2/17/2012

CARNAVAIS DE OUTRORA

O carnaval florianense do passado tinha mais poesia, galhardia, e já começava como que depois do almoço, as ruas já começavam a se animar; a rádio Difusora tocava os frevos e marchinhas tradicionais e as residências preparavam-se para receber os blocos de sociedade.

O Floriano Clube, a AABB e o Comércio superlotavam de foliões, com seus estilos diversos; não havia tempo a perder, quando o movimento era lírico ali na altura do bar Sertã, Bar São Pedro e bar Carnaúba.

Foliões como Bucar, Caravelha, Twist, Zé Venâncio, Antonio Sobrinho, Clovis Ramos, Pechincha, o Dim, Demerval Neiva não paravam nenhum segundo e a multidão se reunia no contorno dos bares acima citados até altas horas.

Lamentavelmente, hoje, a coisa é outra, temos que reconhecer os novos padrões e os axés tomam de conta. De qualquer forma, ainda sobram as histórias e os reencontros de velhos foliões para relembrar o que passou, e tudo isso, a saudade faz a gente voltar a um passado romântico de velhos carnavais que os anos não trarão de volta jamais.
...
Em tempo:
 
Na foto acima, observamos o César Sobrinho, nos recebendo em sua residência, onde conversávamos sobre o passado dos velhos tempos de Floriano.

2/16/2012

CÂMARA MUNICIPAL DE FLORIANO - Pauta da Sessão Ordinária do dia 16/02/2012


I – Proposições para serem votadas em Plenário (2ª votação):


1.      Projeto de Lei n.º 041/2011, de autoria do Vereador Chico Alves, que “Reconhece de utilidade pública a Associação Casa de Recuperação Peniel, e adota outras providências”;

II– Proposições para serem votadas em Plenário (1ª votação):

2.      Projeto de Lei n.º 012/2011, de autoria do Poder Executivo, que “Institui o Código de Obras e Edificações de Floriano e, dá outras providências”;
3.      Projeto de Lei n.º 017/2011, de autoria do Poder Executivo, que “Altera a estrutura administrativa da Secretaria Municipal de Saúde e dá outras providências”;
4.      Projeto de Lei n.º 002/2012, de autoria do Poder Executivo, que “Dispõe acerca do reajuste dos vencimentos dos servidores públicos do município de Floriano e adota outras providências”;
5.      Emenda Aditiva n.º 001/2012, de autoria do Vereador Antônio Reis, que “Altera a redação do artigo 1º do Projeto de Lei n.º 002/2012, do Poder Executivo, que dispõe acerca do reajuste dos vencimentos dos servidores públicos do município de Floriano e adota outras providências”;
6.      Veto ao Projeto de Lei n.º 009/2011, de autoria do Vereador Raimundo Martins, que “inclui a disciplina Técnicas Agrícolas no currículo das Escolas Municipais da Zona Rural do município de Floriano”;
7.      Projeto de Lei n.º 060/2011, de autoria dos Vereadores Antônio Reis, Raimundo Martins, Celso Cavalcante e Ana Cleide, que “Dispõe sobre a denominação da Usina de Leite do município de Floriano, e adota outras providências”;
8.      Projeto de Lei n.º 061/2011, de autoria do Vereador Raimundo Martins, que “Denomina de Rua Erivan da Costa Feitosa, a Rua 4 do Conjunto Habitacional José Pereira da Silva, bairro Meladão, e adota outras providências”;
9.      Projeto de Lei n.º 062/2011, de autoria do Vereador Raimundo Martins, que “Denomina de Rua João Alves Pereira, a Rua 5 do Conjunto Habitacional José Pereira da Silva, bairro Meladão, e adota outras providências”;
10. Projeto de Lei n.º 001/2012, de autoria dos Vereadores Miguel Vieira, Antônio Reis e Edvaldo, que “Inclui parágrafo único no artigo 58 e inciso I, no § 1º do artigo 96 da Lei n.º 521/2010, que dispõe sobre o Plano de Carreiras, Cargos, Vencimentos e Remuneração dos Profissionais da Educação do Município de Floriano, e adota outras providências”;
11. Projeto de Lei n.º 002/2012, de autoria do Vereador Antônio Reis, que “Dispõe sobre a denominação do Conjunto Habitacional, do Programa Minha Casa Minha Vida, localizado no bairro Meladão desta cidade, e dá outras providências”;
12. Projeto de Lei n.º 003/2012, de autoria do Vereador Miguel Vieira, que “Institui eleições para Diretor nas escolas públicas da rede municipal de ensino do município de Floriano, e adota outras providências”;
13.  Projeto de Decreto Legislativo n.º 007/2011, de autoria do Vereador Edvaldo, que “Dispõe sobre a concessão de Título Honorário de Cidadão Florianense ao Ilmo. Sr. Darley Fiácrio de Arruda Santiago, e adota outras providências”;
14.  Projeto de Decreto Legislativo n.º 008/2011, de autoria do Vereador Edvaldo, que “Dispõe sobre a concessão de Título Honorário de Cidadão Florianense ao Ilmo. Sr. Odimógenes Soares Lopes, e adota outras providências”;

