5/24/2021

Retratos do nosso futebol

 

Cori-Sabbá

Fonte acervodabola.com.br/

Cori-Sabbá

* Colaborou Leandro Paulo Bernardo

O torcedor do Corinthians é conhecido por ser “fiel”, mas nesses meus 32 anos acompanhando futebol posso afirmar que um time do Piauí tem torcedores tão fiéis quanto o “outro Corinthians”, trata-se do guerreiro Cori-Sabbá da cidade de Floriano, que hoje completa 45 anos.

Fundado no dia 24 de maio de 1973 após a fusão de dois clubes amadores da cidade: o Corinthians (Cori) e o Auto-Posto Sabbá (Sabbá). Em 1991, o Cori profissionalizou-se e participou pela primeira vez do Campeonato Piauiense que passava por uma crise devido a ausência dos clubes de Teresina.

O Cori-Sabbá ficou apenas na oitava colocação, mas apresentou dois destaques; o atacante Walberto que foi o artilheiro com 15 gols e a melhor média de público do estadual.

Naquela década o futebol piauiense foi dominado pelas equipes do interior e o Cori-Sabbá atingiu seu ápice em 1995 quando foi Campeão Piauiense em cima do Caiçara de Campo Maior. O atacante alvinegro Walberto foi novamente o artilheiro da competição com 15 gols ao lado de Brinquedo do Caiçara.

Sílvio Lemos (Técnico), Valdo, Dilvan, Carlos Silva, Mauro, Andrade e Álvaro.
Agachados: Bentivi (massagista),Vanin, Walberto, Filhinho, Laninho e Bitonho.

Daquela equipe o lateral esquerdo Vanin teve destaque no Atlético Paranaense e Fluminense. O clube iniciou sua saga por competições nacionais em 1995 com a mítica e recheada série C. Ficou na lanterna do grupo 20 que tinha também o Coroatá-MA e o Picos-PI. Porém sua fama nacional chegaria no ano seguinte ao derrotar o Botafogo em Teresina pela Copa do Brasil por 1×0.

Numa das maiores invasões de torcedores ocorridas no Brasil, 13 mil torcedores encararam mais de 250 KM, entre Floriano e Teresina, e gritaram pelo Cori-Sabbá contra o atual campeão brasileiro. Aos 45 minutos do segundo tempo, Bitonho marcou o gol do alvinegro mais querido do Piauí.
No jogo de volta o Botafogo venceu por 3×0 e se classificou, mas o Cori-Sabbá permanecia organizado, no mesmo ano foi vice-campeão piauiense, perdendo a final para o River.

No segundo semestre disputaria novamente a Série C do Campeonato Brasileiro. Ficou em terceiro lugar no grupo 4 que tinha também Ferroviário-CE, Fortaleza e River-PI. Destaque para a vitória por 1 x 0 num histórico escrete do Ferroviário em pleno Presidente Vargas na cidade de Fortaleza.

Profissionalmente o Cori-Sabbá viveu seu último auge em 1998 quando foi vice-campeão piauiense perdendo na final para o Picos.

Coincidentemente também marcava o fim da gestão do presidente Gilberto Duarte que ficou no clube de 1993 até 1998. A Águia do Sul disputou a Série C do Campeonato Brasileiro do mesmo ano, ficando na lanterna do grupo 2, que tinha também Ferroviário-CE, Fortaleza, Moto Club, Picos e Viana-MA.

Um fato marcante nessa série C de 1998 foi que o Cori-Sabbá fez uma partida preliminar da Seleção Brasileira. Na tarde do dia 23 de setembro houve a estréia de Vanderley Luxemburgo como treinador, o Brasil enfrentou a Iugoslávia em São Luís. As duas horas da tarde, Moto Club e Cori-Sabbá empataram por dois a dois num Castelão lotado.

No decorrer dos anos o clube alternou participações entre a primeira e a segunda divisão do campeonato estadual. Em 2016 o Cori viveu um paradoxo, foi rebaixado no campeonato estadual, mas foi vice-campeão do Campeonato Piauiense Sub-19, conseguindo assim, uma vaga para a Copa São Paulo de Futebol Junior pela primeira vez na história do clube.

Em 2017 participou da copa Copa São Paulo de Futebol Junior. No primeiro jogo perdeu para o Nacional-SP, donos da casa, pelo placar de 2×1. Na segunda partida ganhou do Pérolas Negras do Haiti pelo placar de 1 x 0. Na terceira partida foi eliminado pelo bom time do Goiás pelo placar de 4 x 2, ficando em terceiro lugar no grupo e não se classificando para a próxima fase.

