11/26/2011

Encontro Nacional de Cinema e Vídeo dos Sertões

Até domingo (27), a cidade de Floriano recebe exibições de filmes e cineastas de todo país na sexta edição do Encontro Nacional de Cinema e Vídeo dos Sertões. Mobilizando toda região, o evento cresce a cada ano, tornando o Estado um verdadeiro celeiro cultural com oficinas, apresentações musicais e dezenas de exibições.
 
Segundo Rodrigo Mattos, diretor de “Trampolim do Forte”, longa que será exibido no encerramento do Encontro Nacional, em todo o Brasil existem centenas de festivais, alguns mais mercadológicos, outros mais políticos, outros em busca de linguagens inovadores. “Já o Encontro de Cinema e Video dos Sertões centra os seus objetivos na formação de platéias e na difusão da nossa cinematografia longe dos eixos sul-sudeste”, afirmou. “Creio que a importância maior de um encontro deste gênero esteja no seu teor de formação de platéias”, concluiu Rodrigo.

 Além de exibir “Trampolim do Forte”, o cineasta foi responsável por uma das oficinas realizadas durante o evento. Abordando “O processo criativo em um longa metragem de ficção de baixo-orçamento”, Rodrigo faz  um link direto com o filme que exibe no Encontro.

Também participando do evento, a produtora cultural paulista Ingrid Gonçalves, responsável por “Cinema de Guerrilha” (documentário que já participou de diversos festivais), destaca a importância de participar do Encontro e trazer ao Piauí a formação de novos olhares, ensinar e disponibilizar a arte para as pessoas. “É importante provocar reflexões em regiões distantes dos grandes centros, reunir público da região para assistir, discutir, mesclar e aprender sobre temas culturais atuais e relevantes”, afirma Ingrid.

O Encontro foi dividido em duas categorias: Mostra Competitiva, onde serão exibidos os longas-metragens e os curtas-metragens, e uma mostra não competitiva. Os filmes que irão competir serão exibidos no Cine Teatro Maria Bonita, sempre às 19h, já os não competitivos estão sendo rodados no Teatro Cidade Cenográfica, CAFS e IFPI, durante todo o dia.

Com patrocínio da Petrobras, o Encontro Nacional de Cinema e Vídeo dos Sertões foi selecionado pelo Programa Petrobras de Cultura, do Ministério da Cultura, através da Secretaria da Cidadania Cultural e Premio Areté, tendo como realizadores a Escalet Produções Cinematográficas e o Pontão de Cultura “Cultura Viva ao Alcance de Todos”.

Fonte: Cidade Verde

11/21/2011

ESCOLA NORMAL

 


ESCOLA NORMAL

Por: Seu Nelson Oliveira

1929 foi um ano excepcional para educação em Floriano. Além do Grupo Escolar Agrônomo Parentes, foi fundado o Liceu Municipal Florianense, e, anexo a ele, a Escola Normal Municipal de Floriano. Estabelecimentos que a cidade deve a uma plêiade (grupo) de homens de escol (nata, fina flor) entre os quais Dr. Osvaldo da Costa e Silva, Dr. Theodoro Ferreira Sobral, Dr. José Messias Cavalcante, com o apoio do deputado estadual, Dr. José Pires de Lima Rebelo.

A época caracterizava-se por um extremo elitismo na educação que se traduzia principalmente no excesso de cautelas e exigências com que as autoridades procuravam cercar a instalação de escolas. E o LICEU não pôde ter vida longa. Em 1932, após frustração e desastres, como bem expressa o Dr. Osvaldo da Costa e Silva, em uma entrevista concedida a revista “ZODÍACO” dos alunos do Ginásio Demóstenes Avelino de Teresina, encerrou suas atividades.

O pretexto para o fechamento compulsório foi à deficiência do gabinete de física e química. Esse gabinete deficiente para os técnicos do Ministério da Educação e Saúde eu conheci.

