12/15/2018

FOLCLORE ÁRABE FLORIANENSE


HONESTIDADE ACIMA DE TUDO

Por: Salomão Cury – Rad Oka

Viveram em Floriano dois irmãos originários da cidade de Khabab, Síria. Chamavam-se Moisés e José Knaer. Ambos vieram muito jovens, tentar a vida junto de patrícios já estabelecidos no Brasil. Moisés veio da Síria, casado com uma moça da família Lobo, chamada Carminha, mas José veio solteiro.

Em terras brasileiras, Moisés colocou um movimentado e luxuoso cassino num dos salões do Edifício Calisto Lobo Matos na esquina da Avenida Álvaro Mendes ( hoje, Getúlio Vargas ) com a rua Alfredo Estrela. Este é o último casarão de Floriano com pórtico escrito em árabe.

José era uma figura mais tímida. Começou a mascatear até se casar com uma jovem chamada Maroquinha Frejat, oriunda de uma família de personalidades inteligentes e de boa casta. Algum tempo depois da lua de mel, estabeleceu-se com uma pequena loja na movimentada rua São Pedro, fazendo-a prosperar e crescer razoavelmente.

No tempo em que mascateou, usou, para transporte das mercadorias, do auxílio de uma larga carroça de madeira, puxada por um jumento branco que tinha o sugestivo nome de “ Massári “ ( do árabe: dinheiro ). Iam com esse burrinho para várias regiões do meio norte, incluindo no itinerário cidades como Jerumenha, Guadalupe, Nova Iorque, São João dos Patos, Amarante, São Francisco e Flores.

Assim que se casou, José ainda chegou a levar a esposa em algumas dessas andanças. Apesar do sofrimento da viagem, a jovem Maroquinha adorava a companhia do marido carcamano como ela. Na última dessas viagens, acompanhado da esposa, a carroça ia abarrotada das mais diversas mercadorias e o pobre asinino já estava estafado. No limite de suas forças, subindo uma ladeira razoavelmente íngreme, o pobre massári meteu uma das patas num buraco fundo o suficiente para quebrá-la e o casal não teve outra alternativa, senão sacrificar o animal.

O desespero chegou na mente do laborioso Knaer. Como resolver aquela situação? No pé de uma ladeira, com a carroça cheia, sem jumento, longe de casa e acompanhado da esposa. Pensou em pedir ajuda ao irmão Moisés, mas naqueles tempos, não se dispunha de telefonia. Se pelo menos o seu Milad Kalume estivesse ali para consertar o pé do animal, não seria necessário sacrificá-lo. Ainda cogitou a hipótese de vendê-lo, mas não acharia comprador pra tanto charque.

A solução para um problema tão sério seria pedir emprestado um jumento para continuar a viagem. Acontece, porém, que o matuto típico daquelas paragens já estava ficando por demais sabido e ninguém se prontificou a “ emprestar “ um animal. A grande maioria só queria vender ou trocar pela mercadoria do carcamano. Ora, a mercadoria valia muito mais que 30 ou 40 burrinhos, e o carcamano, apesar de não ter dinheiro ainda, por estar no começo da viagem, achou por bem comprar um animal novo assim que fizesse suas primeiras vendas naquele lugarejo.

A notícia de que o árabe estava precisando de um jumento correu rápido na cidade e seus habitantes entraram em combinação de não comprarem nem mesmo uma agulha na mão do carcamano, para forçá-lo a um mau negócio. Das duas uma: ou ele trocaria a mercadoria inteira com alguém, ou faria um queima, vendendo tudo a preço de custo.

Não tendo alternativa, José Knaer já ia fazer uma liquidação, mas foi abordado pelo padre da cidade antes. O vigário lhe disse:
- É você o carcamano que está sem jumento?

- Sim, senhor padre, sou eu mesmo. Sua paróquia está se aproveitando da minha situação, me obrigando a vender minha mercadoria em condições que terei um prejuízo enorme! Sou recém casado e esta é minha esposa. Como poderei dar-lhe conforto se estou a ser explorado na sua cidade?

