12/11/2024

Voluntário Mirim

 

Na Casa de Acolhimento à Pessoa Idosa "Manoel da Guia", em Floriano, um gesto nobre ganhou destaque: o pequeno Amadeu, uma criança que compreende desde cedo o valor da solidariedade, recebeu carinhosamente o título de "Voluntário Mirim".

Amadeu, mesmo em sua pouca idade, demonstra um coração grandioso e uma admirável empatia ao dedicar suas horas vagas aos idosos acolhidos na instituição. Sua presença leva amor, carinho, atenção e cuidados, proporcionando momentos de alegria e conforto a quem tanto precisa.

A interação entre crianças e idosos, como a de Amadeu, enriquece a compreensão do ciclo da vida e fortalece o respeito pelos mais velhos. Ele é um exemplo inspirador de como pequenos gestos podem gerar grandes transformações.

A Casa de Acolhimento "Manoel da Guia" expressa sua eterna gratidão ao jovem voluntário e deseja que Deus continue abençoando sua vida e preservando seu coração generoso. Que sua atitude sirva de inspiração para muitas outras pessoas!

Juntos, é possível transformar vidas com amor e solidariedade.

Fonte: florianonews.com

12/07/2024

Salão Paroquial


O velho Salão Paroquial de saudosas lembranças nos transporta aos bons tempos, quando aí realizava-se shows artísticos, debates e até projeção de filmes.

Quem não se lembra, por exemplo, dos festivais de música, dos shows dos ídolos da jovem guarda, do Grupo Viazul e da nossa tradicional Semana da Amizade.

O tempo passou, de repente, o contexto, agora, é outro. A juventude vive a nova tecnologia, os shoppings e os novos carnavais.

Mas sempre é bom revivermos, recordarmos as maravilhas do passado romântico da Princesa do Sul para nos deixar mais aliviados, leves, suaves e sonhando sempre com o futuro

12/04/2024

Tempos de Natal

 

Fonte: Dácio Melo (filho de Mestre Walter)
 
Véspera de Natal. Os mais velhos sentados na porta, todos animados conversando e os meninos ao redor sentados na calçada. E o Papai falou bem alto pra " todos ouvirem":

- Ô, Inhá, é verdade que Papai Noel num visita minino  que dorme tarde na noite de Natal?

 - E mamãe disse "eu ouço isso desde que era pequena. É verdade".

Num demorou muito a molecada foi se levantando, passando as mãos  no fundo das calças e saindo de mansinho pra estebungar no fundo da rede.

De manhã cedinho, era todo mundo revirando a cabeça pra debaixo da rede. Todo mundo ansioso pra saber o que Papai Noel deixara pra gente! 

A rua amanhecia cheia de minino!

Uns chutando bolas zeradas, outros puxando carrinhos pelas calçadas, alguns sentados  na calçada estirando as pernas pra mostrar os chinelos novos e os tiros de revolver de espoletas. Tudo isto ao som das notas amalucadas do violão do Tete!

Ahhh, tempinho Bom!

12/01/2024

Natal Retrô

Colaboração: Dácio Melo

No início do mês de dezembro o clima mudava, o tempo mudava, no ar a expectativa pelo aniversário de Jesus! 

As pessoas tornavam- se mais fraternas e mais alegres. E a meninada ansiosas pelas festas, bolos, bombons, refrigerantes, q-sucos supercoloridos, mas os brinquedos, ah os brinquedos! Eram o motivo maior da ansiedade. 

Nossos sonhos giravam em torno da chegada do Papai Noel. O que será que ele vai trazer pra mim..... nas rodas de conversas todos falavam de suas preferências.......ah se ele me desse uma bola, daquelas boas que duram bastante.....eu queria um revolver de espoleta..... já eu queria uma caçamba, que aguenta carregar barro, areia e pedra.....eu me contento com uma havaiana amarela. 

No dia 25 todo mundo acordava bem cedo e virava a cabeça por baixo da rede com o coração disparado de emoção pra ver a surpresa que Papai Noel deixara para nós!

Fosse o que fosse, todos saiam a mostrar uns para os outros o que o bom velinho tinha nos deixado. 

O engraçado é que corríamos pro papai e pra mamãe gritando: 

" Papai olha o que Papai Noel me deu!" E eles nos abraçavam sorrindo, compartilhando a felicidade!

Ah tempinho bom!

