11/03/2023

Retratos

 NO TEMPO DAS CALÇADAS


Dácio Melo (Filho de Mestre Walter)

Sintíamo-nos à vontade, todos sentados em suas cadeiras nas calçadas conversando os mais variados assuntos. O véu da noite nos encobre mansamente. 
No Tempo das Calçadas

Na rua a meninada brinca animada as mais variadas rodas, chicote queimado, bombaquim dentre outras. Lá na calçada de seu Binidito Tibério, Djalma, Zulmirina, Gracinha, Danunzio, Tonho dos Reis e outros fazem outra roda de bate-papo. 

Na porta D. Maria e seu Binidito conversa com algumas visitas. A Lua com sua luz dourada e romântica aquece o frescor da noite embebido pelo cheirinho gostoso do mato rasteiro da cerca de seu Joãozinho. 

A noite avança mansamente, as brincadeiras se aqueitam de vagar, as mães zelosas dizem às crianças, já chega, vão todos se lavarem! Diante daquelas advertência, os vizinhos se dão conta do adiantado da hora. 

Boa noite daqui, boa noite dali e vão ouvindo como repostas um, mas tá cedo Comade Joaquina, num vá não cumade Inhá. Já tá tarde, cumade Lurdes, amanhã a gente continua. Boa noite Melo, boa noite seu Walter. 

Até amanhã! De longe a turma de Tibério, Djalma, Zulmirina, Zezé... olhando os mais velhos se arrumando, se despedem e recolhem à casa e aos braços de Morfeu.  

10/31/2023

10/30/2023

Retratos

 



 

Retratos

 Retratos do nosso futebol

Ferroviário na década de 1950
Esse é o famoso time do Ferroviário Atlético clube, quando disputava uma jornada esportiva no dia 6 de julho de 1953, época em que o futebol florianense despertava grandes emoções.

Com relação à escalação, da esquerda para direita, observamos os atletas Sérgio, o goleiro Nelson Oliveira ( já flecido), Balduíno, Binda, Genério e Chico Martins;

Agachados, temos os jogadores Batista, Lauro, o centroavante Fenelon Brasileiro, o craque Vilmar e Nenê na esquerda.

O nosso amigo Fenelon (também ja falecido), o centroavante da foto, fora abordado pelo professor Djalma Nunes Filho e nos presenteou com essa pérola do futebol românico da Princesa do Sul.

Retratos

  Torneio do Campo dos Artistas


Fonte: Danúnzio Josivalter de Melo


ERAM, ainda, os idos dos saudosos anos sessenta. Como sempre tenho abordado, o Campo do Artista era o palco dos campeonatos amadores de Floriano, o qual tinha como pano de fundo um frondoso cajueiro, onde se agrupavam atletas, cartolas, enfim, todos aqueles que, de certa forma, ajudavam ou atrapalhavam os espetáculos futebolísticos.

Pois bem, chegara, então, o dia do torneio início daquela temporada, torneio esse que preambulava o campeonato de amadores. Campo do Artista - 1964.

Para a realização de tal evento, o Gusto, dono do time do Botafogo, e seu presidente, e também como membro da liga organizadora do campeonato, encomendara ao senhor Raimundo Beirão, renomado carpinteiro da cidade, as traves que seriam postadas no estádio.

Como combinado, tudo foi feito. Confeccionadas as traves, foram estas cuidadosamente fincadas nos extremos do campo, nos seus mínimos detalhes, como exigido nas regras do futebol.

O campo estava uma beleza e o dia maravilhoso para a prática do futebol, dado que até São Pedro mandara uma boa rajada de chuva par sedimentar o areão.

Dada a magnitude do evento, outro não poderia deixar de ser, o árbitro da partida, senão o famoso Vicente Xeba.

Tabela pronta, time equipados, disputariam a primeira partida o Santos de Pulu e o Botafogo de Gusto, sendo que todas as equipes, São Paulo de Carlos Sá, Caiçara, Flamengo de Tiberinho, Bangu do Bosque e outras, já encontravam-se equipadas e aquecidas para os embates.