III– Proposições para serem lidas em Plenário:

15.  Projeto de lei n.º 003/2012, de autoria do Poder Executivo, que “Dispõe acerca de desafetação e posterior doação de parte de bem público localizado na Praça 13 de Maio, no Bairro Alto da Cruz, neste município, e adota outras providências”;
16.  Projeto de Lei n.º 006/2012, de autoria do Vereador Salomão Holanda, que “Dispõe sobre a denominação de diversas ruas do bairro Cajueiro II e, adota outras providências”;
17.  Requerimento n.º 022/2012, de autoria do Vereador Edvaldo, solicitando ao Exmo. Diretor-Presidente da Eletrobras Distribuição do Piauí que seja feita a ampliação da rede de distribuição de energia elétrica em ruas do bairro Princesa do Sul, no Loteamento Cardoso, nesta cidade de Floriano, conforme croqui anexo;
18.  Requerimento n.º 023/2012, de autoria do Vereador Antônio Reis, solicitando ao Exmo. Prefeito que interceda juntamente as Secretarias competentes do município no sentido de viabilizar a criação de projeto para instalação de iluminação pública na Rua Projetada, 290, bairro Tiberão. Na oportunidade, solicitamos ainda, o projeto de execução da obra e a relação dos beneficiários;
19.  Requerimento n.º 024/2012, de autoria do Vereador Miguel Vieira, requerendo ao Exmo. Presidente da Câmara Municipal de Floriano que o Projeto de Lei n.º 001/2012, que inclui dispositivos no Plano de Cargos, Carreira e Remuneração dos Profissionais do Magistério e o Projeto de Lei n.º 003/2012, que institui eleições para Diretor nas escolas públicas do município de Floriano, tramitem em regime de urgência;
20.  Requerimento n.º 026/2012, de autoria da Vereadora Maria da Guia, requerendo que seja feita a recuperação do calçamento da Rua Alberto Drumond, neste município;
21.  Requerimento n.º 0027/2012, de autoria da Vereadora Maria da Guia, requerendo que seja feita a recuperação do calçamento da Rua Raimundo Castro, altura do n.º 894, neste município;
22.  Requerimento n.º 028/2012, de autoria da Vereadora Maria da Guia, requerendo que seja feita com a maior brevidade possível a pavimentação poliédrica da Rua Desembargador Freitas, no bairro Alto da Guia;
23.  Requerimento n.º 029/2012, de autoria da Vereadora Maria da Guia, requerendo que seja construída uma Creche para o bairro Bom Lugar, neste município;
24.  Requerimento n.º 0030/2012, de autoria da Vereadora Maria da Guia, requerendo que seja construído um estacionamento no Largo Raimundo Marreiros, localizado no cruzamento das ruas do Amarante com a Coelho Rodrigues, no bairro Ibiapaba;
25.  Requerimento n.º 0031/2012, de autoria da Vereadora Maria da Guia, solicitando do Poder Público Municipal que seja feito com a maior brevidade possível o calçamento da Travessa Francisca Lima, no bairro Vio Azul;
26.  Requerimento n.º 032/2012, de autoria da Vereadora Maria da Guia, requerendo que seja feita a pavimentação poliédrica da Travessa Júlio Guimarães, no bairro Catumbi, zona urbana deste município;
27.  Requerimento n.º 033/2012, de autoria da Vereadora Maria da Guia, requerendo que seja construído com a maior brevidade possível um Chafariz com lavanderia na localidade Miroró, neste município;
28.  Requerimento n.º 0034/2012, de autoria do Vereador Salomão Holanda, requerendo que seja feita a limpeza da Avenida Esmaragdo de Freitas localizada nas margens do Rio Parnaíba, principalmente a área que foi desocupada pelos moradores da ribeirinha, retirando assim todo o entulho;