Ocupava toda uma sala. E comparando-se com os laboratórios dos estabelecimentos de hoje, que os possuem, era sem dúvida riquíssimo.
Mas fechado o LICEU, a Escola Normal continuou. E foi por muitos anos o único estabelecimento de ensino pós primário com que puderam contar os jovens florianenses que desejavam continuar seus estudos e não tinham recursos para estudar fora.
ESCOLA NORMAL DE FLORIANO – 1937

1ª Fila sentados (Esquerda para a Direita): João Francisco Dantas (Professor), Alzira Coelho Marques (Professora), Fernando Marques (Professor), Não recordo o nome, Antonio Veras De Holanda (Fiscal do Governo), Hercilia Barros Camargo (Diretora), João Rodrigues Vieira (Professor), Ricardina (Professora), Albino Leão da Fonseca (Professor),Emid Vieira da Rocha (Secretária);

2ª Fila: Ana Magalhães Gomes (Inspetora de Alunos), Américo de Castro Matos, José Vilarinho Messias, Djalma Silva (como aluno), Não recordo o nome, Ida Frejat, Maria do Carmo Alves, Adaíla Carnib, Zuleica Santana, Aldenora da Silva Correia, Horácio Vieira Rocha, Antonio Alves da Rocha, Jose de Araujo Costa, Nely Paiva (Inspetora de Alunos);

3ª Fila: Maria Adélia Waquim, Clarice Fonseca, Iete Freitas, Não recordo o nome, Hilda Carvalho, Maria Amelia Martins, Lenir de Araujo Costa, Zizi Neiva, Maria do Carmo Castelo, Assibe Bucar, Dayse Sobral, Francisca, Lucinda Vilarinho Messias;

4ª Fila: Não recordo o nome, Maria da Penha Sá, Não recordo o nome, Maria Constancia de Freitas, Não recordo o nome, Não recordo o nome, Maria Henriqueta Franco, Judith Martins, Maria do Carmo Ramos,, Maria Miranda, Zélia Martins de Araujo Costa, Maria Lilita Vieira, Nilza Araújo, Antonieta Martins, Ecléia Frejat. - Acervo do Profº Djalma Silva).

Escola voltada para a formação de professores primários, isolada, sem qualquer vínculo com o curso superior ou mesmo com o curso secundário. Quem a cursasse e no decorrer do curso pretendesse passar para uma escola secundária a única que dava acesso ao curso superior, tinha de fazer exame de admissão e entrar na primeira série.

Alem disso, escola incompleta. Dos 5 anos que constituiu o curso normal propriamente dito, ministrava as 3 primeiras séries, devendo aqueles que quisessem diplomar-se, ir para Teresina.

Cursei a Escola Normal Municipal de Floriano de 1934 a 1937, e a ela sumamente grato por me ter possibilitado continuar meus estudos há dois anos interrompidos por falta de recursos para ir estudar em outras praças, e por ter me proporcionado o encontro com uma profissão que tem sido a razão de ser da minha vida.

Primeiro fazia-se um curso propedêutico (preliminar) de dois anos, anexos a escola – o Curso de Adaptação. Este curso eu a fiz de 1934 para 1935, minha classe era mais menos numerosa. A maioria mulheres. Entre colegas recordo-me: Maria da Costa Ramos (1), Judith Martins, Zuleide Santana, Hildinê Silva, Helena Reis, Assibe Bucar (2), Amália Nunes (3), Maria Lilita Vieira, Maria da Penha Sá, Olavo Freitas, Heli Rodrigues, Horácio Vieira da Rocha, Américo de Castro Matos, Milton Chaves (4), Raimundo Noleto e Joaquim Lustosa (5).

Na vigilância estava Dona Carmosina Batista, muito dedicada mas fiel cumpridora das ordens emanadas da direção da Escola. Nos intervalos das aulas os alunos tendiam conversar descontraidamente. Dona Carmosina Batista, bradava: - Silêncio! E se alguém se excedia nas atitudes ela ameaçava!

- vou dar parte ao diretor!

E dava mesmo. E o denunciado podia, conforme a falta, pegar uma simples repreensão ou logo uma suspensão.

