6/27/2007
CINE NATAL - DECADA DE 50
Os anos cinqüenta em Floriano foram assim de uma efervescência épica do ponto de vista cultural, social e intelectual. A amplificadora florianense, naquele tempo, comandada pelo nosso agitador cultural Defala Attem, fora um dos ícones dessa revolução que acontecia na cidade.
Vieram, portanto, os espetáculos e o Cine Natal ( foto ) fora, necessariamente, um ponto de encontro significativo no contexto social daquela fase romântica. A presença de figuras ilustres era indispensável naquele momento e Floriano expressava emoções, alegria e, evidentemente, uma certa vaidade.
Esse apogeu fora revolucionário e podemos admitir que aqueles acontecimentos ficaram registrados na memória daqueles que viveram tudo aquilo. Precisamos criar, dessa forma, uma demanda com a velha guarda, apanhar esses depoimentos que ainda devem estar vivos por aí e colocá-los na pauta do dia. Precisamos registrar essas emoções que ainda restam, para o bem da história da Princesa.
6/26/2007
FLORIANO - 100 ANOS ( REPRISE )
“UMA HOMENAGEM AOS 100 ANOS DE FLORIANO”
* Por: Francisco Sobrinho Amorim de Araújo
“REPRISE”
Floriano, princesa querida, deixa que busque o teu passado, para reviver um pouco da tua gente, da tua cultura e do teu solo, nos 100 anos de tua existência e nos meus 50 anos de vida. Floriano, cidade progresso do meu Piauí, cidade colônia dos meus avós. Salve... Salve... Foi precisamente no dia 2 de março de 1947, que cheguei ao nosso mundo, alí na Avenida Eurípedes de Aguiar, próximo do hospital e lá vivi a minha infância e adolescência. A tua lembrança é permanente, meu amor por ti é eterno, pois Deus permitiu que ainda adolescente, enterrasse o meu umbigo, lá no Bandeira-518, hoje Avenida Bucar Neto.
Floriano, sei que muitas coisas boas desapareceram em nome do progresso, mas pode ser que o espírito de preservação desperte na tua juventude, pois a cultura de um povo nobre como o teu não pode ser desprezada, principalmente tuas riquezas naturais. O mundo hoje se preocupa com o desenvolvimento, mas não devemos esquecer, que o desenvolvimento seguro, é o economicamente sustentável e ecologicamente preservado.
Cadê o teu folclore... Vejamos: O “Reisado do Miguel”; o “Bumba Meu Boi”, do curral; as “Rodas de São Gonçalo, de São Benedito e do Rei Congo” , do Catumbí ; as “Pastorinhas” , de Sádonna e de Rosa de Tia Bela, lá do campo do Artista; o “Bumba Meu Boi”, do Luiz Tê - Tê -Tê, lá da cancela; E os teus festejos de: “São Pedro D`Alcantara”, com suas barraquinhas ; do “Tabuleiro do Mato”; de “Nossa Senhora da Guia”; de “São João Batista”, lá no Morro da Cruz comandados por minha querida Mãe Noemi; das “Festas de 1º de Maio”, onde as caravanas de Operários/Artistas vinham de Oeiras para participar das tuas festividades solidificando uma união entre os POVOS FLORIANENSES/OEIRENSES, que perduram até hoje, lembro-me das caravanas, comandadas por Raimundinho de Zefinha ( 90 anos e no batente ) , Srs. João Matos, Cícero Cego, Lucí e Teresa Guarda, Dona e Maria Eva, Josefa Crioula, Arlindo Carneiro, Neusa Rêgo e os irmãos: Silvério, Dico e Cabeceira, e muito outros, era tudo muito bonito, os operários de Floriano hospedava-os em suas residências e eram retribuídos, quando iam participar de festividades em Oeiras, lembro-me de Srs. como Tuna e Anísio Cansanção, Luiz Pinto, Jaime Lima, Zezinho Rocha, Vicente Kangurí, Zé Luiz, Zé Borges, as irmãs: Aneci, Cecilia e Maria Dias e outros, que recebiam as caravanas de Oeiras.
E as tuas belezas naturais, Hein! Floriano. Recordo-me do: Riacho da Onça, com seus “olhos d`agua”, no seu percurso urbano e com suas águas caudalosas, em dia de enxurradas; do Riacho Irapuá; do Riacho de Vereda Grande, com seus escorregas - bundas e as lavadeiras em suas margens: do Açude Mário Bezerra; do Olho D’água e do Açude do Bom Lugar; do Riacho Itaueira; do Rio Parnaíba com seus famosos Piaus e suas lindas coroas, no mês de julho, propiciando os banhos , no caís, no bosque, no curtume e as pescarias, como era lindo vê as margens do Velho Monge, com suas Balsas de Talo de Coco e de Buriti, carregadas de Frutas e os Vapores ( barcos ) dos Srs. Afonso Nogueira e Maia, apitando.......Ali do cai N´água até o caís.
Que saudades!.....Do Escurador, da Pedra de Mesa e do Binga, Alí no Catumbí. Ah! Floriano... Recordar é viver, deixa que viva os teus 100 anos, recordando-te: E as Quintas de Caju do Padre Pedro e do Sr. Tiago Roque; do Campo do Artista; do Campinho do Sr. João Justino; da Praça do Cruzeiro, com suas Barraquinhas; da Areia Branca da Manguinha, onde o Zinidor Chicão, armava-se com um porrete ( jucá ) e dava seus esturros, enfrentava quem se atrevesse a incomoda-lo e não abria para meia dúzia de soldados da Polícia, era o Rei; das matas nativas da Sambaíba, onde imperava, as frutícolas, Maria Prêta, Muricí e Grão de Galo; E as paqueras na praça Sebastião Martins; dos Cines: Natal e Itapoan, e seus filmes com Durango Kidd, Randolf Scott, Errol Flyn, Tarzan, Zorro, Jonh Wayne, Audie Murphy e outros ; dos Bares: Bento Leão com suas sinucas e cassino, do Café Ideal, da Cubana, do Sertã, Quiosque Rosa de Ouro, do Bar do Bio, etc.
