1/23/2024

Os Malandrinhos


O carnaval de hoje está consolidado, moderno e voltados para uma febre de consumo sem limites. Os grandes desfiles, hoje, são espetáculos para despertar turístas e incautos.

 


(Na foto acima, observamos os Malandrinhos Zé Geraldo (filho
de Geraldo Teles), Jorge Carcamano, Arnaldo Pé de Pão, Demes e, na frente, em pé, Pedro Attem, comandando a moçada).

Dentro do contexto romântico de nosso carnaval, o famoso bloco OS MALANDROS participou, efetivamente, de duas fases importantes, a primeira, quando foi fundado, na década de 40, pelos foliões Rolo Ferreira, Zé Ferreira ( ambos filho de seu Vicente Roque ), Daniel Bicudo ( filho de seu Zé Leonias e irmão de Budin e Lulu ) e Rafael.

A segunda fase, em 1961, em Brasília, os florianenses, apaixonados pelo carnaval da Princesa, decidiram, que quando retornassem a Floriano, reativariam o bloco. O que realmente aconteceu. Os baluartes dessa brilhante idéia, foram os malandristas Clóvis Ramos ( estandarte e líder do grupo ), Chico Perna Santa, Colega, Jamil, João Alfredo, Lisboa ( piston ), Antonio José “Boquinha” e Pedro Atem.

Curiosidade:

no ano de 1963, esse famoso bloco deixaria de sair com o nome "OS MALANDROS" e desfilara numa única vez como bloco OS DOMINÓS. Isso aconteceu por causa da morte de um dos integrantes mais famoso do blcoco - Defala Atem.

FIGURANTES:

Eleonora Demes, Nadja Demes, Sara Demes ( estas, irmãs de Mussa Demes e Alcides Del Bueno ), Nice Lurdes, Aldenora ( irmã de Genison ), Maria Mazuad ( irmã de Issa, Brahin e Gaze Mazuad ), Maricildes Costa ( eterna Miss Piauí – Filha de Alcides Costa, músico e Tabelião ).

COMPONENTES DO BLOCO:

Clóvis Ramos ( estandarte e líder do grupo ), Pedro Atem, Chico Perna Santa, Colega, João Alfredo, Lisboa ( piston ), Antonio José “Boquinha”, Alcides “Del Bueno”, Jamil Zarur, Assis, Miflin, Mário Anselmo, Ratin Pintor, João Batista, Pompéia, José Soares da Pernambucana, Brahin, Bernadino Feitosa ( Seu Dino ), Parnaibano, Poncion, Lisboa do Piston, Aldênio Nunes, Caçula, Pauliran da Costa e Silva, Arnaldo Pé de Pão, Joaquim Portela, Engrácio Neto, Netinho, Maria Roxa, Herbrant ( Mano, filho de doutor Herbrant ), Luis Paraibano, Zé Geraldo Teles, Neguinho Sapateiro, Jorge Adala Lobo, Pedro de Alcântara, Estevão, Argeu Ramos.

MÚSICA ( enredo ) DOS MALANDROS:

NÓS SOMOS OS MALANDROS
COMPOSIÇÃO:

Alcides “Del Bueno” e Pedro Humberto Demes ( irmão de Mussa Demes ).

EVOLUÇÃO E MARCAÇÃO PARA NÃO PERDER O RITMO!

Alcides “Del Bueno” ( Tarol ), Parnaibano ( Tarol ), Engrácio Neto ( tarol ), Adauto Perna de Gato ( surdo ), Chico Perna Santa ( surdo ) e Assis ( Surdo ).

ENCONTROS DE GIGANTES:

No final da tarde, o desfile dos blocos na avenida Getúlio Vargas e praça doutor Sebastião Martins, no centro de Floriano.

Um momento de rara beleza! O encontro dos blocos Os Malandros, Os Piratas e Os Foliões na altura dos bares: São Pedro, Sertã, Churrascaria Carnaúba. Uma delícia! Inesquecível!

Colaboração:

Alcides “Del Bueno” Clóvis Ramos e Joaquim Portela, todos participantes do bloco Os Malandros.

Fonte: César de Antonio Sobrinho

Jardim da Infância II

 

Fundado já algum tempo, o JARDIM DA INFÂNCIA II (kkk) está se reunindo aos domingos na Praça Coronel Borges para se sentirem felizes e relembrar os bons tempos de outrora.

Então, da esquerda para a direita, observamos o Remo, Gonzaga, Paulo, Carlos Alberto, Vitorino Ferreira (irmão do Hélio Ferreira), Nena, Pingo, Irapuam, Iran, Temistocles, Zé Alberto (Dito), Jeremias e a irmã dos irmãos.

A turma tá aumentando e novos alunos e "crianças" estão aderindo e não precisa de exame de admissão, apenas boa vontade de se enturmar, contar uma boa história e ter um domingo excelente para suportar a semana com uma boa dose de energia.

Fui admitido recentemente, quando estava passando um final de semana na Princesa. Por lá a gente encontra figuras ilustres como Dito, Gonzaga, Jeremias, Carlos de Honorato, Paulo Bababá, Irapuã e outros colegas do passado. 

Não se acanhe, leve seus boletins e históricos escolares para ser admitidos nesse novo grupo que surge em Floriano para revolucionar dias melhores.

1/22/2024

Técnico do Corisabbá lamenta chances perdidas após nova derrota: "Não fomos competentes"

 Fonte ge

A derrota por 2 a 1 para o Fluminense-PI, nesse domingo, deixou um gosto amargo para o técnico Fernando Agostini. O treinador alvinegro lamentou as chances desperdiçadas pela equipe no confronto contra o Tricolor, e afirmou que faltou competência para sair do Tibério Nunes com os três pontos na bagagem.

- Problema foi que quando a gente criou não fomos competentes para fazer os gols. A gente começou com uma chance clara do Vinícius, depois o Andrei também fez uma grande partida, eles também tiveram chances. Na hora que nós empatamos, tivemos uma chance clara com o Eduardo, aos 39 minutos (do segundo tempo), dentro da pequena área. Se ele faz o gol, acho que o jogo muda totalmente – lamentou Fernando Agostini, técnico do Corisabbá.

