2/09/2009

ATITUDE SUSPEITA


ATITUDE SUSPEITA


Salomão Cury-Rad Oka


Na época áurea do comércio árabe-florianense, os clubes sociais e os clubes de serviço se caracterizavam por sua exigência em selecionar os freqüentadores.


Nos idos daquele tempo, fazer parte da seleta casta freqüentadora de agremiações como o Rotary Club de Floriano, Clube de Regatas, Maçonaria e o tradicional Floriano Clube ( foto ) demandava coleguismo, filantropia, caráter e, naturalmente, contatos sociais e dinheiro.



Na boa e democrática Floriano de hoje, basta interesse em servir ou em aparecer. Aliás, atualmente, ter o “perfil” de rotariano ou de maçom é mais importante que ter dinheiro ou posição social.


Durante um grande período do século XX, ser de origem árabe também era um fator importante a ser considerado ( talvez, por causa do enorme montante de valores que circulava nas mãos dos carcamanos ). Obviamente, existiam importantes famílias brasileiras que também eram partícipes dos movimentos sociais em Floriano.


Assim, pode-se dizer que existem as mais diversas histórias sobre sírios participando de eventos sociais e de agremiações. Nada que se comparasse às festas e banquetes que eles faziam só para si e para parentes, mas várias delas merecem registro por já estarem nos comentários populares há mais de sessenta anos, como o caso descrito aqui, que relata o que aconteceu quando um certo árabe, rico e participativo do “high society” dos anos cinqüenta, prestes a se casar ( há quem diga, já casado ) com uma linda moça de origem síria, quis adentrar nos salões do seleto FLORIANO CLUBE na companhia de duas belas funcionárias da casa de tolerância de dona Madalena.


O senhor Michel Demes era um sírio muito popular, pois tinha um modo peculiar de fazer as vendas no seu empório. Vendia de tudo lá, da “areia brilhante” ao perfume francês, o que fazia sua loja ser freqüentada por todas as classes sociais. Era uma verdadeira democracia: estudantes, vaqueiros, damas da sociedade, políticos influentes, enfim, qualquer pessoa podia entrar na “Casa do Michel”.


Sempre conversava bastante com os compradores, tirando piadas e fazendo o cliente gastar mais que o necessário. Apesar da baixa estatura, tinha uns olhos azuis que exibiam um brilho encantador sobre o freguês e sobre as muitas namoradas que arrumava, deixando sua filha Ivone enlouquecida de ciúmes.


Naquele dia, ao fim do expediente, o senhor Michel subtraiu da loja dois vestidos de festa, sapatos, bijuterias e produtos de toalete para agradar às duas cortesãs e leva-las ao pomposo Floriano Clube.


Apesar de trajadas como damas, a atitude era delatora. A palavra “batala” estava escrita em suas testas. Para quem não sabe, batala era a alcunha dada pelos árabes às moças de vida fácil. Ao passar pela portaria, um dos seguranças abordou o árabe, dizendo:


- Sinto muito, senhor Michel, mas o senhor não pode entrar com essas duas moças suspeitas!


Michel Demes, mais que depressa, respondeu:


- Suspeitas? – disse em tom de surpresa – Essas duas senhoritas não são suspeitas de maneira nenhuma! Elas são duas putas assumidas! As suspeitas estão aí dentro, misturadas com as damas de verdade, dançando com os maridos à noite e com os amantes de dia! Meu Deus, onde foi parar a democracia do Brasil!


Fonte: Voz de Floriano



2/07/2009

FUTEBOL DE SALÃO


TIME DE PICOS É O CAMPEÃO DO TORNEIO DE FUTEBOL DE SALÃO FÉRIAS DE INVERNO - 2009

Fonte: www.noticiasdefloriano.com.br

O time da AABB-Picos não teve dificuldades para superar o Central de Barão de Grajaú e conquistou o título do torneio de futsal Férias de Inverno, disputado na AABB de Floriano.

A decisão foi na noite desta 4a. feira (05/02). O horário da partida foi prejudicado pela chuva que caiu no início da noite, deixando a quadra da AABB muito molhada e sem condições de sediar o jogo. Apenas por volta das 22:30 horas é que a decisão começou.

Mostrando grande superioridade em relação ao adversário, a AABB-Picos aplicou uma grande goleada, conseguindo 12 gols contra 6 da equipe baronense.

Em tempo:

No passado, nesses torneios, quem dava show eram os times de Floriano, como o Square de Ieié, o Vingança de nego Cléber, Narcisão de Guilherme, o Ajax, Casas das Roupas de seu Milton e outras feras, dos quais geraram craques como Mocó, Cléber, Puluca, Zé Bruno, Eloneide, Carlinhos Meota, os goleiros João Vicente e Evandro, Paulinho de Nelson. Guilherme Júnior e outras feras.

Hoje, no entanto, só se fala em Picos, Jerumenha, canto do Buriti, Uruçuí e Barão de Grajau etc. Quando vamos voltar a sermos campeões?

RETRATOS



Taí uma foto antiga do meu avô Aristides Melo por parte de pai na década de cinquenta. Foi tirada na esquina do bar da Da Cruz na rua São João.

Ao seu lado, sua segunda esposa, Antonia Esmênia, que a gente chamava de Dindinha. Cuidava do vovô ali com unhas e dentes.

