que, por várias décadas, manteve uma filial em nossa cidade no prédio de sua propriedade, que posteriormente, foi vendido ao senhor Oacy Alves Pereira da Rocha. Na época, junto a Roland Jacob, Moraes &  Cia, Ranulfo Torres Raposo, eram grandes empresas em nosso Estado. Distribuidores para os estados do Piauí, Maranhão, Ceará e Pará, dos mais diversos produtos importados, dentre os quais era destaques, a Willys Overland, fabricantes do jeep, da rural e da pick-up; Caterpillar, fabricante dos tratores e motoniveladoras do mesmo nome; camkinhões FNM, já nacionalizado, praticamente, além de mercadorias gerais, as mais variadas e mantinha em todo o Estado uma seleta e enorme freguesia. Representavam, também, na época, a Standard Oil, hoje com o título de Esso do Brasil. Entre aqueles que lhe prestigiaram com seus serviços, aprendendo, ainda nos lembramos do senhor Clóvis melo ( gerente ), sua família reside no Rio de Janeiro; o senhor Brito Melo, sogro do senhro Agostinho Monteiro, gerente da Conab; Pedro Alves da Silva, pai do doutor Luiz Rosendo; Lourival Caminha, José Ramos de Freitas, além de outros que também já foram para o além. Dentre os vivos ainda nos lembramos de Adelmar Moreira Rosado, residente em Teresina; Juracy Garcez de Souza, Eduardo Feitosa, ambos do Rio de Janeiro; Edson Lobão, o Senador, em Brasília; Sátiro de Castro Ferraz, Antonio de Melo Sobrinho ( proprietário da antiga Escola Progresso de Dactilografia ), Nelson Oliveira e Silva e outros a quem desejamos longa vida, apesar da maioria seja já, sexagenária. Era, sob todos os aspectos, uma grande casa comericial e tinha o senhor Septimus James Frederick Clark como presidente; Septimus James Frederick Clark , diretor administrativo; José Bruce Clark, João Batista Cerqueira, este casado com uma florianense, filha do senhor Agripino Raimundo de Castro;

3 - E a Casa Inglesa torneou-se no Estado uma especialista em cera de carnaúba e foi uma das grandes casas comerciais que se destacaram como imbatíveis exportadores do produto, para a Inglaterra, Estados Unidos etc e a filiak de Floriano possuía uma enorme gama de fornecedores na região;

4 - Na época, era um excelente produto de exportação, principalmente no tempo da segunda grande guerra de 1938 a 1945;

5 - Tio do senhor Gabriel Zarur, que se constituiu no primeiro sírio que chegou em Floriano. Gabriel Zarur era pai da dona Socorro Sazur, Maria José, Abdala e Jamil;

6 - Proprietário da Casa situada à antiga rua jerumenha, onde aqui se instalou, em 1908, a Loja Malçônica Igualdade Florianense no dia 12 de outubro daquele ano de quem se tornou membro;

7 - Foi, em diversas administrações, membro da Loja Maçônica acima citada, demonstrando, apesar da sua excelente condição financeira, a sua himildade no seio da Ordem;

8 - Avô do senhor Luiz Brandão;

9 - Hoje, denominado apenas de Itaueira e que, como Piripiri, era município de Floriano;

10 - Com o passar do tempo, terminou se iniciando na Maçonaria supra menmcionada;

11 - E prestaram seus serviços a diversos colégios da cidade, na época, e a jornais que existiam. O professor Alceu também foi iniciado na Maçonaria ( na mesma Loja ) e depois mudou-se para Teresina, onde deve ter prestado bons serviços, porque lá existia uma rua com seu nome;

12 - Avô dos doutores Herbrand, João Carlos e dona Maria Alice Ribeiro Gonçalves e que também foi Maçom e Venerável da referida Oficina já citada;

13 - Que foi edificado no lugar onde funcionou o Armazém Narciso e no momento abriga a firma A Credinorte, especialista na venda de móveis e eletrodomésticos na avenida Getúlio Vrgas, que naquele tempo chamava-se avenida Álvaro Mendes. Por baixo, passa o tradicional riacho do Gato;