29.  Requerimento n.º 035/2012, de autoria do Vereador Salomão Holanda, requerendo que seja providenciada a troca da Caixa D’água existente na Comunidade Jenipapeiro por uma caixa d’água de fibra, bem como fazer a reforma do chafariz com a lavanderia;
30.  Requerimento n.º 036/2012, de autoria do Vereador Salomão Holanda, requerendo que seja providenciada a troca da Caixa D’água existente na Comunidade Várzea Grande por uma caixa d’água de fibra, fazendo também a reforma do chafariz com as lavanderias;
31.  Requerimento n.º 037/2012, de autoria do Vereador Salomão Holanda, requerendo que seja providenciada a retirada da estrada que passa dentro do Assentamento Canela de Velho, transferindo-a para o limite entre o Sr. Iberê com o referido assentamento;
32.  Requerimento n.º 038/2012, de autoria do Vereador Salomão Holanda, requerendo ao Exmo. Secretário Estadual de Justiça que seja revisto o local onde irá ser construída a nova Penitenciária de Floriano e pede que a mesma seja construída a uma distância mínima de 30 km do perímetro urbano da cidade;
33.  Requerimento n.º 039/2012, de autoria do Vereador Salomão Holanda, requerendo que seja providenciada com a máxima urgência a iluminação pública para o Assentamento Canela de Velho, neste município;
34. Requerimento n.º 040/2012, de autoria do Vereador Salomão Holanda, requerendo ao Exmo. Superintendente da SUTRAN que seja providenciada com máxima urgência a retirada dos veículos que estão sendo estacionados na calçada do Clube do Armazém Paraíba, na Avenida João Luiz Ferreira;
35.  Requerimento n.º 047/2012, de autoria dos Vereadores Antônio Reis, Ana Cleide, Celso Cavalcante e Raimundo Martins, solicitando providências e empenho de V. Ex.a. junto ao Governo do Estado do Piauí, no sentido do término da reforma do Aeroporto de nossa cidade, o mais rápido possível, para que possamos contar com um equipamento importante no desenvolvimento de Floriano;
36.  Moção de Congratulações n.º 005/2012, de autoria dos Vereadores Antônio Reis, Ana Cleide, Celso Cavalcante e Raimundo Martins, consignando votos de congratulações e parabenizando os Repórteres pela passagem do seu dia, 15 de fevereiro;
37.  Ofício n.º 03/12, do Presidente da Associação Civil Desafio Jovem do Piauí-DJOPI, solicitando a utilização do espaço da Tribuna Livre desta Câmara pelo Coordenador Geral da entidade, na Sessão do dia 17/02/2012;
38.  Ofício n.º 499/2012,  do Gabinete do Prefeito Municipal de Floriano, encaminhando a esta Câmara Municipal o Relatório das realizações 2011 e o Planejamento 2012, juntamente com a mensagem do Exmo. Prefeito Municipal, por ocasião da abertura do Ano Legislativo 2012.
Secretaria da Câmara Municipal de Floriano, Estado do Piauí, 15 de fevereiro de 2012.



Lauro César de Morais
1º Secretário

Comissão de Finanças e Justiça se reúne na Câmara Municipal

Por Jaquelina Nascimento

As comissões de Justiça e Redação e de Finanças, Orçamento e Fiscalização se reuniram na manhã desta quinta (16/02), na Câmara Municipal com o objetivo de debaterem sobre alguns Projetos de Lei bem como sobre a pauta da Sessão Ordinária que acontecerá hoje às 20 h no Plenário da Câmara Municipal.


