6/12/2008

MEMÓRIA DO FUTEBOL FLORIANENSE




PARA O RESGATE DA MEMÓRIA DA CIDADE

" UMA CIDADE SEM MEMÓRIA É UM POVO SEM HISTÓRIA "

DOS ANOS QUARENTA AOS DIAS ATUAIS:

O FUTEBOL DA CIDADE

GRÊMIO – CAMPEÃO SENSACIONAL

Por – Carlos Augusto ( o Pompéia / in memorian )

Transcrito do JORNAL DE FLORIANO DE 23 A 29 / 12 / 1979

Grêmio e Ferroviário realizaram no último domingo, no estádio Mário Bezerra, uma das partidas mais bem disputadas e emocionantes dos últimos tempos em nosso futebol.

Uma partida que durante toda a semana movimentou todos os desportistas locais, os quais esperavam com muita ansiedade o momento da pugna. Foi grande o número de apostas na cidade, já que Grêmio e Ferroviário possuem, inegavelmente, as duas maiores torcidas da Princesa do Sul.

MOVIMENTO DO PLACAR

Sabendo que o Grêmio se constituía num sério e terrível adversário, a moçada do Ferroviário entrou em campo disposta a decidir o jogo logo nos primeiros minutos, aproveitando-se do melhor entrosamento. Zé Bruno fazia o primeiro gol do encontro, aproveitando-se de uma falha gritante do miolo da zaga gremista, após um escanteio, cruzamento de Dedé e deixada espetacular de Guilherme Júnior. Este gol, logo no início da partida, mexeu com os nervos dos atletas do Grêmio, que partiram direto ao ataque e tentativa do seu gol de empate, faziam desordenadamente e disso o Ferroviário soube tirar proveito, alterando o placar para dois a zero, com mais um gol sensacional de Zé Bruno, desta feita, contando com a com a colaboração do goleiro Arudá ( 1 ).

Com esta vantagem, o Ferroviário achou que já era o dono absoluto da situação e começou a rebolar; enquanto isso, o Grêmio procurava se reencontrar em campo a ponto de chegar ao seu primeiro gol aos trinta e sete minutos, por intermédio de Edmar, num lindo gol, sem a menor chance de defesa para o goleiro Marquinhos, que por sinal, voltou a ser o melhor homem em campo.

Era o começo da reação gremista; no entanto, o Ferroviário ainda voltaria a marcar, num gol surpreendente e de muita sorte de Guilherme Júnior, que tentou pegar a bola de primeira e essa resvalou, pegando no lado externo da perna direita, deslocando inteiramente o goleiro Arudá. Eram quarenta e quatro minutos e o primeiro tempo terminou com a vitória parcial do Ferroviário por três tentos a um.

Na segunda etapa o Grêmio voltou mais estruturado. Sabendo que só a vitória lhe interessava e, como Gonzaga e Aroldo não estavam bem na partida, o treinador os substituiu por Luiz Cláudio e Zé Ligeiro, fazendo entrar mais tarde Joaquim José ( 5 ) em lugar de Arudá e Geremias ( 6 ) no lugar de Gilete.

Com isso o Grêmio ficou mais agressivo e o Ferrim começou a perder terreno dentro do campo. Com muita inteligência, Galdino colocou Ribinha ( 7 ) mais a frente e recuou Luiz Cláudio para o meio de campo e foi exatamente Ribinha que se constituiu na figura do jogo, marcando dois gols no tempo normal. O primeiro aos treze minutos e o do empate aos quarenta e três.

VITÓRIA NA PRORROGAÇÃO

De acordo com o regulamento da competição, os dois quadros partiram para a decisão numa prorrogação de trinta minutos. A essas alturas o Ferroviário se mostrava um time totalmente acabado fisicamente. Somente Zé Bruno ( 8 ) lutava bravamente lá na frente, mas não conseguia furar o bloqueio da defesa gremista.

Mas estava escrito que Ribinha seria o pré – destinado a dar o título de campeão do turno ao Grêmio e, aos doze minutos da segunda fase da prorrogação, ele viria a marcar aquele que seria o gol do título e do desespero da torcida do Ferroviário.

