12/31/2023

Feliz ANO NOVO 2024

 *O Tempo* 

*(Carlos Drummond de Andrade)* 

"Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias, 

a que se deu o nome de ano, foi um individuo genial.

Industrializou a esperança,

fazendo-a funcionar no limite da exaustão.

Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.

Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui para diante tudo vai ser diferente.

Para você, desejo o sonho realizado, o amor esperado,

a esperança renovada.

Para você, desejo todas as cores desta vida, todas as alegrias que puder sorrir,

todas as músicas que puder emocionar.

Para você, neste novo ano,

desejo que os amigos sejam mais cúmplices, que sua família seja mais unida, que sua vida seja mais bem vivida.

Gostaria de lhe desejar tantas coisas...

Mas nada seria suficiente...

Então desejo apenas que você tenha muitos desejos,

desejos grandes.

E que eles possam mover você a cada minuto

ao rumo da sua felicidade.”

12/29/2023

Antigos Reveilons

 

Aproveitando o clima de carnaval, que já começa a nos proporcionar grande expectativa, conseguimos tirar do fundo do baú essa formação do reveillon da década de setenta tirada no Comércio Esporte clube.
Conhecemos poucos, mas se algum desses badboys dos tempos românticos de Floriano se reconhecerem por aí, que identifiquem-se, correto?
Provavelmente, segundo nossas lembranças, essa hilariedade é do ano de 1971, quando o Eulálio do Melo, o Jesus do Pierre, o João de Joãozinho Guarda e o Washington de Chico do Zuza já preparavam-se para as marchinhas nos salões do clube.
Lembranças que merecem registro.

Prédios e Casarões

DEPOIMENTO 

Segundo Teodoro Sobral, "o prédio térreo ao lado  dos Demes era de uma das empresas de alguns dos irmãos Castro, Agripino e Cristino, depois foi vendido para a Casa  Inglesa (Estabelecimento James Frederick Clark S/A), cuja matriz era em Parnaíba, quando a mesma foi fechada na década de 1960.

Aqui em Floriano o farmacêutico Doutor Oaci Alves Pereira da Rocha comprou-o e lá abriu sua farmácia que funcionou até ele falecer. Hoje em uma das salas funciona o laboratório da filha dele Doutora Luiza Adelaide, onde era a Farmácia Santa Adelaide e está fechada com suas antigas prateleiras intactas.

A Casa Inglesa, onde o pai do Janclerques trabalhou, vendia os Jeep Whilys importados dos EUA e vinham embalados em caixões de madeira; lembro de quando adolescente os caixões sendo desmontados e em seguida eram entregues aos compradores" - relembra dentro de sua lembranças sobre Floriano antiga.

12/28/2023

FLORIANENSES - Somos o que queremos ser


Em tempo 
(matéria editada em Março de 2015)
Por - João Raimundo dos Santos (*)

 Penso que a população de Floriano, notadamente setores da sociedade civil organizada, encontra-se inerte, em disparada rumo à apatia – o pior dentre todos os males que permeiam a humanidade.

 Quando alguma reclamação emerge, em geral pelos meios de comunicação social, percebem-se de imediato a dissonância dos fatos reais e o elevado grau de interesse umbilical, aqueles mesmos interesses ligados aos privilégios tradicionais da burguesia. Daí, fico a me perguntar, até quando meu Deus? Até quando grande parte da população continuará dormindo em berço esplendido enquanto uma minoria vira a cidade pelo avesso?

Floriano já viveu momentos áureos na sua história, mas hoje “geme em dores de parto” pela ausência de políticas públicas adequadas ao desenvolvimento sustentável ou ainda pela ineficácia de “gestores” que se revezaram no poder, sem rumo, ao longo de décadas a fio.

Esses aspectos somados aos paradigmas gerados pelas elites tupiniquins, a mediocridade dos que se dizem “gestores” desta terra e a falta de visão de futuro nas organizações comunitárias e demais setores organizados da sociedade civil, simplesmente impedem qualquer atrativo que permita a inclusão de Floriano num cenário positivo nacional.

 Aqui quero fazer algumas considerações que, a meu ver, poderiam estar contribuindo com o fortalecimento da economia local enquanto geração de empregos, saúde preventiva, lazer e entretenimento, turismo etc., mas em vez disto, atitudes irresponsáveis de governantes paralisam obras sem quaisquer justificativas à população – que apenas paga a conta.

 Ainda por cima empresas que demonstram interesse em se instalar em Floriano são impedidas pela “justiça” de praticar preços mais baixos o que iria beneficiar enormemente as famílias de baixa renda. E aqui vai uma pergunta que não quer calar: por que será que a Farmácia Popular ainda não está funcionando em Floriano? Quem souber responda. Mas, vamos aos destaques os quais me referi acima.

São várias obras paralisadas em Floriano: o terminal rodoviário, o aeroporto, o esgotamento sanitário, a praça de eventos e a cidade. A indústria de Biodiesel também parou, parou por quê? Nem Sigmund Freud explica. Tudo isso acontecendo e os movimentos populares sem rumo e sem destino, “na praça dando milho aos pombos”. Isso talvez justifique o porquê de Floriano nem mesmo ser citada quando se fala em capital do futuro Estado do Gurguéia, pois a população local é pacata demais para entender a importância da participação social num processo de transformação onde o povo é protagonista dessa história.

 Para tanto, faz-se necessário um mutirão pela cidadania envolvendo a educação formal, não-formal e informal que seja capaz de ajudar as pessoas a pensarem e refletir criticamente a cidade que temos e a cidade que queremos para nós, mas também para as gerações futuras.

João Raimundo dos Santos é Educador Popular, diretor de ONG’ s como: Cáritas Diocesana de Floriano, Centro Educacional São Francisco – Cefas e ÁRIDAS NORDESTE

12/26/2023

Tempos de Natal




Fonte: Dácio Melo (filho de Mestre Walter)
 
Véspera de Natal. Os mais velhos sentados na porta, todos animados conversando e os meninos ao redor sentados na calçada. E o Papai falou bem alto pra " todos ouvirem":

- Ô, Inhá, é verdade que Papai Noel num visita minino  que dorme tarde na noite de Natal?

