A partida era extremamente decisiva. Jogo importante, dentro do contexto das quatro linhas do esporte amador florianense. O time do Grupo Escolar Odorico Castelo Branco desafiara o terrível Ginásio Joana leal, de propriedade do senhor Ribamar Leal, para a disputa de uma taça em comemoração à Semana da Pátria.
Aquela manhã exaltava um sol escaldante, mas o vento, balançando os arvoredos, nos deixava ansiosos para o embate. Os torcedores observando e gritando, aguardando o início da grande pelada.
Os piolhos do Odorico entraram em Campo com Paulo de João Leão no gol, Toinho da Malária, Cícero (Boião), Valdenor, Deuzinho, Agenor (estilista), Carloínho (cracasso de bola), Chico Piripira, Ezequiel, Sebastião (irmão de Luiz Orlando), Pé de Lajeiro e Geraldo.
Já a equipe do Joana Leal entra jogando com Alancardeck, Jotinha, Leal, Ribinha, Cazuza, Laurismar (in memorian), Silva de dona Julita, Neguinho de Zé Vieira, Gregório, Sapinho, Ariosoto da rua Sete e Cibita (que jogara emprestado nessa saudosa pelada).
O juiz do encontro, o famoso Chico Bilituta, envolvido com a disputa, esbanjando sua moral e categoria. Apitava forte e a negrada respeitando o limite de sua adrenalina.
O empate estava praticamente caracterizado. Jogo duro. Mas quando o atacante Carloínho cruzara aquela bola de tesourinha pela direita, o centroavante Agenor, surpreendentemente, se antecipara no lance no meio da zaga adversária e cabeceara o pneu (bola) no canto superior esquerdo do goleiro Cazuza, estabelecendo, assim, o único gol da peleja.
O Odorico sagrara-se campeão. No entanto, revoltado, Neguinho de Zé Vieira quizera tirar satisfação com rifiri Chico Bilituta, que, de dedo em riste, exaltara sua decisão de forma vaidosa:
- Não, senhor! Comigo, não, violão! Foi gol legítimo! Qualé? O jogo só acaba quando termina...