1/06/2006

CINE NATAL

Na época de ouro do cinema, nos anos sessenta, costumava-se fazer filas enormes no Cine Natal. Qualquer clássico, lotava: quem não se lembra das belas matinês, do troca troca de revistas, o cheiro da pipoca e os picolés do bar do Bento. Aqueles mais piolhos e com mais condições, não perdia uma sessão.

Nos debates de esquina, por exemplo, quem tinha assistido, contava para os outros o filme do começo ao fim. Foi quando, certa vez, o nosso amigo Ubaldo, que estudava em Teresina, via os melhores filmes na Capital e contava para todos as últimas novidades.

A propósito, o nosso amigo Deloide, que costumava bater uma bolinha no campo do Odorico, prestava bem a atenção o bate papo da curriola na esquina de Bacelar naquela bela noite enluarada. Depois de muita paciência, Deló quis tirar uma dúvida, que estava lhe intrigando bastante, e perguntara para o piolho de filme, desenvergonhamente:

- Vem cá,Ubaldo, quantos cine natal tem em Teresina, hein?

GERARDINHO

Havia, ali, na rua Defala Attem um baixinho bom de bola, que brilhou nos anos sessenta e setenta: era o nosso amigo Gerardinho (foto), que reunia a turma para jogar as peladas debaixo de um pé de caju ao lado de sua casa. Gerardinho é irmão de Janjão (que atuou no Piauí e Botafogo, ambos de Teresina).

Para vencer na vida, Gerardinho hoje está em Brasília, defendendo os interesses da moradia popular e é um líder incontesti em vários seguimentos populares da Capital Federal e recebe o apoio de outros líderes.

Certa vez, lembro-me bem, fomos participar de uma jornada esportiva nesse antigo campinho, bem movimentado, e Gerardinho, como era ágil, rápido e técnico, conseguiu aplicar-me um banho de cuia terrível e fiquei sensivelmente encabulado.

A minha salvação, entretanto, é que conseguira marcar o único gol da vitória do nosso time: quer dizer, ficou pau a pau.

Coisas do folclore do futebol de poeira da Princesa.

1/04/2006

LABORATORIO SOBRAL

Em Floriano, visite os museus mantidos pelo LABORATÓRIO SOBRAL:
Museu de Floriano, localizado no Espaço Cultural Laboratório Sobral, na avenida Getúlio Vargas, 181 no primeiro andar. Contato: 089.3522-1691, onde fica aberto ao público de segunda a sábado no horário comercial.
O Museu do Automóvel de Floriano, fica localizado no Sitio Jacylândia, próximo à Escola Técnica Federal do Piauí e do Parque de Exposição Agropecuária no bairro Meladão. Aberto ao público aos sábados e domingos. Contato: 089.35221406.
O nosso amigo Teodorinho terá imenso prazer em atender. Sempre preocupado com a cultura florianense, Teodoro mantém um acervo muito interessante sobre a história da Princesa do Sul. Vale a pena conferir.

1/03/2006

FUTEBOL - INDEPENDENTE

O time do Independente foi fundado pelo radialista José Antão do Vale Reis, proprietário da Rádio Difusora de Floriano em 1958. Época romântica.
No período amador, Zé Antão contava com os piolhos Pedro Gancho, Darce, Julimar Antonio José, Halboner, Ribamar, Gaze Mazuad, Dedé (grande jogador de futebol de salão do Banespa de Teresina), Pauliran (sobrinho de dona Conceição Salustiano do Tufi Lobo), Ribamar, Rafael, Zé Afonso, Zé da Guia e Odorico. Segundo conta o nosso amigo Teodorinho Sobral, esse time era quase imbatível.
Mas o grande folclore desse período, segundo consta, foi quando todos procuravam o suspeito número um do desaparecimento de um rádio da loja do senhor Chico Reis. O senhor Luiz Lopes, que era o Almoxarife da loja, foi logo quase autuado, quando ele resolveu abrir o bico:
- Senhores, quem apanhou o rádio daqui pra escutar jogo foi Zé Antão...
Todos ficaram surpresos, mas a verdade é que Zé Antão era piolho de futebol, mesmo. E, como todos sabem, para se possuir um rádio naqueles áureos tempos era uma loucura!