 - E mamãe disse "eu ouço isso desde que era pequena. É verdade".

Num demorou muito a molecada foi se levantando, passando as mãos  no fundo das calças e saindo de mansinho pra estebungar no fundo da rede.

De manhã cedinho, era todo mundo revirando a cabeça pra debaixo da rede. Todo mundo ansioso pra saber o que Papai Noel deixara pra gente! 

A rua amanhecia cheia de minino!

Uns chutando bolas zeradas, outros puxando carrinhos pelas calçadas, alguns sentados  na calçada estirando as pernas pra mostrar os chinelos novos e os tiros de revolver de espoletas. Tudo isto ao som das notas amalucadas do violão do Tete!

Ahhh, tempinho Bom!


12/21/2023

Linhas Aéreas da Cidade

 

No meio dos cajueiros e outras plantas, aí está uma casa que em nada sugere e o que foi anos passados.
Construída na década de 1940, essa casa era a estação de passageiros das linhas aéreas que serviam Floriano, a Aero - Norte e a Cruzeiro do Sul.
Além da cerca que observamos no flagrante, há uma distância de mais ou menos vinte metros, onde ficava a pista, mas ainda hoje encontramos uma parte feita em cimento, local onde os DC-3 estacionavam.
Atualmente, essa casa é ocupada pela filha do senhor Alzir Torres. Hoje já é de bastante idade e que era guarda do Aeroporto.
Fonte: Flagrantes de uma cidade 1997/Luis Paulo

Dona Mundiquinha

Raimunda de Matos Drumond (Mundiquinha) nasceu em Balsas-MA, filha de Presilino de Araujo Matos e Petronilha Barros de Matos.

Iniciou-se no magistério, profissão que assumiu como vocação e que a ela se ajustou como a luva se ajusta à mão. A escola tornou-se o espaço privilegiado da sua participação na vida e na história.

Casada com Honorato Drumond, transferiu-se para Floriano e a cidade passou a contar com ela como professora do Grupo Escolar “Odorico Castelo Branco”, professora e diretora da Escola Normal Regional, atual Escola Normal Mons. “Lindolfo Uchoa” e, mesmo depois de aposentada do magistério público, foi catequista e dedicou preciosos momento à preparação de crianças para a primeira comunhão eucarística.

Sua residência era ponto de encontro para decisões importantes da caminhada de Floriano, em atividades relacionadas com religião, arte e cultura. Foi membro da Academia de Letras e Belas-Artes de Floriano e Médio Parnaíba – ALBEARTES, o que muito a tornou feliz.

Da sua união matrimonial nasceram os filhos: Maria do Carmo, Antonio Henrique e Maria Genuína que lhe deram os netos: Dulce Virginia, Honorato Sergio, Carlos Henrique Maria Genuína, Sérgia Beatriz. Daniela, Gustavo Henrique Cosme, Paulo Roberto, Geraldo júnior, Antonio Helder e Ricardo.

Com desvelo de mãe e professora, acolheu os filhos do 1º casamento de Honorato: Alberto, Almerinda e Ceicinha.

Foi agraciada com o título de cidadã florianense o que a encheu de muita satisfação e alegria.

Recebeu também a medalha do mérito "Agrônomo Parentes" e outras homenagens ao longo de sua vida.

Tinha o santo orgulho de ser Ministra da Santa Eucaristia. E durante 80 anos foi zeladora do Apostolado da Oração, assumindo em Floriano a função de secretária por 40 anos.

Sócia fundadora da Pia União de Santo Antonio. Pertenceu a outras associações religiosas e enquanto pôde trabalhou pela Igreja de São Pedro de Alcântara.

Toda sua família era muito religiosa. Irmã do padre Luso Matos , que residiu em Goiás, mais precisamente em Porto Nacional (atual Estado do Tocantins).

Mundiquinha, faleceu no dia 19 de outubro de 2006, com 96 anos de plena lucidez. Teve uma morte santa, digna da vida de verdadeira cristã que sempre teve.
 Fonte: Mª Umbelina Marçal Gadêlha


Em tempo: Pouco tempo antes de falecer eu e o meu irmão Tibério (in memória) fomos visitá-la em sua aconchegante residência e perguntamos como ela estava, quando respondeu, serenamente: "tudo bem, meus queridos, estou aqui em casa no meu escritório da SAUDADE..."

12/19/2023

Retratos de FLORIANO


 " UM POVO SEM MEMÓRIA É UM POVO SEM HISTÓRIA "


FLORIANO - DOS ANOS QUARENTA AOS DIAS ATUAIS ( O título desse trabalho, como de outros, é o período de onde o autor se recorda dos fatos ocorridos naquela época )

OS CASARÕES E PRÉDIOS QUE NUNCA TIVERAM SUAS FACHADAS MODIFICADAS

 Fonte - Nelson Oliveira e Silva/Texto de Março - 2009.

Começando pela avenida Eurípedes de Aguiar, partindo-se da esquina com a rua Castro Alves, da praça coronel Borges temos o sobradinho construído nos anos quarenta pelo senhor Pedro Francisco Nunes, que tem como descendente em nossa cidade o senhor Gesimar da Fonseca Nunes, seu sobrinho. Seu Pedro Nunes mudou-se para Goiânia em 1945 e o prédio foi alugado para o antigo IAPC - Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Comerciais, hoje INSS - Instituto Nacional de Seguro Social, que tinha como chefe, à época, o senhor Onildo Leitão.

Logo em seguida, todo o casarão até a esquina com a rua Fernando Marques, era de propriedade do senhor Bucar Amado Bucar, pai do senhor Arudá Bucar, Fauzer, Amado, Sibe, Janete dentre outros. Salvo engano, ali moraram por muitos anos, após seus casamentos, Arudá com dona Jasmina e Fauzer com dona Judite.