 Estiveram presentes os seguintes vereadores: Ana Cleide (DEM), Edvaldo Araújo (PT), Salomão Holanda (PRB), Flávio Henrique (PTB), Miguel Vieira (PTB), Antônio Reis (PSDC) e Maria da Guia (PTB).

De acordo com o presidente da Câmara Municipal, Salomão Holanda, todos os vereadores estarão presentes na Sessão ordinária hoje à noite e na ocasião o vereador convidou a população florianense a se fazer presente.

As sessões acontecem nos primeiros quatro dias úteis de cada quinzena do mês, ou seja, nos dias 16, 17,23 e 24 deste mês a partir das 20 horas, no auditório Milad Kalume e são transmitidas simultaneamente pela rádio Santa Clara AM ZYI - 898 - 1580 Khz.

2/15/2012

BLOCO BOTA PRÁ QUEBRAR

OUTRO grande delírio da epopéia de nosso carnaval no início dos anos setenta: o famoso bloco carnavalesco - o BOTA PRA QUEBRAR em grande estilo em fevereiro de 1970.

Em pé da esquerda para a direita, observamos os foliões Paulo Carvalho (Paleca), Chico Borges Filho, Marivaldo, Nagib Demes Filho, Waldemar, Paulo Kalume, Antonio Augusto (Tontonho Carvalho), Sérgio Guimarães, Pedrinho, Dedé, Odimar Reis, Nilson Coelho, André, Hélio e Fábio (guitarrista d´OS BRAVOS).

Sentados, Frederico albuquerque, Chico Paixão, Cristóvão Augusto Soares, Said Kalume, Lauro Antonio, Gervásio Júnior, João Holanda Neto (Holandinha), Borba Filho, Paulo Afonso Kalume (Petinha), Carlos Augusto Ribeiro e o nosso amigo Irapuan aquecendo os tamborins.

Momento hilário, que nos transporta para os bons tempos do contexto romântico da Princesa do Sul.

Marcelo Castro, Silas Freire e a intervenção em Floriano


Por: Jalinson Rodrigues ( jornalista )

O artigo publicado pelo ex-prefeito e deputado, José Bruno dos Santos (PMDB), no Portal Az (9/02/2012) e Jornal O Dia (edição de 12/02/2012) disseca com detalhes a crise do seu partido e expõe fatos que revelam interesses escusos sobre a próxima eleição para prefeito de Floriano. As revelações do histórico militante  merecem atenção e remetem ao deputado federal Marcelo Castro, o apresentador Silas Freire e a intervenção no diretório municipal do PMDB.

José Bruno dos Santos um dos fundadores do antigo Movimento Democrático Brasileiro, partido que gerou o PMDB, afirma que ficou sabendo da intervenção no diretório florianense através de um canal de TV. Bruno escreveu, ainda, que o diretório estadual deseja entregar a direção municipal para o apresentador Silas freire, mas que não terá o apoio irrestrito, pois Marcelo Castro vai recomendar o candidato do PTB.

“Marcelo Castro me telefonou falando que Silas seria candidato, e foi enfático - Não subirei no palanque dele, pois o meu candidato daí é o Oscar Procópio candidato do Joel” (sic), escreveu Bruno dos Santos.

O articulista comentou que desde a última campanha para prefeito, quando o candidato Gilberto Júnior disputou o mandato pelo PMDB, o deputado Marcelo Castro impõe a sua vontade pessoal e comete infidelidade partidária, manifestando desprezo pelas lutas do PMDB no município de Floriano.

“Na eleição passada nenhum dos senhores membros pseudos donos do partido deram qualquer cobertura política aos candidatos a prefeito nesta cidade, faça-se justiça a Alberto Silva, o maior administrador do Piauí de todos os tempos e único Presidente do PMDB que emprestou apoio aos seus correligionários nesta cidade (sic)”, pontua Bruno.

Enfático, o experiente líder questiona a candidatura imposta do apresentador de TV. “Porque o Silas não se submete às falas das urnas? Floriano é a segunda cidade mais culta do Piauí, precisaria de um candidato que tentou São Francisco do Piauí e o eleitor disse não. Cidadãos bem empregados dizem que em cada casa que visita deixa uma oncinha como sua identidade, faz campanha antecipada na televisão, promove festas, paga orquestras, bebidas a vontade” (sic), declara.

