12/17/2024

Retratos de Floriano

 FIGURAS ILÚSTRES DE FLORIANO

Foto Ilustrativa

PADRE ACELINO

Foi vigário de Floriano na décad de 20, oportunidade em que construiu o majestoso templo religioso que orna nossa cidade em honra a São pedro de Alcântara.

AFONSO NOGUEIRA

Natural do Ceará, comerciante, dono de embarcações a vapor construídas aqui mesmo em Floriano: ROSICLER, que antes se chamava NAZIRA (de propriedade do senhor Bucar Amado Bucar de Balsas - Maranhão) e AFONSO NOGUEIRA. Os motores vieram da Inglaterra.

ALBERTO DRUMOND

Cidadão de invejáveis dotes morais e chefe de família exemplar. Foi o primeiro titular do Cartório Civil e do Cartório de Primeiro Ofício. Verador.

ALFREDO ESTRELA

Comerciante com loja à rua que hoje tem o seu nome. Intendente Municipal, realizou algumas obras de interesse público.

ALUÍSIO RIBEIRO

Jovem, culto, poliglota, falava francês e árabe. De tradicional família piauiense.

Fonte: Floriano de hoje e de ontem / Theodoro Ferreira S. Neto

Retratos de Floriano

 Campo dos Artistas

 

ERAM, ainda, os idos dos saudosos anos sessenta. Como sempre tenho abordado, o Campo do Artista era o palco dos campeonatos amadores de Floriano, o qual tinha como pano de fundo um frondoso cajueiro, onde se agrupavam atletas, cartolas, enfim, todos aqueles que, de certa forma, ajudavam ou atrapalhavam os espetáculos futebolísticos.

Pois bem, chegara, então, o dia do torneio início daquela temporada, torneio esse que preambulava o campeonato de amadores. Campo do Artista - 1964.

Para a realização de tal evento, o Gusto, dono do time do Botafogo, e seu presidente, e também como membro da liga organizadora do campeonato, encomendara ao senhor Raimundo Beirão, renomado carpinteiro da cidade, as traves que seriam postadas no estádio.

Como combinado, tudo foi feito. Confeccionadas as traves, foram estas cuidadosamente fincadas nos extremos do campo, nos seus mínimos detalhes, como exigido nas regras do futebol.

O campo estava uma beleza e o dia maravilhoso para a prática do futebol, dado que até São Pedro mandara uma boa rajada de chuva par sedimentar o areião

Dada a magnitude do evento, outro não poderia deixar de ser, o árbitro da partida, senão o famoso Vicente Xeba.

Tabela pronta, time equipados, disputariam a primeira partida o Santos de Pulu e o Botafogo de Gusto, sendo que todas as equipes, São Paulo de Carlos Sá, Caiçara, Flamengo de Tiberinho, Bangu do Bosque e outras, já encontravam-se equipadas e aquecidas para os embates.

Tudo bem, não fosse o incidente surgido naquela ocasião, em virtude de o dinheiro arrecadado pelo Gusto não ter sido suficiente para ocorrer como pagamento ao artífice Raimundo Beirão.

Ante esse fato, incontinenti, o seu Beirão, com a ajuda de seu auxiliar de serviços, arrancou as traves e levou-as de volta para a sua oficina, não obstante os apelos e as promessas de todos os que ali se encontravam de que a grana não demoraria.

Sem traves, restou aos cartolas a discussão sobre a realização, ou não, do torneio, muito embora soubessem que esta realização, em última instância, seria decidida pelo grande Xeba.

Assim sendo, dirigiram-se todos até o famoso rifiri, sendo que este, de dedo em riste, bradava:

“num quero nem saber; num quero choro; vai ter jogo; faz as trave de talo de coco; num precisa travessão; num precisa dizer que gol só vale rasteiro...”

Dito isso, apitando bem alto e forte, Vicente Xeba adentrou o campo, numa corrida cadenciada, em marcha a ré, concitando, com as mãos, alternadas, e cadenciadamente, a entrada dos alvinegros ao centro do belo areal

12/11/2024

Voluntário Mirim

 

Na Casa de Acolhimento à Pessoa Idosa "Manoel da Guia", em Floriano, um gesto nobre ganhou destaque: o pequeno Amadeu, uma criança que compreende desde cedo o valor da solidariedade, recebeu carinhosamente o título de "Voluntário Mirim".

Amadeu, mesmo em sua pouca idade, demonstra um coração grandioso e uma admirável empatia ao dedicar suas horas vagas aos idosos acolhidos na instituição. Sua presença leva amor, carinho, atenção e cuidados, proporcionando momentos de alegria e conforto a quem tanto precisa.