Permita-me recordar a tua gente, esta gente, que de alguma forma contribuiu para o teu desenvolvimento e faz a tua história nos 100 anos. Lembro-me do Dr. Raiz, com suas raízes milagrosas; das presepadas do BRIANTELO; das trombadas do JOÃO N’AMBU ; das doidices do NÊGO CAFÉ ; dos xingamentos da MARIA PIRANHA ; da performance do TARONE, com sua bicicleta e suas vestimentas; das brigas de NÊGO PIO; das mulheres do LAGEIRO ; dos cabarés: Maria Amélia, Ditosa, Constancia, Ping-Pong, Quitandinha, Pau não cessa ; do dia do Estudante ; do Guaraná e Vinho Moscatel do SR. ARTHUR ANDRADE e o seu Jeep Inglês ; da Fubica do CHICO REIS. Quem não se lembra : dos bolos e cocadas de D. LUÍZA BOLEIRA, de D. RITA do ZÉ BORGES, de D. CHIQUINHA e D. MADALENA, lá do Bandeira ; dos Pirulitos do Sr. JOAQUIM ; das Rapaduras do Sr. ANTONIO CEARENSE ; do CHÁ-DE-BURRO, lá no mercado velho ; do cuscuz de D. Emília (feito na hora ); do sanfoneiro DÃO JOÃO, dos poetas Samuel e Rafael ; das missas de 5:00hs celebrada pelo Padre Pedro; do Coral de D. Filó Soares; dos educadores : Neném Preá, Sr. Firmino e Sr. Luizinho ; do carnavalesco Antônio Sobrinho; do Ferroviário e Comercio Esporte Clube ; do Antônio Velho, o coveiro da cidade , dos Enfermeiros: Damião, Melquíades, Anísio, Germina, Edína e Antônio II ( este ajudava médico a operar ) ; da D. Mundica da farmácia ; dos Farmacêuticos: Dr. Amílcar Sobral, Dr. Rocha e Abílio Coelho; dos Médicos: Dr. Sebastião Martins. Dr. Tibério Nunes, Dr. Cícero Rocha, Dr. Humberto Demes, Dr. Adelmar Pereira, Dr.Ariosto Martins, Dr. Osvaldo Costa e Silva; Recordo-me dos grandes Alfaiates, os artistas da régua, do compasso e do esquadro, que souberam vestir o Florianense, por muitas décadas, são eles: Zezinho Rocha, Vicente Kangurí ( meu inesquecível pai ) , Zé Luiz, Lulu, Motinha, Luizinho e outros; os Barbeiros: Zé Venancio, Zé de Candinha, Sr. Vila, Simeão e João Barbeiro; do pai Lulu, lá do via azul; do Juiz Carlos Ferraz com sua conduta inabalável; e o Povo Sírio, que tí abraçou como a 2º Pátria, fez, faz e muito fará pelo teu progresso: Srs. Salomão Mazuad, Salomão Barguil, Michel Demes, Calisto Lobo, Milad Kalume, Elias Oka, Pedro Attem, Aruda Bucar, Fauzer Bucar, Alfredo Gaze, Zarur, Jan Waquim, Hassan, Mazuad, Cabo Salim, Mifler, Brarrim, Bucar Amado, Carlos Bucar, Jamil, Pedro Attem Filho, Defala Attem, João Alfredo Gaze, João Lobo, Calisto Lobo Filho e muitos outros.
Recordo ainda das: Tertúlias do Floriano Club; das Retretas da Banda do Mestre Eugênio(e o som do trombone do mestre Ambrósio, clarinete do Edgar Pereira e o pistom do João Paulo); da Moral do Major Carlindo ; dos carnavais de Lourival Xavier, fiscal do Banco do Brasil ; das valentias e das “Histórias” do meu amigo Antônio José Cara-Ôlho; do senhor Luis Ourives; do Sr. Abdias Pereira com sua Padaria Recife ; da voz empolgante do Defala Attem, com sua Amplificadora de Floriano, das crônicas sociais de Graça Costa e Silva, na Rádio Difusora, com sua voz pausada e cativante; do Grupo Escolar Ribeiro Gonçalves e do Ginásio Estadual Monsenhor Lindolfo Uchôa; do grande educador, íntegro, sério, disciplinador, Braulino Duque de França; dos mestres que muito fizeram pela educação do teu povo: Dr. Sobral Neto, D. Raimundinha Carvalho, Noemi Melo, Ribamar Leal, Francisquinha Silva, Maria da Penha, Eva Macedo, Teresa Chaib, Ivonildes Castro, Onélia Martins, Enedina Castro, D. Jovina Mendes, Risomar Mendes, Francisca Gomes, Lourdinha Viana, D. Moema, Duzito e etc. ;
Deixa que eu sinta saudades dos colegas e amigos: Selvu, Leto, Miguel, Leitim, Pedro, Zé Amancio, Vicente Cabeção, Cruz, Peito de Vaca, Luiz Bogó, Janjão, Chiquinho, Nego Cleber, Júnior, César, Jusmar, Chicolé, Valdir, Guido, Adeval, Adevan, Zé Afonso, Boi Manso, Pitombeira, Franzé, Raimundo Bonfim, Antônino, Manoel Saraiva, Chicão, Chico Mendes, Zé Mendes, Nestor Guerra, João Luiz, Toínho, Luiz Pereira, Porca Preta, Gilberto, Poncion, muitos hoje continuam participando ativamente da tua história.
O destino pregou-me uma peça interessante nos meus 50 anos de vida: Comecei a trabalhar com 8 anos de idade, na Tipografia do Jornalista Andocildes Lemos, tendo como instrutores, os mestres Edgar Pereira, Deusdete Carvalho, Gil Torres, Iran e Mitonho, e hoje a minha residência está situada a Rua Alberone Lemos, que era irmão do meu primeiro patrão e também Jornalista. Coisas do Destino.