Eu, não obstante pacato, fui denunciado duas vezes. Na primeira o diretor me repreendeu e advertiu:

- Não faça outra.

Mas acabei fazendo. Em acordo com Olavo Melo e Milton Chaves. Não me lembro o que fizemos.

Sei que não foi coisa grave. Porém como éramos reincidentes ou já tínhamos sido repreendidos, pegamos 3 dias úteis de suspensão.
Dos professores que recordo: Dr. Manoel Sobral Neto (6) também diretor, que lecionava francês; Dr. Rodrigues Vieira, que lecionava Geografia; Alceu do Amarante Brandão, que lecionava português; Dalva Nascimento que lecionava aritmética e parece-me que ciência.

O curso de Adaptação era previsto para dois anos. No fim do primeiro foi nos facultado aproveitar o período de férias para fazer as disciplinas do segundo ano. De sorte que em 1935 os aprovados puderam matricular-se no 1º ano do curso normal.

NOTAS IMPORTANTES:

1. Filha do Sr. Ramos da Farmácia Sobral;
2. Irmã do Sr. Arudá Bucar;
3. Funcionária dos Correios parenta do Senador Helvídio Nunes, de Picos;
4. Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Piauí, irmão da Dona Nazinha, esposa do Sr. José Cronemberger dos Reis e consequentemente tio de Antonio Reis Neto, Airton Arrais Cronemberger, Antonio José e Paulo;
5. Deputado Federal pelo Piauí, esposo em segunda núpcias, da Doutora Afonsina Nogueira;
6. Fundador do Instituto Santa Teresinha que depois passou denominar-se Ginásio Santa Teresinha, e também seu diretor por mais de 40 anos.

Transcrito do Jornal de Floriano Edição nº 324 de 1985

Pesquisa: César de Antonio Sobrinho.

Fotos: A rquivos Prof. Djalma Silva - 1929

11/20/2011

Obras da Hidrelétrica de Floriano poderão começar em abril/2012

A Agência Nacional de Energia Elétrica – Aneel – aprovou nesta sexta-feira (18) o edital do leilão para compra de energia elétrica número 07/2011. Com isso, no dia 20 de dezembro, estão autorizadas as vendas de energia elétrica em vários estados, já levando em conta inclusive três novas usinas hidrelétricas das cinco com construção prevista no rio Parnaíba, entre o Piauí e o Maranhão. Os vencedores terão o direito de construir as barragens, com início das obras previsto para abril de 2012.

O leilão engloba as usinas de Estreito Parnaíba, Cachoeira (Floriano) e Castelhano, que não poderão ser licitadas separadamente. Elas são as únicas com licença ambiental prévia já concedida entre as listadas para a venda de energia. O preço estabelecido para o Megawatt-hora é de R$ 101.

Segundo a Aneel, os contratos de comercialização de energia em ambiente regulado na modalidade quantidade de energia, caso das fontes hídricas, terão prazo de duração de 30 anos. O suprimento dos empreendimentos tem início previsto para 1º de janeiro de 2016. Quem vencer o leilão de hidrelétricas ainda receberá a outorga de concessão de uso do bem público destinada à produção independente de energia.
Em outubro, o Ministério Público Federal no Piauí chegou a ingressar com ação na 2ª Vara da Justiça Federal para tentar impedir o leilão, alegando irregularidades e inconsistências encontradas nos estudos de viabilidade ambiental. O procurador da República Marco Aurélio Adão pediu que a Justiça impeça o início de qualquer obra nas cinco usinas hidrelétricas previstas para o rio Parnaíba até a conclusão da ação ou a realização de novos estudos de impacto ambiental.

Em 2010, durante as discussões sobre a construção das cinco barragens, o principal foco dos protestos foi Castelhano. O projeto original previa que o povoado Riacho dos Negros, em Palmeirais, onde vivem cerca de 400 famílias, teria de desaparecer.