Incisivo, o articulista interroga e desabafa. “ De onde vem tanto dinheiro? Foi o sortudo da loteria do Piauí? Esse candidato eleito respeitará o erário público? Só Deus sabe! Floriano não merece o candidato imposto por Teresina.

Neste imbróglio fica claro que o deputado Marcelo Castro é focado nos seus negócios. É o autor das emendas que garantiram bastante construção de calcamento no município de Floriano. Outro aspecto é sobre a candidatura e o prestígio de Silas Freire que, pelo exposto no artigo de Bruno dos Santos, correm riscos pela falta de fidelidade da cúpula do PMDB e os acordos feitos anteriormente. "A fidelidade obtida pelo dinheiro é vencida pelo dinheiro" (Sêneca).

2/13/2012

PARA O RESGATE DA MEMÓRIA DA CIDADE


NO MUNDO DA EDUCAÇÃO E DA CULTURA

ESCOLA NORMAL MUNICIPAL DE FLORIANO

PARTE II

Memórias do Professor Djalma Silva, transcrita de uma edição do Jornal de Floriano

Colaboração: Nelson Oliveira

A Escola Normal funcionava no prédio conhecido como “ a casa do senhor Marinho “. Um casarão com muitas salas e um imenso quintal de meia quadra cheio de árvores frutíferas: umbuzeiros, goiabeiras etc.

O meu diretor era o doutor Manoel Sobral Neto; o vice diretor a professora Hercília de Barros Camarço, que em várias oportunidades assumiu a direção. Secretário era o senhor Benedito Azevedo; vigilantes ou inspetores de alunos, além de dona Carmosina no curso de Adaptação, Maria de Lourdes Coelho,
Ana Magalhães Gomes e Heli Paiva; fiscal de governo, Antonio Veras de Holanda.

O doutor Manoel Sobral Neto dirigia a Escola com mão firme. Muito enérgico, apesar de jovem, controlava as expansões de pouco mais de uma centena de moças e rapazes, considerados indisciplinados, por um regimento sobre muitos aspectos rígidos.

No corpo docente uma plêiade de professores de escola sem formação específica e sem qualquer preparo pedagógico a maioria, mas todos dominando disciplinas que lecionavam e era, além disso, de alto poder de comunicação e senso de responsabilidade.

Recordo aqui alguns que foram meus professores. Doutor Manoel Sobral Neto, formado em Direito, lecionava inglês e francês. Em suas aulas, como era costume, adotava a leitura e a tradução ou versão do texto e noções de gramáticas. Exercitava também a conversação envolvendo toda a classe. Como não perdia a oportunidade de uma reprimenda nos alunos que erravam, ninguém se arriscava a comparecer as aulas sem a lição sabida.

José Raimundo de Vasconcelos, o professor Zezinho, sem curso superior. Ensinava matemática. Explicava o ponto com muita desenvoltura numa linguagem impecável; explicava novamente se alguém demonstrava não ter apreendido. Passava exercícios e problemas que nunca repetia nas provas e exames. Homem de espírito expansivo mesmo, de ampla cultura, respondia qualquer pergunta que lhe fosse feita nos campos mais diversos do conhecimento. O que levava alguns alunos comentarem com malícia: “ o professor Zezinho quando não sabe, inventa!”

Dalva Nascimento. Normalista. Humanizava a física para os seus alunos.

João Rodrigues Vieira, mais conhecido por doutor Joça, era professor de Geografia. Farmacêutico. Foi também prefeito de Floriano. Seu método era por demais simplista, mas funcionava. Abria o compêndio de Veiga Cabral e lia, fazendo pequenos comentários. Na aula seguinte mandava cada aluno dissertar o ponto. Como a classe era pequena, isso era possível num espaço de 150 minutos. Grande figura humana o doutor Joca. Espírita praticante e atuante. Quando a aula terminava ele ficava conversando conosco por alguns momentos contando casos. Fazendo brincadeiras.