Do lado esquerdo, na mesma esquina com a rua Fernando Marques, está um dos mais tradicionais casarões da cidade, da família ARAÚJO COSTA, construído, salvo engano, em 1907 pelo seu chefe Raimundo de Araújo Costa, conhecido em toda a região por Doca Araújo.


Voltemos ao lado direito da avenida. O imóvel seguintea ser dissecado é, também, um dos mais importantes casarões, visto tratar-se da Loja Maçônica Igualdade Florianense nº 865, onde se localiza o seu Templo e onde se realizam as suas reuniões.

A sua construção que se iniciou em 1920 e concluída em 1935, na gestão dinâmica do venerável José Francisco Dutra. No espaço de 1920 a 1935, cada administração contribuiu para a conclusão da grande obra e que ao longo dos anos sofreu inúmeras reformas, a última em 2007, transformando-se no melhor Templo Maçônico da região Nordeste, pela sua grandeza material e espiritual.

A Loja Maçônica Igualdade Florianense foi instalada em 12 de outubro de 1908, é a terceira mais antiga das Lojas do Estado em pleno funcionamento, tendo comemorado o seu centenário em outubro de 2008.

Na esquina com a rua Fernando Drumond, no lado esquerdo, está o casarão onde serviu de residência da família do senhor Agripino Raimundo de Castro, pai de Pedro Gaudêncio de Castro, atualmente residindo em Recife. O referido casarão tem na sua fachada belos desenhos arquitetônicos que estão sendo mantidos pelo seu adquirente, o senhor Nagib Demes, como compromisso no ato da compra.

No casarão em frente à Casa Salomão, com seu sótão e o fundo para o riacho do Gato, estende-se pela Fernando Drumond era propriedade do senhor Orfila Leão. Os seus antigos inquilinos pelo lado da avenida, lembro-me do consultório do doutor Sebastião Martins, cuja enfermeira atendente era a dona Anísia, irmã do conhecido Antonio Beirão, o advogado Otto Martins e mais recentemente dona Umbelina. Pela rua Fernando Drumond residia o comerciante de nome Barbosa, que vendia jóias, relógios etc e funciounou por muitos anos, o consultório odontológico do soutor Edilberto Rocha.

Na esquina da rua Raimundo Castro, ao lado direito, está o casarão onde residiu o senhor Cristino Castro, importante negociante dos anos 20, mantendo hoje na praça doutor Sebastião Martins um grande estabelecimento comercial, onde hoje funciona Farmácia Santa Adelaide. Estendeu seus negócios para antiga Nova Lapa, hoje Cristino Castro, em sua homenagem, onde instalou uma usina de beneficiamento de algodão, tendo para isso construído grande parte da estrada até aquele local, constituindo-se em um grande pioneiro do comércio e da indústria algodoeira. O senhor Cristino Castro foi um dos fundadores da Associação Comercial do Sul do Piauí, por volta dos anos 25 e os seus descendentes, atualmente, lembro-me de um dos seus netos, o senhor Wilson, filho do senhor José Felizardo.

Ao lado esquerdo, em frente ao imóvel do senhor Cristino Castro, está a casa onde residiu o doutor Sebastião Martins de Araújo Costa, médico humanitário e que morreu nos anos 50, no desempenho do cargo de Prefeito Municipal da cidade e ali nasceram, salvo engano, todos os seus filhos, doutor Ariosto e Gilberto, dona Marise, dona Miloquinha e dona Adelaide, atual ocupante da moradia.

Chegamos na esquina da rua Padre Uchoa, onde se encontra firme e soberano o sobrado da tradicional União Artística Operária Florianense, entidade classista desde 1927 e construído graças à força dos seus associados e que mantem ainda hoje na sua fachada o dístico: PÁTRIA E TRABALHO, que nos anos passados inspirou os seus dedicados associados a eregir aquele edifício, símbolo da força do operariado da nossa cidade. A União Artística Operária Florianense prestou, ao longo da sua existência, grandes serviços aos seus associados, como auxílio doença e outras ajudas financeiras aos sócios necessitados, mantendo por muitas décadas a sua própria banda de música e seu clube social, onde eram realizadas festas dançantes, com destaque para o 1º de maio, dia do trabalho, que sempre foi comemorado com a presença de destacadas figuras da nossa sociedade. Atualmente mantém o tradicional Ginásio Primeiro de Maio, um dos responsáveis pelo desenvolvimento da educação na região.

Em seguida, do mesmo lado, está o casarão que ao longo de muitos anos abrigou o Hospital Miguel Couto, que mantinha uma maternidade, denominada Antonio de Morais Correia. Nos anos 70, com a edificação doHospital Regional Tibério Nunes, oriundo da Alemanha e adquirido pelo Governador Alberto Silva, para lá se transferiu o Miguel Couto. Atualmente, o casarão é sede da Diocese de Floriano, contando com a administração do Bispo Dom Augusto Alves da Rocha.

Também na rua Padre Uchoa, tem a presença da arquitetura dos anos 40, em nossa cidade, representada pelos dois sobradões ali existentes, muito parecidos um com o outro. O da esquina, xis com a UNIÃO ARTÍSTICA, foi construído pelo senhor Orfila Leão e o outro, um pouco adiante, pelo senhor Ataliba Nogueira, primos, filhos de Leônidas Leão e Afonso Nogueira, respectivamente, importantes figuras do nosso comércio, na época.

Ainda na rua Padre Uchoa, esquina com a Defala Attem ( antiga rua Rio Branco ), atualmente sede do Colégio Impacto e que pertenceu ao SESC, foi residência do médico Tibério Barbosa Nunes, onde mantinha o seu consultório, na esquina. Tibério Barbosa Nunes, filho da cidade de Oeiras, enveredou pela política, conseguindo, com isso, ser prefeito de Floriano, Vice-Governador e Governador do Estado do Piauí. Morreu vítima de acidente automobilístico próximo à cidade de Regeneração, quando se deslocava de Teresina para a nossa cidade, onde participaria da festa de 15 anos de uma sua afilhada, filha de seu amigo e compadre, Filadelfo Freire de Castro. Tibério e Filadelfo foram, sem sombra de dúvidas, dois importantes próceres políticos da nossa região.

