9/06/2022

Folclore Árabe Florianense

ATITUDE SUSPEITA Salomão Cury-Rad Oka Na época áurea do comércio árabe-florianense, os clubes sociais e os clubes de serviço se caracterizavam por sua exigência em selecionar os freqüentadores. Nos idos daquele tempo, fazer parte da seleta casta freqüentadora de agremiações como o Rotary Club de Floriano, Clube de Regatas, Maçonaria e o tradicional Floriano Clube ( foto ) demandava coleguismo, filantropia, caráter e, naturalmente, contatos sociais e dinheiro. Na boa e democrática Floriano de hoje, basta interesse em servir ou em aparecer. Aliás, atualmente, ter o “perfil” de rotariano ou de maçom é mais importante que ter dinheiro ou posição social. Durante um grande período do século XX, ser de origem árabe também era um fator importante a ser considerado ( talvez, por causa do enorme montante de valores que circulava nas mãos dos carcamanos ). Obviamente, existiam importantes famílias brasileiras que também eram partícipes dos movimentos sociais em Floriano. Assim, pode-se dizer que existem as mais diversas histórias sobre sírios participando de eventos sociais e de agremiações. Nada que se comparasse às festas e banquetes que eles faziam só para si e para parentes, mas várias delas merecem registro por já estarem nos comentários populares há mais de sessenta anos, como o caso descrito aqui, que relata o que aconteceu quando um certo árabe, rico e participativo do “high society” dos anos cinqüenta, prestes a se casar ( há quem diga, já casado ) com uma linda moça de origem síria, quis adentrar nos salões do seleto FLORIANO CLUBE na companhia de duas belas funcionárias da casa de tolerância de dona Madalena. O senhor Michel Demes era um sírio muito popular, pois tinha um modo peculiar de fazer as vendas no seu empório. Vendia de tudo lá, da “areia brilhante” ao perfume francês, o que fazia sua loja ser freqüentada por todas as classes sociais. Era uma verdadeira democracia: estudantes, vaqueiros, damas da sociedade, políticos influentes, enfim, qualquer pessoa podia entrar na “Casa do Michel”. Sempre conversava bastante com os compradores, tirando piadas e fazendo o cliente gastar mais que o necessário. Apesar da baixa estatura, tinha uns olhos azuis que exibiam um brilho encantador sobre o freguês e sobre as muitas namoradas que arrumava, deixando sua filha Ivone enlouquecida de ciúmes. Naquele dia, ao fim do expediente, o senhor Michel subtraiu da loja dois vestidos de festa, sapatos, bijuterias e produtos de toalete para agradar às duas cortesãs e leva-las ao pomposo Floriano Clube. Apesar de trajadas como damas, a atitude era delatora. A palavra “batala” estava escrita em suas testas. Para quem não sabe, batala era a alcunha dada pelos árabes às moças de vida fácil. Ao passar pela portaria, um dos seguranças abordou o árabe, dizendo: - Sinto muito, senhor Michel, mas o senhor não pode entrar com essas duas moças suspeitas! Michel Demes, mais que depressa, respondeu: - Suspeitas? – disse em tom de surpresa – Essas duas senhoritas não são suspeitas de maneira nenhuma! Elas são duas putas assumidas! As suspeitas estão aí dentro, misturadas com as damas de verdade, dançando com os maridos à noite e com os amantes de dia! Meu Deus, onde foi parar a democracia do Brasil!

8/29/2022

Prefeitura de Floriano entrega obra de recuperação na localidade Boca da Entrada

 A manutenção de estradas vicinais está entre os serviços executados rotineiramente pela Secretaria Municipal de Infraestrutura – SEINFRA, na zona rural e em assentamentos do Município de Floriano.

Zona rural da cidade

Após o período chuvoso intenso e se prolongou até o início do mês de junho, os trabalhos foram intensificados e na sexta-feira (26), o prefeito de Floriano, Antônio Reis, na companhia do secretário de Infraestrutura, Júlio César Ferreira, de Governo, Marcony Alisson, vereadores David Oka, Erisvaldo Borges, Dessim e Joab Curvina, presidente da Câmara Municipal, além de assessores, entregou a obra de recuperação de mais de 7 km de estrada foram recuperados no povoado conhecido como Boca da Entrada, através de execução direta da própria secretaria.

A Prefeitura de Floriano tem trabalhado para assegurar a trafegabilidade nas estradas vicinais bem como garantir o escoamento da produção agrícola. E para garantir que a recuperação de outras importantes estradas vicinais sejam executadas mais rapidamente, o prefeito solicitou à SEINFRA que fizesse um levantamento da situação das estradas rurais e o projeto básico para que seja providenciado o processo licitatório para a recuperação, no mais breve espaço de tempo possível, daquelas que necessitarem de manutenção.