Finalizo, desejando a tí Floriano, e ao nosso povo, muitas alegrias, paz e prosperidade e que os teus futuros Governantes, lutem para que teus 200 anos sejam comemorados , como a Rainha do Sul Piauiense.
* Francisco Sobrinho Amorim de Araújo, Florianense e Engenheiro Agrônomo.
.
P.S. – Publicado nos Jornais: Diário do Povo, Meio – Norte, O Dia e Correio do Piauí. Quando do Aniversário dos 100 anos de Floriano e reprisado agora atendendo pedidos.
* Por: Francisco Sobrinho Amorim de Araújo
“REPRISE”
Floriano, princesa querida, deixa que busque o teu passado, para reviver um pouco da tua gente, da tua cultura e do teu solo, nos 100 anos de tua existência e nos meus 50 anos de vida. Floriano, cidade progresso do meu Piauí, cidade colônia dos meus avós. Salve... Salve... Foi precisamente no dia 2 de março de 1947, que cheguei ao nosso mundo, alí na Avenida Eurípedes de Aguiar, próximo do hospital e lá vivi a minha infância e adolescência. A tua lembrança é permanente, meu amor por ti é eterno, pois Deus permitiu que ainda adolescente, enterrasse o meu umbigo, lá no Bandeira-518, hoje Avenida Bucar Neto.
Floriano, sei que muitas coisas boas desapareceram em nome do progresso, mas pode ser que o espírito de preservação desperte na tua juventude, pois a cultura de um povo nobre como o teu não pode ser desprezada, principalmente tuas riquezas naturais. O mundo hoje se preocupa com o desenvolvimento, mas não devemos esquecer, que o desenvolvimento seguro, é o economicamente sustentável e ecologicamente preservado.
Cadê o teu folclore... Vejamos: O “Reisado do Miguel”; o “Bumba Meu Boi”, do curral; as “Rodas de São Gonçalo, de São Benedito e do Rei Congo” , do Catumbí ; as “Pastorinhas” , de Sádonna e de Rosa de Tia Bela, lá do campo do Artista; o “Bumba Meu Boi”, do Luiz Tê - Tê -Tê, lá da cancela; E os teus festejos de: “São Pedro D`Alcantara”, com suas barraquinhas ; do “Tabuleiro do Mato”; de “Nossa Senhora da Guia”; de “São João Batista”, lá no Morro da Cruz comandados por minha querida Mãe Noemi; das “Festas de 1º de Maio”, onde as caravanas de Operários/Artistas vinham de Oeiras para participar das tuas festividades solidificando uma união entre os POVOS FLORIANENSES/OEIRENSES, que perduram até hoje, lembro-me das caravanas, comandadas por Raimundinho de Zefinha ( 90 anos e no batente ) , Srs. João Matos, Cícero Cego, Lucí e Teresa Guarda, Dona e Maria Eva, Josefa Crioula, Arlindo Carneiro, Neusa Rêgo e os irmãos: Silvério, Dico e Cabeceira, e muito outros, era tudo muito bonito, os operários de Floriano hospedava-os em suas residências e eram retribuídos, quando iam participar de festividades em Oeiras, lembro-me de Srs. como Tuna e Anísio Cansanção, Luiz Pinto, Jaime Lima, Zezinho Rocha, Vicente Kangurí, Zé Luiz, Zé Borges, as irmãs: Aneci, Cecilia e Maria Dias e outros, que recebiam as caravanas de Oeiras.
E as tuas belezas naturais, Hein! Floriano. Recordo-me do: Riacho da Onça, com seus “olhos d`agua”, no seu percurso urbano e com suas águas caudalosas, em dia de enxurradas; do Riacho Irapuá; do Riacho de Vereda Grande, com seus escorregas - bundas e as lavadeiras em suas margens: do Açude Mário Bezerra; do Olho D’água e do Açude do Bom Lugar; do Riacho Itaueira; do Rio Parnaíba com seus famosos Piaus e suas lindas coroas, no mês de julho, propiciando os banhos , no caís, no bosque, no curtume e as pescarias, como era lindo vê as margens do Velho Monge, com suas Balsas de Talo de Coco e de Buriti, carregadas de Frutas e os Vapores ( barcos ) dos Srs. Afonso Nogueira e Maia, apitando.......Ali do cai N´água até o caís.
Que saudades!.....Do Escurador, da Pedra de Mesa e do Binga, Alí no Catumbí. Ah! Floriano... Recordar é viver, deixa que viva os teus 100 anos, recordando-te: E as Quintas de Caju do Padre Pedro e do Sr. Tiago Roque; do Campo do Artista; do Campinho do Sr. João Justino; da Praça do Cruzeiro, com suas Barraquinhas; da Areia Branca da Manguinha, onde o Zinidor Chicão, armava-se com um porrete ( jucá ) e dava seus esturros, enfrentava quem se atrevesse a incomoda-lo e não abria para meia dúzia de soldados da Polícia, era o Rei; das matas nativas da Sambaíba, onde imperava, as frutícolas, Maria Prêta, Muricí e Grão de Galo; E as paqueras na praça Sebastião Martins; dos Cines: Natal e Itapoan, e seus filmes com Durango Kidd, Randolf Scott, Errol Flyn, Tarzan, Zorro, Jonh Wayne, Audie Murphy e outros ; dos Bares: Bento Leão com suas sinucas e cassino, do Café Ideal, da Cubana, do Sertã, Quiosque Rosa de Ouro, do Bar do Bio, etc.
