11/30/2024

Chico Kanguri e suas memórias

 JERUMENHA, TERRA QUERIDA - SAUDADES

JERUMENHA, terra onde vivi boa parte da minha infância e da minha adolescência. Hoje, ao ver fotos no portal na internet do teu solo e da tua gente, fizeram com que desse uma pausa em minhas atividades para recordar-te, vejamos:

Barro Alto: com bueiro, sem bueiro, com piçarra, com asfalto; Riacho do Urubu, com seus lajedos; Estradinha entre as marias-moles, dos casarões de seu João da Cruz e de seu Roberto Corró; fotos do Janclerques e do Moreira; Igreja de Santo Antonio com seus patamares.

Isto tudo me fez viajar ao passado através da mente, buscando e revivendo muitas coisas boas e a saudade apertando, apertando e não a suportei, aqui estou diante do computador para externar aquilo que sinto no momento:

“Oh!, Saudades, que aperta o coração da gente;
Saudades distante que faz doer o íntimo da gente;
Deixa que eu externe estas saudades,
Para “alegria de um coração que sente”.


Do Barro Alto vem-me à tona a saudades dos bolos e manuês da Zefa do inesquecível compadre Moisés, que gostava de desfilar montado em um burro marchador com seu chapéu na cabeça; sinto saudades da madrinha Preta, mãe do Antonio Campos, com sua quinta de goiabeiras e coqueiros, que ficava ao lado da Casa do senhor Antonio Leôncio: sinto saudades da padaria do Tio Elizeu, que ficava na subida do Barro Alto, ali após o bueiro, onde degustávamos o pãozinho quente com refresco da fruta da estação, da época, sinto saudades do barzinho do Chico e da Jesus, ali entre a casa da Tia Raimundinha e do senhor Deoclécio, onde fazíamos as nossas tertúlias... Puxa!

Sinto saudades do som da sanfona do Manoelzinho e sua troupe; sinto saudades do Antonio João tocando o seu pandeiro, triangulo ou cantando, suas sátiras. Sinto Saudades do Urbano Pacífico com sua sanfona grande, sacudindo a juventude no embalo do forró.

Sinto saudades dos banhos nas águas do Rio Gurguéia, onde ficávamos brincando em suas areias movediças. Recordo bastante que quando estávamos a pular dos galhos das Ingazeiras e das moitas de mufumbo e que quando exalava aquele cheiro característico de uma sucuri, que a tua gente simplesmente chamava de sucruiú, saíamos da água com medo e hoje sabemos do perigo e do risco que corríamos naquela época.Tudo era aventura e buscávamos a aventura a toda hora. Coisa do jovem da nossa época.

Sinto saudades do senhor Agnelo com seu barzinho ao lado do prédio da cadeia pública, com sua coalhada, geladinha e gostosa. Sinto saudades dos forrós no Buru. Sinto saudades do casarão do meu Tio Chico Amorim e da minha Tia Terezinha a quem carinhosamente chamava-a de Mãezinha com sua loja, na esquina da Praça de Santo Antonio e um poço cacimbão no centro do terraço interno, com uma vazão que se mantinha estável toda vida e de onde no período chuvoso tirávamos água com uma balde e que diariamente estava sendo visitado por pássaros como: canários da terra, cochichos, bigodes, rolinhas etc.

Sinto saudades da Praça de Santo Antonio, com suas mangueiras seculares em volta e os casarões dos Fonseca, dos Machados, dos Rocha, da Família do Dió, da Família do senhor Antonio de Hermógenes, da Dinair, do saudoso Mané Piola, do Zé Benedito, do Hermógenes, do Emanuel Fonseca, do Wilhame, do Pedro e Antonio José do Dió, do Zé Matos.

Sinto Saudades do meu Amigo Antonio João Corró, da Olindina e de seus filhos, da Família Carreiro, do Capitão Adelson e sua família, do Emanuel Fonseca e sua família, do doutor João Martins e sua família, do Albérico lá dos Correios e Telégrafos, do Joel Campos, do Raimundo Cavalo Veio, do Antonio de França e seu barulho, jogando carteado ou dominó, do Sr. Benedito Fonseca e sua família, do Dada, da Dedé do Antonio Campos, da Cecília, a grande enfermeira, da Júlia, do Manuel, do Álvaro, da Maria e suas irmãs; do senhor Argílio e do senhor Adolfo.