O treinador revelou que deve se reunir com a direção do clube para avaliar quais medidas poderão ser implementadas para mudar a rota da Águia na competição. A equipe possui mais quatro compromissos pela primeira fase do estadual, porém, três deles serão longe de seus domínios.

- Infelizmente, não fomos competentes. Agora é lamber as feridas e ver na sequência o que vai ser feito para realmente melhorar, porque desse jeito as condições ficam cada vez mais difíceis – projetou Fernando.

Lanterna do Grupo B, ainda sem ter somado pontos, o Corisabbá volta a campo no próximo domingo, quando enfrenta o Parnahyba, fora de casa, no estádio Pedro Alelaf. O ge acompanha o lance a lance da partida em tempo real.

Fonte: florianonews.com

1/20/2024

Museu de Teodoro


Fizemos uma visita esperta ao Centro Cultural Teodoro Sobral, num desses carnavais do passado quando estávamos aproveitando a presença de figuras ilustres (Carlos Sá, Puluca) fazendo suas anotações e revendo o passado de Floriano.

Inaugurado durante a realização do PRIMEIRO ENCONTRO DE FLORIANENSES 10 ANOS DO CENTENÁRIO, em julho último, o museu de nosso amigo Teodorinho tem dado grande contribuição aos pesquisadores e à turma da velha guarda, onde estão revivendo os bons momentos do período romântico da Princesa do sil.

Iniciativas como essas é que fazem Floriano continuar a dar bons frutos. As parcerias precisam vir à tona para procurarmos tornar dinâmica mais ainda a revolução de nossa cultura e de nossas tradições.

1/19/2024

Clóvis Ramos - o Porta Estandarte dos carnavais antigos

 

A foto ao lado é de 1962 na residência do seu Pedro de Sinésia, na rua Bento Leão, quando o famoso carnavalesco florianense Clovis Ramos (in memória), com estandarte do bloco OS MALANDROS movimentava o carnaval da Princesa.

Época romântica de nosso carnaval: esse badalado folião sempre movimentava os bastidores, a organização e as articulações da festa de momo na Princesa e representava fonte importante da memória antiga de nossa cultura.

Precisamos valorizar, incentivar essas grandes figuras, para que possamos engrandecer nossas atividades sócio-recreativas.

Não podemos deixar a peteca cair. Sabemos que os axés estão por aí com seus abadás; no entanto, vamos fazer a nossa parte: buscando resgatar os bons tempos

1/18/2024

Vapor Chile

VAPOR CHILE, ancorado em Floriano no ano de 193). Segundo o professor Luís Paulo, ele foi lembrado, hoje, pela ilustre doutora  Helena Barros Heluy.

 "Meu pai está nesta foto. Era o Comandante do vapor Chile que durante muito tempo fez a rota Floriano-Teresina. Muito glamour nessas viagens. O Chile foi o mais famoso e charmoso do rio Parnaíba." - nos revela o arquiteto Nilson Coelho.

"Andei nele, Nilson, com minha mãe. Era uma viagem de sonhos: redes no convés, o cheiro da cozinha lá em baixo, o sino para alertar o foguista, o apito na curva do rio, a travessia dos Caldeirões ... O tempo passou e não vimos ...Viajei, também, no Brasil, Parnaíba. Meu pai foi imediato num desses vapores. O senhor João o conhecia" - É o que comenta, novamente, o nosso historiados Luís Paulo.

Já o nosso amigo Edilberto Rocha, revela que seu também pai viajou muito no vapôr do Afonso Nougueira. "A rampa de acesso era ali no lugar do Flutuante" - Disse.

São reminiscências que o tempo não apaga.

1/17/2024

BECO DAS ALMAS

 

Conto - Dácio Borges de Melo

 O certo é que Danúnzio, Divaldo e nego Cléber foram a uma tertúlia que sempre ocorria naqueles fins de semana. 

Terminada a festa, Divaldo e nego Cléber resolveram esticar a noite e Danúnzio tava escalado, por dona Lourdes, pra fazer a feira bem cedo, por isso rumou mais cedo pra casa. 

Alta noite, no caminho de casa, tinha que encurtar estrada passando pelo Beco das Almas. Caminho estreito, cercado de mato, escuro que nem breu. 

Antes de chegar no beco, bateu a mão no bolso e tirou o único cigarro Gaivota que tinha, todo amassado, bateu outra vez a mão no bolsos atrás de fósforo, em vão. 

Enfrentar o beco tenebroso sem um cigarro para iludir o medo era fogo. Mas foi o jeito, entrou nas trevas das almas, com o cigarrinho na mão, no ponto de qualquer barulho sair correndo a mais de mil. 

O efeito da cachaça é que ainda lhe dava um rasgo de coragem. A passos rápidos, em meio a trevas totais, seguiu beco a dentro. 

Na outra entrada beco, avistou uma pequena brasa dançar no ar, o que fez todo seu cabelo levantar! Logo a seguir se acalmou quando ouviu alguém assoviar  uma música de Roberto Carlos comum na época. 

Certamente pra espantar o medo do afamado beco. Sem ninguém enxergar ninguém, ao se aproximar um do outro, Danúnzio perguntou com a voz arrastada..."tem fogo aí, meu amigo!". 

Danúnzio não viu, mas sentiu o cara jogar algumas coisas para cima e com uma voz rouca gritar e disparar noite a dentro. 

De manhã cedo já no rumo da feira, Danúnzio resolveu passar pelo beco para ver o que resultara da noite assombrosa. Encontrou um pau de travessa, um cofo com peixes e outros espalhados, vara de pescar e outras coisas mais. 

Filhos, netos e bisnetos, certamente ouviram muitas estórias de assombração.

Ah, rá, rá rá!...

1/16/2024

Carnaval de Floriano 2024


Vem aí o Carnaval de Floriano 2024!

O maior, e mais versátil evento de Carnaval do Estado de Piauí.

