Tratava-se de uma decisão extremamente importante dos torneios que eram disputados na quadra da velha Escola Normal. A curriola juntou-se para decidir o campeonato dentro de um clima acirrado e os ânimos bastante exaltados dada a magnitude dos eventos que ali se disputava.
Tudo bem. A rua do Fogo jogava contra o time da rua do Cruzeiro; as equipes, decididamente, mostravam seus principais craques para ganhar o torneio. O tempo estava nublado, dando um termômetro lírico naquela tarde de domingo.
Dos foguenses, por exemplo, apareceram o Cazuza, Nilmar, Jotinha, Netinho, Leal e Ribinha e Alan Kardeck; já a agremiação da rua do Cruzeiro queria ganhar a taça com Juvenal, Deló, Josair, Silva de dona Julita, Bá e Adroaldo, mas o seu principal jogador não constava da relação.
Foram correr atrás de Neguinho, na casa do senhor Zé Vieira, perguntaram pelo piolho de bola, mas a dona Inésia dissera que ele tinha ido ao INPS, fazer exame de fese ( naquele tempo, o material do exame era colhido mesmo através de uma velha caixa de fósforo ), o que lamentavelmente, comprometia o resultado do campeonato.
A rua do Cruzeiro perdera o torneio daquela temporada, pois a ausência de Neguinho era de suma importância para os prognósticos de sua equipe.
Soubemos, mais tarde, que o nosso amigo Neguinho tinha que tomar uns cachés de " mesarim " ( lembram? ), soltando tudo o que vinha pela frente. Era cura total e mais do que recomendável essa medicação à época.