Sinto Saudades das peripécias de seu Tonho, das zangas de Zé Veio, que quando cismava ia a pé para Floriano e acertava a nossa casa e passava dias dormindo no corredor na entrada da casa, e deixava todo mundo preocupado, com medo de uma onça pegá-lo na estrada entre Floriano e Jerumenha, dormia nas matas, essa gente também foi importante para Jerumenha, marcaram época, fizeram história.

Sinto saudades do Padre Anchieta, sempre o encontrava aqui em Teresina, lutando pelo desenvolvimento da sua colônia do Gurguéia. Nas minhas férias, às vezes ajudávamos o Santo Padre nas missas, tocando sinos, limpando a sacristia, ajudando nas confecções das hóstias e também necessitávamos de sua ajuda para permitir que jogássemos a nossa peladas ao lado da igreja onde existia um campo e da sua permissão para após a celebração do terço à noite a sua permissão era importantíssima para que ficássemos brincando nos patamares da Igreja.

Por: Chico Amorim Sobrinho

11/26/2024

Tragédia da aviação piauiense, que tirou a vida de Raimundinho Caboré

O aeroporto de Cangapara era pequeno para o intenso movimento de aviões que nele pousavam e decolavam no ano de 1964 e, mais intensamente, entre 1967 e 1970, quando a Companhia Hidroelétrica de Boa Esperança (COHEBE) avançava na construção da principal obra estruturante do Piauí.

Duas empresas aéreas – VARIG e Cruzeiro do Sul –, usando aviões DC-3 e Avro, realizavam voos diários entre Teresina, Floriano, Crato, Petrolina, Bom Jesus da Lapa, Recife e Belo Horizonte.

A sede da COHEBE funcionava no Recife. A companhia era presidida pelo coronel do Exército Cesar Cals de Oliveira Filho, já conhecido do povo de Teresina, pois aqui dirigira, por designação da Sudene, o Instituto de Águas e Energia Elétrica (IAEE).

Era grande a euforia dos piauienses, graças aos investimentos do governo federal em obras públicas importantes, a principal delas a Hidroelétrica de Boa Esperança, iniciada no governo de João Goulart.

Foi em meio a essa euforia que o piloto Raimundo da Costa Oliveira, mais conhecido como Raimundinho Caboré, tomara a iniciativa de comprar um Piper Aztec, prefixo CPJ, de seis lugares, que ele próprio fora buscar nos Estados Unidos, em 1966.

Mas o dia 26 de maio de 1968, um domingo, marcado pelas comemorações do Desvio II do Rio Parnaíba, entraria, como trágico, para nossa aviação civil e para o quadro dirigente da COHEBE.

Piloto experiente – então com 46 anos, o único do Piauí que conduzira um bimotor entre os Estados Unidos e Teresina –, Raimundinho Caboré fora contratado para transportar administradores e engenheiros do Recife para o local da grande obra, de onde os conduziria de volta à capital Pernambucana, no dia 27.

Um outro grupo de dirigentes e convidados da COHEBE usaria, no retorno ao Recife, um avião que, ao meio-dia de 26 de maio, apresentara problema mecânico em Guadalupe.

Relembrando o fato, a revista Capibaribe destaca que, naquele domingo, o comandante Caboré levara Jofre Castelo Branco, então prefeito de Teresina, ao local do Desvio II do Rio Parnaíba, e lá permaneceria até o dia seguinte, mas teve seu descanso interrompido por chamamento, enquanto repousava em sua residência, na cidade de Floriano, para levar diretores da COHEBE à cidade do Recife.

