3/17/2015

CEARÁ

A. Tito Filho, 08/04/1988, Jornal O Dia.    

Estudei em Fortaleza três anos. Tive bons mestres e quanto me recordo de Colombo de Sousa, Mardônio Botelho, Raimundo Cela - e desse admirável Martins Filho, que se formou no Piauí, e depois seria o arquiteto da Universidade Federal do Ceará.

O Piauí deu à terra alencarina algumas figuras de grande conceito em diferentes áreas da inteligência. Dos mais antigos, podem citar-se Francisco Alves Lima, nascido em Pedro II, ano de 1869, poeta e jurista. Odorico Castelo Branco, de 1876, o famoso educador do Colégio Castelo. O ilustrado jurista Luís Correia, mestre da Faculdade de Direito do Ceará. O intelectual Victor Hugo, nascido em Floriano, 1898. O desembargador e jurista Antônio Soares da Silva, jurista, de Valença onde nasce em 1903.

Os cearenses costumam relacionar como conterrâneo seus José Coriolano de Sousa Lima. É bem de ver que esse profundo lírico, romântico, cantor da natureza, nasceu em Vila do Príncipe Imperial, em 1829, quando a vila pertencia ao Piauí, passando ao Ceará muitos anos depois, com o nome de Castelo.

Dos piauienses nascidos da década de 20 em diante e que se fixaram em Fortaleza, vitoriosos na vida cultural da nova terra de trabalho, lembro-me de Teoberto Landim, das bandas de Pio XII, contista, ensaísta e romancista. E mais: poeta Vasques Filho (Teresina); Flávio Portela Marcílio, deputado, governador, orador (Picos);, Cláudio de Almeida Santos, jurista, de Parnaíba (1935); Herbert Maratoan Castelo Branco, desembargador, jurista; Barros de Pinho, político, poeta, secretário de Estado, de Teresina (1939); Emanuel de Carvalho Melo, pintor, poeta e prosador, vindo ao mundo em Piripiri, 1950. E essa exemplar figura de virtudes muitas Geraldo Fontenelle (1934), de Batalha.

Deve haver mais gente nossa por lá, como Genuíno Francisco de Sales e outros cristãos sinceros.

Geraldo Fontenelle mereceu eleição para a Academia do Longá - entidade prestigiosa, e brevemente se empossará na cadeira. Jornalista de mérito. Poeta de versos cósmicos, novelista. Escreveu livros projetados como "Notas do Caderno de um Repórter", "As estrelas brilham também durante o dia", "Porto Cinzento", "Idéias - Ação e Atualização" e recentemente publicou "Os castiçais dos mortos", em que desfilam figuras humanas impecavelmente retratadas, nos simples como nos complexos caracteres. Geraldo é antes de tudo cronista talentoso, fiel observador da vida e dos tipos que nela se agitam. Sabe compor a escritura com arte e limpidez de linguagem.

Não se tenha dúvida de que Geraldo vale uma forte fonte de riqueza da literatura cearense, para alegria do Piauí. De fidelíssimas crônicas fortalezenses.

ODORICO CASTELO BRANCO

Escreve Dolor Barreira ( História da Literatura Cearense ) -" Odorico Castelo Branco era filho do Piaui, mas, cuja formação mental se fez, fora de dúvida, ao influxo do ambiente cearense, vivia - é certo - entregue às suas fatigantes lidas didáticas; mas o tempo que sobrava das aulas dedicava às letras que tiveram nele um dos seus mais impertérritos cultores,.


Reuniu uma coleção de contos, poesias, sonetos e arranjou o t i t u l o - Reminiscências do oficio. Era um grande educador, e sempre viveu cercado da consideração de seus alunos.

Escrevia em todos os jornais da época, principalmente na Folha do Povo, Correio do Ceará. Diario do Estado, no Almanaque do Ceará e outros.

Faleceu no dia 21 de ianeiro de 1921, nesta capital ( Fortaleza ). Deixou uma filha - Odorina - esposa do Deputado Federal Leão Sampaio.

Soneto de Odorico Castelo Branco

SAUDADE 

Tão lentas vão passando, hora por hora.
As tristes horas desta vida horrível
Que me parece. às vezes. impossível
Marchar ainda o tempo como outrora.