11/30/2024

Chico Kanguri e suas memórias

 JERUMENHA, TERRA QUERIDA - SAUDADES

JERUMENHA, terra onde vivi boa parte da minha infância e da minha adolescência. Hoje, ao ver fotos no portal na internet do teu solo e da tua gente, fizeram com que desse uma pausa em minhas atividades para recordar-te, vejamos:

Barro Alto: com bueiro, sem bueiro, com piçarra, com asfalto; Riacho do Urubu, com seus lajedos; Estradinha entre as marias-moles, dos casarões de seu João da Cruz e de seu Roberto Corró; fotos do Janclerques e do Moreira; Igreja de Santo Antonio com seus patamares.

Isto tudo me fez viajar ao passado através da mente, buscando e revivendo muitas coisas boas e a saudade apertando, apertando e não a suportei, aqui estou diante do computador para externar aquilo que sinto no momento:

“Oh!, Saudades, que aperta o coração da gente;
Saudades distante que faz doer o íntimo da gente;
Deixa que eu externe estas saudades,
Para “alegria de um coração que sente”.


Do Barro Alto vem-me à tona a saudades dos bolos e manuês da Zefa do inesquecível compadre Moisés, que gostava de desfilar montado em um burro marchador com seu chapéu na cabeça; sinto saudades da madrinha Preta, mãe do Antonio Campos, com sua quinta de goiabeiras e coqueiros, que ficava ao lado da Casa do senhor Antonio Leôncio: sinto saudades da padaria do Tio Elizeu, que ficava na subida do Barro Alto, ali após o bueiro, onde degustávamos o pãozinho quente com refresco da fruta da estação, da época, sinto saudades do barzinho do Chico e da Jesus, ali entre a casa da Tia Raimundinha e do senhor Deoclécio, onde fazíamos as nossas tertúlias... Puxa!

Sinto saudades do som da sanfona do Manoelzinho e sua troupe; sinto saudades do Antonio João tocando o seu pandeiro, triangulo ou cantando, suas sátiras. Sinto Saudades do Urbano Pacífico com sua sanfona grande, sacudindo a juventude no embalo do forró.

Sinto saudades dos banhos nas águas do Rio Gurguéia, onde ficávamos brincando em suas areias movediças. Recordo bastante que quando estávamos a pular dos galhos das Ingazeiras e das moitas de mufumbo e que quando exalava aquele cheiro característico de uma sucuri, que a tua gente simplesmente chamava de sucruiú, saíamos da água com medo e hoje sabemos do perigo e do risco que corríamos naquela época.Tudo era aventura e buscávamos a aventura a toda hora. Coisa do jovem da nossa época.

Sinto saudades do senhor Agnelo com seu barzinho ao lado do prédio da cadeia pública, com sua coalhada, geladinha e gostosa. Sinto saudades dos forrós no Buru. Sinto saudades do casarão do meu Tio Chico Amorim e da minha Tia Terezinha a quem carinhosamente chamava-a de Mãezinha com sua loja, na esquina da Praça de Santo Antonio e um poço cacimbão no centro do terraço interno, com uma vazão que se mantinha estável toda vida e de onde no período chuvoso tirávamos água com uma balde e que diariamente estava sendo visitado por pássaros como: canários da terra, cochichos, bigodes, rolinhas etc.

Sinto saudades da Praça de Santo Antonio, com suas mangueiras seculares em volta e os casarões dos Fonseca, dos Machados, dos Rocha, da Família do Dió, da Família do senhor Antonio de Hermógenes, da Dinair, do saudoso Mané Piola, do Zé Benedito, do Hermógenes, do Emanuel Fonseca, do Wilhame, do Pedro e Antonio José do Dió, do Zé Matos.

Sinto Saudades do meu Amigo Antonio João Corró, da Olindina e de seus filhos, da Família Carreiro, do Capitão Adelson e sua família, do Emanuel Fonseca e sua família, do doutor João Martins e sua família, do Albérico lá dos Correios e Telégrafos, do Joel Campos, do Raimundo Cavalo Veio, do Antonio de França e seu barulho, jogando carteado ou dominó, do Sr. Benedito Fonseca e sua família, do Dada, da Dedé do Antonio Campos, da Cecília, a grande enfermeira, da Júlia, do Manuel, do Álvaro, da Maria e suas irmãs; do senhor Argílio e do senhor Adolfo.

Sinto Saudades das peripécias de seu Tonho, das zangas de Zé Veio, que quando cismava ia a pé para Floriano e acertava a nossa casa e passava dias dormindo no corredor na entrada da casa, e deixava todo mundo preocupado, com medo de uma onça pegá-lo na estrada entre Floriano e Jerumenha, dormia nas matas, essa gente também foi importante para Jerumenha, marcaram época, fizeram história.