14 - Hoje onde está fincado o prédio do INSS, ali, por muitos anos, manteve-se silenciosa a famosa Usina Itaueira, tendo no seu interior as mais modernas máquinas de procedência alemã, para o beneficiamento do algodão da nossa região. Somente nos anos 50/60, é que o florianense ouviu o gemido das mencionadas máquinas colocadas em funcionamento por uma firma da Bahia, denominada Lucaia, inicialmente, dirigida por um cidadão de nome que não me recordo, mas me lembro que ele atropelou, em frente à Farmácia Rocha, o nosso conterrâneo Arlindo Pinheiro, que residia na rua Defala Attem. Depois, esteve por aqui, gerenciando o referido empreendimento, o senhor Gonçalo Nunes, pai do doutor Alfredo Nunes, esposo da professora dona Teresinha e que morava numa casa do senhor Zé Demes, em frente à Igreja Batista e era auxiliar do seu genitor. O destino das máquinas? Não sei;

15 - Cujo nome legítimo era João Viana de Carvalho, casado com dona Dorinha Carvalho, de cuja união nasceram dona Dolores, a única filha mulher, professora de educação física da Escola Normal; Francisco e Raimundo, ambos funcionários do Banco do Brasil; o Viana, político aguerrido, eleito vereador ( salvo engano ), tendo disputado uma eleição para vice-prefeito da cidade; e o João Viana Filho, o Joca ( in memorian ), comerciante do ramo de artigos domésticos e foi o pioneiro na distribuição de gás de cozinha na nossa região, durante muitos anos e era casado com a prendada dona Magnólia, que deu a luz a João, José e muitas moças ( hoje, já com o título de senhoras, cujos nomes fogem da nossa mente;

16 - Da Loja Maçônica Igualdade Florianense, tendo desempenhado outros cargos, onde demonstrou sempre o seu dinamismo e a sua influência junto às autoridades constituídas;

17 - Naquela época, era gerente da Roland Jacob, guarda-livros competente, Venerável da já mencionada Loja Maçônica, músico e um verddeiro incentivador das artes emnossa cidade. Morreu em outubro de 1936, vítima de uma infecção no nariz, gerada por uma espinha;

18 - Também Maçom, como Juca Carvalhjo e José Dutra e também dirigente competente à Loja em que foi iniciado;

19 - Influente comerciante, pai de Heitor, Orfila e Valentim e tinha o seu estabelecimento na avenida João Luiz Ferreira, esquina com a Bento Leão em frente, hoje, à Casa do Ferro;

20 - Outro influente comerciante da nossa cidade. No seu tempo, o seu estabelecimento ocupava o espaço onde foi ocupado pela Casa Inglesa, na praça doutor Sebastião Martins e posteriormente pela Farmácia Santa Adelaide. Cristino Castro foi um dos fundadores da Associação Comercial do Sul do Piauí, se não me falaha a memória, em 1925, talvez até com Juca Carvalho. Cristino Castro residia naquele casarão na esquina da avenida Eurípedes de Aguiar, foi um verdadeiro desbravador da região sul do Estado, inclusive com a construção de estradas, entre Floriano e Nova Lapa ( hoje Cristino Castro , por onde deveria trafegar os seus caminhões que transportariam os produtos da sua usina de beneficiamento de algodão, naquela localidade. Deixou no nosso meio um exemplo de força de vontade para alcançar o seu objetivo;

21 - Assunto está explícito nas memórias do professor Djalma Silva, intitulada Nas Águas do Canindé, mas que vamos repetir. O referido campo que situava-se próximo ao lugar Boqueirão, era destinado a experiências agrícolas e teve como administradores que conhecemos nos anos 50/60 os doutores Agostinho Reis, irmão do médico Antonio Reis e Itamar da Costa Ferreira, que depois mudou-se para Teresina;

22 - Os outros três foram o senhor Leônidas Leão ( citado no ítem 19), o senhor Afonso Nogueira, o homem que construiu um vapor em nossa cidade, avô do doutor Ataliba, engenheiro do DNER, hoje DENIT e por último o famoso dlegado Carlino Nunes, o famoso delegado, tio do nosso prezado conterrâneo, proprietário do fusquinha ano 1966 por todos conhecidos;

23 - Hoje, um bairro populoso e que por isso foi dividido em dois: a Sambaíba Nova e a Sambaíba Velha, que demonstra toda a pujança do seu povo e para lá estão convergindo grandes empresas em busca de espaços.