Com boas atrações, desde bandas locais a artistas de renome nacional, o Carnaval florianense promete agradar moradores da cidade e turistas.

Para garantir que florianenses e turistas curtam o Carnaval do início ao fim com qualidade, está sendo preparada uma grande programação e grandes shows que prometem atrair também muitos turistas para a cidade.

Uma experiência vibrante que une a alegria do carnaval tradicional com as mais diferentes manifestações culturais num só evento. Aguarde!

Carnaval de Floriano 2024!

É pra ser Feliz!

Fonte: prefeitura municipal de floriano

Rosa de Ouro

ROSA DE OURO - CONSTRUÍDA POR UM EMPREENDEDOR
KAMEL FERREIRA (SEU CAMILO)

Fotografias podem revelar histórias jamais imagináveis – vejam, por exemplo – a nossa famosa ROSA DE OURO, nome diferente que fora trazida de longe, São Paulo, por um pintor de Floriano, conhecido por Cícero , que viu este belo nome numa lanchonete, passando a idéia ao empreendedor Kamel Ferreira, mais conhecido como seu Camilo, nasceu em Fortaleza - CE em 12 de agosto de 1924, casado com a senhora Ariene Santos Ferreira, pais do engenheiro civil, doutor Nonato Ferreira, que atualmente exerce o cargo de Secretário de Obras do Município; Angélica Farisa, Chico da Padaria Ipiranga e Kamel Filho.

Perguntamos ao senhor Camilo de como surgiu a idéia de construir um dos mais belos e importantes prédios da Princesa do Sul, pelo seu valor cultural na época. Sua resposta foi emocionada:

" Começou quando fui de Fortaleza para Teresina no dia 02 de agosto de 1952, data que jamais esquecerei, pois cheguei no ano do centenário da cidade verde. Como funcionário do DER-PI, fui transferido para Floriano, chegando em 09 de maio de 1957.

A primeira Rosa de Ouro era um QUIOSQUE de madeira. Mais tarde, comecei a articular com Fauzer Bucar, vice-prefeito de Chico Reis e o vereador e compadre Manoel Jaca a viabilidade de construir um prédio, com uma bonita planta do Engenheiro Civil do DER doutor José Carlos Castelo Branco.

Foi uma luta ferrenha, muito difícil, pois alguns vereadores dificultaram a aprovação do requerimento, pois pretendiam passar para alguém de posse e na época eu era considerado um forasteiro, não seria bom para cidade, segundo alguns vereadores.

Mas com a intervenção forte do vice-prefeito e de dois vereadores, conseguimos a aprovação do projeto. Foi uma revolução. Concluída a obra, parecia um sonho. A transformação foi um marco, o prédio era funcional, se não vejamos: na parte da frente da avenida Getúlio Vargas, funcionava a Banca de Revistas, as pessoas ficavam maravilhadas com aquela novidade, surgia ali oportunidade raríssima da leitura, tão carente na época, ficava mais fácil de se atualizar com as notícias do Brasil e do mundo e, por outro lado, existia o romantismo dos jovens que iam pra lá trocar revistas e figurinhas de álbuns.

Ao lado da banca tinha um balcão que eram fabricados os picolés, era um sucesso, nesse período já fazíamos picolés com cobertura de chocolate, hoje não é novidade para mim. No prédio tínhamos mais uma importante opção, ficava localizado na parte de trás, uma lanchonete, moderna, limpa, dava gosto a pessoa freqüentar, realmente era uma coisa inédita."

Detalhe, a energia da Rosa de Ouro era fornecida por outro empreendedor, Bento Leão, que falaremos numa outra oportunidade.

O atual prédio da Rosa de Ouro pertence ao Senhor Kamel Ferreira.
(Pesquisa: César Augusto)

1/15/2024

O Carnaval de Demerval Neiva


DEMERVAL NEIVA - "Seu Dema" - O MAIOR FOLIÃO DE TODOS OS TEMPOS!

Resgate do carnaval da Princesa!

Demerval Neiva de Sousa ( In Memorian ), filho de Antonio Neiva de Souza e de Maria Mendes Soares, nasceu em Nova Iorque-MA, em 17 de abril de 1914. Naquela época a navegação fluvial era o único meio de transporte. Aos 11 anos de idade deixou sua terra natal e veio residir em Floriano com a finalidade estudar e trabalhar.

Desde criança / adolescente já evidenciava o guerreiro lutador e ousado que veria ser no futuro. No ano de 1938 encontrou a jovem bonita, Luiza Siqueira ( Beijinha ) com quem casou-se. Foi uma união de muitos anos de felicidade.

Do enlace tiveram 6 filhos: Antonio Neiva, Lélia, Carlota, Maria, Luiza Maria, Robson e Demerval Filho. Os filhos lhe deram 19 netos e 13 bisnetos. Deixou uma família unida ao longos dos seus 86 anos.Considerou a cidade de Floriano, a sua terra natal, nela conquistou grandes amizades, fazendo parte da grande sociedade florianense. Sempre foi uma pessoa alegre e comunicativa.

VEREADOR POR TRÊS MANDATOS

Como político, foi eleito para 3 mandatos de vereador, nas gestões dos prefeitos: Dr. Sebastião Martins e Tibério Barbosa Nunes(duas vezes). Atuou na área do comércio, chegou a ser presidente da Associação Comercial Sul do Piauí – 1937 a 1938.

CARNAVAL UMA PAIXÃO!

O carnaval para Demerval Neiva, era considerado a diversão de sua preferência. Desde jovem até a idade adulta participava de forma ativa, sendo considerado pelos florianenses um carnavalesco animadíssimo e muito feliz.

FOLIÃO DE RUA E DE SALÃO

Participou dos blocos de rua e de salão no Floriano Clube e Comércio Esporte Clube com a mesma desenvoltura e resistência invejável, com um detalhe se tivesse bloco ele brincava e sem bloco também, um fenômeno da animação, por isso tinha o eterno título de “O FOLIÃO Nº 1”. Um espetáculo à parte!

LATINHA DE CERVEJA E UM PAUZINHO – SUA MARCA REGISTRADA!

