Por Jaquelina Nascimento
As comissões de Justiça e Redação e de Finanças, Orçamento e Fiscalização se reuniram na manhã desta quinta (16/02), na Câmara Municipal com o objetivo de debaterem sobre alguns Projetos de Lei bem como sobre a pauta da Sessão Ordinária que acontecerá hoje às 20 h no Plenário da Câmara Municipal.
Estiveram presentes os seguintes vereadores: Ana Cleide (DEM), Edvaldo Araújo (PT), Salomão Holanda (PRB), Flávio Henrique (PTB), Miguel Vieira (PTB), Antônio Reis (PSDC) e Maria da Guia (PTB).
De acordo com o presidente da Câmara Municipal, Salomão Holanda, todos os vereadores estarão presentes na Sessão ordinária hoje à noite e na ocasião o vereador convidou a população florianense a se fazer presente.
As sessões acontecem nos primeiros quatro dias úteis de cada quinzena do mês, ou seja, nos dias 16, 17,23 e 24 deste mês a partir das 20 horas, no auditório Milad Kalume e são transmitidas simultaneamente pela rádio Santa Clara AM ZYI - 898 - 1580 Khz.
2/16/2012
2/15/2012
BLOCO BOTA PRÁ QUEBRAR
OUTRO grande delírio da epopéia de nosso carnaval no início dos anos setenta: o famoso bloco carnavalesco - o BOTA PRA QUEBRAR em grande estilo em fevereiro de 1970.
Em pé da esquerda para a direita, observamos os foliões Paulo Carvalho (Paleca), Chico Borges Filho, Marivaldo, Nagib Demes Filho, Waldemar, Paulo Kalume, Antonio Augusto (Tontonho Carvalho), Sérgio Guimarães, Pedrinho, Dedé, Odimar Reis, Nilson Coelho, André, Hélio e Fábio (guitarrista d´OS BRAVOS).
Sentados, Frederico albuquerque, Chico Paixão, Cristóvão Augusto Soares, Said Kalume, Lauro Antonio, Gervásio Júnior, João Holanda Neto (Holandinha), Borba Filho, Paulo Afonso Kalume (Petinha), Carlos Augusto Ribeiro e o nosso amigo Irapuan aquecendo os tamborins.
Momento hilário, que nos transporta para os bons tempos do contexto romântico da Princesa do Sul.
Marcelo Castro, Silas Freire e a intervenção em Floriano
Por: Jalinson Rodrigues ( jornalista )
O artigo publicado pelo ex-prefeito e deputado, José Bruno dos Santos (PMDB), no Portal Az (9/02/2012) e Jornal O Dia (edição de 12/02/2012) disseca com detalhes a crise do seu partido e expõe fatos que revelam interesses escusos sobre a próxima eleição para prefeito de Floriano. As revelações do histórico militante merecem atenção e remetem ao deputado federal Marcelo Castro, o apresentador Silas Freire e a intervenção no diretório municipal do PMDB.
José Bruno dos Santos um dos fundadores do antigo Movimento Democrático Brasileiro, partido que gerou o PMDB, afirma que ficou sabendo da intervenção no diretório florianense através de um canal de TV. Bruno escreveu, ainda, que o diretório estadual deseja entregar a direção municipal para o apresentador Silas freire, mas que não terá o apoio irrestrito, pois Marcelo Castro vai recomendar o candidato do PTB.
“Marcelo Castro me telefonou falando que Silas seria candidato, e foi enfático - Não subirei no palanque dele, pois o meu candidato daí é o Oscar Procópio candidato do Joel” (sic), escreveu Bruno dos Santos.
O articulista comentou que desde a última campanha para prefeito, quando o candidato Gilberto Júnior disputou o mandato pelo PMDB, o deputado Marcelo Castro impõe a sua vontade pessoal e comete infidelidade partidária, manifestando desprezo pelas lutas do PMDB no município de Floriano.
“Na eleição passada nenhum dos senhores membros pseudos donos do partido deram qualquer cobertura política aos candidatos a prefeito nesta cidade, faça-se justiça a Alberto Silva, o maior administrador do Piauí de todos os tempos e único Presidente do PMDB que emprestou apoio aos seus correligionários nesta cidade (sic)”, pontua Bruno.