Na esquina com a rua São João, outro casarão que faz parte da história de Floriano e que ainda mantém a arquitetura original. Ali está instalado um consultório odontológico de uma pessoa ligada ao senhor José Paraguassu ( in memorian ) e a residência do senhor Sátiro de Castro Ferraz, além de outras moradias que não sabemos os seus nomes, também abrigou a sede do Grupo Escolar Agrônomo Parentes, em 1929, ano da sua fundação; e mais o Colégio 24 de Fevereiro, fundado pelo Padre Uchoa; o Liceu Municipal de Floriano; a Escola Normal Municipal de Floriano, em 1929 e a Escola Brasil, esta nos anos 40. O referido casarão era de propriedade do senhor Marinho Queiroz.

Mais na frente, esquina com a rua Hermando Brandão, encontra-se ainda magestoso, o casarão do senhor Antenor Torres, pai do senhor Almério Torres ( in memorian ), pertencente aos seus herdeiros.

Na avenida João Luiz Ferreira, existiram inúmeros casarões, tais como o so senhor Leônidas Leão, Tiago Roque de Araújo ( hoje, Caixa Econômica Federal ), doutor Abílio, senhor Heitor Leão ( hoej, Bradesco ). Aqueles que não foram demolidos tiveram suas fachadas modificadas ou descaracterizados, fugindo, portanto, das suas características originais. Hoje, infelizmente, só existe um, onde morava o senhor Francisco Leão ( o Chico Leão ) que ainda encontra-se de pé, mantendo a sua originalidade no espaço que vai da rua Emídio Gabriel até próximo ao Laboratório Carlos Chagas da doutora Nilce Cavalcante, filha do senhor José Cavalcante, que adquiriu o referidoimóvel do senhor Chico Leão, que construiu outra casa mais moderna e mais confortável na mesma avenida e onde hoje funciona o Banco do Estado do Piauí ( Banco do Brasil ).

Chegamos à hoje praça doutor Sebastião Martins, que no passado, nos anos 40 / 50, ostentou o nome de praça João Pessoa e que, naquela época, até nos anos 60, era arborizada, em todo o seu redor por frondosas figueiras, artisticamente podadas por funcionários da Prefeitura Municipal. E na sua esquina com a rua Raimundo Castro e a rua Defala Attem, encontra-se, sem nenhuma modificação na sua fachada, o casarão onde residiu o senhor Raimundo Mamede de Castro, que se estende ao longo das duas ruas acima citadas. Salvo engano, em termo de idade, talvez seja da mesma idade da do senhor Doca Araújo, na avenida Eurípedes de Aguiar, até na forma arquitetônica são bastante parecidas.

Ainda na praça acima citada, na parte central, temos foid brlhod dobrados, que pelo local onde foram erguidos, se constituem em forma emblemática da vida da cidade. O primeiro, na esquina da rua marechal Pires Ferreira, foi construído pelo senhor Auad José Demes, lá pelos anos 20 / 30, permanecem firmes e soberbos, embelezando a paisagem da velha praça da Igreja Matriz.

O segundo sobrado, construído talvez na mesma época, quase na esquina da rua Fernando Drumond com a São pedro, pelo senhor Adala Attem.

Entre os dois sobrados acima citados, encontra-se outro casarão que, salvo engano, foi construído pelo senhor Cristino Castro, onde instalou-se a CASA INGLESA nos anos 40 / 60 e adquirido pelo doutor Oacy Alves Pereira da Rocha, da Farmácia Santa Adelaide, cuja fachada não sofreu qualquer tipo de modificação, apenas dividido em várias dependências. Aquele imóvel, como os demais já citados e os que serão, são marcos na história da Princesa do Sul.

A rua São Pedro, é pródiga de ser constituída, em sua maioria, por casarões e sobrados. No início da referida rua, na esquina, encontra-se um casarão por demais tradicional, construído pelo senhor Salomão Mazuad, talvez no início do século 19, tem 30 m2 na praça doutor Sebastião Martins e mais de 60 na rua São Pedro, indo até junto aos casarões do Senhor Assad kalume, que por sua vez vão até a esquina da rua Fernando Marques, estendendo-se pela mesma rua por mais de trinta metros. O sobrado existente ali, onde funciounou pormuitos anos a rádio Difusora de Floriano, foi, salvo engano, o primeiro construído em cimento armado, por volta dos anos trinta.

Retornando ao lado direito, está o sobrado, também construído pelo senhor Salomão Mazuad, onde foi gasto na época, duzentos contos de réis e serviu, por alguns anos, como sua residência após a sua construção. Ali funciounou, por muitos anos, a agência do Banco do Brasil e a Loja do Michel Demes. Infelizmente, o freferido imóvel, quando se escrevia essas linhas, encontrava-se bastante deteriorado pela ação do tempo, que não respeitou nem a sua beleza arquitetônica.

Alguns passos mais adiante, encontra-se também  bastante deteriorado, ovelho Floriano Clube, o primeiro clube social da elite em cujos salões foi palco de grandes bailes da nossa sociedade. Fala-se na sua restauração. Tomara!

Continuamos na rua São Pedro, da esquina da rua Fernando Marques, a praça coronel Borges, na esquina do lado esquerdo, encontra-se o antigo prédio da antiga Prefeitura Municipal de Floriano, construído nos anos 20/30 pelo doutor Teodoro Ferreira Sobral ou o doutor Osvaldo da CVosta e Silva e abrigou por mais de meio século, o Poder Municipal, transferido, ao que parece, nos anos 80, na administração Adelmar Pereira, comm a construção de outra sede na praça Petrônio Portela.

No interior daquele casarão, ocorreram importantes fatos históricos, principalmente porque atravessou diversas situações políticas a maior parte na ditadura.

Chegamos na avenida Getúlio Vargas, que nos anos 30 era denominada Álvaro Mendes. Na esquina com a rua Silva Jardim está o casarão onde hoje, sem qualquer modificação da sua fachada, funcionam vários estabelecimentos, dentre elas a Cia da Beleza, a Ótica Clean e anteriormente o atacado do Armazém Triunfo.

