1/09/2024
O brilho do Porto
1/08/2024
DJALMA SILVA E SUAS MEMÓRIAS
(na foto acima, o senhor João de Deus Alves pai do Cronista, que tocava Piston)
O mais longe que a minha memória alcança vejo Floriano nos vórtices de Rei Momo. Nos primeiros tempos o Zé Pereira, no sábado, anunciando o período de brincadeira. Homens fantasiados burlescamente, montados em jumentos, andando pelas ruas cantando:
Viva o Zé Pereira!
Viva o Carnaval!
Viva a brincadeira
Que a ninguém faz mal.
Domingo era o dia do Entrudo. Banho de água nos amigos e vizinhos. Cabacinhas de líquido volátil colorido atiradas nos incautos, manchando-lhes momentaneamente as roupas, provocando sustos ou iras que logo se desfaziam . Jatos de água ou mesmo de lama, sugada nas poças por repuxos de bambu ou de folhas de flandres atirados contra as pessoas. Uma farra.
Era corrente na cidade que todos os anos nesse domingo o senhor Dico Leão ia dar o banho de entrudo no senhor João Matos seu vizinho.
Nos três dias à tardezinha havia o corso. Os poucos automóveis então existentes conduzindo seus donos, familiares e amigos, capotas arreadas, saiam da Praça da Igreja, desciam a rua São Pedro até a Praça do Mercado, passavam pela rua Silva Jardim e subiam à Avenida Álvaro Mendes. Isto muitas vezes até o escurecer. Durante o curso confetes eram jogados , serpentinas atiradas. O povo postado nas ruas e concentrado na praça de tudo participando com alegria.
Os bailes a fantasias completavam cada dia da festa tradicional. Bailes na casa do senhor João José Ribeiro a princípio, mais tarde na residência do senhor Antonio Anísio Ribeiro Gonçalves. Estes para a chamada elite. Os operários dançavam na sede da União Artística Operária Florianense e alguns anos os seus bailes chegaram a acontecer na residência Sebastião Araújo, à rua São João. Nesses bailes a tônica era a alegria contagiante expressa nas danças ,nos cordões que circulavam pelas salas, os foliões estimulados pelas músicas eletrizantes que todos sabiam cantar dos carnavais passados com no a do em curso pelo ritmo da s orquestras todas locais, pelos lança perfumes não proibidos e largamente usados de modo a impregnar o ar com suas emanações.
Em meados os anos trinta, possivelmente em 1935, se não me falha a memória, surgiu um bloco de rua famoso, “Os Amantes da Arte”. Criado por inspiração de José Dutra, grande incentivador da arte musical em Floriano e por ele dirigido, saiu dois anos consecutivos, percorrendo as residências mais importantes da cidade, brincando com muita harmonia e animação. Nesses dois anos usou fantasias de “pierrot”. Calças e blusas vermelhas no primeiro ano e calças brancas e blusa preta no segundo. A Porta Estandarte era a jovem “Tintô Paixão”.Para registro, cito aqui os nomes dos demais integrantes musicais que tocavam: José Dutra, violino; Arudá Bucar, flauta; Eugênio Pereira, trombone; João Mrtins, saxofone; Nestor Coelho, saxofone; Sebastião Araújo, contra-baixo; João de Deus Alves (meu pai), piston; Zezinho Rocha, saxofone; Francisco Paixão, violão; José Cairara, banjo; Otacílio Paixão, violão; Antonio de Passos Freitas, cavaquinho; Jonas Araújo, cavaquinho; Odali Paixão, cavaquinho; Genésio, cavaquinho; Michel Demes, maracá; Olívio Paixão, pandeiro; Francisco Dantas, pandeiro.
Com a Fundação do Floriano Clube, o carnaval passou a se restringir mais a ele. O da elite, pois o dos operários continuou na União. Todavia, blocos de rua ainda marcaram sua presença na cidade. Rafael Rocha, em crônica reminiscência publicada em Jornal de Floriano número 367, fala dos Águias, das Baianas do Arudá. E Luís Pinto de Oliveira, memória viva da cidade, fez-me recordar dos Bambas da Folia que ele e outros elementos da União fizeram e mantiveram por muitos anos.
Fonte: Jornal de Floriano
1/04/2024
Tempo de Papagaios
Fonte: Dácio Melo
Eu nunca fui bom de papagaio. Quando os ventos gerais chegavam, todo mundo corria à procura dos artesãos, dos craques na feitura dos surus, lanciadores, curicas, surus de besouro nas mais variadas cores.
Me lembro bem do Tete e do Cebola. Embora não sendo bom na empina, sempre estava participando da brincadeira. Segurando o papagaio pra levantada de vôo, passando o cerol na linha e depois me juntar a turma na expectativa da queda bonita de alguns surus cortados.
Na ânsia de comer linha, varávamos cercas de quintas e quintais sem respeitar nada. Lembro-me bem, ali nas imediações da galeria abaixo da rua do fogo, o suru tinha caído no quintal dum carroceiro muito brabo, nós pulamos a cerca afobados pra comer linha e o dono da casa correu pra ver que zoada era aquela no seu quintal. Foi olhar pra nós e gritar bem alto, com raiva, "me traz o facão aí, muié, ligeiro!".
Rapaz, nunca vi nêgo pular cerca de arame tão depressa como naquele dia! Nós correndo apavorados e o negão gritando da cerca, “espera aí seu bando de feladaputa, vou capar um por um!”
Só fomos parar, quando sentamos na calçada de seu Benedito, na nossa rua (José Coriolano com João Chico), tamanho era o pavor!
Quando recuperamos o fôlego, a risada foi geral. Passei um bom tempo sem passar na galeria.
CARNAVAL FLORIANENSE - Os Piratas de Antonio Sobrinho
1/03/2024
CARNAVAL, UMA FESTA SEM DONO
Jalinson Rodrigues – poeta & jornalista
O carnaval florianense mantém a tradição de crescimento e conquista importância econômicana geração de oportunidade de renda.
Por onde anda o nosso futebol?
ALDÊNIO NUNES - a enciclopédia do rádio florianense
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