Usava uma lata de cerveja (vazia) na qual batia um pauzinho. Esse era o seu instrumento. Batia na lata e cantava a música “A Capital do Equador é Sempre Quito”.

UNIFORME PREDILETO

Outra marca registrada dele era o sapato preto e as meias que usava no meio da canela e o apelido que todos adoravam pronunciar: "SEU DEMA" Colaboração: Sgtº HÉLIO

SEU ÚLTIMO CARNAVAL!

No último carnaval que brincou, no ano de 1998, usou uma camisa com o slogan “ADEUS CARNAVAL”. Essa camisa foi idealizada e pintada por sua querida filha Lélia Neiva, que continua, no carnaval, sambando, vibrando substituindo o seu pai, o velho guerreiro!
Colaboração:

Jany Neiva – ( nora Demerval Neiva ) e esposa de Antonio Neiva Lélia Neiva – Filha de Demerval Neiva; Demerval Neiva Neto – “Beterraba” – Neto de Demerval Neiva; Francisco Neiva - "XICO PIPIRA" - Neto de Demerval Neiva.

Fonte: florianoemdia

1/11/2024

Os Águias 1940

 

Numa das páginas de seus flagrantes, o professor Luiz Paulo destaca à sua maneira poética, a passagem dos ÁGUIAS nos anos de 1940, saindo nas ruas da cidade movimentado os foliões em sua grandiosa harmonia.

Os Águias era formado por figuras expressivas da sociedade florianense, segundo nos conta o professor, e dele, Floriano guarda a mais sensível e imorredoura lembrança. .

Na foto acima observa-se da esquerda para a direita na primeira fila José Araújo, Antonio Ribeiro, Antonio Xavier Neto, João de Sá Martins, Rafael Rocha (estandarte), Antonio Nivaldo e Antonio José Medeiros.

Na segunda fila ajoelhados Jorge Manpetit, JoãoLuiz Guimarães, Ezer Frejat, Raimundo Costa, Alcides Carneiro, Guilherme Noleto e Janai Alves da Silva.

Abaixo, sentados, Antonio Boson e Otacílio Paixão.

Depois de relembrar aqueles bons tempos, o professor encerra com a mão direita apertada no coração em desabafo saudoso: "chega de saudade..."

1/09/2024

O brilho do Porto

 

"O POR DO SOL é lá no cais; eu vejo a lua, surgindo atrás da torre... do cais".

Esse é o trecho inicial da linda canção do grupo VIAZUL, que fez sucesso nas décadas de setenta e oitenta e que traduz a beleza e a poesia do cais, o ponto de encontro mais aconchegante da cidade.

O Flutuante, ali, impecável e manso, mantendo um prazer tradicional de várias décadas e gerações. O Parnaiba, caudaloso, inspirando poetas e itinerantes. Vejo à noite, reluzente, a bela Barão, espelhada nas águas do rio. Mas já não existem mais os antigos pontões e canoas à vela. O progresso nos trouxe as pontes, lanchas e motores. As balsas e as regatas de julho perderam-se no tempo. E por onde andam os pescadores?

O tempo passou. O futuro chegou como que sorrateiro. Não se escuta mais os borás. Os trios elétricos já habitam em nossos carnavais. Os foliões, agora, são outros. Plantaram-se novas árvores e pontos turísticos. Os jets-skis, fazendo suas manobras radicais. A Maria Bonita agora é um belo museu. Os novos cantos são baianos. As bicicletas agora são de marchas e já não existe mais o bar de nosso amigo Passim. Os meninos recolheram-se aos games, não tiram mais saltos mortais e já não descem o rio. Os remansos desapareceram. O cais do porto absorve outras naves e concorrentes. A poesia mudou e a burguesia sumiu.

Saudoso, chego ali de mansinho a sondar a nova paisagem. Soturno, ando a passos lentos e solitários à procura de um tempo em que não volta mais. No entanto, o conforto da minha presença ali satisfaz o meu ego. E os tambores, que ouço na madrugada lenta e fria, são os únicos companheiros que trafegam por ali ecoando noite a dentro a compartilhar de meus pensamentos em busca de um novo tempo.

Se viver, verei!

1/08/2024

DJALMA SILVA E SUAS MEMÓRIAS


 Carnaval

 (na foto acima, o senhor João de Deus Alves pai do Cronista, que tocava Piston)

O mais longe que a minha memória alcança vejo Floriano nos vórtices de Rei Momo. Nos primeiros tempos o Zé Pereira, no sábado, anunciando o período de brincadeira. Homens fantasiados burlescamente, montados em jumentos, andando pelas ruas  cantando:

Viva o Zé Pereira!

Viva o Carnaval!

Viva a brincadeira

Que a ninguém faz mal.

Domingo era o dia do Entrudo. Banho de água nos amigos e vizinhos. Cabacinhas de líquido volátil colorido atiradas nos incautos, manchando-lhes momentaneamente as roupas, provocando sustos ou iras que logo se desfaziam . Jatos de água ou mesmo de lama, sugada nas poças por repuxos de bambu ou de folhas de flandres atirados contra as pessoas. Uma farra.

Era corrente na cidade que todos os anos nesse domingo o senhor Dico Leão ia dar o banho de entrudo no senhor  João Matos seu vizinho.

Nos três dias à tardezinha havia o corso. Os poucos automóveis então existentes conduzindo seus donos, familiares e amigos, capotas arreadas, saiam da Praça da Igreja, desciam a rua São Pedro até a Praça do Mercado, passavam pela rua Silva Jardim e subiam à Avenida Álvaro Mendes. Isto muitas vezes até o escurecer. Durante o curso confetes eram jogados , serpentinas atiradas. O povo postado nas ruas e concentrado na praça de tudo participando com alegria.