Permita-me recordar a tua gente, esta gente, que de alguma forma contribuiu para o teu desenvolvimento e faz a tua história nos 100 anos. Lembro-me do Dr. Raiz, com suas raízes milagrosas; das presepadas do BRIANTELO; das trombadas do JOÃO N’AMBU ; das doidices do NÊGO CAFÉ ; dos xingamentos da MARIA PIRANHA ; da performance do TARONE, com sua bicicleta e suas vestimentas; das brigas de NÊGO PIO; das mulheres do LAGEIRO ; dos cabarés: Maria Amélia, Ditosa, Constancia, Ping-Pong, Quitandinha, Pau não cessa ; do dia do Estudante ; do Guaraná e Vinho Moscatel do SR. ARTHUR ANDRADE e o seu Jeep Inglês ; da Fubica do CHICO REIS. Quem não se lembra : dos bolos e cocadas de D. LUÍZA BOLEIRA, de D. RITA do ZÉ BORGES, de D. CHIQUINHA e D. MADALENA, lá do Bandeira ; dos Pirulitos do Sr. JOAQUIM ; das Rapaduras do Sr. ANTONIO CEARENSE ; do CHÁ-DE-BURRO, lá no mercado velho ; do cuscuz de D. Emília (feito na hora ); do sanfoneiro DÃO JOÃO, dos poetas Samuel e Rafael ; das missas de 5:00hs celebrada pelo Padre Pedro; do Coral de D. Filó Soares; dos educadores : Neném Preá, Sr. Firmino e Sr. Luizinho ; do carnavalesco Antônio Sobrinho; do Ferroviário e Comercio Esporte Clube ; do Antônio Velho, o coveiro da cidade , dos Enfermeiros: Damião, Melquíades, Anísio, Germina, Edína e Antônio II ( este ajudava médico a operar ) ; da D. Mundica da farmácia ; dos Farmacêuticos: Dr. Amílcar Sobral, Dr. Rocha e Abílio Coelho; dos Médicos: Dr. Sebastião Martins. Dr. Tibério Nunes, Dr. Cícero Rocha, Dr. Humberto Demes, Dr. Adelmar Pereira, Dr.Ariosto Martins, Dr. Osvaldo Costa e Silva; Recordo-me dos grandes Alfaiates, os artistas da régua, do compasso e do esquadro, que souberam vestir o Florianense, por muitas décadas, são eles: Zezinho Rocha, Vicente Kangurí ( meu inesquecível pai ) , Zé Luiz, Lulu, Motinha, Luizinho e outros; os Barbeiros: Zé Venancio, Zé de Candinha, Sr. Vila, Simeão e João Barbeiro; do pai Lulu, lá do via azul; do Juiz Carlos Ferraz com sua conduta inabalável; e o Povo Sírio, que tí abraçou como a 2º Pátria, fez, faz e muito fará pelo teu progresso: Srs. Salomão Mazuad, Salomão Barguil, Michel Demes, Calisto Lobo, Milad Kalume, Elias Oka, Pedro Attem, Aruda Bucar, Fauzer Bucar, Alfredo Gaze, Zarur, Jan Waquim, Hassan, Mazuad, Cabo Salim, Mifler, Brarrim, Bucar Amado, Carlos Bucar, Jamil, Pedro Attem Filho, Defala Attem, João Alfredo Gaze, João Lobo, Calisto Lobo Filho e muitos outros.
Recordo ainda das: Tertúlias do Floriano Club; das Retretas da Banda do Mestre Eugênio(e o som do trombone do mestre Ambrósio, clarinete do Edgar Pereira e o pistom do João Paulo); da Moral do Major Carlindo ; dos carnavais de Lourival Xavier, fiscal do Banco do Brasil ; das valentias e das “Histórias” do meu amigo Antônio José Cara-Ôlho; do senhor Luis Ourives; do Sr. Abdias Pereira com sua Padaria Recife ; da voz empolgante do Defala Attem, com sua Amplificadora de Floriano, das crônicas sociais de Graça Costa e Silva, na Rádio Difusora, com sua voz pausada e cativante; do Grupo Escolar Ribeiro Gonçalves e do Ginásio Estadual Monsenhor Lindolfo Uchôa; do grande educador, íntegro, sério, disciplinador, Braulino Duque de França; dos mestres que muito fizeram pela educação do teu povo: Dr. Sobral Neto, D. Raimundinha Carvalho, Noemi Melo, Ribamar Leal, Francisquinha Silva, Maria da Penha, Eva Macedo, Teresa Chaib, Ivonildes Castro, Onélia Martins, Enedina Castro, D. Jovina Mendes, Risomar Mendes, Francisca Gomes, Lourdinha Viana, D. Moema, Duzito e etc. ;
Deixa que eu sinta saudades dos colegas e amigos: Selvu, Leto, Miguel, Leitim, Pedro, Zé Amancio, Vicente Cabeção, Cruz, Peito de Vaca, Luiz Bogó, Janjão, Chiquinho, Nego Cleber, Júnior, César, Jusmar, Chicolé, Valdir, Guido, Adeval, Adevan, Zé Afonso, Boi Manso, Pitombeira, Franzé, Raimundo Bonfim, Antônino, Manoel Saraiva, Chicão, Chico Mendes, Zé Mendes, Nestor Guerra, João Luiz, Toínho, Luiz Pereira, Porca Preta, Gilberto, Poncion, muitos hoje continuam participando ativamente da tua história.
O destino pregou-me uma peça interessante nos meus 50 anos de vida: Comecei a trabalhar com 8 anos de idade, na Tipografia do Jornalista Andocildes Lemos, tendo como instrutores, os mestres Edgar Pereira, Deusdete Carvalho, Gil Torres, Iran e Mitonho, e hoje a minha residência está situada a Rua Alberone Lemos, que era irmão do meu primeiro patrão e também Jornalista. Coisas do Destino.
Finalizo, desejando a tí Floriano, e ao nosso povo, muitas alegrias, paz e prosperidade e que os teus futuros Governantes, lutem para que teus 200 anos sejam comemorados , como a Rainha do Sul Piauiense.
* Francisco Sobrinho Amorim de Araújo, Florianense e Engenheiro Agrônomo.
