2/02/2012

PARA O RESGATE DA MEMÓRIA DA CIDADE



LOJA MAÇÔNICA IGUALDADE FLORIANENSE

DJALMA SILVA ( o professor e suas memórias )

Transcrito do Jornal de Floriano, edição nº 446 de 01 a 07 / 09 / 1985

Notas Explicativas: Nelson Oliveira

Passei todo dia sob forte expectativa: como seria a iniciação?

Na época não era fácil encontrar livros, como o que hoje existem que contam tudo sobre a maçonaria. E se encontrasse não se dava muito crédito, em razão do segredo do mistério que envolvia a instituição. Meu pai tinha seus rituais e, lembro-me muito bem, encadernado pelo senhor Epifânio Borba ( 1 ), mas cuidadoso, os trazia guardado à chave em sua gaveta. Os maçons com quem me dava não arriscavam nada. De sorte que, no aspecto de como as coisas aconteciam dentro de uma loja, eu era de uma ignorância chapada.

Bató – Bartolomeu Barbosa de Matos ( 2 ) apenas me recomendava: “leve escrito o seu testamento moral e filosófico.”  E o preparei como achei que devia. Falei de minha concepção do mundo e do homem. E daí tirando as lições que me interessavam: os deveres do homem para com Deus, à sociedade, à Pátria e meus semelhantes, e abordei o papel das religiões. Nesse aspecto cheguei a dizer que se a escolhemos, teria de evoluir, desempenhar os tempos. Mostrei o trabalho a um amigo católico fervoroso e ele protestou: “isto é um absurdo! A Igreja não tem que se adaptar a coisa nenhuma. Ela é imutável e eterna. Os tempos é que têm de se adaptar a ela.”

Na época, longe se estava de prever os passos que daria a Igreja católica a partir de João XXIII.

Levei para a Loja o tal testamento, mas não encontrei ou não me deram espaço para apresentá-lo.

Meu pai só me disse isto: “Não saia a noite de casa. Alguém virá buscá-lo na hora.”

Fiquei na república que compartilhava com José Lira.

E pouco depois das 19 horas bateram na porta. Saí. Eram quatro homens de roupa escura. Um deles me disse: “Vamos.”

Os homens me enquadraram e nos pusemos a caminho. Descemos o resto da rua Conselheiro Saraiva ( 3 ). Subimos a avenida João Luiz Ferreira e cortamos a praça da Igreja ( 4 ) em diagonal . Em certo momento tentei aproximar-me de um dos maçons e a travar conversa, mas ele se afastou e continuou no seu mutismo.

Chegamos à Loja Maçônica Igualdade Florianense e lá me introduziram em um compartimento pequeno e estreito e me deixaram, por momentos, em contato insuspeitados com o objetivo de me fazerem refletir sobre a precariedade da condição humana. Depois me fizeram percorrer sombras e acidentados caminhos, ora enfrentando tormentas, ora calmarias. À medida que andava ampliava conhecimentos, desenvolvia potencialidades, assumia compromissos e me despojava de individualismo e asperezas. Até que finalmente a luz se fez dentro de mim, diante de mim. Foi uma festa, um espetáculo deslumbrante como nunca conheci outro igual.

Estava, finalmente, iniciado.

Ainda bêbado de luz e emoção fui identificando fisionomias conhecidas. Eram muitas. De amigos e novos irmãos ao lado dos quais eu iria ajudar na construção do Templo de Salomão.

A solenidade terminou na residência de João Francisco Dantas ( 5 ), maçom e meu padrinho de crisma, que no dia aniversariava. Com o tradicional banquete.