Os bailes a fantasias completavam cada dia da festa tradicional. Bailes na casa do senhor João José Ribeiro a princípio, mais tarde na residência do senhor Antonio Anísio Ribeiro Gonçalves. Estes para a chamada elite. Os operários dançavam  na sede da União Artística Operária Florianense e alguns anos os seus bailes chegaram a acontecer na residência Sebastião Araújo, à rua São João. Nesses bailes  a tônica era a alegria contagiante expressa nas danças ,nos cordões que circulavam pelas salas, os foliões estimulados pelas músicas eletrizantes que todos sabiam cantar dos carnavais passados com no a do em curso pelo ritmo da s orquestras todas locais, pelos lança perfumes não proibidos e largamente usados de modo a impregnar o ar com suas emanações.

Em meados os anos trinta, possivelmente em 1935, se não me falha a memória, surgiu um bloco de rua famoso, “Os Amantes da Arte”. Criado por inspiração de José Dutra, grande incentivador da arte musical em Floriano e por ele dirigido, saiu dois anos consecutivos, percorrendo as residências mais importantes da cidade, brincando com muita harmonia e animação. Nesses dois anos usou fantasias de “pierrot”. Calças e blusas vermelhas no primeiro ano e calças brancas e blusa preta no segundo. A Porta Estandarte era a jovem “Tintô Paixão”.Para registro, cito aqui os nomes dos demais integrantes musicais que tocavam: José Dutra, violino; Arudá Bucar, flauta; Eugênio Pereira, trombone; João Mrtins, saxofone; Nestor Coelho, saxofone; Sebastião Araújo, contra-baixo; João de Deus Alves (meu pai), piston; Zezinho Rocha, saxofone; Francisco Paixão, violão; José Cairara, banjo; Otacílio Paixão, violão; Antonio de Passos Freitas, cavaquinho; Jonas Araújo, cavaquinho; Odali Paixão, cavaquinho; Genésio, cavaquinho; Michel Demes, maracá; Olívio Paixão, pandeiro; Francisco Dantas, pandeiro.

Com a Fundação do Floriano Clube, o carnaval passou a se restringir mais a ele. O da elite, pois o dos operários continuou na União. Todavia, blocos de rua ainda marcaram sua presença na cidade. Rafael Rocha, em crônica reminiscência publicada em Jornal de Floriano número 367, fala dos Águias, das Baianas do Arudá.  E Luís Pinto de Oliveira, memória viva da cidade, fez-me recordar dos Bambas da Folia que ele e outros elementos da União fizeram e mantiveram por muitos anos.

Fonte: Jornal de Floriano


1/04/2024

Tempo de Papagaios


Fonte: Dácio Melo

Eu nunca fui bom de papagaio. Quando os ventos gerais chegavam, todo mundo corria à procura dos artesãos, dos craques na feitura dos surus, lanciadores, curicas, surus de besouro nas mais variadas cores.

Me lembro bem do Tete e do Cebola. Embora não sendo bom na empina, sempre estava participando da brincadeira. Segurando o papagaio pra levantada de vôo, passando o cerol na linha e depois me juntar a turma na expectativa da queda bonita de alguns surus cortados.

Na ânsia de comer linha, varávamos cercas de quintas e quintais sem respeitar nada. Lembro-me bem, ali nas imediações da galeria abaixo da rua do fogo, o suru tinha caído no quintal dum carroceiro muito brabo, nós pulamos a cerca afobados pra comer linha e o dono da casa correu pra ver que zoada era aquela no seu quintal. Foi olhar pra nós e gritar bem alto, com raiva, "me traz o facão aí, muié, ligeiro!".

Rapaz, nunca vi nêgo pular cerca de arame tão depressa como naquele dia! Nós correndo apavorados e o negão gritando da cerca, “espera aí seu bando de feladaputa, vou capar um por um!”

 Só fomos parar, quando sentamos na calçada de seu Benedito, na nossa rua (José Coriolano com João Chico), tamanho era o pavor!

 Quando recuperamos o fôlego, a risada foi geral. Passei um bom tempo sem passar na galeria.

CARNAVAL FLORIANENSE - Os Piratas de Antonio Sobrinho

 

(Fotografia do Bloco OS PIRATAS no carnaval de 1957 - Antonio Sobrinho, Clóvis Ramos, Expedito Leal, Adauto Perna de Gato, Pedro Atem, Vicente da Mangueira e uma Legião de amigos)

ENSAIOS: PRÍIIIIII, PRÍIIII - os treinamentos aconteciam na residência de Antonio Sobrinho, mais conhecido como “Decente”, na avenida Eurípides de Aguiar ( hoje funciona uma capotaria ), ficava no centro da sala, com uma prancheta na mão e um apito na boca, comandando os ensaios, gesticulava muito, era só príiiiii pra lá, priííí pra cá, ouvido apurado, percepção, conhecimento, sabia quem estava tocando errado e com um olhar orientava o companheiro para se enquadrar.

MARACÁ DE “H” SEM PEDRAS - tinha os que queriam brincar, mas não conseguiam acompanhar o ritmo, pois o grupo entendia do riscado, afinadíssimo, mas não tinha problema, “Decente” arrumava um jeito: pegava o maracá, tirava as pedras e falava – agora, faça sucesso “homi”, arrebenta. O componente ficava só fazendo o agá, como que estivesse batendo e, com o dedo polegar em sinal de positivo, “Decente”, aliviado, deixava o folião feliz. É mole! Já existia isso! Caramba! Deixa pra lá!

ESQUENTANDOS OS TAMBORINS – havia um detalhe importante e curioso nos ensaios. Como os tambores eram de couro de cobra, bode, boi e outros animais, os foliões, muito exigentes e querendo fazer uma bonita exibição, acendiam várias fogueiras para esquentar e afinar o som dos tamborins, tambores, um espetáculo a parte.

ESTANDARTE - Antonio Sobrinho foi um dos maiores carnavalescos do Carnaval de Floriano dos anos 50/60, período romântico, com o seu bloco “Os Piratas”. E como folião, alegrou muita vezes o carnaval de rua da Princesa, com os seus sons e batuques, com a sua maneira diferente de dançar conduzindo o Estandarte nas mãos, levando a sério e parecia mestre sala de escola de samba do Rio de Janeiro. Dava show e arrancava muitos aplausos na Avenida Presidente Vargas e nas ruas onde o seu Bloco passava. FANTASIA DIFERENTE TODA DE SEDA - Era gostoso ver as cores da fantasia em seda: a bandana-vermelha usada na cabeça, a blusa-preta com uma caveira cravada no bolso do lado esquerdo, a calça-amarela, o tapa-olho preto em todos componentes do bloco Os Piratas.