Desde o último mês de maio, várias estradas rurais receberam e estão recebendo intervenções, ação que está beneficiando não só os produtores, mas também os estudantes que necessitam do transporte escolar para chegarem até as escolas.

Fonte: florianonews.com

8/26/2022

Floriano e seu tempo

 IMPRENSA EM FLORIANO

Floriano, antiga Colônia Agrícola instalada pelo agrônomo doutor Francisco Parentes, no terceiro quartel  do século passado. Depois de Teresina, Floriano foi a cidade que, após seu nascimento, teve imprensa no menor tempo, pois em 1905 apareceu seu primeiro jornal, que nos dá notícia Joel Oliveira, Vida Comercial.


Em 1912 ( outubro ), João Pires Ferreira fez circular o Serip, como órgão de publicidade da firma comercial Neto, Pires & Cia – Sucessores. O estranho título do jornal representava o endereço comercial da aludida firma que, por sua vez, era a inversão da palavra Pires. Teve pouca duração, sendo substituído em 1914 ( 27/11 ), pelo O Popular, propriedade do mesmo João Pires Ferreira, que o editava em tipografia própria.
O Popular foi o jornal de maior duração em Floriano, pois viveu até 1933. Tinha uma das maiores tiragens do Estado: 1.200 exemplares. Circulava aos domingos.
João Pires foi, mais tarde , substituído por seu filho, José Pires Ferreira. A respeito deste conta-nos o cronista Carlos Borromeu ( Almanaque da Parnaiba – 1951 ), o seguinte e curioso episódio:
“ O jovem José Pires foi tentar a vida no Pará. Mas, com a mania do jornal adquirida do pai, fundou em Breves, naquele Estado, A Cidade de Breves. Na mesma cidade mandava o Coronel Lourenço Borges, que era ao mesmo tempo Intendente ( prefeito ) da cidade, senador pelo Pará, Coronel da Guarda Nacional e comerciante exportador.
Devido a um artigo do jornal que desagradou ao potentado, José Pires foi preso e processado por sedução na pessoa da mais conhecida prostituta da cidade. Incomunicável e sem comer há 48 horas, pediu a guarda que fizesse ciência do fato aoCoronel. Este, pelo mesmo guarda, mandou-lhe algumas balas de calibre 44, numa cuia, para o desjejum.
Solto, José Pires voltou para Floriano, ali dedicando-se a ´O Popular, pelo resto da vida.”
De 1918 ( 24/04 ) a 1924, saiu O Livro, mensário dos alunos do Colégio 24 de Fevereiro, dirigido pelo Pe. Lindolfo Uchoa. Em 1920 ( agosto ) circulou A Cidade de Floriano, de Antonio Lemos, colaboração de João Ferry, Heráclito Sousa e Nelson Cruz. Teve a duração de somente cinco meses, pois que com o número 71, de 04/01/1921, desapareceu em virtude de seu proprietário haver abandonado a cidade, sob ameaça de agressão, devido a um artigo publicado contra o chefe político da situação.
O último jornal de grande duração e influência no meio, foi O Floriano ( 12/10/1925 a 1935 ), no qual colaboraram Pedro Borges da Silva, Osvaldo da Costa e Silva, Francisco Osterne, Alceu Brandão, Veras de Holanda, José Messias Cavalcante e Da Costa Andrade.
No mesmo ano em que surgiu O Floriano, em 1925, a cidade teve também outro jornal fora dos moldes convencionais. Trata-se de O Libertador, órgão revolucionário da coluna Prestes, redigido por integrantes da mesma.
Ao próprio Nelson Werneck Sodré, que ao escrever sua História da Imprensa no Brasil procurou obter tudo sobre a imprensa revolucionária, passou despercebido este jornal que a Coluna editou em várias cidades por ela ocupadas, no percurso de sua longa marcha.
O fato veio-nos ao conhecimento através de um antigo comerciante, que em sua juventude foi tropeiro no sul do Piauí e Maranhão. Depois, investigando, localizamos o fiscal de renda aposentado do Estado, também jornalista Amâncio Calland, que em 1925, quando da ocupação de Floriano pelos rebeldes, iniciava a vida ali como tipógrafo do citado jornal O Floriano.
Contou-nos Calland que, com a aproximação da Coluna, a cidade ficou praticamente deserta. No dia seguinte à ocupação, empastelaram o jornal O Popular, cujas oficinas e redação estavam abandonadas. Logo após apareceu nas oficinas d´O Floriano, no fundo de cujo prédio morava o nosso informante e protagonista, o Major rebelde de nome Lira. Indagou se havia condições para tirar uma edição do jornal da Coluna, O Libertador.
Calland prontificou-se a fazer tudo sozinho, pois que ainda dispunha de um resto de papel. Foi, então, pelo Major Lira, apresentado a um Tenente muito jovem, que redigiu toda a matéria, constante exclusivamente de proclamações ao povo.
Recorda-se Calland que o número de ordem dado a`O Libertador, em Floriano, era superior a 10, prova evidente de que já o haviam editado em outras cidades anteriormente ocupadas.
De então a esta data, não apareceram mais jornais de grande duração na cidade. Em compensação, esta tornou-se uma das mais importantes do Estado, conhecida como a Princesa do Sul, em contrapartida a Parnaiba, chamada Princesa do Norte. Sua imprensavem tomando um caráter cada vez mais sério.
Fonte: História da Imprensa no Piauí

