10/19/2023
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Os meninos das estrelinhas
O doutor Braulino, quando diretor do Estadual, inventara uma farda, tipo, contendo umas estrelinhas, que de certa forma, indicavam a série que o aluno estava cursando. Após um treinamento da BANDA, pois era a época do desfile de sete de setembro, todo dia havia aqueles tradicionais ensaios pela manhã e à tarde.
Tudo bem, até que em uma certa manhã, após o treino, o Chicão de dona Helena, comandara uma turma, juntamente com Antonio, Poncion dentre outros. Foram, então, para o Mercado que ficava em frente ao colégio.
O certo é que quando eles estavam subindo os degraus, as verdureiras gritaram:
- GENTE, pelo amor de Deus... Cuidaaaaaadoooooo!... Guarda tudo, pois os meninos das estrelinhas estão chegando.
Foi um rebuliço danado. Resultado: demorou pouco tempo para a farda ser trocada por outra.
10/18/2023
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Time do Comércio
Time do Comércio dos anos de 1950 |
10/17/2023
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Casarão dos Sobral |
Casarão do Doutor Theodoro Ferreira Sobral
Quando éramos crianças, líamos, o "Castelo Dourado da
Princesa", de Dominique Petit, livrinho de histórias infantis, comprado na
livraria de Dona Neném Machado. A partir, daqueles contos, começávamos a compor
fantasias, e erguer nossos castelos - alguns, até reais.Foi assim, que
imaginamos ser, o grande casarão, da esquina, hoje Avenida Eurípedes de Aguiar
e Rua Fernando Marques - a ampla residência do Dr. Theodoro Ferreira Sobral:
Uma casa mágica e cheia de encantos. O escritor José Nunes Fernandes, diz:"
Foi construída, em 1922, sendo a primeira casa, de Floriano, a ter jardim
exterior. O partido da construção é amplo e apresenta vários estilos
arquitetônicos, especialmente, nas duas fachadas: Principal e lateral"
Primitivamente, o gradil era todo de madeira torneada, formando um belo conjunto. Hoje está modificado, por medida de segurança. No passado, o jardim era bem composto, com roseiras,mulatinho contornando os canteiros, pés de rosa-chá e um grande caramanchão, arredondado,coberto com madresilvas. Na parte, do lado direito, a entrada principal, com terraço, e ornada de grandes colunas toscanas. Via-se jarros enormes, com palmeiras, e uma jardineira de cimento, cheia de lilázes míudas.. Se a memória não nos trai, mais adiante, dando para o quintal, dos fundos, um pé de cajá.Ornando a entrada principal,à direita, um grande jasmineiro; à esquerda,várias plantas, como: bugarís, alfinete, rabo-de-macaco, e, na parte dos fundos, uma grande toceira, de zínias (umbigo-de-viúva), formando uma cebe viva. Tudo, ali, ornava a mansão, com esquadrias retas, em madeira, venezianas e bandeiras e composição, em vidraça azul. Sonhávamos ali entrar, mas era impossível, esse sonho de criança. Víamos, passando pela calçada, feita com grandes ladrilhos de barro (ainda existem alguns retalhos ...), e, através das solenes janelas abertas, os móveis altos - móveis D"Áustria, e o ornato dos quebra-luzes, em porcelana, que balançavam, ao vento ... Ah! casa dos nossos sonhos! Viamos, ainda, o velho patriarca Theodoro Sobral se embalando, na sua cadeira de embalo, toda em palinha, com seu colete cinza e gravata vinho, com fios dourados. Austero, nobre, elegante, a nós parecia figura de contos antigos. À porta, elegante, em seu vestido azul marinho, a grande dama Sra. Eurídice Sobral. Ficava, de pé, na soleira da sala, e era emoldurada pela luz mortiça, do grande abajour, que pendia do teto, formando meia-luz, e refletindo, no grande espelho de cristal, da sala, a imagem dos que entravam e saiam, Ali, naquela solar, grandes acontecimentos se realizaram: reuniões, festas, conversas políticas, roda familiar, para o cafezinho.