EXPLICAÇÕES SOBRE AS PESSOAS E LOCAIS QUE CONSTAM DESSE RELATO

1) A MANIÇOBA - Uma árvore que ao sorver um tipo de corte em seu tronco, expele um tipo de leite, que devidamente processado no fogo se transforma em borracha, com a qual são fabricados pneus para veículos, tratores, aviões e vários outros tipos de máquinas. Nos anos de 1940, o estado do Amazonas tornou-se um dos principais produtores da maniçoba e que por isso, para lá convergiam gente de todo o Brasil, inclusive do nosso Estado. Muitos foram e poucos voltaram, vítimas da terrível febre amarela, que assolava aquele Estado, naquela época;

2) A CASA INGLESA - O nome fantasia de uma filial dos Estabelecimentos James Frederick Clarck S/A, uma das grandes empresas do nosso Estado, fundada em 1849, cuja matriz era em Parnaiba e os seus proprietários eram de origem inglesa. A instalação da dita filial em nosso município, deu-se nos anos de 1930 na antiga praça João pessoa, atualmente doutor Sebastião Martins, emcujo local estiveram instaladas a firma Cristino Castro & Irmão, a Casa Inglesa e nos anos de 1960 a Farmácia Santa Adelaide, que se tornou proprietária daquele local, atualmente, já bastante dividido,com outros estabelecimentos;

3) A CERA DE CARNAÚBA - Um dos principais produtos de exportação produzido em nosso Estado e que durante mais de um século e meio foi um grande meio de melhoramento da nossa economia. Hoje, ainda existe uma grande produção da cera de carnaúba, porém jamais atingirá o passado, principalmente porque os nossos carnaubais, que são nativos em nosso Estado, vem sofrendo uma quase total devastação;

4) A ANÁLISE DO PRODUTO - Em sua viagem a Londres, o senhor James Clarck conseguiu num laboratório inglês uma análise do nosso produto, cujo resultado positivo valeu uma grande valorização;

5) ANTUN ZARUR - Tio do senhor Gabriel Zarur, pai da dona Socorro, dona Maria do Carmo, senhor Abdala e senhor Jamil Zarur, este, um dos maiores ponta esquerda do nosso futebol;

6) ARTUR FERREIRA - Proprietário de uma antiga casinha na rua Jerumenha, onde em 12 de outubro de 1908 instalou-se a Loja Maçônica Igualdade Florianense, da qual fazia parte o senhor Artur, incljusive comodirigente;

7) JOSÉ RODRIGUES P. DE CARVALHO - Homem de posse financeira, porém possuidor de de grande humildade, era chamado carinhosamente por Zezinho Carvalho ou Zezinho Macaxeira, a exemplo do senhor Artur Ferreira, nos anos de 1920, desempenhou diversos cargos nas diretorias da Igualdade Florianense. Naquele tempo foi o responsável pela construção de um cine teatro, com a denominação de POLITEAMA, onde foram exibidos grandes filmes ainda sem som e eram apresentados importantes espetáculos teatrais, inclusive com peças de gente da cidade. Referida casa foi edificada onde esteve o Armazém Narciso e hoje a empresa A Credinorte.O primeiro prédio ali ficou até por volta dos anos de 1960, sem contudo abrigar qualquer tipo de gente viciada, como acontece nos dias de hoje em prédios abandonados. Depois o nosso ficalizado mudou-se para Teresina, onde continuou fazendo investimentos da contrução de edifícios;

8) NILO BRANDÃO - ( continua ... );

9) PIRIPIRI DO ITAUEIRA - Hoje com a denominação de Itaueira;

11) HOSTERNES E ALCEU BRANDÃO - Ambos tios do senhor Luiz Brandão, dedicados ao magistério, tendo aqui desempenhados as suas funções, tendo o segundo se iniciado na Loja Maçônica acima citada, mudando-se depois para Teresina, onde se destacou na sua profissão e empresta o seu nome a uma importante rua da nossa Capital;