.
P.S. – Publicado nos Jornais: Diário do Povo, Meio – Norte, O Dia e Correio do Piauí. Quando do Aniversário dos 100 anos de Floriano e reprisado agora atendendo pedidos.
6/25/2007
FLORIANO - 110 ANOS
ONTEM: COLÔNIA DE JERUMENHA – HOJE: FLORIANO DO PIAUÍ : 110 ANOS
* Por: Francisco Sobrinho Amorim de Araújo
A notícia que rola nos últimos dias no espaço aéreo de Teresina a Brasília, Rio de Janeiro até São Paulo e vice-versa, além da problemática dos controladores das estradas que orienta e limita os transportes aéreos através das coordenadas geográficas, deixando os passageiros estressados sem saberem o dia e a hora que retornam para seus lares, e dos estouros de corrupção que demonstra que o País está mudando, antes acontecia e ninguém sabia, hoje sabemos de tudo, é sem sombra de dúvidas a programação das comemorações dos “100 + 10 anos de Floriano”, por sinal muito bem elaborada que vai enriquecer a história da nossa cidade com a Instalação do Museu Histórico de Floriano, uma obra do Empresário e Historiador Theodoro Sobral Neto e seus colaboradores, o que deixou-me emocionalmente alegre.
Tive a oportunidade de encontrar o Teodorinho no início do mês de junho no espaço aéreo entre Teresina e Brasília, o mesmo falou-me com empolgação o que será o “1º. Encontro de Florianenses” dentro da programação do Aniversário de Floriano, no período de 05 à 08 de julho, conversamos bastante e antes de descer em Brasília, entregou-me o primeiro material da lavra de Cristóvão Augusto sobre convite para este grande encontro, os quais distribuí para alguns filhos da terra residentes na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, que apesar da violência infernal que está sofrendo, trabalha, com toda força do coração, para transformar a cidade em Cidade dos Jogos Pan -Americanos – 2007 e consequentemente a Cidade dos Sonhos dos Jogos Olímpicos e da Copa Mundial de Futebol, assim como também trabalha em Pró – da Imagem do Cristo Redentor no Corcovado, para transformar-la em uma das Sete Maravilhas do Mundo, por sinal muito linda e merecedora.
Quando falamos de Floriano colônia, busco a história do nosso País que na União do Reino formado por Espanha e Portugal tentava controlar a enorme extensão territorial da colônia sul - americana com as preocupações naquela época concentradas nas terras do Norte do Brasil, conhecidas por Território do Maranhão. De acordo com Carlos Lima (1981), era uma área praticamente isolada, mas às margens do Oceano Atlântico, e que oferecia melhor comunicação com a Coroa e era cobiçado por outros países. No mês de maio do ano de 1617 a colônia foi dividida em dois novos Estados: Estado do Brasil, com sede na cidade de Salvador e Estado Colonial do Maranhão, com sede na cidade de São Luís. O novo Estado recebia ordens diretamente da Europa e foi delimitado através da Carta Régia de 12 de junho de 1621, formado pelas atuais áreas do Piauí, Pará, Maranhão, Amazonas, Roraima e Amapá. Esta divisão durou até 1652.
Quando falamos de Floriano dos anos 60 do século XX vêem á tona recordações da minha adolescência querida e inesquecível vejo através da minha mente, um dia lindo de domingo do mês de Julho, com sol forte, e com o vento geral proporcionando um clima ameno e quando íamos (a juventude da minha época), jogar bola nas coroas que surgiam no período das férias, do lado esquerdo do Rio Parnaíba na cidade de Barão de Grajaú. Os peladeiros lisos, não tinham grana para pagar o canoeiro, ou os que mesmo possuindo, gostavam de aventuras mas com uma atenuante, sabíamos todos nadar. Fazíamos o seguinte: subia margeando o rio até à altura do cai n’água (malária) e chegando lá, retirávamos talos de buriti ou caules de bananeira que faziam parte das balsas ancoradas que vinham do sul e sudoeste do Piauí, transportando gado, suínos, caprinos, ovinos, aves e frutas para comercialização em Floriano e Teresina, às vezes recebíamos broncas dos proprietários das balsas e outras vezes eles mesmos nos doavam o material. De posse dos equipamentos descíamos o Rio atravessando-o sem problemas, a correnteza ajudava e os talos e a bananeira mantinham-nos boiando até às coroas. Lá, íamos jogar bola, tomar banho, assim como também observar as meninas desfilando de maiôs, naquela época, biquíni, era coisa avançada, difícil de aparecer. Ao retornar, se não conseguíssemos salvar os equipamentos, fazíamos um bloco e saíamos nadando e novamente com a ajuda da correnteza e para os que nadavam lentamente o ponto de referência era o Bar Flutuante no cais de Floriano. Era maravilhoso, como a nossa turma deslizava majestosamente pelas águas do Rio Parnaíba, águas saudáveis e saborosas, quando sentíamos sede era, só abrir a boca e deixar escorrer pela garganta abaixo aquele líquido gostoso até saciar a nossa sede, sem nenhum risco de contrairmos doenças, não existia poluição. Era uma aventura bastante perigosa, pois jogávamos muita bola por lá e estávamos sujeitos a câimbras e quando isto acontecia, era grande o sufoco. O Rio Parnaíba foi a nossa piscina, onde aprendemos a nadar. Não é recomendável que hoje se faça isto. É um lance muito perigoso.