Um exemplar dessa revista, recentemente enviado ao empresário Teodoro Sobral Neto, destaca que Ebenezer Furtado Gueiros, 48 anos, diretor administrativo da COHEBE; sua esposa, Cleyde Amorim Gueiros, 42 anos, e seu filho, João Calvino Gueiros, 18 anos, além da mineira Maria Pedrina Alves da Silveira, esposa de Hilton Silveira, um dos diretores da COHEBE, e o coronel do Exército Luiz Cavalcanti Pereira Castanha, 42 anos, chefe do departamento administrativo da Companhia, partiram de Guadalupe com Raimundinho Caboré, às 14h40, no Piper, todos acertados de que o pouso seria realizado no município de Caruaru, pois o brevet de Caboré não permitia voos noturnos. Se fosse até Recife – destaca a revista –, o avião chegaria à noite, e o piloto já fora advertido por infringir essa norma.
Infelizmente, “devido ao mau tempo, o piloto perdeu a rota, aproximando-se de Santa Cruz do Capibaribe, sem visualizar a pista de pouso construída na gestão do prefeito Raimundo Francelino Aragão”.
E nada dava certo naquele fatídico 26 de maio de 1968. Via rádio – ressalta a revista –, Caboré se comunicou com a base aérea do Recife, informando que estava perdido na área de Campina (Grande) na Paraíba, mas a base entendeu que ele se referia a Carpina, município da zona norte de Pernambuco. Aviões do Exército teriam sido enviados para localizar a aeronave, porém sem sucesso.
A revista também assinala que, enquanto aguardava a escolta, o comandante piauiense sobrevoou a área de Santa Cruz do Capibaribe. Perdido, dava voltas pela zona rural até que o combustível acabou e o avião caiu no Sítio Carreira de Pedras, por volta das 18h20.
Em 6 de setembro de 1980, Marcos Oliveira, filho do comandante Caboré, teve destino igual ao do pai. Aos 30 anos, quando sobrevoava uma região de garimpos em Itaituba (PA), seu avião caiu em mata fechada. “Seus restos mortais só foram encontrados em fevereiro do ano seguinte”.
Fonte: Revista Capibaribe

11/25/2024

HISTÓRIAS DE FLORIANO

 FOLCLORE ÁRABE - FLORIANENSE











ATITUDE SUSPEITA

Salomão Cury-Rad Oka

Na época áurea do comércio árabe-florianense, os clubes sociais e os clubes de serviço se caracterizavam por sua exigência em selecionar os freqüentadores.

Nos idos daquele tempo, fazer parte da seleta casta freqüentadora de agremiações como o Rotary Club de Floriano, Clube de Regatas, Maçonaria e o tradicional Floriano Clube ( foto ) demandava coleguismo, filantropia, caráter e, naturalmente, contatos sociais e dinheiro.

Na boa e democrática Floriano de hoje, basta interesse em servir ou em aparecer. Aliás, atualmente, ter o “perfil” de rotariano ou de maçom é mais importante que ter dinheiro ou posição social.

Durante um grande período do século XX, ser de origem árabe também era um fator importante a ser considerado ( talvez, por causa do enorme montante de valores que circulava nas mãos dos carcamanos ). Obviamente, existiam importantes famílias brasileiras que também eram partícipes dos movimentos sociais em Floriano.

Assim, pode-se dizer que existem as mais diversas histórias sobre sírios participando de eventos sociais e de agremiações. Nada que se comparasse às festas e banquetes que eles faziam só para si e para parentes, mas várias delas merecem registro por já estarem nos comentários populares há mais de sessenta anos, como o caso descrito aqui, que relata o que aconteceu quando um certo árabe, rico e participativo do “high society” dos anos cinqüenta, prestes a se casar ( há quem diga, já casado ) com uma linda moça de origem síria, quis adentrar nos salões do seleto FLORIANO CLUBE na companhia de duas belas funcionárias da casa de tolerância de dona Madalena.

O senhor Michel Demes era um sírio muito popular, pois tinha um modo peculiar de fazer as vendas no seu empório. Vendia de tudo lá, da “areia brilhante” ao perfume francês, o que fazia sua loja ser freqüentada por todas as classes sociais. Era uma verdadeira democracia: estudantes, vaqueiros, damas da sociedade, políticos influentes, enfim, qualquer pessoa podia entrar na “Casa do Michel”. Sempre conversava bastante com os compradores, tirando piadas e fazendo o cliente gastar mais que o necessário. Apesar da baixa estatura, tinha uns olhos azuis que exibiam um brilho encantador sobre o freguês e sobre as muitas namoradas que arrumava, deixando sua filha Ivone enlouquecida de ciúmes.