Ha-de, amanhã. ferir-me, como agora,
A mesma dor acerba. irresistível:
E mais do tempo a lentidão incrível
Aumenta o mal cruel que me devora.

A luz. que o meu futuro inda ilumina
Provém dos ólhos teus meiga Odorina,
Que só sabes sorrir, na tua idade;

E longe o dia vem. filha querida.
Em que, sentindo a dor por mim sentida,
Até ajudas a sofrer esta saudade.

3/10/2015

Aberta as inscrições para elenco de figurantes da Paixão de Cristo 2015


O grupo de teatro  Escalet de Floriano abriu nesta segunda-feira (09), as inscrições para interpretação de figurantes da encenação do espetáculo Paixão de Cristo. Em virtude de comemoração dos 20 anos, atores e atrizes locais já se preparam para o espetáculo, que ocorrerá de nos dias 03 e 04 de abril, às 20h, no Teatro Cidade Cenográfica. 

De acordo com o diretor do espetáculo, Alisson Rocha, os interessados em participar podem se inscrever até o próximo dia 20 de março. As inscrições serão feitas das 09h às 12h, e das 14h às 18h, no Teatro Cidade Cenográfica, ou através do telefone (89) 3522-0804. 

“Qualquer pessoa pode fazer parte da figuração da Paixão de Cristo, tanto homem como mulher. A inscrição não é cobrada taxa, é totalmente gratuita, e a gente dá todo o figurino que o personagem compõe", 
disse.

Segundo Alisson Rocha, serão cerca de 200 figurantes e não precisa ser artista para participar. Crianças, idosos e adultos podem se inscrever. Os figurantes, geralmente, não precisam decorartextos, porém tem toda uma encenação e então, eles participarão de uma oficina de preparação.

A encenação da Paixão de Cristo de Floriano terá Elke Maravilha (Herodiades), Luigi Baricelli (Pôncio Pilatos) e Oscar Magrini (Caifáz) como parte do elenco principal do espetáculo, que mostrará momentos marcantes da história de Jesus do batismo à ressurreição. 

Fonte: florianonews.com

3/06/2015

RETRATOS

Voltando ao tempo, temos ao lado o nosso antigo Bar e Restaurante Sertã em seu mais belo estilo funcional, com dois pavimentos, época romântica e atração da sociedade florianense no final dos anos cinquenta, quando da administração do prefeito Chico Reis.

Hoje, o cenário é outro. Nossos prédios, casarões e casários da arquitetura antiga, se não tomarmos as providências cabíveis, tendem a desmoronar por total.

Ainda não temos uma política definida com relação à manutenção, revitalização e de defesa do nosso patrimônio. Políticas urgentes, nesse sentido, precisam ser objeoto de estudo e análise para a defesa desse patrimônio que vem sendo delapidado ao longo dos anos.

É claro que temos gente competente, com vontade de trabalhar, técnicos que podem sugerir, opinar, criar projetos para retratar e resgatar a beleza da nossa querida Princesa do Sul.

Ainda há tempo!

3/05/2015

RETRATOS

Rua Padre uchoa
Depoimento: Marc Cruz

Saudades da rua Padre Uchôa, morava em frente uma grande pedra (lajedo), a rua tinha muita areia mas era só seguir reto e dá de cara com o rio Parnaíba.

Saudades dos vizinhos do lado e um pouco mas a frente, D.Maria, Seu Pedro, pais de Creusa esposa de Miguel policial militar, Dona Cezarina mãe do José Carlos que vem a ser esposo de Dona Rosimar, saudades de Lerim e seus filhos Edmilson, Zezinho Toinho, Carmelita, saudades de seu antonio e dona Celé.

Saudades da minha primeira professora Dona Francisca no Colégio Fernando Marques (1973) saudades de Deusdete filho de Dona Florzinha que me levava para ver os blocos de carnaval, saudades do primeiro jogo no Tibeirão, eu estava lá campo sem grama só terra ou barro batido, o adversário era o Tiradentes.

Saudades do meu Padrinho Nelson dos Santos, (NÉ SANTOS), Saudades do meu pai seu Josias e agradecido por minha mãe dona Sinharinha ainda estar aqui conosc.

Saudades do Marconi de Floriano e muito agradecido pelo o Marconi atual com 50 anos anos bem curtidos, Marconi sou eu e após ver tantas fotos de Floriano, momentaneamente mudei o nome para saudades.

Grande abraço.