MENINO NÃO ENTRA - Nos ensaios os meninos não entravam, os amigos de Júnior: Chico Cangury, Chicolé, Tadeu... pegavam o bigu, para depois dos ensaios a garotada ia guardar os instrumentos, claro imitando os artistas da batucada, fazendo aquela zueira!

IMITAÇÃO DO BLOCO “OS PIRATAS” - Quando terminava o carnaval, Júnior, César ( era pequeno ), Chico Cangury, Chicolé e outros colegas nossos, pegavam alguns instrumentos, pedaços de ferro, madeira, latas, panelas de alumínio, tudo que pudesse emitir som, formavam o nosso bloco e saia rua acima e rua abaixo, puxando o ritmo de samba e éramos, até, aplaudidos.

MÚSICAS INESQUECÍVEIS: Maracangalha, O Que Estou Aqui Na Terra, Vem Chegando A Madrugada, Madalena, Tenha Pena De Mim, Recordar É Viver.

JERUMENHA NO SÁBADO DE CARNAVAL – Várias vezes o bloco “Os Piratas” foram convidados para brincar o carnaval na cidade Jerumenha, sempre aos sábados. A viagem era feita de caminhão e o bloco era aguardado por uma multidão!

VISITAS AGUARDADAS COMO TROFÉUS - Às 15 horas “Os Piratas” iam visitar e alegrar as residências da sociedade: Tiago Roque, Sólon Miranda, Edmundo Gonçalves, Mestre EuGênio, Arudá Bucar, Fauzer Bucar, pai da Cordélia ( Juiz ). Antonio Anísio Ribeiro Gonçalves, Bernardino Viana.

MOMENTO MÁGICO! INIMITÁVEL!

ENCONTROS DE GIGANTES - no final da tarde o desfile dos blocos na avenida Getúlio Vargas e praça doutor Sebastião Martins, no centro de Floriano. Um momento de rara beleza! O encontro de todos os blocos na altura dos bares: São Pedro, Sertã, Churrascaria Carnaúba.

“OS PIRATAS”, componentes sob a batuta do líder e fundador Antonio Sobrinho ( maior mestre do Estandarte, segundo o barbeiro Zé Venâncio ) - Clóvis Ramos (mestre do Estandarte, depois comandou o bloco “Os Malandros”), Pedro Atem, Expedito Leal, Adauto Perna de Gato, Arnaldo Pé de Pão, Alcides Garcia “Del Bueno”, Chico Perna Santa, Mário Anselmo, Geraldino, Ieié (Miguel Borges), Pedro Demes, Pedro Neiva, Antonio Pereira Filho, Chico Pereira, Antonio José Boquinha, João Alfredo, José Anésio Batista, Jofran Frejat, Bernardino Feitosa ( Seu Dino ), José Soares da Pernambucana, Engrácio Neto, Luis Paraibano, Vicente Rodrigues de Araújo ( participou com apenas 14 anos na época, hoje comandando a Escola de Samba Mangueira ).


Depois que Antonio Sobrinho, o famoso “DECENTE” cansou de brincar com Os Piratas, ele adquiriu um Jeep, e nos carnavais colocava a moçada no veículo e participava do desfile de carros fazendo o percurso ( corso ) na avenida Getúlio Vargas, Praça Dr. Sebastião Martins, Av. Eurípedes de Aguiar, com a moçada esguichando com seringas coloridas água nas pessoas complementavam a beleza do evento arremessando serpentinas e confetes na multidão, que recebiam com aquela alegria estampada no rosto, contagiando a todos!

Fonte: Cesar de Antonio Sobrinho

1/03/2024

CARNAVAL, UMA FESTA SEM DONO

 Jalinson Rodrigues – poeta & jornalista


O carnaval florianense mantém a tradição de crescimento e conquista importância econômicana geração de oportunidade de renda.

O carnaval em Floriano sempre foi frenético, alegre e convidativo. Em todas as épocas conquistou posição de destaque entre as folias do Piauí. Com o passar dos anos se tornou referência para os roteiros de viagens de muitos brasileiros.

A história do carnaval é a saga da alegria. Este período de festas profanas existe desde o mundo cristão medieval. Nos primórdios, iniciava geralmente no dia de Reis e se estendia até a quarta-feira de cinzas, data que começavam os jejuns da Quaresma. Eram manifestações pela liberdade de atitudes críticas e eróticas. Outra origem para o carnaval está há mais de 2000 anos, quando na Europa, no mês de março, era comemorada a chegada de bons tempos para a agricultura. Como festa popular, o carnaval não tem uma origem exclusiva e durante a sua existência passou por muitas inovações.

As primeiras festas com características de carnaval, no Brasil, aconteceram no período colonial e foram chamadas de enduro. Era uma brincadeira grosseira, com a finalidade de atirar baldes d’água, misturas de bebidas, pó de cal e farinha entre os participantes. Este formato de carnaval agressivo estimulou as festas de salão, por volta de 1840, inspiradas nos bailes de mascaras europeus. Neste cenário surgem os confetes, rodelinhas multicores de papel, que atirados entre foliões representavam amabilidade e galanteio. Com a miscigenação étnica e a formação de uma cultura plural, o carnaval no Brasil escreve uma história com diferenças regionais.