Sinto saudades do Padre Anchieta, sempre o encontrava aqui em Teresina, lutando pelo desenvolvimento da sua colônia do Gurguéia. Nas minhas férias, às vezes ajudávamos o Santo Padre nas missas, tocando sinos, limpando a sacristia, ajudando nas confecções das hóstias e também necessitávamos de sua ajuda para permitir que jogássemos a nossa peladas ao lado da igreja onde existia um campo e da sua permissão para após a celebração do terço à noite a sua permissão era importantíssima para que ficássemos brincando nos patamares da Igreja.

Por: Chico Amorim Sobrinho

11/26/2024

Tragédia da aviação piauiense, que tirou a vida de Raimundinho Caboré

O aeroporto de Cangapara era pequeno para o intenso movimento de aviões que nele pousavam e decolavam no ano de 1964 e, mais intensamente, entre 1967 e 1970, quando a Companhia Hidroelétrica de Boa Esperança (COHEBE) avançava na construção da principal obra estruturante do Piauí.

Duas empresas aéreas – VARIG e Cruzeiro do Sul –, usando aviões DC-3 e Avro, realizavam voos diários entre Teresina, Floriano, Crato, Petrolina, Bom Jesus da Lapa, Recife e Belo Horizonte.

A sede da COHEBE funcionava no Recife. A companhia era presidida pelo coronel do Exército Cesar Cals de Oliveira Filho, já conhecido do povo de Teresina, pois aqui dirigira, por designação da Sudene, o Instituto de Águas e Energia Elétrica (IAEE).

Era grande a euforia dos piauienses, graças aos investimentos do governo federal em obras públicas importantes, a principal delas a Hidroelétrica de Boa Esperança, iniciada no governo de João Goulart.

Foi em meio a essa euforia que o piloto Raimundo da Costa Oliveira, mais conhecido como Raimundinho Caboré, tomara a iniciativa de comprar um Piper Aztec, prefixo CPJ, de seis lugares, que ele próprio fora buscar nos Estados Unidos, em 1966.

Mas o dia 26 de maio de 1968, um domingo, marcado pelas comemorações do Desvio II do Rio Parnaíba, entraria, como trágico, para nossa aviação civil e para o quadro dirigente da COHEBE.

Piloto experiente – então com 46 anos, o único do Piauí que conduzira um bimotor entre os Estados Unidos e Teresina –, Raimundinho Caboré fora contratado para transportar administradores e engenheiros do Recife para o local da grande obra, de onde os conduziria de volta à capital Pernambucana, no dia 27.

Um outro grupo de dirigentes e convidados da COHEBE usaria, no retorno ao Recife, um avião que, ao meio-dia de 26 de maio, apresentara problema mecânico em Guadalupe.

Relembrando o fato, a revista Capibaribe destaca que, naquele domingo, o comandante Caboré levara Jofre Castelo Branco, então prefeito de Teresina, ao local do Desvio II do Rio Parnaíba, e lá permaneceria até o dia seguinte, mas teve seu descanso interrompido por chamamento, enquanto repousava em sua residência, na cidade de Floriano, para levar diretores da COHEBE à cidade do Recife.

Um exemplar dessa revista, recentemente enviado ao empresário Teodoro Sobral Neto, destaca que Ebenezer Furtado Gueiros, 48 anos, diretor administrativo da COHEBE; sua esposa, Cleyde Amorim Gueiros, 42 anos, e seu filho, João Calvino Gueiros, 18 anos, além da mineira Maria Pedrina Alves da Silveira, esposa de Hilton Silveira, um dos diretores da COHEBE, e o coronel do Exército Luiz Cavalcanti Pereira Castanha, 42 anos, chefe do departamento administrativo da Companhia, partiram de Guadalupe com Raimundinho Caboré, às 14h40, no Piper, todos acertados de que o pouso seria realizado no município de Caruaru, pois o brevet de Caboré não permitia voos noturnos. Se fosse até Recife – destaca a revista –, o avião chegaria à noite, e o piloto já fora advertido por infringir essa norma.
Infelizmente, “devido ao mau tempo, o piloto perdeu a rota, aproximando-se de Santa Cruz do Capibaribe, sem visualizar a pista de pouso construída na gestão do prefeito Raimundo Francelino Aragão”.
E nada dava certo naquele fatídico 26 de maio de 1968. Via rádio – ressalta a revista –, Caboré se comunicou com a base aérea do Recife, informando que estava perdido na área de Campina (Grande) na Paraíba, mas a base entendeu que ele se referia a Carpina, município da zona norte de Pernambuco. Aviões do Exército teriam sido enviados para localizar a aeronave, porém sem sucesso.
A revista também assinala que, enquanto aguardava a escolta, o comandante piauiense sobrevoou a área de Santa Cruz do Capibaribe. Perdido, dava voltas pela zona rural até que o combustível acabou e o avião caiu no Sítio Carreira de Pedras, por volta das 18h20.
Em 6 de setembro de 1980, Marcos Oliveira, filho do comandante Caboré, teve destino igual ao do pai. Aos 30 anos, quando sobrevoava uma região de garimpos em Itaituba (PA), seu avião caiu em mata fechada. “Seus restos mortais só foram encontrados em fevereiro do ano seguinte”.
Fonte: Revista Capibaribe

