6/25/2007

TRAVESSIAS


A noite vai chegando e o ronco silencioso dos motores ecoam no fim do turno. Os coaxares da madrugada se misturam ao som dos blues nostálgicos que me vem à mente. O coração pulsa, escutando os tambores ecoando noite adentro.

Tomo a última dose no bar de Passim e caminho por entre ruas e becos rumo ao descanso de mais um dia de reis. Os sonhos me fazem recordar dos cabaré da madrugada, do sons seresteiros de Moura e Paganini.

Os anos passaram-se afoitos. Ficaram as marcas eternizantes de nossas loucuras e poesias. Os ideais nos levaram às duras caminhadas pela vida afora, mas na afobação do retorno materno em busca de um final feliz.

No entanto, somos sugados na tônica dos novos sons da madrugada, que já não são mais os mesmos. O consumo pirata constrói uma ilusão sem precedentes na construção de um novo mundo que desconhecemos, ainda, o seu desfecho final.

6/23/2007

FLORIANO - PAIXAO QUE SE NÃO LIMITA!

Por: Raimundo Floriano

Não existe balsense mais florianense da gema do que eu. Desde o meu nascimento, a palavra Floriano soou-me como melodia vinda do céu. E não era para menos. Seu Rosa Ribeiro, meu saudoso pai, homenageando sua terra natal, nomeara-me Raimundo Floriano.

Desde cedo, aprendi a orgulhar-me desse nome. Meus irmãos mais velhos, que estudavam em Floriano, vinham de férias falando nos mágicos encantos da cidade. Assim, eu ansiava pela chegada de minha vez de conhecê-la.

No dia 5 de fevereiro de 1949, aos 12 anos de idade, embarquei no motor Pedro Ivo, rumo ao estudo, ao progresso e ao desconhecido. Logo em Uruçuí, onde o Rio Balsas desemboca no Parnaíba, aquele mar de água. E nele, uma amostra do que seria o porvir: o vapor Brasil – para mim, um navio –, sob o comando do florianense Seu Antônio Anísio, rebocando 3 imensas barcas, fazia manobras para aportar. No dia 8, desembarquei na rampa de Floriano.

Aguardava-me um estivador chapeado previamente contratado por minha tia Maria Isaura, moradora à Rua Fernando Marques, 698, para onde seguimos, ele com minha mala e o saco da rede, e eu com o meu assombro diante de tanta coisa nova que se descortinava ante meus olhos.

Bem na rampa, uma frota de jumentos, pertencente à Dona Inês Angelim, carregada de barricas d’água para fornecimento à população, subia íngreme ladeira em ziguezague, sabedoria asinina que logo seria transmitida a este matuto, grande admirador dos jegues. Mais adiante, a rua calçada, o meio-fio, a arborização, a casa de Seu Tiago Roque, a Praça da Matriz, a Avenida, os sobrados dos carcamanos, bicicleta com um menino enriba dela, as carroças de Seu Salomão Mazuad, o Riacho do Gato e o Riacho da Onça passando por dentro da metrópole.

Daí pra frente, novos impactos: o Ginásio Santa Teresinha, a Escola Normal Regional, o Cine Natal e outros primores que se me apresentavam, tais como luz elétrica, sorvete, picolé, gelo em barra, gibi, e carro, muito carro, os caminhões de Seu Arudá Bucar, ônibus e jipes.
Se eu pudesse determinar qual a Oitava Maravilha do Mundo, não titubearia em decretar que seria o serviço de alto-falantes, mais conhecido como amplificadora. Em Floriano, havia duas. A Amplificadora Florianense, “a voz líder e potente da cidade” nas palavras do seu locutor, o Defala Attem, e a Amplificadora do Chico Reis, “a voz do comércio, a maior”, como apregoava o locutor Almir Reis, filho do dono.