Um grande amigo torcedor do Cori-Sabbá talvez tenha feito “o gol” mais emblemático daquela copinha. Karol Castro mora no Maranhão e foi até São Paulo só para acompanhar o Cori-Sabbá naquele campeonato. Pintou uma faixa muita simbólica; “Nunca Estarás Sozinho”… e realmente não esteve, lá no estádio Nicolau Alayon acabou encontrando Elton Rodrigues (torcedor do Cori que mora em Osasco) e foram as vozes puxando a vitória contra o time do Haiti (quebrando um tabu de três anos sem vitória piauiense na competição).

No segundo semestre de 2017 apenas Cori-Sabbá e Ferroviário de Parnaíba se inscreveram para disputar a segunda divisão estadual. A Federação não realizou o campeonato, mas agora em 2018 seis equipes se inscreveram… e para nossa felicidade o Cori-Sabbá estará novamente.

Tenho plena convicção que ele não caminhará sozinho, o Tibeirão vai receber muito mais do que sua capacidade para 4.200 pessoas, pois os amantes desse clube mesmo longe de Floriano estarão na vibração positiva, seja Karol no Maranhão, Elton em Osasco, Professor Calebe em Cristino de Castro e tantos outros como eu.

Professor Calebe

O futebol verdadeiro ainda respira e essa torcida do Cori-Sabbá é um oxigênio fundamental.

* Leandro Paulo Bernardo – Cirurgião-Dentista, apaixonado por futebol, literatura e música desde os quatro anos, e com o coração dividido entre o Santa Cruz e a Portuguesa.


 

5/23/2021

Retratos de Floriano (Doutor Djalma Nunes)

Dr. Djalma José Nunes, filho do Cel. José Alves Nunes e de D. Maria Madeira Coelho Nunes, nasceu em Amarante (PI) em 21 de setembro de 1901 e faleceu em Floriano (PI) em 16 de agosto de 1964.

Passou sua  infância  em  Amarante  no  início  do  século XX em contato com a natureza exuberante da cidade, rodeada  de belas serras bem como dos três rios que a cercam, que de acordo com o poeta Da Costa e Silva “lembra uma ilha , alegre e linda. A cidade sorrindo aos ósculos  das águas”.
 
Djalma José Nunes perdeu seu  pai  ainda criança, porém sua genitora, mulher de fibra e determinada, mesmo ficando viúva com dez filhos pequenos gerenciou com competência o imenso patrimônio deixado pelo marido, bem como prosseguiu com desvelo a criação e educação dos filhos. Djalma, fez seus estudos primários em Amarante e os dezesseis anos encontrava-se em São Luís estudando no Colégio Maranhense fazendo os Preparatórios  para o ingresso no curso superior. Ficou nesta cidade até o início da década de 1920 seguindo  para  Salvador na Bahia, onde ingressou na tradicional Faculdade de Medicina da Bahia  no ano de 1922.
 
Salvador era então um centro cultural importante, os jovens de estados nordestinos que queriam estudar dirigiam-se a esta cidade onde conviviam com o que de mais moderno existia no Brasil no que se refere a educação, cultura, literatura e conhecimentos diversos. Salvador era a cidade que difundia o conhecimento para todo o Nordeste brasileiro, formando jovens de outros estados para que depois voltassem a sua terra natal para exercer sua atividade profissional.
 
Em 1927, o Dr. Djalma José Nunes concluiu seu curso de Medicina, tendo na ocasião defendido publicamente sua Tese de Doutoramento com o tema “As contra-indicações do Bismutho no tratamento da Síphilis”,  sendo a referida Tese aprovada com distinção.
 
Chegou então a hora de retornar ao Piauí. Dr. Djalma Nunes não retornou para sua terra natal, Amarante, pois sua mãe já se encontrava residindo em Floriano, de onde era mais fácil o acesso as suas fazendas.  Floriano então recebeu seu novo médico, jovem, humanitário,  acessível, amigo e competente profissional.
 
Com o passar dos anos, Dr. Djalma  torna-se uma pessoa muito querida na cidade pela sua dedicação profissional, atendendo de forma competente as famílias mais importantes  bem como as pessoas mais humildes, das quais ele nunca cobrou uma consulta. Tornou-se o médico da colônia Síria onde era tratado como um Lorde, sendo que em seu aniversário os Sírios sob o comando do Sr. Moisés Kynaer  faziam uma grande festa onde simplesmente os convidados era toda a população da cidade. Segundo informações passadas a mim, por pessoas que viveram na época, as duas grandes festas de Floriano entre as décadas de 1930 e 1940 eram a festa dos Comerciários e o aniversário do Dr. Djalma Nunes.
 