Albino Bento Leão da Fonseca ( o Binú ). Lecionava História com muito entusiasmo. Aulas interessantes, factuosas e agradavelmente expostas. Constantemente nos passave dissertações. Com grande admiração pelas mulheres, perdia-se às vezes nas exaltações às personagens históricas femininas de sua preferência. Em certa época lecionou português, motivando-nos com a literatura com freqüentes exercícios de redação.

Doutor Mário Dias Pereira. Agrônomo. Também professor de História. Grande professor, cujas aulas eloqüentes deixaram muito boas recordações.

Dona Ricardina ( não me recordo o sobrenome ) era, se não me engano, normalista. Outra professora de História, que lecionou em curto espaço de tempo, deixando agradáveis recordações, tanto pelas aulas bem expostas e simplística.

Dona Hercília Barros Camarço. Normalista. Grande professora de desenho e música. Mulher prendada. Pintava muito bem e tocava piano. Uma verdadeira artista e grande educadora a quem várias gerações de florianenses muito lhes devem.

Bartolomeu Barbosa Matos, o Bató, como era mais conhecido. Lecionava educação física . Um dos professores mais queridos da escola. Aberto, brincalhão, amigo, mas professor enérgico. Preenchia os seus 50 minutos de aula de modo intensivo; ordem unida, ginástica e jogos. Às vezes saía com os alunos pelas ruas da cidade em exercício de marcha e de resistência. Na véspera das festas cívicas, quando a escola tomava parte nos desfiles, Bato dedicava todos os seus esforços no preparo  dos alunos e consequentemente numa boa apresentação do estabelecimento. Bato mais tarde foi vítima de uma inominável injustiça e demitido de sua cadeira.

Etelvina Gonçalves Nunes e Judite Santana. Duas grandes professoras de trabalhos manuais. Não poupavam os homens de alguns trabalhos com agulhas como fazer remendos e pregar botões.

Doutor Sebastião Martins de Araújo Costa, médico humanitário. Outra grande figura humana. Foi professor de biologia.

João Francisco Dantas. Músico e compositor. Foi por algum tempo professor de música.

Doutor Fernando de Oliveira Marques. Foi farmacêutico, foi prefeito de Floriano. Lecionava francês. E, apesar da idade, já avançada e da saúde precária, era pontual às aulas. Certa vez, em meio a uma das suas crises cardíacas, chegou à sala ofegante, cansado e nos disse: “ meu maior desejo é um dia tombar entre vocês.” Suas aulas seguiam métodos tradicionais: leituras. Tradução ou versão de textos, noções de gramática, conversação e frequentemente nos levava livros e jornais franceses para motivarmo-nos ou testar nossos conhecimentos. Um dia, doutor Fernando levou para a aula uma vida de Santa Teresinha. Abriu o volume sobre a mesa e chamou os alunos um a um para ler e traduzir trechos que ele indicava. Ao chegar minha vez, aproximei-me da mesa e, como os outros alunos, me coloquei ao lado dele. Doutor Fernando virou algumas folhas do livro e parou onde havia um pedacinho do manta da Santa. “ Leia! “ Exitei. Havia duas páginas. Qual delas deveria ler? “ Leia!”, insistiu o mestre. Procurei sair do impasse; nervoso, levei a mão à página onde estava o pedacinho do sagrado manto, tocando-o. Aqui? Doutor Fernando bateu com o punho na mesa e explodiu: “ Seu bandido em relíquia não se pega”. Era assim o doutor Fernando Marques, mas amigo, compassivo, sentimental. Notável figura humana que marcou, com suas aulas, e seu modo de ser, aqueles que gozaram da sua ventura de tê-lo tido como mestre.









2/10/2012

CORRESPONDÊNCIA



Carta de Delmar Mendes dos Reis, de Belo Horizonte para Rafael da Fonseca Rocha, Brasília, datada de 14 de março de 2006.

Prezado Amigo,

Saúde, Paz e Felicidades extensivos à Exma Família.

Inicialmente, agradeço-lhe, uma vez mais, pela oferta que me fez dos livros  - “ FLORIANO, de nostálgicas recordações “ e o “ Era uma vez “.