Cinema era pago, picolé era pago, sorvete era pago, gibi era pago, mas a amplificadora era diversão acessível a qualquer bolso, mesmo o mais desapercebido. Bastava ter ouvidos e atenção. Uma saía do ar e, ato contínuo, a outra emendava, presenteando-nos com os mais belos sucessos musicais. Essas duas amplificadoras foram as responsáveis pelo amor que tomei pela Música Popular Brasileira, pela memória musical que hoje me proporciona meio de ocupar meu ocioso tempo de aposentado, fazendo-me, pelo Orkut, um internauta intensamente procurado por aficionados do mundo inteiro, que me consideram o mais completo, atualizado e atento colecionador, no âmbito da Música Militar, do Carnaval Antigo e do Forró.

Indeléveis na minha memória são os prefixos das duas emissoras. A Amplificadora Florianense iniciava e encerrava seus trabalhos com o dobrado Batista de Melo, de Antônio Manoel do Espírito Santo. A Amplificadora do Chico Reis, com o dobrado Antônio José de Almeida, de Horácio Casado. Quando comecei a ganhar dinheiro, muito tempo depois disso, e pude comprar meu primeiro som, cuidei logo de amealhar essas relíquias. Pena que, hoje, ao completar 71, já não encontre pessoas daquela época para trocarmos idéias, tirarmos dúvidas, contarmos reminiscências, matarmos saudades, ouvirmos os sons que marcaram nossas adolescências. E fico telefonando a esmo, na vã esperança de lograr conexão com algum interlocutor contemporâneo, unzinho sequer. Sossega, coração!

Morei lá apenas um ano. Em 1950, fui estudar em Teresina. Mas minha bem-querença, renitente que é, recusou-se a partir.

Agora, no seu 110º Aniversário, não titubeio ao afirmar, sem medo de erro:
Em 1949, Floriano, a minha querida Xará, era assim!

6/22/2007

FLUTUANDO


Nada mais aconchegante do que chegar de repente no cais do porto, saborear alguns momentos por ali e poder observar a paisagem e a mansidão do Flutuante. As suas tardinhas nos transportam ao velho romantismo, quando nada queríamos da vida.


Apenas aquele silêncio poético nos conduzindo às antigas calmarias. A saudade chega de mansinho e voltamos a relembrar das tainhas, das descidas e dos borás que tocávamos pelos remansos do velho monge.

Hoje, há uma certa penúria e essa deslumbrante noite dos sons dali nos ensurdessem subitamente em sua poética bizarra e transgressora. Temos que voltar à realidade da vida, literalmente.

Precisamos nos acostumar aos novos tempos, mas aquela suavidade das noites de antigamente nos traziam belas conquistas em sonora melodia de bossas e dos blues que nos revelavam a beleza de nossas morenas.

CLUBE DOS 7


CLUBE DOS SETE

Pesquisa : Mª Umbelina Marçal Gadêlha

Todos nós éramos recém-casados, cheios de energia, ainda sem filhos, por isso tínhamos tempo sobrando e, nos reuníamos todas as noites na casa de um casal para jogar buraco.

Conversa vai conversa vem, surgiu a idéia de criarmos um clube ao qual demos o nome de “Clube dos Sete”, pois éramos 7 casais: Wilson Pereira e Beatriz, Gilberto Martins e Ivone, Roberto e Luiza, Gabriel Kalume e Geisa, Renê Veloso e Socorro, Pedro Attem e Marinice, Antonio Lisboa e Naila.

Reuníamo-nos na casa dos sócios, todas as noites às quintas-feiras para jantarmos. O menu era organizado pelas mulheres e cada casal levava um prato e refrigerante. Cada casal anfitrião, tinha o direito de convidar 2 casais fora os sete, para o jantar. E foi assim que outros casais foram entrando Laize, Constantim Salha e Lourdinha, Dr. José Gonçalves e Jesus, Bucar e Salomé. Com correr do tempo, em vez de 7, já éramos 13, mas o nome continuou o mesmo, ou seja, Clube dos Sete.