Tudo bem, não fosse o incidente surgido naquela ocasião, em virtude de o dinheiro arrecadado pelo Gusto não ter sido suficiente para ocorrer como pagamento ao artífice Raimundo Beirão.

Ante esse fato, incontinenti, o seu Beirão, com a ajuda de seu auxiliar de serviços, arrancou as traves e levou-as de volta para a sua oficina, não obstante os apelos e as promessas de todos os que ali se encontravam de que a grana não demoraria.

Sem traves, restou aos cartolas a discussão sobre a realização, ou não, do torneio, muito embora soubessem que esta realização, em última instância, seria decidida pelo grande Xeba.

Assim sendo, dirigiram-se todos até o famoso rifiri, sendo que este, de dedo em riste, bradava:

“num quero nem saber; num quero choro; vai ter jogo; faz as trave de talo de coco; num precisa travessão; num precisa dizer que gol só vale rasteiro...”

Dito isso, apitando bem alto e forte, Vicente Xeba adentrou o campo, numa corrida cadenciada, em marcha a ré, concitando, com as mãos, alternadas, e cadenciadamente, a entrada dos alvinegros ao centro do belo areal.

10/25/2023

Realizada a IV Conferência Municipal de Cultura em Floriano

Foi realizada nesta terça-feira( 24), no auditório da Secretaria de Cultura, a IV Conferência Municipal de Cultura de Floriano, com o tema central: “Democracia e Direito à Cultura”, que discute a política pública de cultura e as diretrizes para o Plano Nacional de Cultura e aprimoramento do Sistema Nacional de Cultura (SNC), através de seis eixos indicados pelo próprio Ministério da Cultura:

Eixo 1- Institucionalização, Marcos Legais e Sistema Nacional de Cultura; 

Eixo 2 - Democratização do Acesso à Cultura e Participação Social:

Eixo 3 - Identidade, Patrimônio e Memória;

Eixo 4 - Diversidade Cultural e Transversalidades de Gênero, Raça e Acessibilidade na Política Cultural;

Eixo 5 - Economia Criativa, Trabalho, Renda e Sustentabilidade;

Eixo 6 - Direito às Artes e às Linguagens Digitais.

 A conferência foi presidida pela secretária de Cultura, Esporte e Lazer de Floriano e também presidente do Conselho Municipal de Cultura, Elineuza Ramos, com a presença do secretário de Governo, Marcony Alisson, que representou o prefeito Antônio Reis, que estava em viagem a trabalho, além do presidente do Legislativo Municipal, Joab Curvina e outros representantes do poder público municipal, Câmara Municipal e entidades de Floriano.

 O evento foi dividido em 4 momentos: a abertura e aprovação do Regimento Interno; a palestra sobre o tema e os 6 eixos; a formação de grupos de trabalho por eixos e a plenária final, com deliberações e eleição dos delegados que participarão das conferências estadual e nacional.

  A palestra foi presidida pelo professor José Gonçalves da Silva Filho. A expectativa é que Floriano gere bastante ideias e demandas já que conseguiu reunir um grande celeiro artístico e diversidade cultural em vários seguimentos, como teatro, dança, cultura erudita e popular, comunidades de terreiro, rezadores, benzedeiras, Divino, Pastorinhas, escritores e poetas, historiadores, músicos, djs, atores, bailarinos, movimento reggae, associativismo e fazedores de cultura.

 Em seu pronunciamento, a secretária Elineuza Ramos destacou o salto em investimento e olhar para a cultura de Floriano, pelo atual governo municipal e disse que para 2024 a cultura receberá ainda mais atenção. “Nesta conferência elaboramos a nossa minuta popular, elegendo para a nossa cidade o que almejamos em termos de cultura a partir da identidade cultural de Floriano e levaremos as nossas ideias também para as conferências estadual e nacional”, disse a secretária.