Sempre em nossas aventuras, o meu primo Francisco José Amorim, hoje Agente Fiscal da Receita Estadual em Floriano, acompanhava-nos, não era bom nadador, mas tinha sempre a companhia de uma câmara de ar para ajudá-lo a atravessar o Rio e tirava de letra, chegando na frente de todos. Certo dia, ao atravessar o Rio, em um local de grande correnteza, a borracha que tampava o pito da câmara soltou-se e Chico José, tampou com uma mão e para poder manter o equilíbrio segurava a câmara com a outra mão e não tinha como remar para chegar à outra margem, pois usava as mãos como remo e as pernas para equilibrar o bote. Quando observei que ele estava com problemas, nadei até onde estava, disse-lhe que ficasse tranqüilo e coloquei os dois pés dentro da câmara de ar, e saí puxando, utilizando o famoso nado de cachorro que sempre usávamos quando estávamos cansados. Foi um sufoco danado para levá-lo até a margem, cheguei nas últimas, já sendo ajudado por Chicolé e outros companheiros. Graças a Deus chegamos em casa em Paz e hoje estou externando esta resenha e que pode ser confirmado pelo o ator maior e os coadjuvantes, como Chicolé, Firmino, Raimundo Bomfim, Antenor e outros.. E assim Floriano vai tornando-se Rainha e nós vamos envelhecendo-nos, mas revivendo sempre o seu passado e as nossas vidas cotidianas.
FLORIANO,TERRA QUERIDA, MEU TORRÃO NATAL, MEU UMBIGO AINDA HOJE ESTÁ ENTERRADO NO QUINTAL DA CASA QUE ERA DOS MEUS AVÓS. Meus parabéns pelos 100 + 10 anos. Que esta juventude que hoje estás a governar você, lembrem-se: que embora hoje não exista mais o Riacho da Onça, a Pedra de Mesa, o Escurador, o Riacho do Irapuá, o Riacho da Vereda Grande, com seus olhos d’águas majestosos e límpidos, existem em seu solo outros córregos que precisam ser preservados, é necessário que esta geração assuma a responsabilidade de olhar com uma visão ótica ambiental e de futuro a situação das Margens do Rio Parnaíba, em toda extensão urbana e rural, as margens do Rio Itaueira e do Rio Gurguéia em sua área rural, que sofrem grande degradação, e precisam ser revitalizados, assim como as suas praças. É preciso assegurar a sobrevivência das gerações futuras, isto, depende do que pensamos e do que fazemos hoje. Precisamos de desenvolvimento, mas um desenvolvimento que seja alicerçado com sustentabilidade.
* Eng. Agrônomo, Extensionista do EMATER, Florianense, Especialista em Olericultura, Especialista em Uso e Manejo Sustentável dos Recursos Naturais, Conselheiro Efetivo do CREA-PI e do Conselho Estadual de Recursos Hídricos e Diretor do Sindicato dos Engenheiros do Piauí – SENGE –PI.
TRAVESSIAS
A noite vai chegando e o ronco silencioso dos motores ecoam no fim do turno. Os coaxares da madrugada se misturam ao som dos blues nostálgicos que me vem à mente. O coração pulsa, escutando os tambores ecoando noite adentro.
Tomo a última dose no bar de Passim e caminho por entre ruas e becos rumo ao descanso de mais um dia de reis. Os sonhos me fazem recordar dos cabaré da madrugada, do sons seresteiros de Moura e Paganini.
Os anos passaram-se afoitos. Ficaram as marcas eternizantes de nossas loucuras e poesias. Os ideais nos levaram às duras caminhadas pela vida afora, mas na afobação do retorno materno em busca de um final feliz.
No entanto, somos sugados na tônica dos novos sons da madrugada, que já não são mais os mesmos. O consumo pirata constrói uma ilusão sem precedentes na construção de um novo mundo que desconhecemos, ainda, o seu desfecho final.
Tomo a última dose no bar de Passim e caminho por entre ruas e becos rumo ao descanso de mais um dia de reis. Os sonhos me fazem recordar dos cabaré da madrugada, do sons seresteiros de Moura e Paganini.
Os anos passaram-se afoitos. Ficaram as marcas eternizantes de nossas loucuras e poesias. Os ideais nos levaram às duras caminhadas pela vida afora, mas na afobação do retorno materno em busca de um final feliz.
No entanto, somos sugados na tônica dos novos sons da madrugada, que já não são mais os mesmos. O consumo pirata constrói uma ilusão sem precedentes na construção de um novo mundo que desconhecemos, ainda, o seu desfecho final.
6/23/2007
FLORIANO - PAIXAO QUE SE NÃO LIMITA!
Por: Raimundo Floriano
Não existe balsense mais florianense da gema do que eu. Desde o meu nascimento, a palavra Floriano soou-me como melodia vinda do céu. E não era para menos. Seu Rosa Ribeiro, meu saudoso pai, homenageando sua terra natal, nomeara-me Raimundo Floriano.
Desde cedo, aprendi a orgulhar-me desse nome. Meus irmãos mais velhos, que estudavam em Floriano, vinham de férias falando nos mágicos encantos da cidade. Assim, eu ansiava pela chegada de minha vez de conhecê-la.
No dia 5 de fevereiro de 1949, aos 12 anos de idade, embarquei no motor Pedro Ivo, rumo ao estudo, ao progresso e ao desconhecido. Logo em Uruçuí, onde o Rio Balsas desemboca no Parnaíba, aquele mar de água. E nele, uma amostra do que seria o porvir: o vapor Brasil – para mim, um navio –, sob o comando do florianense Seu Antônio Anísio, rebocando 3 imensas barcas, fazia manobras para aportar. No dia 8, desembarquei na rampa de Floriano.
Aguardava-me um estivador chapeado previamente contratado por minha tia Maria Isaura, moradora à Rua Fernando Marques, 698, para onde seguimos, ele com minha mala e o saco da rede, e eu com o meu assombro diante de tanta coisa nova que se descortinava ante meus olhos.
Bem na rampa, uma frota de jumentos, pertencente à Dona Inês Angelim, carregada de barricas d’água para fornecimento à população, subia íngreme ladeira em ziguezague, sabedoria asinina que logo seria transmitida a este matuto, grande admirador dos jegues. Mais adiante, a rua calçada, o meio-fio, a arborização, a casa de Seu Tiago Roque, a Praça da Matriz, a Avenida, os sobrados dos carcamanos, bicicleta com um menino enriba dela, as carroças de Seu Salomão Mazuad, o Riacho do Gato e o Riacho da Onça passando por dentro da metrópole.