A interação entre crianças e idosos, como a de Amadeu, enriquece a compreensão do ciclo da vida e fortalece o respeito pelos mais velhos. Ele é um exemplo inspirador de como pequenos gestos podem gerar grandes transformações.

A Casa de Acolhimento "Manoel da Guia" expressa sua eterna gratidão ao jovem voluntário e deseja que Deus continue abençoando sua vida e preservando seu coração generoso. Que sua atitude sirva de inspiração para muitas outras pessoas!

Juntos, é possível transformar vidas com amor e solidariedade.

Fonte: florianonews.com

12/07/2024

Salão Paroquial


O velho Salão Paroquial de saudosas lembranças nos transporta aos bons tempos, quando aí realizava-se shows artísticos, debates e até projeção de filmes.

Quem não se lembra, por exemplo, dos festivais de música, dos shows dos ídolos da jovem guarda, do Grupo Viazul e da nossa tradicional Semana da Amizade.

O tempo passou, de repente, o contexto, agora, é outro. A juventude vive a nova tecnologia, os shoppings e os novos carnavais.

Mas sempre é bom revivermos, recordarmos as maravilhas do passado romântico da Princesa do Sul para nos deixar mais aliviados, leves, suaves e sonhando sempre com o futuro

12/04/2024

Tempos de Natal

 

Fonte: Dácio Melo (filho de Mestre Walter)
 
Véspera de Natal. Os mais velhos sentados na porta, todos animados conversando e os meninos ao redor sentados na calçada. E o Papai falou bem alto pra " todos ouvirem":

- Ô, Inhá, é verdade que Papai Noel num visita minino  que dorme tarde na noite de Natal?

 - E mamãe disse "eu ouço isso desde que era pequena. É verdade".

Num demorou muito a molecada foi se levantando, passando as mãos  no fundo das calças e saindo de mansinho pra estebungar no fundo da rede.

De manhã cedinho, era todo mundo revirando a cabeça pra debaixo da rede. Todo mundo ansioso pra saber o que Papai Noel deixara pra gente! 

A rua amanhecia cheia de minino!

Uns chutando bolas zeradas, outros puxando carrinhos pelas calçadas, alguns sentados  na calçada estirando as pernas pra mostrar os chinelos novos e os tiros de revolver de espoletas. Tudo isto ao som das notas amalucadas do violão do Tete!

Ahhh, tempinho Bom!

12/01/2024

Natal Retrô

Colaboração: Dácio Melo

No início do mês de dezembro o clima mudava, o tempo mudava, no ar a expectativa pelo aniversário de Jesus! 

As pessoas tornavam- se mais fraternas e mais alegres. E a meninada ansiosas pelas festas, bolos, bombons, refrigerantes, q-sucos supercoloridos, mas os brinquedos, ah os brinquedos! Eram o motivo maior da ansiedade. 

Nossos sonhos giravam em torno da chegada do Papai Noel. O que será que ele vai trazer pra mim..... nas rodas de conversas todos falavam de suas preferências.......ah se ele me desse uma bola, daquelas boas que duram bastante.....eu queria um revolver de espoleta..... já eu queria uma caçamba, que aguenta carregar barro, areia e pedra.....eu me contento com uma havaiana amarela. 

No dia 25 todo mundo acordava bem cedo e virava a cabeça por baixo da rede com o coração disparado de emoção pra ver a surpresa que Papai Noel deixara para nós!

Fosse o que fosse, todos saiam a mostrar uns para os outros o que o bom velinho tinha nos deixado. 

O engraçado é que corríamos pro papai e pra mamãe gritando: 

" Papai olha o que Papai Noel me deu!" E eles nos abraçavam sorrindo, compartilhando a felicidade!

Ah tempinho bom!

11/30/2024

Chico Kanguri e suas memórias

 JERUMENHA, TERRA QUERIDA - SAUDADES

JERUMENHA, terra onde vivi boa parte da minha infância e da minha adolescência. Hoje, ao ver fotos no portal na internet do teu solo e da tua gente, fizeram com que desse uma pausa em minhas atividades para recordar-te, vejamos:

Barro Alto: com bueiro, sem bueiro, com piçarra, com asfalto; Riacho do Urubu, com seus lajedos; Estradinha entre as marias-moles, dos casarões de seu João da Cruz e de seu Roberto Corró; fotos do Janclerques e do Moreira; Igreja de Santo Antonio com seus patamares.