Naquele dia, ao fim do expediente, o senhor Michel subtraiu da loja dois vestidos de festa, sapatos, bijuterias e produtos de toalete para agradar às duas cortesãs e leva-las ao pomposo Floriano Clube. Apesar de trajadas como damas, a atitude era delatora. A palavra “batala” estava escrita em suas testas. Para quem não sabe, batala era a alcunha dada pelos árabes às moças de vida fácil. Ao passar pela portaria, um dos seguranças abordou o árabe, dizendo:

- Sinto muito, senhor Michel, mas o senhor não pode entrar com essas duas moças suspeitas!

Michel Demes, mais que depressa, respondeu:

- Suspeitas? – disse em tom de surpresa – Essas duas senhoritas não são suspeitas de maneira nenhuma! Elas são duas putas assumidas! As suspeitas estão aí dentro, misturadas com as damas de verdade, dançando com os maridos à noite e com os amantes de dia! Meu Deus, onde foi parar a democracia do Brasil!

Fonte: Voz de Floriano

Entrevista com Jeremias

 

Reportagem: Cesar Augusto

JOSÉ NEVES DA COSTA (Jeremias) – Década de 50 trabalhou com Zé Caboré na Usina Elétrica Maria Bonita 
“Jeremias Lateral do Grêmio de Galdino”

“Jeremias” (assim era chamado por causa do nome do seu inesquecível pai), nasceu em Floriano-PI, 28.10.1937, 82 anos, dono de memória privilegiada lembra com detalhes seu tempo de criança e adolescente na beira do Rio Parnaíba, onde morava e trabalhava.

Seu pai Jeremias era embarcado no Vapor que fazia travessia – Uruçuí-PI (levava: óleos de coco, tucuns, couros, mandiçoba) para Parnaíba-PI (trazia: sal, querosene, tecidos, calçados, miudezas). 

Em 1950 “Jeremias”  trabalhava na Usina Elétrica Maria Bonita, cujo chefe era Sr. Zé Caboré pai do piloto de avião Raimundinho Caboré, que certa vez fazendo piruetas ao passar por baixo do cabo dos pontões de Floriano – Barão, o avião bateu no cabo e caiu no Rio Parnaíba.

Na Usina Maria Bonita tinha 4 funcionários da Prefeitura (Zé Caboré e mais 3 funcionários) e 8 aprendizes (adolescentes de 12 a 14 anos), que aprendiam o oficio de fundição na Usina. Zé Caboré era um habilidoso armeiro, reparava armas, principalmente revolveres, fundidor (forneiro)  de peças para trabalho na construção (alavanca, inchada, pás) e campo (foice, facão).

A Usina era colocada em funcionamento as 18horas que se estendia às 23horas, o combustível era carvão e o resfriamento feito com água do Rio Parnaíba. Um detalhe importante não existia caís, a margem era ribanceira alta dificultando o trabalho dos 8 adolescentes que carregavam os cambos (2 latas de 20 litros penduradas numa vara), piorando o sofrimento nos dias de festas no Floriano Clube, que se estendia até as 02 horas , eram carregados 200 cambos (400 latas) por pessoa, segundo Jeremias até hoje sente dores, a agua trazida era colocada na caixa d’água existente até hoje próximo ao prédio da Maria Bonita, como a caixa d’água é alta o carregador amarrava numa corda que era içada para o serem derramadas no depósito.

No quarteirão que abrange os restaurantes Velho Monge ao Zé do Flutuante existiam 5 frondosas tamarineiras, era uma das imagens mais lindas que eu vi na vida, lembra “Jeremias”!

O Tiro de Guerra fez no Bosque um campo de futebol situado na Barra da Onça, onde desemboca três riachos, na altura da ridícula “Praça de Eventos”, o local passou a ser chamado de Bosque Santa Teresinha porque uma jovem viu entre árvores uma imagem de Santa Teresinha.

Na altura da Oficina do Julinho até a Garagem da Princesa do Sul, existia um campo de futebol!
Fonte: José Neves da Costa – “Jeremias”.