Os jogadores Chagas Velho e Herbrand foram expulsos pelo árbitro da partida Gildavan Sales.

JUIZ, QUADROS E RENDA

O juiz do encontro foi o senhor Gildavan Sales, tendo realizado uma excelente arbitragem, comprovando que é, realmente, um senhor árbitro de futebol. Seus auxiliares foram o fotógrafo José Maria de Souza e o taxista Washington Macedo ( 9 ), todos com bom trabalho.

Os quadros formaram da seguinte maneira:

GRÊMIO – Arudá ( Joaquim José ), Edvar, Pedrão ( 10 ), Zuega ( 11 ) e Gilete ( Geremias ); Edmar, Fábio ( 12 ) e Ribinha; Aroldo ( Zé Ligeiro ) ( 13 ), Gonzaga ( Luiz Cláudio ) e Chagas Velho.

FERROVIÁRIO – Marquinhos ( 14 ), Geraldo ( Chiquinho ), Jerumenha ( 15 ), Café e Carlos Alberto ( 16 ), Amaral, Herbrand e Guilherme Júnior ( 17 ); Mineiro, Zé Bruno e Dedé ( Carlinhos Meota ).

A renda do espetáculo foi apenas de R$ 2.405 cruzeiros.

NOTAS EXPLICATIVAS COMPLEMENTARES

ARUDÁ, neto do senhor do mesmo nome, comerciante e político da cidade, filho do saudoso Bucar, grande desportista, organizador de vários times em Floriano, como o famoso Palmeiras, Bonsucesso e que como o filho, era goleiro que no “ seu dia “, tornava-se invulnerável. Graças a interferência dele, junto a seu pai, o senhor Arudá que, como grande amigo do senhor Mário Bezerra, chefe do DNOCS aqui, conseguiu, com o mesmo, o uso de um trator na terraplanagem do terreno de onde surgiu o estádio que leva o seu nome.

GUILHERME JÚNIOR, filho de Guilherme Ramalho, que apareceu como uma grande promessa e a medida que o tempo passava foi declinando junto com a decadência dos clubes da época. Ele também era bom no futebol de salão, onde seu pai se apresentava muito bem como goleiro.

ZÉ VILMAR, irmão de Marquinhos, Paulinho e Carlinhos Meota, todos filhos do senhor Nelson Oliveira.

GEREMIAS, sempre como salvador da pátria durante o tempo em que jogou.

RIBINHA, jogador de fôlego excepcional e muito veloz.

ZÉ BRUNO, embora não fosse um jogador altamente técnico, era muito valente e por isso marcava muitos gols.

WASHINGTON, o taxista do Posto Floriano, sempre colaborava com o futebol, mesmo porque morava próximo ao estádio.

PEDRÃO, bom zagueiro e que participou, também, de vários torneios intermunicipais, morreu deixando saudades.

ZUEGA, grande craque, que com a fragilidade do nosso futebol, procurou novo rumo e se estabeleceu em Teresina, no Flamengo, onde tornou-se astro de primeira grandeza e onde encerrou sua carreira.

FÁBIO, irmão do Jerumenha, do Ferroviário, filhos de Emanuel Fonseca, grande craque do passado, defendendo o Ríver Atlético Clube.

CARLOS ALBERTO, valente lateral esquerdo, filho do senhor Honorato Padeiro.

Ainda na mesma edição do JORNAL DE FLORIANO ( de 23 a 29 / 12 / 1979 ), o competente Carlos Augusto, o Pompéia ( falecido ano retrasado ), nos informava:

“ Está confirmada para o dia 28 de dezembro próximo, no estádio Mário Bezerra, a festa dos velhinhos da bola. Os desportistas florianenses vão ter a oportunidade de rever em campo ex – atletas que no passado deram muitas alegrias ao nosso torcedor, dentre eles se destacaram: Parnaibano, Antonio Luiz Bolo Doce ( já falecido ), Antonio Guarda e Bagana ( a dupla que arrochava e jogava duros ), Poncion ( falecido recentemente ), Chapéu, Nouzinho ( também já falecido ), Beto, Neco, Babau, Pompéia e João Carlos além de outros craques da bola. Será uma tarde inteira de atrações no Mário Bezerra e contará com a presença da Banda de Música do 3º Batalhão da Polícia Militar e da Escola de Samba Mangueira “.