Você viveu em Floriano, mais tempo do que eu, pois deixei a nossa terra aos vinte anos de idade, isto é, em 1935, quando fui para Teresina, onde vivi por oito anos, e em fevereiro de 1944, vim para Minas Gerais – Belo Horizonte. Em abril desse ano fiz concurso para o Banco Hipotecário, e em junho a diretoria deste determinou que eu iniciasse a vida bancária em Teófilo Otoni, cidade onde constituí família dois anos depois, em dezembro de 1946. Entre esta cidade, Jequitinhonha, Pedra Azul e Resplendor, decorreram dezoito anos, quando em 1964 fixei residência definitiva em Belo Horizonte, em decorrência de minha promoção de gerente para inspetor. Nesta função viajei quase quinze anos, até minha aposentadoria em 1979.

Lendo suas reminiscências no “ Era uma vez “, em que você, à sombra dos pés de tamarindos, na beira do rio Parnaíba, transformou-se num nostálgico sonhador do tempo de sua juventude, recordei-me de quatro pessoas distintas: o velho Zé Guimarães, sentado em sua cadeira de balanço lendo jornais à sombra de um frondoso pé de castanheira; do senhor Polidoro, que tinha uma perna de pau; do intelectual Serafim Gomes neto, o qual periodicamente sofria das faculdades mentais, e do amigo Eleutério Rezende, atravessando o rio pé, varejando a sua canoa até Barão de Grajaú.

Eu, apesar de minha pouca idade, tinha muitas amizades com pessoas de mais idade, entre estas, cito: Dico Leão, seu tio, que muito me incentivou para que eu viesse para Minas; Netinho, Amâncio Calland, Milad Kalume ( este escreveu para mim o alfabeto árabe, para eu aprender sua língua ). Conheci muito seu tio Doca Rocha, cujo bar de sua propriedade foi vendido para o senhor Calixto Lobo, que entregou a direção do dito bar para o senhor Moisés Kinahier explorar e servir de ponto de reunião dos “ carcamanos “ nas horas de ociosidade.

No seu livro “ Floriano “, além de outros assuntos, você fala sobre o Teatro “ Polyteama “, o qual foi construído em cima do riacho do “ Gato “, por iniciativa do Cel. Hermano Brandão. Este teatro, além da arte cênica, funcionou como cinema mudo. Também serviu para bailes à fantasia nos dias carnavalescos da sociedade florianense.

Sobre o jantar oferecido ao Tenente-Coronel ( não general ) João Alberto Lins de Barros, o qual se realizou na residência do senhor Fernando Alves da Silva, sendo que o piano onde o referido revolucionário dedilhou algumas peças musicais, pertencia à professora Hercília Barros Camarço. Como um dos assistentes ao evento através das janelas, fiquei admirado ao ver um homem tocando piano, eis que, com dez anos de idade, pensava que somente as pessoas do sexo feminino, tocava referido instrumento musical.

No tópico gente, onde você escreveu sobre Zé Caboré e João Guerra, ao terminar a descrição deste, você começou: duro, até achei que o assunto ainda era sobre o João, porém, tratava-se do senhor Raimundo Ramos, farmacêutico prático, marido de dona Mundola.

Com referência ao poeta Véras de Holanda, cuja esposa era filha do senhor Anfilófio Melo, rendo-lhe também minhas homenagens, pelo primor de seus versos, especialmente o poema “ O Trinta e Dois” e o hino “ Minha Terra”. Infelizmente ele morreu moço, de tuberculose, doença que perseguia os poetas de antanho.

Você faz referência, com muita propriedade, o descaso com que são tratados aqueles artistas, cujos trabalhos foram reconhecidos por outrem, não merecendo das pessoas ou autoridades de seu torrão natal, nenhum prêmio ou incentivo pelo serviço executado. Bem diz o ditado: “ ninguém é profeta em sua terra”.

Os dois prefaciantes dos livros merecem, com certeza, os nossos aplausos, sendo desnecessários maiores comentários.

Terminando, observei que você é um eterno saudosista de sua terra, além de ficionista e sonhador. Continue assim.

Mais uma vez parabéns e obrigado.

Ao seu inteiro dispor, abraços do conterrâneo

Delmar Mendes dos Reis


ALDÊNIO NUNES - a enciclopédia do rádio florianense

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