Fonte: Cidadeverde.com

11/17/2011

ANTONIO DE MELO SOBRINHO E FAMÍLIA

FAMÍLIA MELO - E ASSIM TUDO COMEÇOU

Pesquisa: Tibério Melo

Seu Roberto Batista, Corró, fazendeiro, comerciante e autoridade do lugar Veados, hoje Artur Passos, no sertão piauiense, às margens do médio Parnaíba tinha 3 filhas, Maria de Lourdes, Doralice e Maria do Carmo, do casamento com Margarida, de pequena estatura, distinta e elegante senhora, aos padrões da época.

Maria de Lourdes, a mais velha, precisando tratar dos dentes, eis que teve que se deslocar para a cidade de Floriano a montante do Rio Parnaiba. A partida foi um show no lugarejo quando a mocinha teve, aos 10 anos, que embarcar, num bote, com uma sombrinha de modo a se proteger dos raios do tórrido sol nordestino. Foi seu primeiro contato com aquela cidade que viria a ser o torrão de sua familia. Após o tratamento a garota retornou à casa dos pais com mil novidades para as suas irmãs Doralice e Docarmo, ainda de tenra idade, e amigas. Hospedara-se na casa do Sr. Vicente Roque, comerciante e grande amigo do Sr. Roberto Corró.

Aos 14 anos a pré-adolescente teve que voltar a Floriano, ainda com problemas dentários. Desta feita hospedara-se na casa da Sra. Constantina, filha do Sr. José Pacífico, esposo de D. Aurora, prima de D. Margarida. Próximo dalí morava um distinto rapaz que ao ver a donzela teve seu coração abalado por emoções até então desconhecidas.

Não conseguindo conter a agonia o jovem dirigiu-se à mocinha revelando as emoções que só ela podia conter. Ela disse que não sabia o que fazer mas que por pena tentaria algo que pudesse livrá-lo de tão angustiante emoção. E começaram a falar coisas de amor. Logo, logo, as palpitações foram abrandando e aí nasceu uma relação que já passou das bodas de diamante. Bravos!!!

Para a saudade dos dois, eis que a mocinha teve que retornar ao lugarejo Veados. Ao voltar, D. Margarida não demorou a desconfiar do comportamento da filha. Percebeu que a garota enjoara das bonecas e logo tratou de descobrir quem estava na linha de frente. A mocinha teve que se revelar sob as pressões da Matrona.

Aos 15 anos, não suportando a saudade, a moça disse que precisava fazer curso de corte e costura com uma costureira, famosa professora modista, D. Raimunda Pio. Lá que D. Margarida cedeu mas só porque hospedar-se-ia na casa de seu irmão, Benedito Batista, com mil recomendações. Cuidado com a moça. Desta vez Doralice, também, viera a Floriano e fora matriculada no Odorico às escondidas, mas Seu Roberto acabou se convencendo e resolveu montar uma residência na cidade de Floriano na Rua São João, hoje Defala Attem.

Antes desta mudança, o jovem apaixonado, Antonio Melo, teve que visitar os pais da moça em Veados. Até que foi bem recebido pelos futuros sogros mas as primas da moça não acharam nenhuma graça no rapaz pois não tinha, pelo menos, um dente de ouro. Ali mesmo o jovem pediu a mão da moça em casamento que veio a ocorrer em 08 de novembro de 1947.

11/16/2011

ESTUDANTES DE FLORIANO REALIZAM A II OLIMPIADA DA AFES

A Associação Florianense dos Estudantes Secundaristas – AFES está realizando em Floriano a II Olimpíadas AFES, no CAF e IFPI, de 13 a 19 de novembro. O objetivo é promover o intercâmbio e a confraternização entre os estudantes do município, propiciando crescimento cultural e desportivo.

Segundo a Comissão Olímpica da Afes, a olimpíada vai mobilizar mais de 300 estudantes distribuídos em quatro modalidades (Futsal, Handebol, Jiu-Jítsu e Judô), sendo que tanto o Jiu-Jítsu e o Judô foram implantados esse ano, com o intuito de estar contribuindo pra o crescimento das mesmas no município.