6/11/2008

FAMILIA MELO


FAMÍLIA MELO - E ASSIM TUDO COMEÇOU

Pesquisa: Tibério Melo

Seu Roberto Batista, Corró, fazendeiro, comerciante e autoridade do lugar Veados, hoje Artur Passos, no sertão piauiense, às margens do médio Parnaíba tinha 3 filhas, Maria de Lourdes, Doralice e Maria do Carmo, do casamento com Margarida, de pequena estatura, distinta e elegante senhora, aos padrões da época.

Maria de Lourdes, a mais velha, precisando tratar dos dentes, eis que teve que se deslocar para a cidade de Floriano a montante do Rio Parnaiba. A partida foi um show no lugarejo quando a mocinha teve, aos 10 anos, que embarcar, num bote, com uma sombrinha de modo a se proteger dos raios do tórrido sol nordestino. Foi seu primeiro contato com aquela cidade que viria a ser o torrão de sua familia. Após o tratamento a garota retornou à casa dos pais com mil novidades para as suas irmãs Doralice e Docarmo, ainda de tenra idade, e amigas. Hospedara-se na casa do Sr. Vicente Roque, comerciante e grande amigo do Sr. Roberto Corró.

Aos 14 anos a pré-adolescente teve que voltar a Floriano, ainda com problemas dentários. Desta feita hospedara-se na casa da Sra. Constantina, filha do Sr. José Pacífico, esposo de D. Aurora, prima de D. Margarida. Próximo dalí morava um distinto rapaz que ao ver a donzela teve seu coração abalado por emoções até então desconhecidas.

Não conseguindo conter a agonia o jovem dirigiu-se à mocinha revelando as emoções que só ela podia conter. Ela disse que não sabia o que fazer mas que por pena tentaria algo que pudesse livrá-lo de tão angustiante emoção. E começaram a falar coisas de amor. Logo, logo, as palpitações foram abrandando e aí nasceu uma relação que já passou das bodas de diamante. Bravos!!!

Para a saudade dos dois, eis que a mocinha teve que retornar ao lugarejo Veados. Ao voltar, D. Margarida não demorou a desconfiar do comportamento da filha. Percebeu que a garota enjoara das bonecas e logo tratou de descobrir quem estava na linha de frente. A mocinha teve que se revelar sob as pressões da Matrona.

Aos 15 anos, não suportando a saudade, a moça disse que precisava fazer curso de corte e costura com uma costureira, famosa professora modista, D. Raimunda Pio. Lá que D. Margarida cedeu mas só porque hospedar-se-ia na casa de seu irmão, Benedito Batista, com mil recomendações. Cuidado com a moça. Desta vez Doralice, também, viera a Floriano e fora matriculada no Odorico às escondidas, mas Seu Roberto acabou se convencendo e resolveu montar uma residência na cidade de Floriano na Rua São João, hoje Defala Attem.

Antes desta mudança, o jovem apaixonado, Antonio Melo, teve que visitar os pais da moça em Veados. Até que foi bem recebido pelos futuros sogros mas as primas da moça não acharam nenhuma graça no rapaz pois não tinha, pelo menos, um dente de ouro. Ali mesmo o jovem pediu a mão da moça em casamento que veio a ocorrer em 08 de novembro de 1947.

RETRATOS


Essa é a famosa rua Marechal Pires Ferreira, a rua do Epaminondas ( in memorian ) tirada da esquina da praça doutor Sebastião Martins.

À esquerda, observamos o sobrado dos Demes, a antiga Farmácia Santa Inês e, à direita, a antiga Farmácia Carvalho.

São pequenas recordações que trazemos para resgatar os lugares por onde corríamos e brincávamos na epopéia de nossa infância querida.