Em 1936, depois de dois noivados que não deram certos, o Dr. Djalma encanta-se por uma bela jovem vinda de São Raimundo Nonato de nome Solimar  Guerra de Carvalho. Casam-se e ela passa a chamar-se Solimar de Carvalho Nunes de cujo consórcio nascem seis filhos: Djalma José Nunes Filho, professor da UFPI em Floriano, Zalina Nunes Pereira residente em Floriano, Maria de Fátima Nunes Melo residente em Salvador, Zulma Nunes Ribeiro Gonçalves residente em Teresina, Cíntia de Carvalho Nunes residente em Salvador e Marcelo de Carvalho Nunes residente em Floriano.
Dr. Djalma além de médico, também contribuiu para o desenvolvimento educacional de Floriano como professor do Liceu Florianense, no início da década de 1930, primeira escola de nível ginasial da cidade, Escola Normal de Floriano e Ginásio Santa Teresinha de onde era médico e professor. Sua trajetória profissional levou-o a dirigir o antigo Hospital São Francisco de Paula, o primeiro hospital da cidade fundado em 1905 pelo Juiz de Direito Everton de Carvalho, diretor do Centro de Saúde, médico do Hospital Miguel Couto, médico da Associação de Proteção da Infância D. Darcy Vargas.
 
Em 1945, com o fim do Estado Novo, Dr. Djalma é nomeado prefeito de Floriano onde permanece até o ano de 1947. Durante sua permanência como prefeito procura administrar os parcos recursos da Prefeitura, principalmente no melhoramento da cidade no que se refere ao calçamento das ruas no centro para melhor acesso das pessoas pelo comércio,  reforma no  pátio interno do Mercado Público Municipal bem como atendimento médico  eficiente no posto de saúde municipal e hospital.
 
Dr. Djalma José Nunes faleceu nesta cidade em 16 de agosto de 1964, deixando sua contribuição para o crescimento e desenvolvimento de Floriano, principalmente, exercendo sua profissão de médico com dignidade, humanidade e competência, mas também como professor, como prefeito municipal e incentivador do futebol com a criação do time do Comércio Esporte Clube (década de 1930), fundador do Floriano Clube (primeiro clube social da cidade em 1940) onde foi o primeiro vice-presidente da primeira diretoria, sócio fundador do atual Comércio Esporte Clube.
 
Honrarias recebidas: Medalha do Mérito Renascença do Piauí no grau de Oficial, Medalha do Mérito Agrônomo Francisco Parentes, Patrono da cadeira número 40 da Academia de Letras e Belas Artes do Médio Parnaíba (ALBEARTES).
 
(Com a colaboração: Professor Ms. Djalma José Nunes Filho)
Fonte: UMBELARTE

5/17/2021

Retratos de Floriano

 

Retrospectiva geral predio residência 

de Salomao Mazuadd

 

Fonte: Teodoro Sobral


Construido na decada de 20 no estilo árabe, para morar com sua esposa  Dona Izabel, que trouxe do libano. 

No inicio década de 30 ela foi morar no Riode Janeiro e em novembro de 1937 o prédio foi alugado para a agência do Banco do Brasil, tendo lá funcionado até 1968, época em que a Agência saiu para um  galpão no inicio  da rua Jose Messias desde 1973 na Avenida Bucar Neto (após a usina que tinha lá de um pessoal de Canto do Buriti, Chaves, conhecido como Paixinha) . 

Nessa época, no final dos anos 60, o senhor Michel Demes mudou sua conhecida Casa comercial, que funcionava atraz da igreja matriz. 

Assim, desde esse tempo, o antigo casarão passou a ser conhecido como Casa do
Michel, até sua morte na decada de 90. 

Sua filha, Ivone Demes, ainda funcionou a loja por uns  tempos.

Esse prédio ficou de heranca para sua filha Georgete (a outra é dona Lourdes Salha, que tem outros imoveis) , com o falecimento da Georgete, ficou para uma filha dela, que mora na Alemanha.

3/31/2021

Retratos de Floriano

 

 

Rua do Amarante

A mais famosa rua de Floriano, a rua do Amarante, é uma das mais antigas da cidade. Estreita,, atualmente, muio habitada ela, em outrora, terminava na fazenda Ibiapaba, onde hoje se encontra o Colégio Industrial e a Igreja de Nossa Senhora das Graças.

A fazenda Ibiapaba pertencia a Fernando Silva, pai de Antenor Silva, pessoa de grande destaque em Floriano.

O nome rua do Amarante deve-se ao fato de ser por ela que se saía para a vizinha cidade de Amarante. Lá em Amarante há uma rua chamada rua Floriano, a rua que acessava aquela cidade à cidade de Floriano.