Enfático, o experiente líder questiona a candidatura imposta do apresentador de TV. “Porque o Silas não se submete às falas das urnas? Floriano é a segunda cidade mais culta do Piauí, precisaria de um candidato que tentou São Francisco do Piauí e o eleitor disse não. Cidadãos bem empregados dizem que em cada casa que visita deixa uma oncinha como sua identidade, faz campanha antecipada na televisão, promove festas, paga orquestras, bebidas a vontade” (sic), declara.
Incisivo, o articulista interroga e desabafa. “ De onde vem tanto dinheiro? Foi o sortudo da loteria do Piauí? Esse candidato eleito respeitará o erário público? Só Deus sabe! Floriano não merece o candidato imposto por Teresina.
Neste imbróglio fica claro que o deputado Marcelo Castro é focado nos seus negócios. É o autor das emendas que garantiram bastante construção de calcamento no município de Floriano. Outro aspecto é sobre a candidatura e o prestígio de Silas Freire que, pelo exposto no artigo de Bruno dos Santos, correm riscos pela falta de fidelidade da cúpula do PMDB e os acordos feitos anteriormente. "A fidelidade obtida pelo dinheiro é vencida pelo dinheiro" (Sêneca).
2/13/2012
PARA O RESGATE DA MEMÓRIA DA CIDADE
NO MUNDO DA EDUCAÇÃO E DA CULTURA
ESCOLA NORMAL MUNICIPAL DE FLORIANO
PARTE II
Memórias do Professor Djalma Silva, transcrita de uma edição do Jornal de Floriano
Colaboração: Nelson Oliveira
A Escola Normal funcionava no prédio conhecido como “ a casa do senhor Marinho “. Um casarão com muitas salas e um imenso quintal de meia quadra cheio de árvores frutíferas: umbuzeiros, goiabeiras etc.
O meu diretor era o doutor Manoel Sobral Neto; o vice diretor a professora Hercília de Barros Camarço, que em várias oportunidades assumiu a direção. Secretário era o senhor Benedito Azevedo; vigilantes ou inspetores de alunos, além de dona Carmosina no curso de Adaptação, Maria de Lourdes Coelho,
Ana Magalhães Gomes e Heli Paiva; fiscal de governo, Antonio Veras de Holanda.
Ana Magalhães Gomes e Heli Paiva; fiscal de governo, Antonio Veras de Holanda.
O doutor Manoel Sobral Neto dirigia a Escola com mão firme. Muito enérgico, apesar de jovem, controlava as expansões de pouco mais de uma centena de moças e rapazes, considerados indisciplinados, por um regimento sobre muitos aspectos rígidos.
No corpo docente uma plêiade de professores de escola sem formação específica e sem qualquer preparo pedagógico a maioria, mas todos dominando disciplinas que lecionavam e era, além disso, de alto poder de comunicação e senso de responsabilidade.
Recordo aqui alguns que foram meus professores. Doutor Manoel Sobral Neto, formado em Direito, lecionava inglês e francês. Em suas aulas, como era costume, adotava a leitura e a tradução ou versão do texto e noções de gramáticas. Exercitava também a conversação envolvendo toda a classe. Como não perdia a oportunidade de uma reprimenda nos alunos que erravam, ninguém se arriscava a comparecer as aulas sem a lição sabida.
José Raimundo de Vasconcelos, o professor Zezinho, sem curso superior. Ensinava matemática. Explicava o ponto com muita desenvoltura numa linguagem impecável; explicava novamente se alguém demonstrava não ter apreendido. Passava exercícios e problemas que nunca repetia nas provas e exames. Homem de espírito expansivo mesmo, de ampla cultura, respondia qualquer pergunta que lhe fosse feita nos campos mais diversos do conhecimento. O que levava alguns alunos comentarem com malícia: “ o professor Zezinho quando não sabe, inventa!”
Dalva Nascimento. Normalista. Humanizava a física para os seus alunos.
João Rodrigues Vieira, mais conhecido por doutor Joça, era professor de Geografia. Farmacêutico. Foi também prefeito de Floriano. Seu método era por demais simplista, mas funcionava. Abria o compêndio de Veiga Cabral e lia, fazendo pequenos comentários. Na aula seguinte mandava cada aluno dissertar o ponto. Como a classe era pequena, isso era possível num espaço de 150 minutos. Grande figura humana o doutor Joca. Espírita praticante e atuante. Quando a aula terminava ele ficava conversando conosco por alguns momentos contando casos. Fazendo brincadeiras.