OBS-1: Carlos Aberto de Araújo Costa, Engenheiro Civil, florianense construtor do cais, quando  dirigia no Piauí o Departamento Nacional de Portos e Vias Navegáveis – DNPVN; 

OBS-2: O início do Caís do Porto – Administração do Prefeito Chico Reis (31.01.1959 – 31.01.1963). Fonte: Floriano: Sua História, Sua Gente – Profª Josefina Demes.
Floriano-PI, 14 de julho de 2019.

11/22/2024

ALDÊNIO NUNES - a enciclopédia do rádio florianense

 

ALDÊNIO NUNES – A ENCICLOPÉDIA,
NUMA ENTREVISTA INIMITÁVEL, MOSTROU POR QUE SEMPRE ESTEVE À FRENTE!

Reportagem: César Sobrinho

A radiodifusão de Floriano começou com o prefixo de uma emissora do Maranhão na década de 50 e, logo - Almir Reis e Antão Reis fundaram a Rádio Difusora de Floriano. Os primeiros anunciadores de programas, foram: Audir Dutman, Pedro de Alcântara Ramos, Alcebíades Costa, um revolucionário, que na época lançou o famoso BIG SHOW DOMINICAL, realizado aos domingos no Cine Natal. 

Assim, Aldênio Nunes, filho de Floriano, iniciou nossa entrevista, descontraída, no caís da beira rio, com um visual deslumbrante, e como testemunha, à frente o velho Monge, com suas águas soturnas, em pequenas marolas, limpa a deslizar rumo ao mar, as chalanas, o flutuante, o farol e a co-irmã cidade Barão de Grajaú. 

A mais antiga emissora de Rádio, a Difusora de Floriano, fundada 1957, uma quase cinquentona, mas com um corpinho de atlético, foi a sucessora da AMPLIFICADORA FLORIANENSE, que ficava no prédio do Cine Natal, quando Dafala Atem era o locutor oficial. À tarde/noite, mais precisamente às seis horas da tarde abriam-se os auto-falantes, onde anunciavam-se os filmes, artistas principais, bar do Binu e outros comerciais. 

Segundo Aldênio Nunes, a evolução do rádio florianense, com a inauguração da Difusora, "foi algo extraordinário. Lembro-me que na época a cidade despertou, pois apareceram fenômenos que estavam em fase latente (oculto), pois o despertar da juventude foi imensurável e aí surgiu a segunda fase de apresentadores, os talentosos: Pedro de Alcântara, Nazaré Silva, Fran Nunes, Nice Lurdes, com sua crônica social – uma coisa inédita na época".

Surge, então, surpreendentemente, a figura do lourinho ALDÊNIO NUNES, apresentando vários programas com os nomes de arrebentar e criativos: Alegria, Alegria (homenagem à música de Caetano Veloso), que ia ao ar às cinco horas da tarde. Aos domingos, Nunes e os companheiros de rádio, surgiu com um programa diferente: BOSSA, BALANÇO E BROTOS, nome sugestivo, pois à época aparecia o ritmo da bossa nova, o balanço da jovem guarda e os jovens começaram a ser vistos de outra forma, com respeito. 

O programa fazia gincanas na beira rio, com atividades educativas. No programa de domingo, por exemplo, Aldênio Nunes lançou também a participação dos ouvintes via telefone, as pessoas ficavam encantadas! Como a emissora era no edifício SAID, na rua São Pedro, e ao lado tinha a empresa telefônica, não foi difícil, o grande locutor resolveu fazer uma parceria. 

Perguntamos ao Nunes sobre o teatro que existia na época, em Floriano, comente alguma coisa.

A emoção tomou conta do espaço:

- Foi uma época de ouro, o TEF – Teatro Experimental Florianense, dirigido pelo competente Pedro de Alcântara Guimarães Ramos, rapaz ele merece uma entrevista dessa, faça! O Pedro, estava à frente de todos, um detalhe, os ensaios eram realizados na casa de seu Antonio Leitão e Dona Socorro e tinha como participantes do TEF os artistas Pedro de Alcântara Ramos, Aldênio Nunes, Teresinha Nogueira, Raquel Bonasser, Lurdinha Borborema...

- E sobre a Rádio Novela, foi um mito ou existiu?

- Sim, existiu, veja a criatividade da moçada, a Rádio Novela, era produzida em cima das letras das músicas.