11/25/2024

HISTÓRIAS DE FLORIANO

 FOLCLORE ÁRABE - FLORIANENSE











ATITUDE SUSPEITA

Salomão Cury-Rad Oka

Na época áurea do comércio árabe-florianense, os clubes sociais e os clubes de serviço se caracterizavam por sua exigência em selecionar os freqüentadores.

Nos idos daquele tempo, fazer parte da seleta casta freqüentadora de agremiações como o Rotary Club de Floriano, Clube de Regatas, Maçonaria e o tradicional Floriano Clube ( foto ) demandava coleguismo, filantropia, caráter e, naturalmente, contatos sociais e dinheiro.

Na boa e democrática Floriano de hoje, basta interesse em servir ou em aparecer. Aliás, atualmente, ter o “perfil” de rotariano ou de maçom é mais importante que ter dinheiro ou posição social.

Durante um grande período do século XX, ser de origem árabe também era um fator importante a ser considerado ( talvez, por causa do enorme montante de valores que circulava nas mãos dos carcamanos ). Obviamente, existiam importantes famílias brasileiras que também eram partícipes dos movimentos sociais em Floriano.

Assim, pode-se dizer que existem as mais diversas histórias sobre sírios participando de eventos sociais e de agremiações. Nada que se comparasse às festas e banquetes que eles faziam só para si e para parentes, mas várias delas merecem registro por já estarem nos comentários populares há mais de sessenta anos, como o caso descrito aqui, que relata o que aconteceu quando um certo árabe, rico e participativo do “high society” dos anos cinqüenta, prestes a se casar ( há quem diga, já casado ) com uma linda moça de origem síria, quis adentrar nos salões do seleto FLORIANO CLUBE na companhia de duas belas funcionárias da casa de tolerância de dona Madalena.

O senhor Michel Demes era um sírio muito popular, pois tinha um modo peculiar de fazer as vendas no seu empório. Vendia de tudo lá, da “areia brilhante” ao perfume francês, o que fazia sua loja ser freqüentada por todas as classes sociais. Era uma verdadeira democracia: estudantes, vaqueiros, damas da sociedade, políticos influentes, enfim, qualquer pessoa podia entrar na “Casa do Michel”. Sempre conversava bastante com os compradores, tirando piadas e fazendo o cliente gastar mais que o necessário. Apesar da baixa estatura, tinha uns olhos azuis que exibiam um brilho encantador sobre o freguês e sobre as muitas namoradas que arrumava, deixando sua filha Ivone enlouquecida de ciúmes.

Naquele dia, ao fim do expediente, o senhor Michel subtraiu da loja dois vestidos de festa, sapatos, bijuterias e produtos de toalete para agradar às duas cortesãs e leva-las ao pomposo Floriano Clube. Apesar de trajadas como damas, a atitude era delatora. A palavra “batala” estava escrita em suas testas. Para quem não sabe, batala era a alcunha dada pelos árabes às moças de vida fácil. Ao passar pela portaria, um dos seguranças abordou o árabe, dizendo:

- Sinto muito, senhor Michel, mas o senhor não pode entrar com essas duas moças suspeitas!

Michel Demes, mais que depressa, respondeu:

- Suspeitas? – disse em tom de surpresa – Essas duas senhoritas não são suspeitas de maneira nenhuma! Elas são duas putas assumidas! As suspeitas estão aí dentro, misturadas com as damas de verdade, dançando com os maridos à noite e com os amantes de dia! Meu Deus, onde foi parar a democracia do Brasil!

Fonte: Voz de Floriano

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