Nos anos 40, na esquina onde funcionou a agência dos Correios e na parte onde está a Compnhia da Beleza, funciounou por vários anos a agência do IAPZ ( hoje, INSS ), que se transferiu de um sobrado da avenida Eurípedes de Aguiar. O casarão teve como seu primeiro proprietário o senhor Antenor Oliveira e Silva, que nos idos anos 60 mudou-se para Anápolis, estado do Goiás.

Na esquina com a rua Fernando Marques está um sobrado, talvez o segundo construído em cimento armado pelo senhor Calisto Lobo, hoje propriedade do Governo do Estado, funcionando ali a Secretaria da Fazenda.

Na esquina com a rua Alfredo Estrela, imponente, está o grande sobrado Calisto Lobo, pintado da cor rosa, outro importante marco arquitetônico da nossa história.

Pelo lado esquerdo, na rua Fernando Marques, o casarão onde funcionou, por mais de trinat anos, o tradicional Cine Natal, onde foram exibidos grndes filmes da história da indústria cinematográfica. Era usado também, pela existência do seu palco, grandes artistas nacionais ali se apresentaram, como Luiz Gonzaga, Orlando Silva, Alcides Gerandi, Caubi Peixoto, dentre outros.

Já na esquina com a praça doutor Sebastião Martins, encotra-se o casarão, onde, por mais de 50 anos foi estabelecida as Lojas Pernambucanas, que ems ua propaganda, dizia: "preços fixos, tecidos que não desbotam". Era especialista na venda de produtos derivados do algodão a exemplo do estabelecimento que hoje ocupa aquela casa.

Finalmente, voltamos para a praça doutor Sebastião Martins, pelolado direito, está o sobrado construído pelo doutor Raimundo Alves Pereira da Rocha, o doutor Rocha, que manteve ali por muitos anos a tradicional Farmácia Rocha e o seu laboratório, com a sua residência no andar superior. Hoje, aquele sobrado pertence aos herdeiros so senhor Arudá Bucar, sendo mantida ali a Farmácia com a marca "Rocha".

Entretanto, um casarão foi construído fora do centro da cidade, o do senhor João Mendes Batista, situado na rua Fernando Marques, esquina com a rua Antonino Freire, com as suas portas e janelas pintadas de um azul escuro e suas paredes na cor rosa.

Observação: os sobrados e os casarões que aqui se fez desfilar, são realmente marcantes na paisagem da nossa cidade, que ao longo dos seus mais de 110 anos têm se desenvolvido, embora em ritmo muito lento.

Diante disso, resta se pedir aos nossos legisladores, criação de leis que venham proteger esses sobrados e vasarões, com a manutenção, pelomenos, da sua fachada, medidas que estão sendo adotadas em outras cidades que preservam o seu patrimônio histórico.

Dos sobrados aqui citados, somente dois deles que têm o primeiro andar, foram construídos já em cimento armado, que são eles: o sobrado do senhor Assad Kalume, onde funciounou a Rádio Difusora de Floriano e o outro funciona a Secretaria da Fazenda em nossa cidade. Todos os demais são dotados de táboas.

Em tempo:

Por um lapso do autor, deixou de ser citado nesse trabalho o casarão onde está situado o 1º Distrito Policial, construído na década de 20, onde foi instalado o primeiro Hospital da cidade, com o título distintivo de "Hospital São Vicente de Paula", no qual foram tratadas as pessoas acometidas da peste bubônica que grassou na região, logo após a sua inauguração. Apesar das inúmeras reformas ali realizadas, na sua parte interna, a sua fachada continua a mesma, o que é, sem dúvida, um verdadeiro milagre.

Cais do Porto

 

Cais do Porto 1968

Aos domingos, no Cais do Porto, era uma maravilha. No anos setenta, ainda avistávamos as lavadeiras, as Regatas de Julho ( foto ) e um encontro aconchegante de amigos.

A corrida de canoas, as lanchas, as travessias, as descidas naquelas bananeiras e câmara de ar, iniciando no posto do professor Ribamar Leal, chegando até às coroas ( praias do meio do rio ).

Hoje, não há mais essa movimentação, os tempos mudaram e Floriano vai seguindo o seu rumo, com essa transição cultural voltada para o consumo geral.

A saudade nos faz retornar ao passado, onde o tempo segue pregando essas mudanças, literalmente, para promover o bem estar de todos.

12/18/2023

Retratos de Floriano

 

Sempre tive essa mania lírica de sair por aí, editando momentos de deleite, andando pelas ruas e becos de Floriano. Isso daí ( foto ), fora nos anos de 1980, férias de inverno, registros impecáveis para quem ama a Princesa.

Atualmente, a praça, com o seu novo visual, proporciona boas emoções para os jovens de hoje, mas seria impossível esquecer aqueles outros momentos até os anos oitenta, quando a praça ainda era aquela dos enamorados.

A bela matriz, exaltando sua beleza sua imponência arquitetônica, mas já sem o velho coreto dos anos de 1960. As lentes de hoje, basta um clique e elas já projetam imagens cem por cento e ainda fazem os ajustes.

No passado, as nossas codaques produziam essas raridades, esses momentos que os anos não trazem mais. Como já disse o poeta: " tuas arestas não se curvaram ao tempo; onde estão as tuas andorinhas, os teus meninos? Teus sinos ressoam: sopros de sonhos..."

Escoteiros de Floriano I

 

Ubaldo Melo

Esse é o nosso irmão – UBALDO JOSÉ DE MELO, que na sua juventude participou de várias atividades em Floriano, mais um neto de Roberto Corró que gostava, também, de jogar um futebol de poeira pelos campinhos da Princesa. Sua melhor passagem foi pelo Clube de Regatas Brasil de Almeida no início da década de setenta, sendo campeão de vários torneios.

Participou nos anos sessenta do escotismo na Princesa do Sul ( foto ) e da Semana do Esporte disputando provas pelo Colégio Estadual Osvaldo da Costa e Silva, ganhando várias medalhas em muitas competições, principalmente no futebol.