Daí pra frente, novos impactos: o Ginásio Santa Teresinha, a Escola Normal Regional, o Cine Natal e outros primores que se me apresentavam, tais como luz elétrica, sorvete, picolé, gelo em barra, gibi, e carro, muito carro, os caminhões de Seu Arudá Bucar, ônibus e jipes.
Se eu pudesse determinar qual a Oitava Maravilha do Mundo, não titubearia em decretar que seria o serviço de alto-falantes, mais conhecido como amplificadora. Em Floriano, havia duas. A Amplificadora Florianense, “a voz líder e potente da cidade” nas palavras do seu locutor, o Defala Attem, e a Amplificadora do Chico Reis, “a voz do comércio, a maior”, como apregoava o locutor Almir Reis, filho do dono.
Cinema era pago, picolé era pago, sorvete era pago, gibi era pago, mas a amplificadora era diversão acessível a qualquer bolso, mesmo o mais desapercebido. Bastava ter ouvidos e atenção. Uma saía do ar e, ato contínuo, a outra emendava, presenteando-nos com os mais belos sucessos musicais. Essas duas amplificadoras foram as responsáveis pelo amor que tomei pela Música Popular Brasileira, pela memória musical que hoje me proporciona meio de ocupar meu ocioso tempo de aposentado, fazendo-me, pelo Orkut, um internauta intensamente procurado por aficionados do mundo inteiro, que me consideram o mais completo, atualizado e atento colecionador, no âmbito da Música Militar, do Carnaval Antigo e do Forró.
Indeléveis na minha memória são os prefixos das duas emissoras. A Amplificadora Florianense iniciava e encerrava seus trabalhos com o dobrado Batista de Melo, de Antônio Manoel do Espírito Santo. A Amplificadora do Chico Reis, com o dobrado Antônio José de Almeida, de Horácio Casado. Quando comecei a ganhar dinheiro, muito tempo depois disso, e pude comprar meu primeiro som, cuidei logo de amealhar essas relíquias. Pena que, hoje, ao completar 71, já não encontre pessoas daquela época para trocarmos idéias, tirarmos dúvidas, contarmos reminiscências, matarmos saudades, ouvirmos os sons que marcaram nossas adolescências. E fico telefonando a esmo, na vã esperança de lograr conexão com algum interlocutor contemporâneo, unzinho sequer. Sossega, coração!
Morei lá apenas um ano. Em 1950, fui estudar em Teresina. Mas minha bem-querença, renitente que é, recusou-se a partir.
Agora, no seu 110º Aniversário, não titubeio ao afirmar, sem medo de erro:
Em 1949, Floriano, a minha querida Xará, era assim!
Não existe balsense mais florianense da gema do que eu. Desde o meu nascimento, a palavra Floriano soou-me como melodia vinda do céu. E não era para menos. Seu Rosa Ribeiro, meu saudoso pai, homenageando sua terra natal, nomeara-me Raimundo Floriano.
Desde cedo, aprendi a orgulhar-me desse nome. Meus irmãos mais velhos, que estudavam em Floriano, vinham de férias falando nos mágicos encantos da cidade. Assim, eu ansiava pela chegada de minha vez de conhecê-la.
No dia 5 de fevereiro de 1949, aos 12 anos de idade, embarquei no motor Pedro Ivo, rumo ao estudo, ao progresso e ao desconhecido. Logo em Uruçuí, onde o Rio Balsas desemboca no Parnaíba, aquele mar de água. E nele, uma amostra do que seria o porvir: o vapor Brasil – para mim, um navio –, sob o comando do florianense Seu Antônio Anísio, rebocando 3 imensas barcas, fazia manobras para aportar. No dia 8, desembarquei na rampa de Floriano.
Aguardava-me um estivador chapeado previamente contratado por minha tia Maria Isaura, moradora à Rua Fernando Marques, 698, para onde seguimos, ele com minha mala e o saco da rede, e eu com o meu assombro diante de tanta coisa nova que se descortinava ante meus olhos.
Bem na rampa, uma frota de jumentos, pertencente à Dona Inês Angelim, carregada de barricas d’água para fornecimento à população, subia íngreme ladeira em ziguezague, sabedoria asinina que logo seria transmitida a este matuto, grande admirador dos jegues. Mais adiante, a rua calçada, o meio-fio, a arborização, a casa de Seu Tiago Roque, a Praça da Matriz, a Avenida, os sobrados dos carcamanos, bicicleta com um menino enriba dela, as carroças de Seu Salomão Mazuad, o Riacho do Gato e o Riacho da Onça passando por dentro da metrópole.
Daí pra frente, novos impactos: o Ginásio Santa Teresinha, a Escola Normal Regional, o Cine Natal e outros primores que se me apresentavam, tais como luz elétrica, sorvete, picolé, gelo em barra, gibi, e carro, muito carro, os caminhões de Seu Arudá Bucar, ônibus e jipes.
Se eu pudesse determinar qual a Oitava Maravilha do Mundo, não titubearia em decretar que seria o serviço de alto-falantes, mais conhecido como amplificadora. Em Floriano, havia duas. A Amplificadora Florianense, “a voz líder e potente da cidade” nas palavras do seu locutor, o Defala Attem, e a Amplificadora do Chico Reis, “a voz do comércio, a maior”, como apregoava o locutor Almir Reis, filho do dono.
Cinema era pago, picolé era pago, sorvete era pago, gibi era pago, mas a amplificadora era diversão acessível a qualquer bolso, mesmo o mais desapercebido. Bastava ter ouvidos e atenção. Uma saía do ar e, ato contínuo, a outra emendava, presenteando-nos com os mais belos sucessos musicais. Essas duas amplificadoras foram as responsáveis pelo amor que tomei pela Música Popular Brasileira, pela memória musical que hoje me proporciona meio de ocupar meu ocioso tempo de aposentado, fazendo-me, pelo Orkut, um internauta intensamente procurado por aficionados do mundo inteiro, que me consideram o mais completo, atualizado e atento colecionador, no âmbito da Música Militar, do Carnaval Antigo e do Forró.