Em Floriano, no Piauí, o surgimento do carnaval foi assim também: manifestações de rua, festas privadas, depois bailes em clubes. A expressão carnavalesca do florianense é tão histórica que em 1940 o bloco “Os Águias” participava da festa tocando pelas ruas marchinhas, com percussão e violão. Na década de 1960 o bloco “Os Malandros” teve bastante destaque com seus entrosados passistas e sambistas. Nas décadas seguintes, 70 e 80, foi mantida a efervescência da nossa folia de rua. Os imemoráveis bailes aconteciam no Comércio Esporte Clube, Floriano Clube e, posteriormente, também na AABB. Existia neste período o Bloco dos Sujos, que mesclava algumas características do enduro colonial com o carnaval moderno de flertes e paixões. Era um carnaval tão simples: bastava uma velha camisa, um calção e um tênis “já sambado”. A festa estava feita e o Reino de Momo instalado.

Nesta evolução de ritmos e ritos consumistas, os blocos se transformam em escolas de samba. Atualmente vivemos o carnaval das massas, quando milhares de pessoas ocupam a cidade gerando, assim, o turismo de eventos. A chegada dos blocos, com trios elétricos, difundindo a música baiana “axé music”, nos anos de 1990, trouxe para a nossa festa o folião turista.

O carnaval florianense mantém a tradição de crescimento e conquista importância econômica na geração de oportunidade de renda. São cinco dias de festa na maior tranqüilidade. Neste cenário, o Rio Parnaíba tem fundamental destaque. Possuímos ainda infra-estrutura limitada para uma atividade industrial do carnaval. Na minha singela opinião, as agências governamentais tratam o turismo como uma agenda de eventos e esquecem a qualidade de vida de quem vai chegar e de quem mora no local.

Na trajetória do carnaval daqui, a hospitalidade da cidade é marca registrada. Muitos jovens e famílias de florianenses, que residem em outras cidades, planejam as férias para Floriano no período do carnaval, oportunidade para encontros de gerações.

Contudo, o carnaval é a grande folia popular do florianense. É uma festa sem dono.

Por onde anda o nosso futebol?

 

Time do Ferroviário Atlético Clube dos anos cinquenta, quando havia uma certa empatia dos dirigentes com o esporte local. Período romântico.

Nelson Oliveira, o arqueiro do Ferrim à época, comandava a zaga daquele timaço. Epopéia lírica do esporte da Princesa do Sul, que os anos não trazem mais.

No momento, precisamos reverter o quadro negativo que abate o nosso futebol. Os dirigentes precisam unir as forças para revitalisar o nosso esporte.

Talvez uma cooperativa, ou até vontade própria, alguma iniciativa que possam fazer a diferença. O que não se pode mais admitir são os micos que estamos pagando no contexto atual.

Ainda há tempo de renovar!

Dispersão Poética

 


Há um silêncio, poeta, que te aquece,  quando o Porto nessa brisa te embobece.

1/02/2024

RECORDAR É REVIVER E VIVER!

É com misto de nostalgia e saudade que me remonto a um passado em Floriano, a minha Princesa do Sul. Foi nesta cidade de encantos mil, que tive a felicidade de prematuramente vir ao mundo, de ver pela vez primeira a luz do astro-rei, através dos laços de amor que uniu para sempre duas pessoas iluminadas, que amo e devo-lhes tudo que sou, Gervásio e Lisete.

Pois bem! Foi no dia 19 de outubro (dia consagrado ao padroeiro da cidade, São Pedro de Alcântara) na Rua Silva Jardim, nº 521, que nasci. Ali cresci saudável, feliz, brincando nas ruas, tomando banho de chuva, subindo em árvores, indo ao Cine Natal, as missas aos domingos na Igreja Matriz, rodando na Praça Dr. Sebastião Martins, pagando promessas na “Guia”, passando Semana Santa banhando no açude Mario Bezerra,( a convite de Tia Jamila e Tio Hermes que tinham casa de campo próximo,) chupando picolé do bar do Bento ou do bar do Bruno ( bar esse que ficava na extensão da minha rua e nas proximidades do “Pau-num-cessa”, lugar das moças de vida fácil-difícil).

Na Praça Coronel Borges, jogava peteca, empinava papagaio, jogava futebol, brincava de boneca ou lá no Flutuante, da beira do cais, atravessava o rio Parnaíba (Velho Monge) de pontão, se não montada em talo de buriti, para a vizinha cidade: Barão de Grajaú (sem conhecimento dos meus pais, é claro!) e sempre em companhia de minha inseparável amiguinha, minha irmã de fé, Lucinha (Lúcia de Fátima Holanda Ribeiro Gonçalves).

Lembro-me do serviço de alto-falante na Praça do Mercado próximo a Quitanda do Cirilão, homem de porte avantajado que nos meus contos de fada via como herói. Nos finais de tarde, ouvia-se a Ave-Maria; confesso que na minha pouca idade, não entendia o que o locutor, o saudoso e inesquecível Defala Attem dizia, mas sei que o ouvíamos todos os dias com a mesma precisão e respeito.

Ainda criança, fui fadinha, pertenci ao movimento Bandeirante, onde tive como chefe a sempre admirada Laurinha, hoje conceituada médica. As primeiras letras aprendi pelas mãos maravilhosas de religiosas e educadoras do respeitado “Educandário Santa Joana Dárc” (que confirmem a Madre Maria dos Anjos, irmã Filomena...e a Professora Adelaide). Adolescente, fundei o clube Orbianas Mirins, juntamente com as sempre amigas: Lúcia Holanda, Sônia Melo, Jaira Trajano, Sandra Kalume, Socorrinho Costa, Maria José Ozório, Eulália, Leila Sepúlveda, Zulma Nunes, Lúcia Barquil, Vera dos Santos, Betinha Albuquerque, Lilian Ferreira, Tereza Tourinho, Rosália Sousa.. sob a orientação da formidável Giselda Borba. Foi um dos marcos na minha trajetória de vida. Como estudante do Ginásio Santa Teresina, já situado no bairro Pedreira, onde Sr. Genésio tinha sua venda próximo ao local, comprávamos bolo frito, nos intervalos das aulas acompanhado de Ki-suco; Também D. Mercê do Dr. Bessa, nos aturava na sua residência e nos oferecia gostosos lanches; deixei muitas marcas de travessuras, principalmente ao lado de Paula Bucar, Tânia Araújo, Lúcia Holanda, Márcia Reis, Virginia Lúcia Araújo, Mary e Goreth Maia, Raimundo Maia, Zé Demes (Ieié), Fátima Carvalho, Cleonice, Maria das Dores, Celsa, Odmércia Reis, Eliana, Luzanira, Eliziene, Josimar, Raimundo Capitão, o mesmo Raimundo Carvalho, Emiliana, Odimar Reis, Tital, Totó e tantos outros.