12) HERMANO BRANDÃO - Parente próximo do senhor José Rodrigues Pereira de Carvalho e Zezinho Macaxeira, ao qual ajudaram na construção do já citado Cine Teatro Politeama;

14) A USINA ITAUEIRA - A sua sede era edificada onde hoje está o prédio da Previdência Social - INSS, que sofreu uma grande reforma;

15) JUCA CARVALHO - Cujo nome legítimo era João Viana de Carvalho, casado com dona Dorinha, pai dentre outoros de Joca Carvalho, Francisco, Raimundo e a professora Dolores. Juca Carvalho foi um cidadão de grande influência em nossa cidade como comerciante representante de várias firmas alemãs, membro de conselhos municipais na gestão Teodoro Ferreira Sobral, um dos fundadores da Associação Comercial do Sul do Piauí, responsável pela instalação nos anos de 1920 em nossa cidade da agência do Banco do Brasil, além de membro ativo da Loja Maçônica Igualdade Florianense, onde ocupou os mais variados cargos. com muitos encargos. Era avô dos senhores João e José Viana, bem como de algumas senhoras. Sua firma era denominada de J. V. Carvalho;

17, 18, 19, 20 - OS MEMBROS DO CONSELHO MUNICIPAL - José Francisco Dutra, Juca Carvalho, Francisco Pacheco Soares, todos membros da Loja Maçônica Igualdade Florianense e Leônidas Leão e Cristino Castro, ambros importantes figuras do nosso comércio;

21 - A COLÔNIA AGRÍCOLA DOUTOR SAMPAIO - Foi instalada na estrada Floriano / Nazaré, próximo ao lugar Boqueirão, como um campo experimental para desenvolvimento da nossa agricultura. Salvo melhor juízo, ainda deve existir, porém sem nenhuma utilidade, principalmente para o fim a que se destinava.

FREI ANTONIO CURCIO, O GRANDE MESTRE!


Frei Antonio Cúrcio
 Por - Élio Ferreira ( Natural de Floriano/PI, Professor de Literatura na UESPI, Doutor em Letras pela UFPE )

 Mestre, soube da notícia à noite, no mesmo dia do seu passamento. Não lhe falei do carinho, do respeito, da veneração que sempre tive pelo senhor. Julgo que não seria necessário confessar-lhe esse sentimento, embora sinta uma vontade incontrolável de declarar-me. A última vez que nos encontramos, foi no Teresina Shopping, aqui em Teresina, há três ou quatro anos, se não me engano. O senhor estava na companhia da estimada Professora Rubenita e de outras pessoas conhecidas. Foi grande a emoção. Abracei-lhe fortemente. Beijei-lhe a testa. Ah! Aquele encontro foi um dos mais emocionantes da minha vida. Uma sensação de filho pródigo tomou conta do meu coração, do meu corpo inteiro. Deveria tê-lo visitado mais vezes. Mas não o fiz. Foram infinitas as vontades que senti de ir à sua casa, ao Colégio Industrial São Francisco de Assis, em Floriano, para um reencontro, um abraço amigo. Há coisas que não se deixam para amanhã. O senhor sabe muito bem disso e sempre nos alertou acerca das obrigações e tarefas escolares. “Tempo é ouro, não percam tempo, meninos. Estudem”. Todos serão profissionais no futuro. O bom profissional não negligencia seus compromissos. O senhor nos encantava com as lições de vida, os relatos de experiência, os inventos de eletrônica, com sua perseverança e sonhos inabaláveis. Tenho um poema para o senhor, recriado das suas aulas de eletricidade e eletrônica. Nunca lhe mostrei. Escrevi-o em Brasília, em 1976:
Prezado

Eu sou o elétron,
Que se despreendeu da eletrosfera,
E desgarrado,
E triste,
E perdido,
Precipitou-se,
No vácuo que existe,
Para o além das camadas eletromagnéticas.