3/03/2015

RETRATOS

MESTRE WALTER


Depoimento – Tibério José de Melo

WALTER OLTER MELO, o nosso tio, chegou em Floriano, mais precisamente, lá pelos idos de 1944, trazido por papai, Antonio de Melo Sobrinho, que chegara primeiro.

Sei que, em Butiti Bravo, ele chegou a trabalhar numa usina de beneficiamento de babaçu ou de arroz, não sei bem, daí a sua introdução em mecânica de máquinas.

Chegando a Floriano, empregou-se nos negócios do senhor Afonso Nogueira, que na época era empresário e mexia com navegação; então, o tio Walter ficava viajando de Floriano a Parnaíba, navegando os vapores do seu Afonso Nogueira, como mecânico de bordo.

Tio Walter teria ficado noivo com tia Inhá antes de deixar Buriti Bravo e foi buscá-la depois que se firmou.

Lembro, por exemplo, da primeira casa onde morou. Era ali entre a casa de Seu Zé Bem e dona Lourdes Martins na praça do Cruzeiro. Ali eu já me lembro do Djalma e do Divaldo ( seus filhos mais velhos ). Nós, entrewtanto, morávamos na Beira do Rio, ali perto da antiga usina Maria Bonita.

Era muito hábil no conserto de várias coisas, tanto que montou o seu negócio de conserto e aluguel de bicicletas. Com isto, ele criou a sua família com muita dignidade, dando educação, até onde pode, a todos.

Sempre roubavam uma de suas bicicletas, mas dificilmente não as recuperava, indo atrás em outra bicicleta. Tornou-se uma pessoa muito popular devido ao seu negócio.

Tratava-se de uma pessoa muito família. Vivia para a família e para as bicicletas. Todos o chamavam de Mestre Walter. Ah, sim, era muito bem humorado e gostava muito de piadas.

Muito inteligente ( papai diz que era o mais inteligente dos três ), pessoa de vanguarda. Sempre que havia uma novidade na cidade, ele era um dos primeiros a conseguir. Rádio, geladeira, panela de pressão, fogão a gás, coisas do tipo.

Sabia, sempre, o que estava acontecendo no mundo. Tinha opinião formada para tudo, dado que era muito bem informado, ouvindo rádio, ( só saía de casa depois de ouvir todos os noticiários de rádio, principalmente o Reporter Esso ). Ouvia todas as emissoras de rádio.

Lia bastante e proporcionava para todos nós muitos veículos de informação, tipo: revistas como O Cruzeiro, Manchete, Fatos e Fotos, quadrinhos etc. Jornal, já era mais difícil mas as revistas eram toda semana. Se mostrava sempre muito reflexivo, tinha resposta para tudo.

Era Espírita como a Maria Serva. Conhecia muito bem a doutrina e frequentava o Centro que ficava no Colégio do senhor Ribamar Leal.

Tornara-se amigo de toda aquela carcamanada do centro de Floriano, como também de todos aqueles comerciantes e da sociedade local. Antes de falecer já estava se incluindo nela.

Sei também que certa vez, quando rapaz, fora preso, devido a uma briga em que se meteu num cabaré da época.

Agora, o tio Walter, acho que por força da sua religião, era muito caridoso e muito bom.
Vivia cercado de menino. Pagava vitamina e cachorro quente no quiosque Mascote de Seu João e de dona Das Dores ( compadres de mamãe ).

No final do dia, era uma molecada enorme para levar as bicicletas para a casa dele. Ali o moleque tinha a oportunidade de andar, de graça, de bicicleta. Pela manhã era a mesma coisa. Muito engraçado.

Lembro-me que na Copa do Mundo de 1958 ele liderava a movimentação ali detrás da Igreja com um rádio instalado na Mascote. Juntava um monte de gente e a frequência do rádio às vezes ficava alta e bem nítida; outras vezes, bem fraca. Era um tal de tanto gol de Didi, Pelé, Vavá e Garrincha, sei lá.

No Chile, em 1962, foi a mesma coisa. Agarra, Gilmar!... Gol de Amarildo!... E o tio Walter lá na Barraca da Alegria, capengando. Ele puxava de uma perna.