O escotismo naquele tempo era mais romântico, havia diversas atividades de campo, onde os meninos aprendiam lições importantes para vencer o futuro que vinha pela frente. Hoje, a filosofia pregada é outra e os jovens estão mais voltado para os games e para as novas baladas da vida.             

12/17/2023

Beco das Almas

 

Conto - Dácio Borges de Melo

 O certo é que Danúnzio, Divaldo e nego Cléber foram a uma tertúlia que sempre ocorria naqueles fins de semana. 

Terminado a festa, Divaldo e nego Cléber resolveram esticar a noite e Danúnzio tava escalado, por dona Lourdes, pra fazer a feira bem cedo, por isso rumou mais cedo pra casa. 

Alta noite, no caminho de casa, tinha que encurtar estrada passando pelo beco das almas. Caminho estreito, cercado de mato, escuro que nem breu. 

Antes de chegar no beco, bateu a mão no bolso e tirou o único cigarro que tinha, todo amassado, bateu outra vez a mão ns bolsos atrás de fósforo, em vão. 

Enfrentar o beco tenebroso sem um cigarro pra iludir o medo era fogo. Mas foi o jeito, entrou nas trevas das almas, com o cigarrinho na mão, no ponto de qualquer barulho sair correndo a mais de mil. 

O efeito da cachaça é que ainda lhe dava um rasgo de coragem. A passos rápidos, em meio a trevas totais, seguiu beco a dentro. 

Na outra entrada beco, avistou uma pequena brasa dançar no ar, o que fez todo seu cabelo levantar! Logo a seguir se acalmou quando ouviu alguém assoviar  uma música comum na época. 

Certamente pra espantar o medo do afamado beco. Sem ninguém enxergar ninguém, ao se aproximar um do outro, Danúnzio perguntou com a voz arrastada..."tem fogo aí, meu amigo". 

Danúnzio não viu, mas sentiu o cara jogar algumas coisas pra cima e com uma voz rouca gritar e disparar noite a dentro. 

De manhã cedo já no rumo da feira, Danúnzio resolveu passar pelo beco pra ver o que resultou da noite assombrosa. Encontrou um pau de travessa, um côfo com peixes e outros espalhados, vara de pescar e outras coisas mais. 

Filhos, netos e bisnetos, certamente ouviram muitas estórias de assombração.

12/16/2023

Conversas da Tarde

 

Estava toda a família ali na calçada conversando, como era de costume toda tardinha. Eu e o Baldo dormíamos na casa da Dindinha e quando era cerca de 6:00 a 6:30, boquinha da noite, a Dindinha chamava:

- Daço, Ubálido, vamo durmir que tá na hora! 

E muntava eu e Baldo cada  num lado dos quarto. Tio Melo e papai (Mestre Walter) olhavam praquela arrumação e ralhavam:

-  Mas siô, onde já se viu. Deixe de sê besta, dona Antonia, bote esses muleques pra andar!

E a Dindinha: 

- Deixe, que os quarto é meu.

Aí eu e Ubaldo deitávamos  a cabeça no ombro da Dindinha pra dizer que estávamos mortos de sono e que não nos aguentávamos em pé. 

Ah, tempinho bom!

Dácio Melo (filho de Mestre Walter)

12/15/2023

Retratos de Floriano

 Matriz São Pedro de Alcântara

Matriz - Anos de 1960
Segundo o professor Luís Paulo, nessa época, por volta do ano de 1957, a nossa matriz passava por uma reforma pontual, tempo em que a nossa Princesa passava por um processo de desenvolvimento surreal.

Teodoro Sobral diz que "Depois que Doutor Sebastião a construiu, Chico Reis a reformou no início dos anos 60, idem Manoel Simplicio e por ultimo Joel. É hoje totalmente diferente, não tem mais a rua em frente à igreja, mas as estátuas de Floriano Peixoto e Dr Sebastião permaneceram".

Professor Luís Paulo avalia que  "Não conseguiram jogar no lixo, ainda, a estátua de Sebastião Martins, nem o busto de Floriano Peixoto. A Placa que o Presidente Figueredo mandou, homenageando Floriano, que ficava abaixo do busto, foi jogada no lixo, literalmente, quando da última reforma. Aqui nada é preservado. Cuidado, Afonso Nogueira, que está ai na beira do cais. Qualquer dia desses..."

"Que foto bem feita pelo Farias, Teodoro Sobral. Ao fundo a velha casa de Salomão Mazuad. O coreto já havia sido modificado. Essa limpeza é mais ou menos de 67/68. Foi a primeira limpeza, feita pelo Padre Pedro; idem o forro de madeira", conclui o professor Luís Paulo.

(Post de Maio de 2016)

12/14/2023

Atravessando o Rio

Fonte: Chico Canguri

Sempre em nossas aventuras, o meu primo Francisco José Amorim, hoje Agente Fiscal da Receita Estadual em Floriano, acompanhava-nos, não era bom nadador, mas tinha sempre a companhia de uma câmara de ar para ajudá-lo a atravessar o Rio e tirava de letra, chegando na frente de todos.
Regatas de 1964
Certo dia, porém, ao atravessar o Parnaiba, em um local de grande correnteza, a borracha que tampava o pito da câmara soltou-se e Chico José tampou com uma mão e, para poder manter o equilíbrio, segurava a câmara com a outra mão e não tinha como remar para chegar à outra margem, pois usava as mãos como remo e as pernas para equilibrar o bote.

Quando observei que ele estava com problemas, nadei apressadamente até onde estava, disse-lhe que ficasse tranqüilo e coloquei os dois pés dentro da câmara de ar, e saí puxando, utilizando o famoso nado de cachorro, que sempre usávamos quando estávamos cansados.

Foi um sufoco danado, para levá-lo até à margem, cheguei nas últimas, já sendo ajudado por Chicolé e outros companheiros.

Graças a Deus chegamos em casa em Paz e hoje estou externando esta resenha e que pode ser confirmado pelo o ator maior e os coadjuvantes, como Chicolé, Firmino, Raimundo Bomfim, Antenor e outros.