Quando os estudantes filhos de Floriano chegavam para as férias, principalmente os Kalume Olga, Mercês, Goreth e Paulo, organizavam jogos de vôlei à noite na AABB e sempre nos convidavam (o nosso time) para jogar com eles. Ah! e faziam também o Reisado do qual nós também participávamos.
O nosso time de futebol era convidado a jogar em outras cidades como São João dos Patos – MA e Guadalupe – PI, e as esposas formavam a torcida organizada.

Inesquecível também para nós foram os muitos piqueniques na beira-rio,nas fazendas de amigos subindo o rio de canoa e no açude Mário Bezerra. Tínhamos muita resistência.

Mas além de nos divertirmos também fazíamos muitas promoções para ajudar pessoas carentes em dificuldades.

Depoimento de
Mª Beatriz Gadêlha Fontes Pereira

6/21/2007

10 ANOS DO CENTENARIO


Aproxima-se o grande momento dos 10 ANOS DO CENTENÁRIO, agora em julho e a adrenalina cresce em função dessa expectativa do ( re ) encontro de florianenses que vivem, hoje, em vários rincões brasileiros.

Vamos aproveitar o máximo, eternizar esses momentos e resgatar os bons tempos. Essa idéia de Teodoro e do Cristóvão, contando com o apoio de outros amigos e de diversos seguimentos, pode dar um novo salto na auto – estima do povo de Floriano.

É preciso que recordemos, que façamos um alerta para tomarmos uma nova atitude rumo ao nosso futuro. Não vamos, por exemplo, deixar morrer os velhos carnavais, mas também teremos que propor um novo estilo de vida para a Princesa.

Sabemos que atualmente atravessamos momentos difíceis, mas isso faz parte do contexto político e social. No entanto, todos nós podemos fazer a diferença; tente, invente, faça algo diferente e vamos voltar para o futuro, certo?

6/20/2007

CAIS DO PORTO


O cais do porto, hoje, com um novo visual arquitetônico na expressão dessa bela tomada de Agamenon Pedrosa, nos dá uma vontade de ficar e de eternizar momentos inesquecíveis, vividos e divididos ali.

O nosso ponto de encontro mais aconchegante, na verdade, precisa ser bem melhor cuidado por todos e preservando, naturalmente, suas antigas origens.

Sabemos que o progresso nos tras dividendos, mas podemos, evidentemente, por outro lado, unir o útil ao agradável. Tudo é uma conseqüência. Só precisamos dos incentivos para melhorar a nossa demanda cultural.

Pode não ser o “projeto reviver” da vida, mas esse cais ainda pode render muitos frutos. Só depende das idéias e das iniciativas construtivas para mudar essa realidade em que hoje vivemos, certo?

6/19/2007

VIAZUL


Há uma grande expectativa quanto ao retorno e à participação do antigo grupo musical florianense – VIAZUL, dentro das comemorações de aniversário de Floriano, em julho próximo e tendo em vista o PRIMEIRO ENCONTRO DE FLORIANENSES 10 ANOS DO CENTENÁRIO.

Coordenado pelo compositor Adelmar Neiva, esse retorno terá, também, homenagem aos antigos cantores e compositores da terra. Os Bravos, que surgiram no período da jovem guarda, também farão uma ( re ) apresentação nessa data ( veja programação em postagem anterior ).

O Viazul ( foto ), era quem comandava as férias em Floriano nos anos setenta, com apresentação de shows no estilo pop moderno. José Demes ( vocal ), Adelmar (baixo ), Nilson Coelho ( guitarra ), Célia Reis ( vocal ) e Neivinha ( bateria ), incendiavam o velho Salão Paroquial com a sua proposta pop: bossa, jazz, blues, rock e todo um pop de grande irreverência, sacudindo a juventude local.

Será um evento, naturalmente, de proporções épicas para a cultural local. Sua participação será de suma importância. A diversão já está garantida, com certeza.

HISTÓRIAS DE FLORIANO

  FOLCLORE ÁRABE - FLORIANENSE ATITUDE SUSPEITA Salomão Cury-Rad Oka Na época áurea do comércio árabe-florianense, os clubes sociais e os cl...