Albino Bento Leão da Fonseca ( o Binú ). Lecionava História com muito entusiasmo. Aulas interessantes, factuosas e agradavelmente expostas. Constantemente nos passave dissertações. Com grande admiração pelas mulheres, perdia-se às vezes nas exaltações às personagens históricas femininas de sua preferência. Em certa época lecionou português, motivando-nos com a literatura com freqüentes exercícios de redação.
Doutor Mário Dias Pereira. Agrônomo. Também professor de História. Grande professor, cujas aulas eloqüentes deixaram muito boas recordações.
Dona Ricardina ( não me recordo o sobrenome ) era, se não me engano, normalista. Outra professora de História, que lecionou em curto espaço de tempo, deixando agradáveis recordações, tanto pelas aulas bem expostas e simplística.
Dona Hercília Barros Camarço. Normalista. Grande professora de desenho e música. Mulher prendada. Pintava muito bem e tocava piano. Uma verdadeira artista e grande educadora a quem várias gerações de florianenses muito lhes devem.
Bartolomeu Barbosa Matos, o Bató, como era mais conhecido. Lecionava educação física . Um dos professores mais queridos da escola. Aberto, brincalhão, amigo, mas professor enérgico. Preenchia os seus 50 minutos de aula de modo intensivo; ordem unida, ginástica e jogos. Às vezes saía com os alunos pelas ruas da cidade em exercício de marcha e de resistência. Na véspera das festas cívicas, quando a escola tomava parte nos desfiles, Bato dedicava todos os seus esforços no preparo dos alunos e consequentemente numa boa apresentação do estabelecimento. Bato mais tarde foi vítima de uma inominável injustiça e demitido de sua cadeira.
Etelvina Gonçalves Nunes e Judite Santana. Duas grandes professoras de trabalhos manuais. Não poupavam os homens de alguns trabalhos com agulhas como fazer remendos e pregar botões.
Doutor Sebastião Martins de Araújo Costa, médico humanitário. Outra grande figura humana. Foi professor de biologia.
João Francisco Dantas. Músico e compositor. Foi por algum tempo professor de música.
Doutor Fernando de Oliveira Marques. Foi farmacêutico, foi prefeito de Floriano. Lecionava francês. E, apesar da idade, já avançada e da saúde precária, era pontual às aulas. Certa vez, em meio a uma das suas crises cardíacas, chegou à sala ofegante, cansado e nos disse: “ meu maior desejo é um dia tombar entre vocês.” Suas aulas seguiam métodos tradicionais: leituras. Tradução ou versão de textos, noções de gramática, conversação e frequentemente nos levava livros e jornais franceses para motivarmo-nos ou testar nossos conhecimentos. Um dia, doutor Fernando levou para a aula uma vida de Santa Teresinha. Abriu o volume sobre a mesa e chamou os alunos um a um para ler e traduzir trechos que ele indicava. Ao chegar minha vez, aproximei-me da mesa e, como os outros alunos, me coloquei ao lado dele. Doutor Fernando virou algumas folhas do livro e parou onde havia um pedacinho do manta da Santa. “ Leia! “ Exitei. Havia duas páginas. Qual delas deveria ler? “ Leia!”, insistiu o mestre. Procurei sair do impasse; nervoso, levei a mão à página onde estava o pedacinho do sagrado manto, tocando-o. Aqui? Doutor Fernando bateu com o punho na mesa e explodiu: “ Seu bandido em relíquia não se pega”. Era assim o doutor Fernando Marques, mas amigo, compassivo, sentimental. Notável figura humana que marcou, com suas aulas, e seu modo de ser, aqueles que gozaram da sua ventura de tê-lo tido como mestre.
2/10/2012
CORRESPONDÊNCIA
Carta de Delmar Mendes dos Reis, de Belo Horizonte para Rafael da Fonseca Rocha, Brasília, datada de 14 de março de 2006.
Prezado Amigo,
Saúde, Paz e Felicidades extensivos à Exma Família.
Inicialmente, agradeço-lhe, uma vez mais, pela oferta que me fez dos livros - “ FLORIANO, de nostálgicas recordações “ e o “ Era uma vez “.