DEPOIMENTOS

Janclerques,

Esta resenha traz recordações de uma juventude que viveu em floriano nos anos sessenta, que possuiam uma cabeça maravilhosa e pensavam no dia do amanhã. Meus parabens por manter viva a imagem do autor. Esta foto, só você possui nos seus arquivos. Breve vou conversar com você. 
Um abração para este povo bom e acolhedor de Floriano, pelo aniversário da nossa Princesa do Sul, que breve tornar-se-á Rainha. Como sinto saudade e vontade de está aí. Chico Kangury

E assim Floriano vai tornando-se Rainha e nós vamos envelhecendo-nos, mas revivendo sempre o seu passado e as nossas vidas cotidianas.

Grande KANGURY 

Lembra-se de mim? Sou JOSÉ SOARES (Pelé). Este apelido me foi dado pelo nosso ilustre professor - Padre Djalma - em 1962 quando cursavamos a 1ª série ginasial no Ginásio Estadual Monsenhor Lindolfo Uchoa - Quando leio sua resenha me vem uma lembrança indelével da nossa infância em Floriano.

"Oh ! Que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!"

Certamente Casimiro de Abreu compôs o poema "Meus Oito Anos" inspirado em sentimentos que se apoderam de todos nós muitos anos depois.
Oh! que saudades que tenho dos colegas: Cangury, Pauliran, Zé Bruno (filho de Bruno e dona Matilde), Teodorinho, Eldimar Miranda, Zé Joaquim, Zezito, Firmino (de Jerumenha), Chico Mendes, Celso, Petrônio, Brarrim, Michel Oka, Aguinir e Altanir e muitos outros.
Nossos professores Dr. Braulino, Pe. Djalma, Pe. Pedro, Teresa Chaib, Ivanilde, Eva Macedo, dona Maria do Carmos (esposa de Braulino), Josias Teixeira, etc.
Alguns desses nossos amigos e professores já se foram, é o destino de todos nós...
Seu ilustre pai sr. Vicente Cangury foi um dos melhores alfaiates de Floriano. Mas quem fez o meu terno de formatura foi sr. Antonio Beirão, pois ele me prometeu que quando eu me "formasse" ele faria meu terno gratuitamente. Pois bem comprei um corte de TROPICAL no sr. David Kreit e ele fez o meu terno com havia prometido.
Finalizo desejando-lhe muita paz e tranquilidade.
Um abraço

SOARES (o PELÉ)

Retratos de Floriano

 Unidade Escolar Odorico Castelo Branco

(Foto)

U E Odorico C Branco
Odorico Castelo Branco

EVOCAÇÃO DE UM PIONEIRO: 

ODORICO CASTELO BRANCO

Djacir Menezes

 Pelas alturas de 1915, a primeira matança mundial fervia na Europa; tinha sete anos e ouvia os rumores dos acontecimentos sangrentos, que analisaria mais tarde.

A revista O espelho, que meu pai recebia, era ilustrada por desenhistas que imaginavam as cenas violentas das trincheiras, onde espocavam obuses e soldados se estraçalhavam para salvar as respectivas pátrias e a civilização. A instrução militar, que a pregação do poeta Olavo Bilac tomara obrigatória nas escolas, vigorava desde o curso primário. E como não agüentávamos o peso do mosquetão, manobrávamoscom as carabinas de pau fabricadas na Escola de Aprendizes Marinheiros,imitando fuzis e sabres. Foi assim que aprendemos a marchar em ordem-unida,toques de cometa, baioneta calada, ainda antes de entrar no Liceu do Ceará.

Tudo isso destinava-se a acendrar em nosso espírito o civismo nascente.

Era no Instituto Miguel Borges. O diretor, a figura que me impressionaria a vidainteira, chamava-se Odorico Castelo Branco; nascera em 1876 na fazendaDesígnio, município de União, no Piauí. Órfão, ainda criança, foi criado por sua tia Candida Rosa Leal Castelo Branco, em Teresina. Com ela, que era professora, aprendeu as primeiras letras. No Colégio Nossa Senhora das Dores, em Teresina, dirigido por seu tio Miguel de Souza Borges Leal Castelo Branco, fez o curso secundário.

Concluído o curso, veio matricular-se na Escola Militar do Ceará; trancando matrícula, fundou o Instituto Miguel Borges, em I!? de junho de 1900.

De 1914 a 1919 fui aluno do Instituto - e quero dar aqui um depoimento histórico sobre o esquecido e admirável educador, valendo-me para isso do livro autobiográfico de sua ftlha Odorina Castelo Branco Sampaio, Um minuto de silêncio,das notas que me adiantou e de minhas recordações pessoais do grande educador.

A primeira conclusão que tirei dessa noviça experiência, nesse período bafejado pelo espírito guerreiro, continuada depois no Liceu do Ceará, foi em mim paradoxalmente desfavorável à formação de inclinações bélicas. Os colegas, que acabaram o curso de preparatórios e seguiram para a Escola Militar, obedeceram a outros motivos, entre os quais, o principal seria a dificuldade de outra carreira, no Ceará desse tempo, que não fosse a faculdade de direito ou as escolas de agronomia, de odontologia e farmácia. Os mais abonados, iam à medicina, na Bahia. Recusadas as duas oportunidades nativas, restava sentar praça no batalhão e ir ao vestibular na praia do Realengo. Esse, o caminho de Moesia Rolim, Walter Pompeu, Landri Sales, Juracy Magalhães, Jurandyr Mamede, José Brasil e outros.

Mas não desviemos o assunto. Quando meu pai me matriculou no Instituto Miguel Borges, este ainda estava no casarão, um sobrado na Rua Floriano Peixoto, no penúltimo quarteirão antes do Passeio Público: no andar superior, habitava o diretor com sua ftlha única Odorina; no andar térreo, espaçoso e didático, instalavam-se as classes do primeiro ao quarto ano. Logo no ano seguinte (1916), o colégio mudava-se para a Praça Coração de Jesus, esquinando com o parque da

Liberdade, grandes janelas abertas à luz e ao sol, num amorável apelo à alegria e à vida. Ao meio-dia, recreio; após, ao içar da bandeira, presente sempre o diretor, cantava-se o Hino Nacional e prosseguiam as aulas até às três da tarde.