Seus três filhos, o mestre Walter, a Maria Serva ( esses dois in memeorian ) e Antonio de melo Sobrinho ( meu pai, hoje, já com 87 anos ) foram criados com muita dedicação, para crescerem na vida. Não tinha esse negócio de moleza, não.

Tempos de glórias, que os anos não trazem mais!

RETRATOS


Esse é o novo visual da praça coronel Borges, com prédios novos, modernos e adequadamente montados para atender as novas demandas.

Resta, no entanto, por parte das autoridades competentes, fazer uma revitalização, fazer a limpeza e a arborização em contorno da velha praça.

Há, ali, de certo, casarões antigos, detalhes de outrora que precisam ser preservados, mas que necessita-se de parcerias e conscientização, no sentido de dar uma nova sensação de bem estar para quem retorna ou a quem visita Floriano pela primeira vez.

2/04/2009

RETRATOS


Esta é a nossa simpática e glamourosa rua São Pedro na década de quarenta, hoje conhecida como o tradicional calçadão.

Degradada, hoje, sem urbanização. Por isso, devemos lutar pela restauração desse espaço histórico, para Floriano voltar a ser uma cidade limpa e bonita.

Precisamos construir o futuro, mas sem esquecer de revitalizar os produtos do passado, que nos fizeram felizes ao longo do tempo.

Fonte: www.olhandofloriano.com.br

2/03/2009

O ÁRABE DO PIAUÍ E A CIGANA DA BAHIA

O ÁRABE DO PIAUÍ E A CIGANA DA BAHIA

Por - Salomão Cury-Rad Oka

Certa vez veio a Floriano um grande circo de lona vindo diretamente da Bahia. Achava-se numa turnê que passava por cidades de maior porte, onde circulava dinheiro. Em terras de São Pedro, estabeleceu-se na praça do mercado central (atual Praça Coronel Borges). O circo era completo: tinha desde palhaços até trapezistas voadores que não usavam rede. Havia, ainda, mágicos, domadores de feras e até globo da morte. (uma grade novidade nos anos 60).

Uma das atrações mais populares do circo era, todavia, uma cigana que se dizia capaz das mais poderosas proezas esotéricas. Um anãozinho anunciava aos berros, com uma possante voz de locutor:

― Venha conhecer os prodígios da cigana Morgana Esmeralda, que veio diretamente das Índias Orientais. Por sua “pequena” contribuição, ela quebra feitiços, olho-gordo, quebrante e mal-olhado. Ela traz a pessoa amada em menos de dois dias. Ela lê nas suas mãos o seu destino amoroso e financeiro…

A cigana possuía uma pequena tenda, onde lia a sorte e os reveses de seus clientes por meio de baralhos, búzios, bola de cristal ou quiromancia. Dependia muito do gosto (e das posses) do freguês.

Quando o transeunte não caía na lábia do anão, a cigana Morgana Esmeralda o abordava pessoalmente.

Assim ela fez quando um jovem carcamano muito bem apessoado atravessava a praça do mercado. Chamava-se Fozy Atem, e pertencia a uma tradicional família árabe de Khabab estabelecida há muitos anos em Floriano.

Como era um rapaz de astuciosa inteligência, não podia deixar de ser cético para esses assuntos místicos. Duvidou na hora da idoneidade da “Cigana das Índias Orientais” e ia passando direto, resmungando para si mesmo que existia muita gente trouxa no mundo, quando a vidente o abordou falando teatralmente num sotaque um tanto forçado, que misturava um pouco de portunhol, com baianês e uma leve sonoridade hindu:

― Ó, jovem bonito! Deixa cigana Morgana Esmeralda ler sua mão?

Fozy exclamou olhando para a palma da mão:

― Não tem nada escrito nela não! Muito obrigado!

O árabe já ia continuar, mas ela fez uma segunda tentativa:

― Então deixa cigana Morgana Esmeralda fechar o seu corpo…

Fozy perdeu a paciência e disse em tom de chacota:

― Se você fechar o meu corpo, como é que eu vou cagar?

A cigana empalideceu. Respirou fundo, recuperou a calma e insistiu:

― Ó, jovem bonito! Cigana Morgana Esmeralda ser capaz de ver que você “non” crê nos poderes “márricos” de “nosotros”!

Fozy respondeu que não e pediu licença para poder continuar seu trajeto. Mas a cigana era insistente mesmo:

― Cigana Morgana Esmeralda ser capaz de ver tudo! “Siento que hai uma piedra en su camino”! Por “pequeña” quantia, cigana Morgana Esmeralda tira ela de seu destino!

O educado Fozy Atem perdeu a paciência de vez e explodiu:

― É verdade! Tem uma pedra no meu caminho! E essa pedra é você! Agora sai do meio, cigana fajuta!

A cigana pegou ar. Fazendo gestos cabalísticos com as mãos, praguejou no mais legítimo sotaque da Bahia:

― Ôxe que hômi amarrado! O diabo te receba no inferno, carcamano miserável! Vai ser sovina assim lá na Turquia, árabe “fela da gaita”!

Fozy devolveu sem perder o rebolado:

― Pelo menos eu sou árabe legítimo! Pior é você, que é uma cigana charlatona da Bahia!

Semana da Consciência Negra

  A Semana da Consciência Negra Kizomba promete emocionar e inspirar Floriano nesta terça-feira, 19 de novembro, com uma programação rica em...