Você viveu em Floriano, mais tempo do que eu, pois deixei a nossa terra aos vinte anos de idade, isto é, em 1935, quando fui para Teresina, onde vivi por oito anos, e em fevereiro de 1944, vim para Minas Gerais – Belo Horizonte. Em abril desse ano fiz concurso para o Banco Hipotecário, e em junho a diretoria deste determinou que eu iniciasse a vida bancária em Teófilo Otoni , cidade onde constituí família dois anos depois, em dezembro de 1946. Entre esta cidade, Jequitinhonha, Pedra Azul e Resplendor, decorreram dezoito anos, quando em 1964 fixei residência definitiva em Belo Horizonte , em decorrência de minha promoção de gerente para inspetor. Nesta função viajei quase quinze anos, até minha aposentadoria em 1979.
Lendo suas reminiscências no “ Era uma vez “, em que você, à sombra dos pés de tamarindos, na beira do rio Parnaíba, transformou-se num nostálgico sonhador do tempo de sua juventude, recordei-me de quatro pessoas distintas: o velho Zé Guimarães, sentado em sua cadeira de balanço lendo jornais à sombra de um frondoso pé de castanheira; do senhor Polidoro, que tinha uma perna de pau; do intelectual Serafim Gomes neto, o qual periodicamente sofria das faculdades mentais, e do amigo Eleutério Rezende, atravessando o rio pé, varejando a sua canoa até Barão de Grajaú.
Eu, apesar de minha pouca idade, tinha muitas amizades com pessoas de mais idade, entre estas, cito: Dico Leão, seu tio, que muito me incentivou para que eu viesse para Minas; Netinho, Amâncio Calland, Milad Kalume ( este escreveu para mim o alfabeto árabe, para eu aprender sua língua ). Conheci muito seu tio Doca Rocha, cujo bar de sua propriedade foi vendido para o senhor Calixto Lobo, que entregou a direção do dito bar para o senhor Moisés Kinahier explorar e servir de ponto de reunião dos “ carcamanos “ nas horas de ociosidade.
No seu livro “ Floriano “, além de outros assuntos, você fala sobre o Teatro “ Polyteama “, o qual foi construído em cima do riacho do “ Gato “, por iniciativa do Cel. Hermano Brandão. Este teatro, além da arte cênica, funcionou como cinema mudo. Também serviu para bailes à fantasia nos dias carnavalescos da sociedade florianense.
Sobre o jantar oferecido ao Tenente-Coronel ( não general ) João Alberto Lins de Barros, o qual se realizou na residência do senhor Fernando Alves da Silva, sendo que o piano onde o referido revolucionário dedilhou algumas peças musicais, pertencia à professora Hercília Barros Camarço. Como um dos assistentes ao evento através das janelas, fiquei admirado ao ver um homem tocando piano, eis que, com dez anos de idade, pensava que somente as pessoas do sexo feminino, tocava referido instrumento musical.
No tópico gente, onde você escreveu sobre Zé Caboré e João Guerra, ao terminar a descrição deste, você começou: duro, até achei que o assunto ainda era sobre o João, porém, tratava-se do senhor Raimundo Ramos, farmacêutico prático, marido de dona Mundola.
Com referência ao poeta Véras de Holanda, cuja esposa era filha do senhor Anfilófio Melo, rendo-lhe também minhas homenagens, pelo primor de seus versos, especialmente o poema “ O Trinta e Dois” e o hino “ Minha Terra”. Infelizmente ele morreu moço, de tuberculose, doença que perseguia os poetas de antanho.
Você faz referência, com muita propriedade, o descaso com que são tratados aqueles artistas, cujos trabalhos foram reconhecidos por outrem, não merecendo das pessoas ou autoridades de seu torrão natal, nenhum prêmio ou incentivo pelo serviço executado. Bem diz o ditado: “ ninguém é profeta em sua terra”.
Os dois prefaciantes dos livros merecem, com certeza, os nossos aplausos, sendo desnecessários maiores comentários.
Terminando, observei que você é um eterno saudosista de sua terra, além de ficionista e sonhador. Continue assim.
Mais uma vez parabéns e obrigado.