Creio que jamais houve diretor mais presente e participante da vida de uma comunidade escolar. De uma autoridade impressionante, assegurava, sem quaisquer  recursos a castigos físicos, exceção de alguns cocorotes nos mais irrequietos, atranqüilidade e obediência do alunado. Recordando a sua figura, escreve a filha: R.C. pol., Rio de Janeiro, 32(4)170-1, agoJout. 1989 "lembro-me, entretanto, de sua grande austeridade em todas as cousas, que era dotado de grande coragem, extraordinariamente enérgico; de uma justiça ímpar e, ao lado de tudo isto, um coração extremamente sensível." São, realmente, estes traços que ficaram indeléveis na mem6ria das gerações que tiveram a dita de o teremcomo mestre.

O Prot: Castelo Branco era matemático: escrevera os compêndios adotados no Instituto do primeiro ao quarto anos. Nestes, ao lado do português e da geografia, a aritmética e a geometria figuravam no currículo primário em todos os graus. Logo no primeiro ano, o aluno se familiarizava com o manejo, no quadro-negro, do esquadro, da régua e de um enorme compasso de pau, para resolver problemas simples de construção geométrica. Creio que foi a infância sob efeito dessa pedagogia que me marcou o espírito, para sempre inclinado ao estudo dessas disciplinas – e inspirou minhas primeiras direções filos6ficas, no Liceu, para o positivismo e paraa estima de professores de formação positivista, como Arquias Medrado e HenriqueAutran.

Essa estrutura curricular do colégio distinguia-o dos demais estabelecimentos congêneres. Chamado ao quadro-negro, o aluno ouvia invariavelmente a proposta: "dados duas retas e um ângulo construir um triângulo, etc." ou coisa na espécie.

A geometria era ensinada pelo compêndio de Olavo Freire. No quarto ano primário, apareceu-nos, na aula de português, o livro cansativo de Afonso Celso, o Porque me ufano de meu pafs. Mas parece que no intuito de corrigir aquele ufanismo físico, que se traduzia em rios, cachoeiras e florestas as maiores do mundo,

havia, na parede da sala, ao lado de numerosos mapas, estes dizeres definitivos: "A grandeza de um povo não se mede pela sua configuração geográfica." – advertência que, depois, no alvorecer do espírito político, ressoaria sempre na minhamente, pelos anos afora.

O Prof. Odorico Castelo Branco era villvo e adorava a filha, que foi educada no Colégio da Imaculada Conceição, onde entrou logo após a morte dele. De lá saiu mais tarde para casar com o Dr. Leão Sampaio, médico de grande nomeada, nascido em Barbalha e deputado federal por mais de 40 anos, cercados ambos de numerosa prole de filhos e netos que, pelo estudo e inteligência, escalaram altas posições sociais e políticas.

Faço agora uma pergunta. Com sua formação matemática, seria o Prof. Castelo Branco um positivista? Não creio. Apesar de conservar a fidelidade de longa viuvez à esposa tão cedo falecida, tal conduta não deve ter obedecido às inspirações da Ureligião da humanidade." Julgo que era um espírito independente, que o amor à filha ia cada vez mais inclinando, como uma brisa mansa e suave, para as convicções cristãs. Quem ler o Um minuto de silêncio,· tão repassado de ternura filial, biografia dessa límpida personalidade de educador, surpreenderá o complemento afetivo, aspecto omitido neste depoimento longínquo, feito com mais de 70 anosde distância, testemunho de saudade e de gratidão àquela figura ímpar na hist6ria da educação cearense.


12/13/2023

Retratos

 Depoimentos (I)

Prédio da antiga Prefeitura
Fonte: Leila Reis

Diante mão, meus parabéns por estar resgatando um belo e honrroso passa do da nossa querida princesa do sul.
Essa época dourada eu era criança, e lembro-me nitidamente dos comícios e passeatas da campanha do Sr. José BrunoX Dr. Tibério(o tostão contra o milhão) onde os eleitores desciam na rua da bandeira,com galhos de árvores e picolés de papelão balançando e gritando é o SETENTAO.
Foi a campanha mais bonita que Floriano já teve.Lembro-me da música pois meu pai tinha 3 rurais e disponibilizou colocando som para campanha. O locutor de uma delas era Aldenio Nunes(funcionário do B.B na época)lembro-me da fraze que ele repetia É ISSO AÍ QUEM Ñ É BRASA É CINZA E CINZA...JÁ ERAAA..
Os adversários mandavam desligar as luzes da cidade nos grandiosos comícios do J.B, e o Aldenio gritava com seu vozerão,"a chuva cai, a luz apaga e povo ñ sai" o pova em baixo do palanque gritava como sapos..BRU...BRU...BRU..e qd o velho gerreiro pegava no microfone com todo seu dom de oratória respeitado até mesmo por os adversários o chão parecia tremer com as girandolas que na época era novidade, doadas por o Sr. Quincas pai do Mano.
Foi a campanha das doações, todos davam sua parcela até mesmo os pobres compravam papel e confeccionavam picolés..uma coisa linda!!Ele foi eleito com 1.127 votos maioria expressiva na época em releção a quantidade de votantes.
A música era essa:José Bruno é o prefeito..ÔÔÔ agora e o Haroldo colabora ÔÔ agora!!coitado do Tibério que agora se lastima..devolve o candidato que trouxe de Teresina Zé Bruno fica aquí ñ vai pra Araguaína ÔÔ..VITÓRIA (Musica de Nicolau Waquim..salvo engano)José Bruno até hoje continua nas mentes dos velhos jovens e crianças que participaram da mais bela campanha de Floriano.
Obrigada por o espaço permitido..um abraço a todos em especial a esse "heroi" que até hoje continua provocando a cultura na nossa cidade.

Semana da Consciência Negra

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