Isto tudo me fez viajar ao passado através da mente, buscando e revivendo muitas coisas boas e a saudade apertando, apertando e não a suportei, aqui estou diante do computador para externar aquilo que sinto no momento:

“Oh!, Saudades, que aperta o coração da gente;
Saudades distante que faz doer o íntimo da gente;
Deixa que eu externe estas saudades,
Para “alegria de um coração que sente”.


Do Barro Alto vem-me à tona a saudades dos bolos e manuês da Zefa do inesquecível compadre Moisés, que gostava de desfilar montado em um burro marchador com seu chapéu na cabeça; sinto saudades da madrinha Preta, mãe do Antonio Campos, com sua quinta de goiabeiras e coqueiros, que ficava ao lado da Casa do senhor Antonio Leôncio: sinto saudades da padaria do Tio Elizeu, que ficava na subida do Barro Alto, ali após o bueiro, onde degustávamos o pãozinho quente com refresco da fruta da estação, da época, sinto saudades do barzinho do Chico e da Jesus, ali entre a casa da Tia Raimundinha e do senhor Deoclécio, onde fazíamos as nossas tertúlias... Puxa!

Sinto saudades do som da sanfona do Manoelzinho e sua troupe; sinto saudades do Antonio João tocando o seu pandeiro, triangulo ou cantando, suas sátiras. Sinto Saudades do Urbano Pacífico com sua sanfona grande, sacudindo a juventude no embalo do forró.

Sinto saudades dos banhos nas águas do Rio Gurguéia, onde ficávamos brincando em suas areias movediças. Recordo bastante que quando estávamos a pular dos galhos das Ingazeiras e das moitas de mufumbo e que quando exalava aquele cheiro característico de uma sucuri, que a tua gente simplesmente chamava de sucruiú, saíamos da água com medo e hoje sabemos do perigo e do risco que corríamos naquela época.Tudo era aventura e buscávamos a aventura a toda hora. Coisa do jovem da nossa época.

Sinto saudades do senhor Agnelo com seu barzinho ao lado do prédio da cadeia pública, com sua coalhada, geladinha e gostosa. Sinto saudades dos forrós no Buru. Sinto saudades do casarão do meu Tio Chico Amorim e da minha Tia Terezinha a quem carinhosamente chamava-a de Mãezinha com sua loja, na esquina da Praça de Santo Antonio e um poço cacimbão no centro do terraço interno, com uma vazão que se mantinha estável toda vida e de onde no período chuvoso tirávamos água com uma balde e que diariamente estava sendo visitado por pássaros como: canários da terra, cochichos, bigodes, rolinhas etc.

Sinto saudades da Praça de Santo Antonio, com suas mangueiras seculares em volta e os casarões dos Fonseca, dos Machados, dos Rocha, da Família do Dió, da Família do senhor Antonio de Hermógenes, da Dinair, do saudoso Mané Piola, do Zé Benedito, do Hermógenes, do Emanuel Fonseca, do Wilhame, do Pedro e Antonio José do Dió, do Zé Matos.

Sinto Saudades do meu Amigo Antonio João Corró, da Olindina e de seus filhos, da Família Carreiro, do Capitão Adelson e sua família, do Emanuel Fonseca e sua família, do doutor João Martins e sua família, do Albérico lá dos Correios e Telégrafos, do Joel Campos, do Raimundo Cavalo Veio, do Antonio de França e seu barulho, jogando carteado ou dominó, do Sr. Benedito Fonseca e sua família, do Dada, da Dedé do Antonio Campos, da Cecília, a grande enfermeira, da Júlia, do Manuel, do Álvaro, da Maria e suas irmãs; do senhor Argílio e do senhor Adolfo.

Sinto Saudades das peripécias de seu Tonho, das zangas de Zé Veio, que quando cismava ia a pé para Floriano e acertava a nossa casa e passava dias dormindo no corredor na entrada da casa, e deixava todo mundo preocupado, com medo de uma onça pegá-lo na estrada entre Floriano e Jerumenha, dormia nas matas, essa gente também foi importante para Jerumenha, marcaram época, fizeram história.

Sinto saudades do Padre Anchieta, sempre o encontrava aqui em Teresina, lutando pelo desenvolvimento da sua colônia do Gurguéia. Nas minhas férias, às vezes ajudávamos o Santo Padre nas missas, tocando sinos, limpando a sacristia, ajudando nas confecções das hóstias e também necessitávamos de sua ajuda para permitir que jogássemos a nossa peladas ao lado da igreja onde existia um campo e da sua permissão para após a celebração do terço à noite a sua permissão era importantíssima para que ficássemos brincando nos patamares da Igreja.

Por: Chico Amorim Sobrinho

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