Ao seu inteiro dispor, abraços do conterrâneo
Delmar Mendes dos Reis
2/09/2012
PARA O RESGATE DA MEMÓRIA DA CIDADE
NO MUNDO DA EDUCAÇÃO E CULTURA
ESCOLA NORMAL MUNICIPAL DE FLORIANO I
Das Memórias do Professor Djalma Silva ( transcrito do Jornal de Floriano, edição de nº 428 de 28/04 a 03/05/1985 ).
Notas explicativas: Nelson Oliveira
1929 foi um ano excepcional para a educação em Floriano. Além do Grupo Escolar Agrônomo Parentes, foi fundado o Liceu Municipal Florianense e anexo a ele a Escola Normal Municipal de Floriano. Estabelecimentos que a cidade deveu a uma plêiade de homens de escola entre os quais doutor Osvaldo da Costa e Silva, doutor Teodoro Ferreira Sobral, doutor José Messias Cavalcante, com o apoio do Deputado Estadual doutor José Puíres de Lima Rebelo.
À época, caracterizava-se por um extremo elitismo na educação que se traduzia principalmente no excesso de cautela e exigência e exigências com que as autoridades procuravam cercar a instalação de escolas. E o Liceu Florianense não pôde ter vida longa. Em 1932, após a frustração e desastres, como bem expressou o doutor Osvaldo da Costa e Silva, em uma entrevista concedida à revista ZODÍACO dos alunos do Ginásio Demóstenes Avelino de Teresina, encerrou suas atividades.
O pretexto para o fechamento compulsório dói a deficiência de gabinete de física e química. Esse gabinete deficiente para os técnicos do Ministério da Educação e Saúde eu conheci. Ocupava toda uma sala. E comparando com os laboratórios dos estabelecimentos de hoje, que os possuem, era, sem dúvida, riquíssimo.
Mas fechado o Liceu, a Escola Normal continuou. E foi por muitos anos o único estabelecimento de ensino pós primário com que puderam contar os jovens florianenses que desejavam continuar seus estudos e não tinham recursos para estudar fora.
Escola voltada para a formação de professores primários, isolada, sem qualquer vínculo com o curso superior, tinha de fazer exame de admissão e entrar na primeira série.
Além disso, escola incompleta. Dos cinco anos que constituía o curso normal, propriamente dito, ministrava as três primeiras séries, devendo aqueles que quisessem diplomar-se ir para Teresina.
Cursei a Escola Normal Municipal de Floriano em 1934 a 1937 e a ela sumamente por me ter possibilitado continuar meus estudos há dois anos interrompidos por falta de recursos para ir estudar em outras plagas, e por ter me proporcionado o encontro com uma profissão que tem sido a razão de ser da minha vida.
Primeiro, fazia-se um curso propedêntico de dois anos, anexos a escola, o curso de adaptação. Este curso eu o fiz de 1934 para 1935. Minha classe era mais ou menos numerosa. A maioria, mulheres. Entre colegas, recordo-me: Maria da Costa Ramos ( 1 ), Judith Martins ( 2 ), Zuleika Santana, Hildenê Silva, Helena Reis, Assibe Bucar ( 2 ), Amália Nunes ( 3 ), Maria Lilita Vieira, Maria da Penha Sá, Olavo Freitas, Heli Rodrigues, Horácio Vieira da Rocha, Américo de Castro Matos, Milton Chaves ( 4 ), Raimundo Noleto e Joaquim Lustosa ( 5 ).
Na vigilância estava dona Carmosina Batista, muito dedicada, mas fiel cumpridora das ordens emanadas da direção da Escola. No intervalo das aulas os alunos tendiam conversar descontraídamente. Dona Carmosina, bradava: “ silêncio! “ E se alguns se excedia nas atitudes ela ameaçava: “ vou dar parte ao Diretor! “
E dava mesmo. E o denunciado podia, conforme a falta, pegar uma simples repreensão ou logo uma suspensão.
Eu, não obstante pacato, fui denunciado por duas vezes. Na primeira, a diretoria me repreendeu e advertiu: “ não faça outra! “ Mas acabei fazendo.
Em conluio com Olavo Melo e Milton Chaves. Não me lembro o que fizemos. Sei que não foi coisa grave. Porém, como éramos reincidentes ou já tínhamos sido repreendidos, pegamos três dias úteis de suspensão.