Mergulho mais profundo na imensidade do mar das recordações e de repente me vem a mente um pedido de desculpa e uma homenagem póstuma ao Pe. Pedro de Oliveira (como lhe

dei trabalho e preocupação!)... Ah! A nossa fiel secretária do ginásio, Norma Waquim com sua elegância inegável, os professores: Teresa Chaib,(in memoriam) Teresinha Gonçalves, Mariquinha Pereira, Jovina, Rubenita, Lurdinha , Antonio Waquim... citar todos é impossível, entretanto recordar e falar de todos no momento oportuno é gratificante e pertinente, pois a saudade, o carinho que tenho por cada um é imensurável; as primeiras lições de vida que aprendi com o perfil e peculiaridade de cada um são bem vivas dentro de mim, mesmo tendo ficado tanto tempo ausente, por força das circunstâncias e da luta pela sobrevivência diária.

É com emoção e gratidão que também menciono duas pessoas que considero da minha família, não por laços sanguíneos, mas por laços de amor, refiro-me a Raimunda Cardoso e Francisca Alencar , minha Xica ( in memoriam) que me acompanharam desde a infância até a despedida da minha terra natal. Despedida esta que foi marcada com grande festa comemorativa dos meus quinze anos, no Comércio Esporte Clube.

Atesto-me uma mortal sensível, imperfeita, mas telúrica e hoje me rendo à saudade, reverencio a minha terra, meu berço natal, traço minha homenagem, meu reconhecimento, e também ressalto a satisfação e orgulho de ser sua “Lisetinha”, como aí costumava ser chamada por todos para diferenciar de minha inesquecível mãe de quem tenho o privilegio de herdar o nome.

Obrigada Floriano! Obrigada por ter me dado o privilégio de ter nascido no seu solo fértil e poder dizer que pertenço a um povo varonil. Obrigada Teodorinho, Christovão Augusto, Raimundo Neiva( Neivinha), Sérgio Guimarães, Marcelo Guimarães, Zé Horácio, Reginaldo Moreira, Edilberto Nolêto, Adelmar Rocha, Zé Alberto Sousa, Bruno, Tin, Ana Coely, Tiberinho (in memoriam) Ana Maria Nunes, Ana Maria Martins, Ana Maria Silva, Vitória Régia, Benjamim, Paulão (in memoriam) Goreth Reis, Rositinha, Tereza Emilia Albuquerque, Sílvio, Saidinho, João Holanda, Wilson (Grilo), Pivete..e tantos outros que também fizeram parte de meu show através de Juninhor, nego Junior, meu irmão.. Obrigada cidade luz!Obrigada minha Princesa do sul!

Cristóvão: Este é um conto emocionante da nossa Lisetinha que recorda Floriano e pessoas muita caras a todos nós.

Obrigado Lisetinha e meu beijo

12/31/2023

Feliz ANO NOVO 2024

 *O Tempo* 

*(Carlos Drummond de Andrade)* 

"Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias, 

a que se deu o nome de ano, foi um individuo genial.

Industrializou a esperança,

fazendo-a funcionar no limite da exaustão.

Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.

Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui para diante tudo vai ser diferente.

Para você, desejo o sonho realizado, o amor esperado,

a esperança renovada.

Para você, desejo todas as cores desta vida, todas as alegrias que puder sorrir,

todas as músicas que puder emocionar.

Para você, neste novo ano,

desejo que os amigos sejam mais cúmplices, que sua família seja mais unida, que sua vida seja mais bem vivida.

Gostaria de lhe desejar tantas coisas...

Mas nada seria suficiente...

Então desejo apenas que você tenha muitos desejos,

desejos grandes.

E que eles possam mover você a cada minuto

ao rumo da sua felicidade.”

12/29/2023

Antigos Reveilons

 

Aproveitando o clima de carnaval, que já começa a nos proporcionar grande expectativa, conseguimos tirar do fundo do baú essa formação do reveillon da década de setenta tirada no Comércio Esporte clube.
Conhecemos poucos, mas se algum desses badboys dos tempos românticos de Floriano se reconhecerem por aí, que identifiquem-se, correto?
Provavelmente, segundo nossas lembranças, essa hilariedade é do ano de 1971, quando o Eulálio do Melo, o Jesus do Pierre, o João de Joãozinho Guarda e o Washington de Chico do Zuza já preparavam-se para as marchinhas nos salões do clube.
Lembranças que merecem registro.

Prédios e Casarões

DEPOIMENTO 

Segundo Teodoro Sobral, "o prédio térreo ao lado  dos Demes era de uma das empresas de alguns dos irmãos Castro, Agripino e Cristino, depois foi vendido para a Casa  Inglesa (Estabelecimento James Frederick Clark S/A), cuja matriz era em Parnaíba, quando a mesma foi fechada na década de 1960.

Aqui em Floriano o farmacêutico Doutor Oaci Alves Pereira da Rocha comprou-o e lá abriu sua farmácia que funcionou até ele falecer. Hoje em uma das salas funciona o laboratório da filha dele Doutora Luiza Adelaide, onde era a Farmácia Santa Adelaide e está fechada com suas antigas prateleiras intactas.

A Casa Inglesa, onde o pai do Janclerques trabalhou, vendia os Jeep Whilys importados dos EUA e vinham embalados em caixões de madeira; lembro de quando adolescente os caixões sendo desmontados e em seguida eram entregues aos compradores" - relembra dentro de sua lembranças sobre Floriano antiga.

Retratos de Floriano

 ESCOLA NORMAL Fonte: Nelson Oliveira 1929 foi um ano excepcional para educação em Floriano. Além do Grupo Escolar Agrônomo Parentes, f...