6/06/2008

JOSE LUIZ ALBUQUERQUE NETO

Jose Luiz Albuquerque Neto

Por - Emília C. C. Ramos

Jose Luiz Albuquerque Neto foi um cidadão piauiense de Jaicós, muito digno, fez da cidade de Floriano o seu Torrão e morria de paixão por essa cidade, muito almejava fazer algo pelo seu progresso e o fez, pois Floriano só teve telefones naqueles dias, graças a ele, o primeiro tesoureiro da Companhia Telefônica de Floriano. Ele também foi presidente da Associação Comercial do Sul do Piaui por vários mandatos seguidos, até que insistiu em passar o cargo para outro. Ele foi uma pessoa ilustre, então, e certamente continua sendo para quem sabe dar valor à história de Floriano.

Foi do Rotary Clube sempre, desde a sua fundação em nossa cidade e foi condecorado várias vezes, por frequencia assídua, vez que também comparecia às reuniões em qualquer lugar do Brasil por onde passava, pois conduzia o seu guia do rotariano com todos os endereços do país e viajava bastante.

Ele foi um grande comerciante e exportador de couros, peles e crina, assim também foi industrial de cera de carnaúba, chegou a ter um projeto em mãos, para construir a sua fábrica. Era um senhor de respeito, que vivera à época da educação e da hombridade. Tinha também certa cultura, apesar de não ter escolaridade; chegou a ser advogado prático e hoje, quem se atreve a ser isso? Pois é, foi até delegado em Canto do Buriti quando era ainda solteiro. Isso é apenas um resumo da sua história, para qualquer pessoa ver que mesmo com toda modéstia, tem gente que não chega aos seus pés como diz o povo.

O povo e seus compadres que muito o admirava, como o Dr. Sebastião Martins, Dr. Rocha, Seu Andrade, Bernardino Viana, Seu Milad Kalume e outros inúmeros amigos que desfrutavam a reciprocidade da consideração e o conheciam a fundo, e sabiam que o homem, o cidadão, o pai de família Zé Luiz Neto deixou um legado diferenciado e especial para Floriano.

6/05/2008

RETRATOS


Era um domingo de muito sol, quando fazíamos um roteiro matinal pelos arredores do centro da cidade.

Observamos ao fundo, à esquerda, o casarão dos Demes e a fachada da antiga Casa Inglesa. Havia, certamente, no passado, mais poesia.

No entanto, tentamos mostrar os dias de hoje, todavia, com muita felicidade, quando a Princesa do Sul passa por um processo de transição e modernidade.

AGRONOMO PARENTES


O Grupo Escolar Agrônomo Parentes também participou, efetivamente, junto com outras escolas de Floriano, na construção de um trabalho voltado para a educação de base que existiu no passado.

Havia liberdade, sim, mas com responsabilidade. A preocupação maior, hoje, é com o consumo; é claro que não falta nada para esses novos alunos aprenderem com dignidade uma formação ideal, mas essa motivação de " base " é o que está faltando.

O aparelhamento moderno e a condição da nova tecnologia de hoje favorecem essa demanda, mas há que atuarem, enfim, na construção de uma nova ordem educacional, que possa vencer esses desafios de hoje.

6/04/2008

MASCOTE


Eu me lembro, ainda, de ter tomado umas mirindas e algumas esfirras no passado aí na Mascote, quando menino.

Temos saudades desses tempos: o seu Lourenço passava aí todo santo dia para apreciar um bom cafezinho e o aconchego de um bom bate papo sem pressa.

Era bom demais. É bom reviver essas coisas, mas temos que ir andando, observando e documentando essas passagens interessantes que acontecem na nossa bela Princesa do Sul.

ALDÊNIO NUNES - a enciclopédia do rádio florianense

  ALDÊNIO NUNES – A ENCICLOPÉDIA, NUMA ENTREVISTA INIMITÁVEL, MOSTROU POR QUE SEMPRE ESTEVE À FRENTE! Reportagem: César Sobrinho A radiodifu...