Alguns colégios de Floriano tinham apelidos. Eram os meninos que botavam só para acirrar e tirar onda uns contra os outros. Apanhava-se as letras iniciais do nome da escola e inventava-se o apelido, como por exemplo, o Odorico Castelo Branco era Odorico Cachorro Babão; o Agrônomo Parentes era Água Pôde; o Ministro Pedro Borges era Macaco Pedindo Banana e por aí vai. A polêmica era terrível na defesa de sua escola.
A foto aí ao lado é do famoso Odorico, localizado na rua Gabriel Ferreira próximo à antiga quinta de maria prisulina. Costumávamos jogar bola por lá, brincar de lambreta de tábua, de time de botão, jogar peteca, triângulo, pião, de filtro, caçar calango, caçar passarinho, cambito, derrubar caju, brincar de quemente, de preso e, até, caminhar em cima do muro.
Era uma loucura só. Nossas traquinagens eram muitas. Ninguém percebia os riscos que corríamos. Certa vez dona Antonia, segunda esposa de nosso avô Aristides, foi chamar o Ubaldo para se assear. E já era detardezinha. Logo seus colegas disseram:
- Eita, Ubaldo, lá vem tua avó te buscar!
Ela, nervosa, foi logo gritando: "Ubaldo, infeliz; caminha, tranca, se não tua mãe vai te bater..." Chegava em casa, quando mamãe apanhava o cinturão, dona Antonia tomava a frente e dizia:
- Num bata nele assim, não! Péra aí! Deixa, pelo menos, o menino esfriar o sangue!
Dindinha, como era chamada, gostava demais de Ubaldo e o defendia de qualquer parada. Eram outras auroras.