A comissão já estuda a possibilidade da implantação de novas modalidades para a próxima edição, assim aumentando o número de estudantes e incentivando a prática nas mais diferentes modalidades.
Com informações da AFES

11/15/2011

Atriz florianense vive drama real em novela da Rede Globo

Deborah Kalume, coadjuvante da trama A Vida da Gente, Rede Globo,é mulher do cineasta Fábio Barreto, que sofreu traumatismo craniano ao capotar o carro no dia 19 de dezembro de 2009.
Natural de Floriano, no interior do Piauí, Deborah — que ainda carrega um leve sotaque de sua região — saiu cedo da casa dos pais para morar com os avós maternos no Rio, aos 16 anos. Cursou Informática na PUC-Rio e começou a estagiar na área aos 19. Em 2003, depois de passar uma temporada de seis meses em Genebra, na Suíça, para estudar francês, decidiu que iria se matricular num curso de interpretação para cinema. As aulas eram ministradas por Fábio. A atriz assistira a “O quatrilho”, mas não ligou imediatamente o nome do diretor ao professor.
Deborah alimenta a esperança de ver o marido recuperado. O diretor de “Lula, o filho do Brasil” não chegou a participar do lançamento do filme, em 2010. Permanece inconsciente até hoje. Depois de passar três meses no hospital — foram 23 dias em coma induzido —, foi transferido para o endereço do casal, em Botafogo.
Fábio tem a assistência de enfermeiros 24 horas. A mulher não sai de perto. Conversa com ele, assiste a filmes a seu lado, alimenta um mural com fotos de momentos felizes da família na parede do quarto em que ele está instalado. E faz questão de que o filho, João, de 5 anos, interaja com o pai.
“Evito ser dramática, já é tudo muito triste na minha casa. Mas a vida que tenho hoje é essa, e achei que poderia contribuir com essa personagem”, afirma atriz, na novela, uma personagem também está em coma.
Hoje, a atriz de 34 anos lida com o tempo de outra forma. Graças à psicanálise, está menos ansiosa e já não sai da cama todos os dias pensando que o marido vai despertar a qualquer momento. A sensação que tem, explica, é a de que a vida se divide em antes e depois do acidente.
Este ano, decidiu retomar a carreira na TV, iniciada em “Malhação” em 2008. Em abril, gravou um teste de vídeo na TV Globo, atuando numa cena cômica. Meses depois, foi enfim recrutada por um dos produtores de elenco da novela. A volta ao trabalho no papel de uma enfermeira que cuida de uma paciente em coma foi por acaso.
No ar em sua terceira novela, Deborah reconhece que ainda tem muito a aprender. Mas, claro, não sabe os planos que o destino lhe reserva: “só terminei o curso na CAL este ano. Era o único momento em que eu saía de casa, por quatro horas, e isso me ajudou a segurar a barra”, diz.
Fonte : O Globo