E o padre respondeu:

- É realmente muito errado o que os fies da minha igreja estão fazendo com o senhor. Jesus nos deixou a parábola do bom samaritano, onde aprendemos que se deve ajudar até os inimigos, se estes necessitarem. Pois bem, carcamano: hoje você é meu próximo. Tenho um jumento que uso para alcançar as famílias que moram mais distantes da igreja. É um animal velhinho, mas que estimo muito e, certamente, vai poder lhe levar até um lugar onde você possa resolver o seu problema ou até mesmo de volta para casa. Mas fique sabendo que quero sua palavra de honra que em breve o terei de volta são e salvo.

- Logicamente o senhor a tem, padre. Palavra de honra! Juro pela cruz! – e puxou um crucifixo de ouro do pescoço e o beijou.
Pegou o burrinho pelo cabresto e o atrelou à carroça. Pôs a mulher encima e começou a tocar o animal, que ia, num esforço hercúleo, puxando a pesada carga.

No fim do caminho de volta para casa, porém, o casal foi atacado por um enxame das perigosas abelhas africanas, que começou a picar-lhes em todas as partes descobertas. José apressou-se em auxiliar o jumento em detrimento da mulher, que estava em verdadeiro desespero encima da carroça. A cara da carcamana estava literalmente preta de abelhas e ela gritava feito louca todo tipo de algaravia com a língua enrolada, enquanto José soltava o burrico do padre e dava-lhe umas chibatadas pra que pudesse correr livre.

Só então é que socorreu a mulher, que a essa altura, já estava desmaiada. O rosto estava irreconhecível, mas José pegou-a no colo, desceu carroça apressadamente gritando por alguém que pudesse acudir-lhes. Passava pela estrada um senhor com uma charrete que lhes rendeu os primeiros socorros e os conduziu para o Hospital Miguel Couto, onde foram devidamente recebidos. O tratamento da mulher foi difícil. Disseram a Kanaer que se tratava de uma doença chamada choque anafilático e que era grave sua condição. José gastou mundos e fundos para salvá-la, mas conseguiu.

Quando o susto passou e a mulher teve alta, o irmão de José, que se chamava Moisés foi visitá-los. Na oportunidade, disse ao irmão:
- Mas, José, como é que tu socorres primeiro o jumento e deixa tua mulher ser comida pelas abelhas? Tu ta doido? Repara, agora, a despesa que fizeste…

José nem titubeou. Arrematou o assunto com a seguinte máxima:

- Acontece, Moisés, que somos gente muito honesta! Fique sabendo que o jumento era emprestado e a mulher é minha!

Fonte: Jornal a Voz de Floriano

Em tempo:

Comentário(s):

 Esta historia sobre o floclore árabe, me fez lembrar um "causo" atribuído ao velho Salamão Mazuad, grande comerciante do passado estabelecido na Princesa do Sul.

    Na década de 60, Salomão estava ampliando suas instalações comerciais, daí que tinham muitos operários na construção da obra.


    Um deles era Expedito, pedreiro morador do bairro manguinha, que carregava os seus instrumentos de trabalho em um cofo.


    Certo dia, Expedito chegou para começar a sua jornada na construção de Sr. Salomão, e este desconfiado de poder ser furtado por Expedito, de forma diplomática, assim se pronunciou:


    "amiga, tu é honesta, más cofa tua é ladrona, deixa cofa fora".


    Como se observa, o velho carcamano era uma figura ímpar.


    Fraterno abraço.


    Gilberto Lima, São Luís-MA.

12/14/2018

Educação abre matrículas na rede Municipal de Ensino em Floriano

Educação abre matrículas 
na rede Municipal de 
Ensino em Floriano
A Secretaria Municipal de Educação abriu nesta segunda-feira (10), as matrículas nas escolas municipais, que atendem desde o maternal até o ensino fundamental maior.