 Fonte: florianonews.com

10/24/2023

92 Anos de Luta e Felicidades

Maria de Lourdes Batista de Melo

Antes e Depois

FAMÍLIA MELO - E ASSIM TUDO COMEÇOU

Pesquisa: Tibério Melo

Seu Roberto Batista, Corró, fazendeiro, comerciante e autoridade do lugar Veados, hoje Artur Passos, no sertão piauiense, às margens do médio Parnaíba tinha 3 filhas, Maria de Lourdes, Doralice e Maria do Carmo, do casamento com Margarida, de pequena estatura, distinta e elegante senhora, aos padrões da época.

Maria de Lourdes, a mais velha, precisando tratar dos dentes, eis que teve que se deslocar para a cidade de Floriano a montante do Rio Parnaiba. A partida foi um show no lugarejo quando a mocinha teve, aos 10 anos, que embarcar, num bote, com uma sombrinha de modo a se proteger dos raios do tórrido sol nordestino. Foi seu primeiro contato com aquela cidade que viria a ser o torrão de sua familia. Após o tratamento a garota retornou à casa dos pais com mil novidades para as suas irmãs Doralice e Docarmo, ainda de tenra idade, e amigas. Hospedara-se na casa do Sr. Vicente Roque, comerciante e grande amigo do Sr. Roberto Corró.

1964 com a filharada

Aos 14 anos a pré-adolescente teve que voltar a Floriano, ainda com problemas dentários. Desta feita hospedara-se na casa da Sra. Constantina, filha do Sr. José Pacífico, esposo de D. Aurora, prima de D. Margarida. Próximo dalí morava um distinto rapaz que ao ver a donzela teve seu coração abalado por emoções até então desconhecidas.

Não conseguindo conter a agonia o jovem dirigiu-se à mocinha revelando as emoções que só ela podia conter. Ela disse que não sabia o que fazer mas que por pena tentaria algo que pudesse livrá-lo de tão angustiante emoção. E começaram a falar coisas de amor. Logo, logo, as palpitações foram abrandando e aí nasceu uma relação que já passou das bodas de diamante. Bravos!!!

Para a saudade dos dois, eis que a mocinha teve que retornar ao lugarejo Veados. Ao voltar, D. Margarida não demorou a desconfiar do comportamento da filha. Percebeu que a garota enjoara das bonecas e logo tratou de descobrir quem estava na linha de frente. A mocinha teve que se revelar sob as pressões da Matrona.

Aos 15 anos, não suportando a saudade, a moça disse que precisava fazer curso de corte e costura com uma costureira, famosa professora modista, D. Raimunda Pio. Lá que D. Margarida cedeu mas só porque hospedar-se-ia na casa de seu irmão, Benedito Batista, com mil recomendações. Cuidado com a moça. Desta vez Doralice, também, viera a Floriano e fora matriculada no Odorico às escondidas, mas Seu Roberto acabou se convencendo e resolveu montar uma residência na cidade de Floriano na Rua São João, hoje Defala Attem.

Antes desta mudança, o jovem apaixonado, Antonio Melo, teve que visitar os pais da moça em Veados. Até que foi bem recebido pelos futuros sogros mas as primas da moça não acharam nenhuma graça no rapaz pois não tinha, pelo menos, um dente de ouro. Ali mesmo o jovem pediu a mão da moça em casamento que veio a ocorrer em 08 de novembro de 1947.

Em tempo:

Filhos: Tibério José de Melo (in memorian); Danúnzio Josivalter de Melo (in memorian) Ubaldo José de Melo; Lenka Elizabete Batista de Melo; Janclerques Marinho de Melo; Eulálio Jeusevalter de Melo; Uiara Marize Batista de Melo; Merilan Batista de Melo; Adalto de Jesus Melo; e Antonio de Melo Sobrinho. 

HISTÓRIAS DE FLORIANO

  FOLCLORE ÁRABE - FLORIANENSE ATITUDE SUSPEITA Salomão Cury-Rad Oka Na época áurea do comércio árabe-florianense, os clubes sociais e os cl...