O período ( 1943 – 1949 ), que freqüentei a Loja Maçônica Igualdade Florianense, foi de sumo proveito e satisfação. A convivência de homens bons e desprendidos, como Amâncio Calland (6 ), Alderico Guimarães ( 7 ), Francisco Firmino Lima ( 8 ), Manoel Camarço ( 9 ), Francisco Borges ( 10 ), Amílcar Sobral ( 11 ), Hermes Pacheco ( 12 ), Luiz Raimundo de Castro ( 13 ), Benedito Pinho ( 14 ), Genésio Nunes ( 15 ), Antenor Torres ( 16 ), João José Ribeiro ( 17 ), Antonio Pereira e Silva ( 18 ), Edmundo Gonçalves de Oliveira ( 19 ), Antonio Anísio Ribeiro Gonçalves ( 20 ), Miguel Borges de Oliveira ( 21 ), Anésio Batista Guedes ( 22 ), Edson Rocha ( 23 ), Gervásio Medeiros de Souza ( 24 ), João Luiz Guimarães ( 25 ), Vicente Ferreira ( 26 ), Alcebíades Morais ( 27 ), Tiago Roque de Araújo ( 28 ), Raimundo Neiva de Souza ( 29 ), José Mendes Vieira ( 30 ), Bartolomeu Barbosa Matos ( 31 ), Antonio Luiz Ferreira ( 32 ), João Batista Nunes ( 33 ), Antenor de Oliveira e Silva ( 34 ), Pedro da Fonseca Rocha ( 35 ), João Francisco Dantas ( 36 ), José Rodrigues de Souza ( 37 ), Rafael da Fonseca Rocha ( 38 ) e outros, muitos outros.

A participação em campanhas de beneficência em que a mão esquerda nunca sabe o que a direita fazia. A prática e a constituição de atos de solidariedade e irmãos e profanos na alegria e na dor. As discussões acaloradas de posições firmes, por vezes veementes, dentro da Loja e depois todos os envolvidos saindo como se nada tivesse acontecido e sem que ninguém se sentisse triunfante ou vencido nem mesmo suscetibilidade. A aquisição de conhecimentos e experiências válidos para toda a vida.