11/12/2011

IMPRENSA EM FLORIANO


Floriano, antiga Colônia Agrícola instalada pelo agrônomo doutor Francisco Parentes, no terceiro quartel  do século passado. Depois de Teresina, Floriano foi a cidade que, após seu nascimento, teve imprensa no menor tempo, pois em 1905 apareceu seu primeiro jornal, que nos dá notícia Joel Oliveira, Vida Comercial.
Em 1912 ( outubro ), João Pires Ferreira fez circular o Serip, como órgão de publicidade da firma comercial Neto, Pires & Cia – Sucessores. O estranho título do jornal representava o endereço comercial da aludida firma que, por sua vez, era a inversão da palavra Pires. Teve pouca duração, sendo substituído em 1914 ( 27/11 ), pelo O Popular, propriedade do mesmo João Pires Ferreira, que o editava em tipografia própria.
O Popular foi o jornal de maior duração em Floriano, pois viveu até 1933. Tinha uma das maiores tiragens do Estado: 1.200 exemplares. Circulava aos domingos.
João Pires foi, mais tarde , substituído por seu filho, José Pires Ferreira. A respeito deste conta-nos o cronista Carlos Borromeu ( Almanaque da Parnaiba – 1951 ), o seguinte e curioso episódio:
“ O jovem José Pires foi tentar a vida no Pará. Mas, com a mania do jornal adquirida do pai, fundou em Breves, naquele Estado, A Cidade de Breves. Na mesma cidade mandava o Coronel Lourenço Borges, que era ao mesmo tempo Intendente ( prefeito ) da cidade, senador pelo Pará, Coronel da Guarda Nacional e comerciante exportador.
Devido a um artigo do jornal que desagradou ao potentado, José Pires foi preso e processado por sedução na pessoa da mais conhecida prostituta da cidade. Incomunicável e sem comer há 48 horas, pediu a guarda que fizesse ciência do fato aoCoronel. Este, pelo mesmo guarda, mandou-lhe algumas balas de calibre 44, numa cuia, para o desjejum.
Solto, José Pires voltou para Floriano, ali dedicando-se a ´O Popular, pelo resto da vida.”
De 1918 ( 24/04 ) a 1924, saiu O Livro, mensário dos alunos do Colégio 24 de Fevereiro, dirigido pelo Pe. Lindolfo Uchoa. Em 1920 ( agosto ) circulou A Cidade de Floriano, de Antonio Lemos, colaboração de João Ferry, Heráclito Sousa e Nelson Cruz. Teve a duração de somente cinco meses, pois que com o número 71, de 04/01/1921, desapareceu em virtude de seu proprietário haver abandonado a cidade, sob ameaça de agressão, devido a um artigo publicado contra o chefe político da situação.
O último jornal de grande duração e influência no meio, foi O Floriano ( 12/10/1925 a 1935 ), no qual colaboraram Pedro Borges da Silva, Osvaldo da Costa e Silva, Francisco Osterne, Alceu Brandão, Veras de Holanda, José Messias Cavalcante e Da Costa Andrade.
No mesmo ano em que surgiu O Floriano, em 1925, a cidade teve também outro jornal fora dos moldes convencionais. Trata-se de O Libertador, órgão revolucionário da coluna Prestes, redigido por integrantes da mesma.
Ao próprio Nelson Werneck Sodré, que ao escrever sua História da Imprensa no Brasil procurou obter tudo sobre a imprensa revolucionária, passou despercebido este jornal que a Coluna editou em várias cidades por ela ocupadas, no percurso de sua longa marcha.
O fato veio-nos ao conhecimento através de um antigo comerciante, que em sua juventude foi tropeiro no sul do Piauí e Maranhão. Depois, investigando, localizamos o fiscal de renda aposentado do Estado, também jornalista Amâncio Calland, que em 1925, quando da ocupação de Floriano pelos rebeldes, iniciava a vida ali como tipógrafo do citado jornal O Floriano.
Contou-nos Calland que, com a aproximação da Coluna, a cidade ficou praticamente deserta. No dia seguinte à ocupação, empastelaram o jornal O Popular, cujas oficinas e redação estavam abandonadas. Logo após apareceu nas oficinas d´O Floriano, no fundo de cujo prédio morava o nosso informante e protagonista, o Major rebelde de nome Lira. Indagou se havia condições para tirar uma edição do jornal da Coluna, O Libertador.
Calland prontificou-se a fazer tudo sozinho, pois que ainda dispunha de um resto de papel. Foi, então, pelo Major Lira, apresentado a um Tenente muito jovem, que redigiu toda a matéria, constante exclusivamente de proclamações ao povo.
Recorda-se Calland que o número de ordem dado a`O Libertador, em Floriano, era superior a 10, prova evidente de que já o haviam editado em outras cidades anteriormente ocupadas.
De então a esta data, não apareceram mais jornais de grande duração na cidade. Em compensação, esta tornou-se uma das mais importantes do Estado, conhecida como a Princesa do Sul, em contrapartida a Parnaiba, chamada Princesa do Norte. Sua imprensavem tomando um caráter cada vez mais sério.
Fonte: História da Imprensa no Piauí





HISTÓRIAS DE FLORIANO

  FOLCLORE ÁRABE - FLORIANENSE ATITUDE SUSPEITA Salomão Cury-Rad Oka Na época áurea do comércio árabe-florianense, os clubes sociais e os cl...