Agora, Frei Antônio, um amigo me telefona e diz que o senhor partiu. Faltam-me as pernas. Mantenho-me em silêncio. O amigo me consola do outro lado da linha. A vida é assim mesmo... Um dia partimos. Na manhã seguinte, pego a BR, dirijo meu carro sozinho na direção de Parnaíba, no sentido  oposta a Floriano, onde jaz. Minha mulher e a minha filha me dizem que é perigoso dirigir sozinho na estrada. Mas não negligencio os meus compromissos. Dediquei ao senhor minha palestra sobre Literatura Afrodescendente: a narrativa escrita de escravos negros do Brasil, Estados Unidos e Cuba, no IV Fórum Internacional de Pedagogia em Paraíba. Enquanto dirijo, ouço música e penso o tempo todo, meus olhos ficam cheios d’água. Há tempos não me sentia assim. Prezado Mestre, o senhor deixou o seu país para trás, a sua terra natal, num certo lugar da Itália, pais, irmãos, parentes, amigos. Não sei se ainda lembra quando nos conhecemos. Eu era criança. O senhor foi à oficina de ferreiro do meu pai, Aluízio Ferreira, para que fossem feitas as tesouras, as armações de ferro para a sustentação do teto do seu tão sonhado e querido Colégio Industrial, que estava em construção. Isso por volta dos últimos meses ou dias de 1968. No início do ano seguinte, iniciaram-se as aulas com duas turmas de quinta série, inaugurando-se uma nova história no cenário da educação de Floriano. Eu era menino, o puxador de fole para o ferreiro esquentar o ferro na forja da oficina. Este ferreiro era o meu pai, que falava do sonho de me fazer doutor. Ele também era o meu sábio contador de histórias. Frei Antônio, os seus olhos brilhavam, o senhor falava como quem fosse “um encantador de serpentes”, tal qual, hoje, digo – um griot africano narrando histórias e eventos de sua aldeia. Fui encantado pelas suas palavras ali mesmo na oficina. No ano seguinte, tornava-me aluno-fundador da sua escola. Deve lembrar que, logo no primeiro ano, nós, alunos, fizemos o campinho de futebol. Fiz parte da banda musical, do coral, do jornal escolar. Aprendemos a fazer o nosso rádio com fone de ouvir. Éramos mais ou menos entre sessenta a setenta alunos e alunas, uma irmandade. Pobres de dinheiro e ricos de coragem, solidários. Depois, o Industrial cresceu, afirmou-se como ensino de qualidade incontestável, sobretudo, com a boa performance dos alunos egressos nos exames de vestibulares e como profissionais dentro das fronteiras ou além-fronteiras do Piauí. Prezado Mestre, foram quarenta e quatro anos, quase meio século de dedicação ao ensino e à vida da cidade de Floriano. São tantos professores, advogados, engenheiros, jornalistas, médicos/as, enfermeiros/as, mestres, doutores/as, poetas, escritores, profissionais, pessoas de bem que receberam essa dádiva, o legado da sua coragem, os seus ensinamentos e sabedoria. Por último, quero dizê-lo que a árvore que o senhor plantou é como o Baobá, perdurará séculos. Da semente daquele Baobá, germinaram muitos outros Baobás amigos. Frei Antônio, muito obrigado por tudo! Descanse em paz.

Teresina, 03 de julho de 2012.





7/03/2012

REENCONTRO

Sábado último, dia 30, no famoso restaurante Carneiro na Brasa, em Teresina, fizemos o nosso tradicional Reencontro, com a presença de ilústres Florianenses, que gostam de reviver, relembrar o passado da época de ouro da Princesa do Sul.

Apesar da concorrência com as convensões partidárias do ano em curso, conseguimos reunir um bom grupo de florianenses da gema. Participaram, desta vez, os irmãos Benedito e José Reis Alves da Silva ( filhos de dona Joaninha, que recentemente completou 100 anos de idade ), o Puluca, Ubaldo e o Janclerques.

Fizemos uma retrospectiva dos velhos tempos, dos cabarés, do rio, das tetúlias, do cinema e da movimentação das praças, lugares, pessoas e carnavais e, claro, também o futebol do passado, quando Floriano brilhava nas quatro linhas.

O José Reis, que se encontra de férias em Floriano, veio especialmente para o nosso reencontro, disse que esses momentos são de grande valia, para que registros significativos de nossa história sejam preservados para as futuras gerações tomarem conhecimento.