8/17/2022

RETRATOS

 DIA DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO NACIONAL

Foto: Estabelecimento Rural São Pedro de Alcântara-Floriano/PI 1873
Texto: Arq. Nilson Coelho



Hoje, 17 de agosto é o Dia Nacional do Patrimônio Histórico.

A nossa jornada contada em tudo quer fizemos e construímos..

A data foi escolhida em homenagem ao historiador e jornalista, Rodrigo Melo de Andrade, criador do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), em 1937. O Instituto é responsável pela proteção juntamente com os governos, instituições e população. E pelos governos novamente.

São guardiões da preservação dos bens culturais nacionais, pelo PATRIMÔNIO CONSTRUÍDO,
centros urbanos e sítios arqueológicos.

Representem a nossa História, nossa Memória e o conhecimento técnico que desenvolvemos. Pouco se faz por ele. A não ser abandoná-lo disfarçadamente como se fossem moradores das ruas da nossa História.

Amargos sentimentos: cultivar ruínas e depois chorar e procurar culpados quaisquer!!!


8/12/2022

RETRATOS DO SERTÃO PIAUIENSE

 A SAGA DO GARROTE CAPOEIRO

Literatura de
Cordel

Lançado no ano de 2014, o poeta e autodidata Manoel Neco de Moura de São Feliz do Piauí nos apresenta este belo depoimento em cordel da Saga do Garrote Capoeiro.

Este interessante trabalho tem a parceria ilustrativa em xilogravura do humorista JOTA-A, onde acrescenta algo mais a esta poética de seu Manoel.

É uma bela narrativa, onde ele apanha a rotina do garrote Capoeiro em suas várias atividades no interior de São Felix.

Iniciativas como estas devem sempre  louvadas, para exaltarmos cordelistas e poetas populares adormecidos. 

Esperamos que outros trabalhos nessa envergadura venha a acontecer mais vezes mas também divulgado nas ruas, órgão e escolas públicas.

Retratos do nosso futebol

 Ferroviário de Floriano

Ferroviário 1968

FERROVIÁRIO DE FLORIANO-PI 

DÉCADA DE 6

Em pé os piolhos de bola Bagana, Cabeção, Alderico, Siqueira, Mumundo e Boi Búfalo; e agachados observamos Gonzaga, "Nêgo Cleber", Luis Orlando e Jolimar. 

Foto do arquivo: Siqueira 

Havia nesse período romântico uma empatia gigantesca entre dirigentes, gestores e atletas no contexto do nosso futebol. Várias disputas, campeonatos e torneios nos quatro cantos da cidade deixavam a comunidade sensível e esperta para o que desse e viesse.

Hoje, precisamos mudar essa realidade com novas iniciativas, para que o nosso futebol volte a respirar. Esperamos que o nosso Cori-Sabbá possa incentivar a prata da casa com escolinha com a ajuda de seguimentos sociais locais.

O tempo vai responder essa nova realidade do nosso desporto.

César Augusto Araújo e Silva

8/10/2022

Retratos de FLORIANO

 
A Praça

Praça Dr. S Martins

Os anos de 1950, com o Doutor Sebastião Martins de Araújo Costa, na qualidade de Prefeito de Floriano, fez construir a antiga Praça João pessoa.

O Projeto do Engenheiro Luiz Ribeiro Gonçalves mostrava um traçado singular da Praça.

Vejam os canteiros, as bancadas, os jardins cuidados e os postes de iluminação com pequenos globos brancos.

Em torno da Praça a arborização com figueiras. Vê-se, ainda, a Farmácia Rocha, a Casa São Luiz de Luiz Meirelles e, do outro lado, a Farmácia Coelho de tão grande tradição. Onde é hoje o Bar Imperial, havia uma loja da família Neiva.

O flagrante rever é essa imagem, no momento em que fazemos 100 anos de Cidade e a paisagem é outra.

Fica, porém, o registro e a eternidade da fotografia.

Fonte: Flagrantes de uma cidade / 1997


ALDÊNIO NUNES - a enciclopédia do rádio florianense

  ALDÊNIO NUNES – A ENCICLOPÉDIA, NUMA ENTREVISTA INIMITÁVEL, MOSTROU POR QUE SEMPRE ESTEVE À FRENTE! Reportagem: César Sobrinho A radiodifu...