Tio Walter e Vovó Serva criaram a Barraca da Alegria. Isto já perto do acidente. Cimentaram parte do quintal da casa da Dindinha e lá se fazia a festa com quermesse com muita gente participando. Vinha até o pessoal de fora. O objetivo era angariar fundos para a manutenção da Escola Humberto de Campos.

Tio Walter era uma pessoa pouco afeita a diversões. Participava de algumas festas no Floriano Clube. Gostava muito de um cinema, um circo, coisas assim. Nunca soube que o tio houvesse ido a um forró, que nem papai. Farra, então, não me lembro. Bebia, socialmente, muito pouco. Não era afeito.

Quando chegava um cantor na cidade, um artista do Sul ele não perdia. De certa forma era uma pessoa recatada, gostava muito de ler e de se informar. Gostava de política, muito.

Lembro que na eleição que elegeu o Jânio para Presidente da República, ele estava na linha de frente da campanha em Floriano a favor do Jânio. Papai e eu éramos Lott. Venceu o Jânio e se cantava muito:

Varre, varre, varre vassourinha
Varre, varre a bandalheira
Que o povo já está cansado
De sofrer desta maneira
Jânio Quadros é a esperança
Desse povo abandonado

Jânio Quadros é a certeza
De um Brasil moralizado
Alerta, meu irmão
Vassoura, conterrâneo
Vamos vencer com Jânio

Este jingle é a cara do Tio Walter. Era muito entusiasmado na política.

Apesar de recatado, era muito sociável. Tinha muito prazer em hospedar seus conterrâneos do Maranhão. Jesus ( do Melinho ), Rosemeire, que passavam férias em Floriano, quando elas chegavam, era um frisson danado. Eram bonitas e os rapazes da época queriam pegá-las. O tio levava-as para as festas.

Aqueles carcamanos, seu Tufi, Michel, Hagen, Salomão, Kalume, tinham muito respeito pelo tio Walter. Devem ter sentido muito a sua falta.

A tia Inhá, sua esposa, era um pouco irritada. Também, era muito menino. Todos muito danados e qualquer um perdia a paciência. Vivia com um cinto na cintura para dar umas lapadas quando não aguentava mais. Todo dia era umas três. Mamãe não era diferente. Não sei como estas mulheres aguentavam aquele monte de menino danado. Só no cinturão mesmo, não tinha jeito. Tio Walter, também, não aliviava não, metia a ripa, quando se fazia necessário.

Dia 24, agora, de janeiro, se o Djalma ( seu filho mais velho ) estivesse vivo, faria 60 anos.

O acidente de seu falecimento foi dia 04 de agosto de 1963 por volta de 9 hora da manhã, quando prestava seus serviços à Paróquia local, ali, na altura da loja do Michel Demes: ele pegou um choque e caiu de uma escada, não resistindo ao impacto, provavelmente, da queda.

Na foto, acima, observamos a sua família no ano de 1962, a sua esposa, tia Inhá, o Djalma, o Divaldo, o Waltinho, o Dácio, a Cecília, a Ceci e o João Coimbra.

2/28/2015

RETRATOS

Havia um clima muito bom, compatível para o que compartilhávamos naquele período romântico.

Os anos de 1960, em Floriano, tiveram a sua efervescência natural, o seu apogeu, principalmente dentro do contexto do desporto. O amadorismo era a pauta do momento e diversos líderes postavam sua coragem e determinação na condição e realização dos torneios futebolísticos.

Tinha o Flamengo de Tiberinho, o América de Bezerra, o Fluminense de Fabrício, o Botafogo de Gusto, o Santos de Cuia e, obviamente, o time do São Paulo de Carlos Sá, filho de Geraldo Teles.

Na foto acima observamos os piolhos de bola escalados para aquela tarde briosa do campo dos artistas no ano de 1964, num domingo inspirador para os atletas.

Pedro Hélio, Jolimar, Caçula, Carlos Sá, Gerôncio e Bento, em pé; agachados, Chico do Campo, Beca, Danúnzio, Puluca e Chiquinho, comandando a decisão do torneio.

Tempos que, apesar de acirrados, nos proporcionavam alegria imensa de viver.

ALDÊNIO NUNES - a enciclopédia do rádio florianense

  ALDÊNIO NUNES – A ENCICLOPÉDIA, NUMA ENTREVISTA INIMITÁVEL, MOSTROU POR QUE SEMPRE ESTEVE À FRENTE! Reportagem: César Sobrinho A radiodifu...