O processo de matrícula para os novos alunos vai até o dia 31 de janeiro. As aulas tem início no dia 11 de fevereiro e vão até o dia 21 de dezembro de 2019, nas zonas urbana e rural.

Ao comparecer na escola desejada, para efetuar a matrícula, é necessário apresentar os  documentos pessoais do responsável, a certidão de nascimento e cartão SUS do aluno.

Segundo o secretário da pasta, Joab Curvina, são 50 escolas com matrículas abertas, sendo 30 na zona urbana e 20, na zona rural. 

Os alunos que permanecerão nas mesmas escolas, tem a matrícula realizada automaticamente, no entanto, os pais ou responsáveis, devem comparecer à escola até o dia 21 se dezembro de 2018, para assinatura do comprovante de matrícula. Para 2019, 8.600 vagas foram disponibilizadas para toda a rede municipal.

12/13/2018

Em recomeço, Sarah Menezes luta seletiva por vaga na seleção brasileira

Fotos: 
Staff Images / Flamengo
Quando foi a melhor piauiense na seletiva da seleção brasileira de judô para os Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, em 2007, Sarah Menezes nem era maior de idade. Ficou na reserva, atrás de Daniela Polzin. No ano seguinte, já foi titular nos Jogos Olímpicos de Pequim, na China. Quatro anos mais tarde, com o ouro em Londres, se firmou na categoria ligeiro (até 48kg). 

Além da concorrência com Daniela Polzin no início de sua carreira na seleção, Sarah Menezes viu Nathalia Brígida virar sua sombra no ciclo olímpico para a Rio 2016. Foi o máximo que se chegou a ameaçar a titularidade da judoca piauiense com o quimono brasileiro em uma década. 

O jogo virou quando a própria Sarah tentou mudar para a categoria meio-leve (até 52kg) em 2017, e desistiu da mudança para voltar ao peso no qual se consagrou. Quando regressou, encontrou outras adversárias no cenário nacional e internacional. E um caminho a percorrer novamente. 

Nesta quinta-feira (13), em Lauro de Freitas (BA), Sarah Menezes terá de seguir o mesmo caminho que outras judocas na tentativa de ser titular da seleção brasileira. Antes poupada da seletiva por sua condição de campeã olímpica, ou sua posição no ranking mundial, a judoca hoje não conta com resultados suficientes para ser agraciada com a dispensa do torneio. Na frieza do regulamento, é apenas mais uma em busca de um lugar ao sol. 

O segundo e último dia de seletiva começa as 10h (horário do Nordeste), com finais disputadas a partir das 16h - estas com transmissão dos canais pagos ESPN e Sportv.

Com 1.224 pontos, Sarah Menezes é apenas a terceira brasileira no ranking mundial, com o 34º lugar. A posição é resultado da ausência na categoria por um ano, somada ao período fora dos tatames por uma cirurgia no cotovelo, e a pouca presença no pódio nas competições internacionais que disputou - no mês passado, no Grand Prix de Haia, na Holanda, acabou eliminada nas oitavas de final. 

Hoje atleta do Flamengo (RJ), Sarah Menezes representará seu clube e fará a estreia na seletiva contra Ana Paula Nobre, que defende a Associação de Pais e Amigos do Judô e da Dança, de Itajaí (SC). 

Se vencer as duas primeiras lutas, Sarah Menezes já estará na fase final, que terá outras três judocas se enfrentando em rodízio. Das quatro finalistas, duas estarão na seleção brasileira em 2019 -  e consequentemente mais perto de uma vaga nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020. 

Para disputar a que pode ser sua última Olimpíada, Sarah Menezes terá de voltar ao começo de tudo e provar, no tatame, que está entre as melhores do país na atualidade.

Fonte: cidadeverde.com

12/12/2018

De volta para o passado

RETRATOS

Voltando ao tempo, nos encontramos no saudoso Floriano Clube, onde o Ginásio Primeiro de Maio organizava a colação de grau de seus alunos.