Indeléveis na minha memória são os prefixos das duas emissoras. A Amplificadora Florianense iniciava e encerrava seus trabalhos com o dobrado Batista de Melo, de Antônio Manoel do Espírito Santo. A Amplificadora do Chico Reis, com o dobrado Antônio José de Almeida, de Horácio Casado. Quando comecei a ganhar dinheiro, muito tempo depois disso, e pude comprar meu primeiro som, cuidei logo de amealhar essas relíquias. Pena que, hoje, ao completar 71, já não encontre pessoas daquela época para trocarmos idéias, tirarmos dúvidas, contarmos reminiscências, matarmos saudades, ouvirmos os sons que marcaram nossas adolescências. E fico telefonando a esmo, na vã esperança de lograr conexão com algum interlocutor contemporâneo, unzinho sequer. Sossega, coração!
Morei lá apenas um ano. Em 1950, fui estudar em Teresina. Mas minha bem-querença, renitente que é, recusou-se a partir.
Agora, no seu 110º Aniversário, não titubeio ao afirmar, sem medo de erro:
Em 1949, Floriano, a minha querida Xará, era assim!
6/22/2007
FLUTUANDO
Nada mais aconchegante do que chegar de repente no cais do porto, saborear alguns momentos por ali e poder observar a paisagem e a mansidão do Flutuante. As suas tardinhas nos transportam ao velho romantismo, quando nada queríamos da vida.
Apenas aquele silêncio poético nos conduzindo às antigas calmarias. A saudade chega de mansinho e voltamos a relembrar das tainhas, das descidas e dos borás que tocávamos pelos remansos do velho monge.
Hoje, há uma certa penúria e essa deslumbrante noite dos sons dali nos ensurdessem subitamente em sua poética bizarra e transgressora. Temos que voltar à realidade da vida, literalmente.
Precisamos nos acostumar aos novos tempos, mas aquela suavidade das noites de antigamente nos traziam belas conquistas em sonora melodia de bossas e dos blues que nos revelavam a beleza de nossas morenas.
Apenas aquele silêncio poético nos conduzindo às antigas calmarias. A saudade chega de mansinho e voltamos a relembrar das tainhas, das descidas e dos borás que tocávamos pelos remansos do velho monge.
Hoje, há uma certa penúria e essa deslumbrante noite dos sons dali nos ensurdessem subitamente em sua poética bizarra e transgressora. Temos que voltar à realidade da vida, literalmente.
Precisamos nos acostumar aos novos tempos, mas aquela suavidade das noites de antigamente nos traziam belas conquistas em sonora melodia de bossas e dos blues que nos revelavam a beleza de nossas morenas.
CLUBE DOS 7
CLUBE DOS SETE
Pesquisa : Mª Umbelina Marçal Gadêlha
Todos nós éramos recém-casados, cheios de energia, ainda sem filhos, por isso tínhamos tempo sobrando e, nos reuníamos todas as noites na casa de um casal para jogar buraco.
Conversa vai conversa vem, surgiu a idéia de criarmos um clube ao qual demos o nome de “Clube dos Sete”, pois éramos 7 casais: Wilson Pereira e Beatriz, Gilberto Martins e Ivone, Roberto e Luiza, Gabriel Kalume e Geisa, Renê Veloso e Socorro, Pedro Attem e Marinice, Antonio Lisboa e Naila.
Reuníamo-nos na casa dos sócios, todas as noites às quintas-feiras para jantarmos. O menu era organizado pelas mulheres e cada casal levava um prato e refrigerante. Cada casal anfitrião, tinha o direito de convidar 2 casais fora os sete, para o jantar. E foi assim que outros casais foram entrando Laize, Constantim Salha e Lourdinha, Dr. José Gonçalves e Jesus, Bucar e Salomé. Com correr do tempo, em vez de 7, já éramos 13, mas o nome continuou o mesmo, ou seja, Clube dos Sete.
Quando os estudantes filhos de Floriano chegavam para as férias, principalmente os Kalume Olga, Mercês, Goreth e Paulo, organizavam jogos de vôlei à noite na AABB e sempre nos convidavam (o nosso time) para jogar com eles. Ah! e faziam também o Reisado do qual nós também participávamos.
O nosso time de futebol era convidado a jogar em outras cidades como São João dos Patos – MA e Guadalupe – PI, e as esposas formavam a torcida organizada.
Inesquecível também para nós foram os muitos piqueniques na beira-rio,nas fazendas de amigos subindo o rio de canoa e no açude Mário Bezerra. Tínhamos muita resistência.
Mas além de nos divertirmos também fazíamos muitas promoções para ajudar pessoas carentes em dificuldades.
Depoimento de
Assinar:
Postagens (Atom)
ALDÊNIO NUNES - a enciclopédia do rádio florianense
ALDÊNIO NUNES – A ENCICLOPÉDIA, NUMA ENTREVISTA INIMITÁVEL, MOSTROU POR QUE SEMPRE ESTEVE À FRENTE! Reportagem: César Sobrinho A radiodifu...
-
Torneio do Campo dos Artistas Fonte: Danúnzio Josivalter de Melo ERAM, ainda, os idos dos saudosos anos sessenta. Como sempre tenho abord...
-
Esse é o casarão do antigo Hospital Miguel Couto, no final dos anos quarenta, quando da gestão do prefeito doutor Sebastião Martins de Araú...
-
Raimunda de Matos Drumond (Mundiquinha) nasceu em Balsas-MA, filha de Presilino de Araujo Matos e Petronilha Barros de Matos. Iniciou-se no ...