TIMES ANTIGOS - BONSUCESSO

Nos anos românticos, no período infantil, o senhor Sinimbu administrava o Bonsucesso, mas, em sua fase adulta, Calisto Lobo Matos tomara de conta do plantel.

A maioria de seus atletas eram estudantes, conhecidos, como Jamil Zarur, Mussa Demes (hoje, Deputado Federal), Calisto Lobo Matos (Calistinha), Bucar Amado Bucar Neto (carnavalesco), Abdala Zarur, João Alfredo Gaze, Nozinho e o famoso Abdoral (professor de educação física).

Abdoral, tempos depois, quando formou seu próprio time de futebol, na hora em que ele ia escalar a equipe para entrar em campo, falava grosso e gesticulava muito, com o seu pneu (bola) debaixo dos braços:

- O time vai entrar em campo jogando cumigo...

HISTÓRIAS QUE O POVO CONTA


Certa vez, Benedito Batista, um tio nosso, agricultor, que trabalhava como caixeiro na sua juventude, andava a cavalo divulgando seus produtos junto as comunidades rurais na região de Jerumenha. Naquele momento, por outro lado, Urbano Pacifico, que era ligado a nossa família, fazia inspeção das fazendas de seu grupo familiar de São Luis do Maranhão no rumo de Veados, hoje conhecida como Artur Passos, próximo a Guadalupe.

Urbano viajava em sua famosa Rural com os seus irmãos Arsênio e Antonio (proprietários da antigas lojas Arpaso Pop de São Luís/MA) em direção as suas fazendas, quando avistaram aquele cavaleiro vindo distante.

- Quem será, hein, Urbano! - perguntara Arsênio.

Com o seu senso de humor apurado e a sua presença de espírito, Urbano olhou bem para aquele homem vindo em seu cavalo baio e respondeu, literalmente.

- Rapaz, aquele ali é Benedito Batista!

- Será! – questionara seu irmão Arsênio.

Aguardando a sua aproximação, os irmãos Pacifico ficaram a espreita de Benedito, quando, finalmente, se encontraram, Urbano tomara a iniciativa.

- Benedito, rapaz, que quiá! Aqui é Urbano Pacifico! Ta conhecendo?

Benedito, cauteloso, meio cabreiro, olhara bem a todos, desconfiando e analisando todo o ambiente, procurando se situar. Depois, calmamente, percebendo de que realmente se tratavam de seus amigos e parentes, falou com toda a sua moral e categoria.

- Rapaz, sabe que é mermo!

1/02/2006

CARNAVAL DA PRINCESA

O carnaval da Princesa está chegando, mas já não é mais o mesmo. As marchinhas carnavalescas se perderam no tempo. Os tradicionais clubes da cidade já permancecem vazios e sombrios.

As avenidas dão lugar aos axés e forrós eletrônicos. Os blocos de sujo são só lembranças. Os tambores já não ecoam como d´antes.
Por onde andam os blocos de sociedade?

E as visitas dos blocos às casas tradicionais da cidade? Os corsos da avenida Getúlio Vargas? E as chiringas, os talcos, os óculos de plásticos, tradicionais suovenieres que se cultivam nos antigos carnavais?

Hoje temos que suportar estas novas demandas (foto/FLORIANONET) e esse consumo infernal. Restam, apenas, o reencontro de amigos e alguns lugares da velha Floriano, para contemplarmos uma época maravilhosa, que os anos não trazem mais.

ALDÊNIO NUNES - a enciclopédia do rádio florianense

  ALDÊNIO NUNES – A ENCICLOPÉDIA, NUMA ENTREVISTA INIMITÁVEL, MOSTROU POR QUE SEMPRE ESTEVE À FRENTE! Reportagem: César Sobrinho A radiodifu...