Passando, ali, hoje, vemos o grande casarão, que ainda guarda o antigo esplendor. Tudo, porém, está quieto. O velho patriarca e a nobre dama já não estão presentes. Tudo está entregue,ao tempo, e o tempo vai passando. "Fugit irreparabile tempus" Só conseguimos ouvir a voz do silêncio. A pintura azul da casa está esmaecida. O Jardim feneceu, em parte. o pé de madresilva ainda se enche de flores miúdas e multicoloridas, e se mostra para ninguém; mesmo assim, enche, o ar, com seu perfume adocicado Já não há, ninguém, sob o caramanchão. Na entrada principal, o velho jasmineiro, de oitent'anos se veste de branco, como um noivo e, com seu perfume suave, suave ...enche, o trecho da Rua Fernando Marques, até à casa de Dona Teresa Sá e Kalume, de deliciosa fragância.
No calor da tarde, lagartixas sonolentas se refrescam, entre a hera e o muro. Pardais, em algazarra, fazem ninhos no topo das grandes colunas toscanas, da entrada principal ou adejam, por sobre os pináculos pontiagudos, do frontão do lado esquerdo, onde vemos, ainda, os altos relevos, em massa. Ai bate a saudade. Volta, no filme da mente, o passado e história de Dominique Pettit; nos sentimos impotentes, diante da ferocidade do tempo. Só nos resta, pois, enchermos os olhos d'água ... como agora.
(O texto é de 1996. Acasa foi demolida. Ficou apenas a dor da saudade, dessa linda casa)
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Crônica dos anos de 1990
(Luís Paulo de Oliveira Lopes)
Em seus belos escritos e flagrantes, o nosso culto e professor Luís Paulo, relembra em mais um momento, um histórico de nossa religiosidade:
"Floriano sempre teve grande religiosidade e entre os anos trinta até os anos de 1950 a veneração a Santa Teresinha foi intensa. Os fervorosos crentes festejavam com toda pompa o dia da Santa em 30 de setembro.
Eram realizadas novenas, missas e procissões que sempre culminava com uma grande percorrida pelas principais ruas da cidade e com peregrinações da Santa nos lares florianenses.
No flagrante (foto) observamos a imagem de Santa Teresinha - a Santinha de Lisieux, posta em andor e rodeada de anjos, um costume muito frequente entre as famílias em vestirem suas filhas de anjo para comparecerem as festividades e procissões.
A foto, feita na porta principal da Igreja São Pedro de Alcântara mostra a Santa sobre um globo terrestre e anjos. Temos em cima (braços cruzados) Conceição Almeida Silva, a diretora Erice Medeiros, à esquerda Gilsa Sobral e ainda à esquerda Ana Cristina Mendes e, logo abaixo, também, à esquerda, Iris Dalva Medeiros. As duas de baixo, à direita não foram identificadas.
É um momento interessante da fé cristã de Floriano revivida agora neste saudoso flagrante".
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CONVERSAS DA TARDE
Finalzinho da tarde |
Estava toda a família ali na calçada conversando, como era de costume toda tardinha. Eu e o Baldo dormíamos na casa da Dindinha e quando era cerca de 6:00 a 6:30, boquinha da noite, a Dindinha chamava:
- Daço, Ubálido, vamo durmir que tá na hora!
E muntava eu e Baldo cada num lado dos quarto. Tio Melo e papai (Mestre Walter) olhavam praquela arrumação e ralhavam:
- Mas siô, onde já se viu. Deixe de sê besta, dona Antonia, bote esses muleques pra andar!
E a Dindinha:
- Deixe, que os quarto é meu.
Aí eu e Ubaldo deitávamos a cabeça no ombro da Dindinha pra dizer que estávamos mortos de sono e que não nos aguentávamos em pé.
Ah, tempinho bom!
Dácio Melo (filho de Mestre Walter)
ALDÊNIO NUNES - a enciclopédia do rádio florianense
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