Dos professores que recordo, doutor Manoel Sobral Neto ( 6 ), também diretor, que lecionava francês; doutor Rodrigues Vieira, que lecionava Geografia; Alceu do Amarante Brandão, que lecionava português; Dalva Nascimento, que lecionava aritmética e parece-me que ciência.
O curso de Adaptação era previsto para dois anos. No fim do primeiro foi nos facultado aproveitar o período de férias para fazer as disciplinas do segundo ano, de sorte que em 1935 os aprovados puderam matricular-se no primeiro ano do curso normal.
NOTAS EXPLICATIVAS:
- Filha do senhor Ramos, antigo funcionário da extinta Farmácia Sobral, onde prestava serviços de manipulação de remédios, emérito aplicador de injeções;
- Irmã do senhor Arudá Bucar, tia da Elza, Elda, Carlos e outros;
- Funcionária dos correios e telégrafos nas décadas de 50 e 60, tendo morado na residência da senhora Conceição Leão por muitos anos e era parenta do coronel Autino Nunes;
- Cunhado do senhor José Cronemberger dos Reis, tio de Antonio Reis Neto, Airton e outros. Formou-se em direito, chegando ao cargo de desembargador do Tribunal de Justiça do Piauí;
- Casado em primeiras núpcias com a senhora Altair Nogueira e em segunda com a doutora Afonsina, ambas filhas do senhor Afonso de Macedo Nogueira empresário do ramo de transporte fluvial. O doutor Joaquim Lustosa foi deputado federal pelo Piauí na década de 60, eleito pela UDN. Era advogado.
A TRADUÇÃO DE GILMAR DUARTE
Por: Jalinson Rodrigues
Os militantes do PT não estão decididos sobre o apoio ao pré-candidato da base de sustentação do prefeito de Floriano, Joel Rodrigues (PTB). A indicação do vice-prefeito, Oscar Procópio (PTB) não aglutina os aliados no projeto de eleição do sucessor. Esta questão fica exposta na “luta de braço” entre os dois vereadores petistas, Raimundo Martins, que rompeu com a base desde o início do seu mandato, e Edvaldo Araújo, suplente que ocupa uma vaga na Câmara Municipal, fruto da coligação na eleição passada. Numa nota oficial, o vereador Edvaldo afirma que inexiste acordo prévio para a eleição de 2012.
Agora a história é outra. O PT, de acordo com as últimas declarações das duas tendências internas, pode não configurar como aliado do pré-candidato, Oscar Procópio. O PT já apresentou até o seu pré-candidato, o ex-vereador e professor Gilmar Duarte.
Essa postura do PT é legítima e consciente, pois o ex-vereador Gilmar Duarte é quadro de luxo do Partido, com cacife em nível de igualdade com todos os pré-candidatos de outras orientações políticas. O professor Gilmar foi destaque por dois mandatos de vereador na oposição ao ex-prefeito José Leão. Conta, também, na sua biográfica, o fato de acumular a condição de mestre de várias gerações de estudantes do Colégio Agrícola de Floriano, inclusive do vereador Edvaldo Araújo. Também, gestor público probo e criativo. O marketing político, que é uma condição fundamental para o marketing eleitoral, o professor Gilmar Duarte tem de sobra.
Esse intento do professor Gilmar torna-se mais favorável com o senador Wellington Dias avalizando seu projeto na capitação de votos. Outro fator positivo é a sobreposição do projeto municipal com os projetos de Lula e Dilma no plano nacional. O município de Floriano precisa correr para recuperar os anos perdidos.
Portanto, é um candidato competitivo e o PT parece querer potencializar está oportunidade de chegar a Prefeitura de Floriano. Uma situação que na pior das hipóteses ajuda a ampliar a sua bancada na Câmara Municipal. Assim, a pré-candidatura do professor pode ser a tradução de mais conquistas para os petistas.
Pode ser que o prefeito Joel Rodrigues não se agrade com essa articulação do seu mais novo ex-aliado. O que motiva o PT nesta empreita, pelo que afirma o vereador Raimundo Martins em declarações nos meios de comunicação, é a falta de sintonia entre o projeto do PT e o projeto personificado do atual prefeito, que mantém a família em cargos privilegiados na gestão municipal, em detrimentos da qualidade nas políticas públicas. “O castigo dos bons que não fazem política é ser governados pelos maus” define o pensador Platão.
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