O próximo reencontro será na AABB de Teresina, no último sábado do mês de julho. Vamos tentar reunir o máximo de amigos que amam a Princesa do Sul, comemorar a vida enquanto é tempo ainda.

7/02/2012

Lançamento Coleção FLORIANENSES

Convite
Foto: Marcelo Guimarães
A Fundação Floriano Clube fará o lançamento, dia 7 de julho, às 18 horas, do Volume Nº 01 da Coleção FLORIANENSES no Auditório do Centro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Piauí - SEBRAE/PI.

Esta primeira etapa, estarão sendo homenageados Francisco Parentes, Padre Pedro da Silva Oliveira, Mundiquinha Drumond, Sebastião Martins de Araújo Costa, Tibério Barbosa Nunes, Filadelfo Freire de Castro, Amilcar Ferreira Sobral, Arudá Bucar, Abílio Neiva de Sousa e Jorge Batista da Silva.

No total, serão 10 volumes, que falarão de florianenses e de outros cidadãos que por aqui viveram e que prestaram importantes serviços à comunidade local; portanto, de parabéns a cidade de Floriano e a Fundação Floriano Clube, que começa seus trabalhos com iniciativas de suma impotância para o conhecimento de todos que amam a Princesa do Sul.

7/01/2012

Missão cumprida com louvor

Frei Antonio Cúrcio
Por - Jalinson Rodrigues

Morre o homem, mas ficam os ensinamentos. Foi assim, com essa compreensão que busquei a conformação quando soube, através da internet, da morte de Frei Antônio Curcio. Uma pessoa marcante pelo esforço que dedicava em construir uma áurea permanente de conhecimentos e saber em tudo que se disponibilizava a fazer. Italiano da cidade de Montefalcone di Val Fortore, Frei Antonio foi um religioso com forte estigma de cientista e que estava anos a frente do seu tempo.
Felizmente no início da década de 1970 tive a grata felicidade de estudar no Colégio Industrial São Francisco de Assis e conviver por quase uma década com este sábio educador. Lembro-me com precisão das imagens da minha querida escola nos primeiros anos de existência. Chequei no Industrial, precisamente, no ano de 1974, egresso da Unidade Escolar Fernando Marques. Nesta época o Colégio São Francisco de Assis era restrito a algumas salas de aulas, um campo para práticas esportivas e uma oficina de marcenaria e eletrônica, onde o Frei Antônio exercitava sua vocação inventiva.
Repousa na minha lembrança ele apresentando para nós alunos equipamentos de amplificação de som e ensinando que se tratava do um sistema acústico, que se diferenciava dos demais existentes na cidade pela qualidade do som propagado. O comportamento vanguardista do padre era tão notório que naquela época ele já usava microfone sem fio, o que causava muita curiosidade entre os alunos e convidados para os eventos realizados no Colégio Industrial.
Outra doce recordação é a fase de construção da quadra do Colégio, quando o Frei realizava preleções sobre a necessidade da prática esportiva e de um espaço para a realização das atividades sócio educativas e culturais como as celebrações cívicas e comemorativas.   Para conseguir o seu intento, o diretor Frei Antonio coordenou várias campanhas de donativos entre os alunos, pais de alunos e a sociedade florianense. Também, guardo as imagens dos ensaios e apresentações do coral da escola, que Frei Antonio regeu com a simplicidade de quem dominava o conhecimento musical. Neste turbilhão de memórias estão colegas contemporâneos, o Frei Vicente Cardone e a figura da professora Rubenita Ferreira, como fundamental auxiliar e coadjuvante deste projeto vitorioso.


No exercício da atribuição de diretor do Colégio Industrial, Frei Antonio era um educador rigoroso e defensor dos bons méritos e virtudes. Como religioso, foi um franciscano na verdadeira acepção do termo e pregava a existência de Deus na explicação para a exuberância da natureza.


Chegou a vez do mestre prestar contas com Deus, mas vai deixando a certeza de missão cumprida.

Semana da Consciência Negra

  A Semana da Consciência Negra Kizomba promete emocionar e inspirar Floriano nesta terça-feira, 19 de novembro, com uma programação rica em...