Fonte: Flagrantes de uma cidade

3/20/2021

Retratos de floriano

SALÃO PAROQUIAL


O velho Salão Paroquial de saudosas lembranças nos transporta aos bons tempos, quando aí realizava-se shows artísticos, debates e até projeção de filmes.

Quem não se lembra, por exemplo, dos festivais de música, dos shows dos ídolos da jovem guarda, do Grupo Viazul e da nossa tradicional Semana da Amizade.

O tempo passou, de repente, o contexto, agora, é outro. A juventude vive a nova tecnologia, os shoppings e os novos carnavais.

Mas sempre é bom revivermos, recordarmos as maravilhas do passado romântico da Princesa do Sul para nos deixar mais aliviados, leves, suaves e sonhando sempre com o futuro.

2/28/2021

FALECEU ANTONIO DE MELO SOBRINHO

 

 
Faleceu hoje pela manhã ANTONIO DE MELO SOBRINHO, aos 99 anos de idade. Foi funcionário da antiga Casa Inglesa em Floriano e prestou relevantes serviços na comunidade local. Era proprietário da antiga Escola Progresso de Dactilografia, localizada na rua São João nos anos de 1960/1970.

FAMÍLIA MELO - E ASSIM TUDO COMEÇOU
Depoimento: Tibério Melo
Seu Roberto Batista, Corró, fazendeiro, comerciante e autoridade do lugar Veados, hoje Artur Passos, no sertão piauiense, às margens do médio Parnaíba tinha 3 filhas, Maria de Lourdes, Doralice e Maria do Carmo, do casamento com Margarida, de pequena estatura, distinta e elegante senhora, aos padrões da época.
Maria de Lourdes, a mais velha, precisando tratar dos dentes, eis que teve que se deslocar para a cidade de Floriano a montante do Rio Parnaiba. A partida foi um show no lugarejo quando a mocinha teve, aos 10 anos, que embarcar, num bote, com uma sombrinha de modo a se proteger dos raios do tórrido sol nordestino. Foi seu primeiro contato com aquela cidade que viria a ser o torrão de sua familia. Após o tratamento a garota retornou à casa dos pais com mil novidades para as suas irmãs Doralice e Docarmo, ainda de tenra idade, e amigas. Hospedara-se na casa do Sr. Vicente Roque, comerciante e grande amigo do Sr. Roberto Corró.
Aos 14 anos a pré-adolescente teve que voltar a Floriano, ainda com problemas dentários. Desta feita hospedara-se na casa da Sra. Constantina, filha do Sr. José Pacífico, esposo de D. Aurora, prima de D. Margarida. Próximo dalí morava um distinto rapaz que ao ver a donzela teve seu coração abalado por emoções até então desconhecidas.
Familia Melo
Não conseguindo conter a agonia o jovem dirigiu-se à mocinha revelando as emoções que só ela podia conter. Ela disse que não sabia o que fazer mas que por pena tentaria algo que pudesse livrá-lo de tão angustiante emoção. E começaram a falar coisas de amor. Logo, logo, as palpitações foram abrandando e aí nasceu uma relação que já passou das bodas de diamante. Bravos!!!
Para a saudade dos dois, eis que a mocinha teve que retornar ao lugarejo Veados. Ao voltar, D. Margarida não demorou a desconfiar do comportamento da filha. Percebeu que a garota enjoara das bonecas e logo tratou de descobrir quem estava na linha de frente. A mocinha teve que se revelar sob as pressões da Matrona.
Aos 15 anos, não suportando a saudade, a moça disse que precisava fazer curso de corte e costura com uma costureira, famosa professora modista, D. Raimunda Pio. Lá que D. Margarida cedeu mas só porque hospedar-se-ia na casa de seu irmão, Benedito Batista, com mil recomendações. Cuidado com a moça. Desta vez Doralice, também, viera a Floriano e fora matriculada no Odorico às escondidas, mas Seu Roberto acabou se convencendo e resolveu montar uma residência na cidade de Floriano na Rua São João, hoje Defala Attem.
Antes desta mudança, o jovem apaixonado, Antonio Melo, teve que visitar os pais da moça em Veados. Até que foi bem recebido pelos futuros sogros mas as primas da moça não acharam nenhuma graça no rapaz pois não tinha, pelo menos, um dente de ouro. Ali mesmo o jovem pediu a mão da moça em casamento que veio a ocorrer em 08 de novembro de 1947.

ALDÊNIO NUNES - a enciclopédia do rádio florianense

  ALDÊNIO NUNES – A ENCICLOPÉDIA, NUMA ENTREVISTA INIMITÁVEL, MOSTROU POR QUE SEMPRE ESTEVE À FRENTE! Reportagem: César Sobrinho A radiodifu...