- Programas de esportes, quem participava e como eram feitos?

- O programa de esporte era feito por mim (Aldênio) e Fran Nunes, os jogos do campeonato de futebol, transmitíamos da cabine do estádio Mário Bezerra e dos torneios de salão inverno e verão, a transmissão era feita da quadra do Comércio Esporte Clube.

- Vocês lançaram algum artista?

- O Jonh Júnior, a criação foi nossa, era um galeguinho, bela voz, surgiu no Big Show Domincal, Zé Antão e Aldênio, foram com cantor fazer a gravação no Recife.

- E a Mais Bela Voz do Parnaíba, é da sua época?

- Foi a nossa equipe que criou, surgiram vários artistas, chegamos a fazer umas cinco edições nas cidades vizinhas, o objetivo era garimpar novos talentos, e deu certo.

- Essa revolução radiofônica, durou quanto tempo?

- De 1965 a 1972, inesquecível, vou pesquisar e mandar para o SITE FLORIANO EM DIA, um bom material para vocês documentarem. Muito obrigado por poder reviver um período tão rico, que estava oculto.

11/14/2024

Bazar ESTRELA

Fonte: Flagrantes de uma cidade

Data: Julho/1997

Dentro do contexto comercial de Floriano, em seus flagrantes de uma cidade, o nosso amigo Luís Paulo (in memorian), quando do lançamento de seu livro, na página 85 a gente pode perceber a sua vocação para sintetizar o nosso passado com grande conhecimento de causa; senão, vejamos na foto o Bazar Estrela de Felix Estrela & Companhia.
Bazar Estrela

Foi uma das mais importantes casas comerciais de Floriano, e já no final do século passado funcionava nesta praça. Era uma casa comercial de grande porte, mesmo naquela época, e pelo dinamismo de seus proprietários aparecia como um estabelecimento comercial de suma importância no Piauí. Como outras grandes lojas, formava a praça comercial da então iniciante Floriano.

Seus proprietários Felix Estrella e Alfredo Estrella eram procedentes da Bahia – Casa Nova, localizada próximo aos limites do Piauí com esse Estado.

Sabe-se que seu Felix e Alfredo Estrela eram parentes próximos do conhecido deputado baiano Rui Santos e do Governador da Bahia Roberto Santos.

Alfredo Estrella era casado com Cezalina Muniz, de conhecida família de Floriano. E Felix Estrella era casado com Cotinha Estrella, mãe do nosso estimado Alfredo, que hoje vive nesta cidade na rua Bento Leão.

Esse estabelecimento comercial era localizado onde hoje funciona a Papelaria Attem de Pedro Attem Filho, esquina das ruas Bento Leão e Alfredo Estrella.

Fica aqui o registro e o flagrante, conclui o professor

11/11/2024

A Praça Matriz dos anos de 1950

 
Antiga Praça João pessoa, hoje a atual doutor Sebastião Martins na foto acima nos reporta aos anos de 1950.

Segundo o nosso amigo Teodoro Sobral (de memória aguçada), diz que "Nessa época não tinha a Sertã e nem a estátua do Mal Floriano Peixoto, só o coreto. 

Esse casarão onde depois funcionou a sede do Ferroviário, o bar São Pedro e o armazém de couros Boa Sorte do Sr Samuel Amaral Brito, era  da família Ribeiro, conheci os irmãos major Joel Ribeiro (foi prefeito de Teresina e deputado federal); senhor Erotides do Banco do Brasil , casado com dona Paula, irmã do Chagas Rodrigues e o senhor Domingos Ribeiro.

Do outro lado, continua Teodoro, era do senhor Afonso Nogueira, pai do Ataliba Nogueira, doutor Equililerico, doutor Demerval Neiva, doutora Afonsina Nogueira e dona Altair Nogueira, que casou com o deputado Lustosa Sobrinho e quando a esposa morreu ele casou com a cunhada Doutora Afonsina."

São o nosso registro da saudade, que o tempo abraça na vaidade de nossas emoções.

RETRATOS de Floriano

  Raimundo Carvalho  Raimundo Carvalho  Quem guarda, tem. O nosso amigo Raimundo Carvalho, um dos filhos de seu Joãozinho Guarda, hoje econo...