Na foto, do ano de 1979, observamos a nossa colega Meyre, agraciada com a sua colação ginasial pela professora Socorro Garcia, tendo como seu paraninfo, o nosso amigo Mota.

Belos tempos, quando Floriano vivia um momento lírico, entusiástico e sublime, numa época em que o romantismo era levado a sério. Precisamos revitalizar esses momentos, as escolas precisam realimentar esse antigo aprendizado, aliado com o moderno, claro, deixando o alunado viver seus sonhos de vitórias.

12/11/2018

Joel Rodrigues assina contratos para as obras de urbanização da Beira-Rio e mais calçamento

Nesta segunda-feira (10), o prefeito de Floriano, Joel Rodrigues, esteve na Caixa Econômica Federal - GIGOV,  Gerência Executiva de Governo, para a assinatura de dois contratos para a execução de obras para Floriano.
Participaram da assinatura os servidores da GIGOV, Socorro Sales e Marcelo Basílio.

Um dos contratos é para a primeira etapa da Urbanização da Orla Fluvial (Beira-Rio), com recursos da União no valor de R$ 1.422.988,50, mais contrapartida do município na ordem de R$41.446,27, somando assim R$ 1.464.434,77.

O outro contrato é para a pavimentação, com calçamento, de vias públicas no perímetro urbano de Floriano, com recursos da União no valor de R$ 1.869.731,80 + contrapartida do município no valor de R$ 19.268,20, totalizando R$ 1.889.000. Joel Rodrigues disse que a liberação desses recursos foi possível graças ao empenho e a mediação do senador Ciro Nogueira.

“Tudo o que está acontecendo dou graças pela força do nosso bom Deus, ao nosso trabalho de integração de governos e ao senador Ciro Nogueira, que não tem medido esforços para ver Floriano cada vez melhor”, disse Joel.

12/10/2018

Prefeito Joel recebe presidente da Liga Florianense de Futebol


Na manhã desta sexta-feira (7), o prefeito Joel Rodrigues recebeu o presidente da Liga Florianense de Futebol, Júnior Bocão. Na pauta, planejamento e parceria da Prefeitura Municipal de Floriano, acerca das atividades da Liga e o calendário das Atividades Esportivas 2019. 

A Prefeitura Municipal deve continuar a contribuir dentro das possibilidades municipais para o desenvolvimento das ações que valorizam este esporte e a prática de atividade física, por entender sua importância à comunidade. 

Segundo, o presidente Júnior Bocão, o saldo da reunião foi positiva, uma vez que o prefeito Joel Rodrigues, entendeu a proposta e a importância da solicitação, afirmando ainda que o Calendário das atividades esportivas 2019, contribui para maior desenvolvimento da prática do esporte no município, beneficiando os organizadores das principais competições na cidade e aos esportistas.

12/06/2018

Retratos de Floriano

No Tempo das Calçadas


Quando a vida transcorria dentro de um clima lírico, romântico e, naturalmente, belo naqueles saudosos anos cinqüenta.

Nas calçadas da rua José Coriolano, casa de mestre Walter Olter Melo, estavam ali sentados a vovó Serva, dona Lourdes e o Melo ( nossos pais ), nossos imãos e primos djalma, Tibério, Ubaldo, Divaldo e Dacio em clima de conversa.

Naturalmente, o tempo foi passando e, hoje, as máquinas pixels tomam conta do pedaço, ilustrando as novas cores, mas ainda precisamos reviver esse passado maravilhoso que tivemos.

ALDÊNIO NUNES - a enciclopédia do rádio florianense

  ALDÊNIO NUNES – A ENCICLOPÉDIA, NUMA ENTREVISTA INIMITÁVEL, MOSTROU POR QUE SEMPRE ESTEVE À FRENTE! Reportagem: César Sobrinho A radiodifu...