NOTAS  EXPLICATIVAS COM RELAÇÃO AO NÚMERO APOSTO APÓS CADA NOME


  1. Pai de Atlas, Raimundo, Rivadávia, Borbinha e outros que mantinha uma tipografia artesanal, onde hoje está instalada a Livraria Rex. Posteriormente, após a construção do prédio onde funciona a Loja da dona Lourdes Neiva, continuou com a sua tipografia, em cujo ramo foi um dos pioneiros, tendo muito tempo depois instalado um mercadinho para venda de produtos alimentícios. Cidadão sério, honesto e dedicado a sua arte;
  2. Professor de educação física Escola Normal Municipal de Floriano e inclusive do nosso focalizado e que foi demitido da referida função, por exigência do bispo Dom Severino, fato que será apresentado noutro local e queveremos também sobre a Escola Normal, escrito pela saudosa doutora Josefina Demes com todos os detalhes, que provocou aquela tremenda injustiça. Bato era irmão de Olavo Barbosa Matos, pai do doutor Calistinho e outros, pessoa bastante conhecida da nossa cidade, onde atua como médico competente;
  3. A rua continua com a mesma denominação;
  4. Naquele tempo, a praça da Igreja, como era chamada, era simplesmente uma vasta área de terra arrodeada de frondosas figueiras, onde, com passar do tempo, surgiu um bom campo de futebol com os gols marcados por simples tijolos, em sua largura, onde a garotada ensaiava o seu futebol e era constituída de estudantes, como Zeca Demes, Defala, Fozi, Nilmar, Jesus e muitos outros e onde nasceu o Ubiratan, na década de quarenta, transformando-se num verdadeiro celeiro de craques, sobre o qual trataremos dentro do espaço reservado ao esporte rei;
  5. Venerável mestre da época, figura de escola na nossa sociedade, músico dirigente da União Artística Operária Florianense, responsável pela criação da “EUTERPE FLORIANENSE”, uma banda de música da referida entidade e onde nasceram grandes músicos, como mestre Eugênio, pai do delegado Chiquinho e outros, José Franco, João Alves, Pirulito e muitos outros;
  6. Na época foi, sem dúvida, influente precursor no desenvolvimento da religião protestante – hoje evangélica – através da Igreja Batista, a pioneira em nossa região da qual foi membro ativo e conceituado. Por três vezes, salvo engano, foi venerável da Loja Maçônica Igualdade Florianense com excelente trabalho, principalmente no ano de 1932, ano da grande seca do Nordeste, quando a Loja, cumprindo a sua obrigação, ajudou no combate à terrível estiagem e que hoje permanece, embora em menor intensidade e que se denomina região árida em nosso Estado;
  7. Nome que dispensa apresentação porque, embora oriundo do Estado do Maranhão ( Nova Iorque ) adotou Floriano como sua terra e aqui se desenvolveu, tornando-se funcionário competente e conceituado da firma Roland Jacob, a quem dedicou grande parte da sua laboriosa vida, tendo como companheiro de trabalho, Edmundo Gonçalves de Oliveira, Antonio Moreira Filho, além de muitos outros. Com o passar dos tempos, o senhor Edmundo criou a sua própria firma para exploração do beneficiamento do coco babaçu para extração de óleo. Com isso, o senhor Alderico deixou a Roland Jacob e passou a trabalhar na firma do senhor Edmundo de que, por sua capacidade, terminou dele tornando-se sócio e por força do trabalho a empresa cresceu com o advento de uma usina de beneficiamento de algodão e que gerou muitos empregos. Era casado com dona Gracy Fonseca Guimarães de cuja união nasceram Sérgio, Marcelo ( competente fotógrafo ) e o Júnior. O senhor Alderico, no ano de 2007, e que como maçom e rotariano, foi um exemplo de dignidade. Foi V. M. em 1952;
  8. Outra grande figura humana. Dono de uma bem montada sapataria na avenida Getúlio Vargas, esquina com a fuá Fernando Marques, onde fabricava seus próprios produtos, além dos importados de outras fábricas do País. Já rapaz, com uma certa idade, casou-se com a professora Maria Solimar Cunha, irmã do senhor Joaquim Alencar Cunha ( o Quincas ), velho comerciante da cidade. Do casamento surgiram vários filhos ( não sabemos quanto ) e que com o seu desaparecimento, preocupada com a educação deles, resolveu se mudar para Recife, onde fixou residência. Sabe-se que a meninada toda se formou e estão todos muito bem. Francisco Firmino Lima sempre foi comedido nas suas ações, econômico, conseguindo construir um prédio no fundo da sapataria onde serviu de residência, até que a morte o levou. Sabe-se, também, que somente há poucos anos, o referido prédio foi vendido para uma pessoa amiga da dona Solimar;
  9. Nos anos 30 / 50, desempenhou as funções de delegado, além de funcionário da antiga Mesa de Rendas, hoje denominada de Receita Estadual. Era pai do bancário Nilton Camarço e da mãe do político Freitas Neto, dona Maria Lídia, salvo engano;
  10. Conterrâneo do senhor Alderico Guimarães, tendo se iniciado no mesmo dia em 1946. Era comerciário, funcionário de importantes firmas, como Morais S/A e Edmundo Gonçalves de Oliveira. Era casado com dona Cirene Reis Borges, com quem teve quatro filhos, salvo engano, foi venerável por seis vezes;
  11. Outra pessoa importante e florianense ilustre. Casado com dona Jacy Sobral, filho de Teodoro Ferreira Sobral e pai do industrial no ramo de farmácia, Teodoro Ferreira Sobral Neto ( Teodorinho ) e cunhado do senhor Alderico Guimarães. Doutor Amílcar era farmacêutico e desempenhava outras atividades comerciais e foi venerável da Loja em 1948 e 1950;
  12. Funcionário do comércio tendo prestado, por muitos anos, seus serviços à firma do senhor Salomão Issa Mazuad, como viajante e balconista, foi prefeito municipal da cidade, substituindo ao irmão Fauzer Bucar, na década de 60 e de quem era vice-prefeito. Foi casado com dona Jamila Alelaf, não teve filhos e sempre residiu à rua Miguel Rosa, hoje rua João Dantas, numa casa junto à Casa de Saúde doutor Sebastião Martins. Passado o seu mandato de prefeito, assumiu a chefia do Centro Tributário local, no governo de Lucídio Portela. Foi venerável da Loja em 1951, 1964, 1967 e 1977. Faleceu nos anos 80;
  13. Irmão do coronel Mundico Castro, Agripino, Cristino e Ciro. Casado com dona Santinha, era pai de Augusto José Fonseca de Castro, que em 1979, foi guindado ao posto de Grão Mestre do Grão Mestrado do Estado do Piauí, federado ao Grande Oriente do Brasil. O irmão Luiz Castro morava à rua São João, num casarão, em cujo lugar foi edificado e instalada a Distribuidora Floriano. Augusto transferiu-se para o Oriente Eterno em fevereiro de 1982;
  14. Oriundo da cidade de Oeiras, aqui chegou como funcionário do INOCS – Instituto Nacional de Obras contra a Seca, hoje DNOCS, responsável pela construção da estrada Floriano / Oeiras nos anos 30. Após a conclusão da obra, Benedito Pinho resolveu fixar residência na Colônia de São Pedro de Alcântara, montando uma bem sortida mercearia no Mercado Público Municipal, que junto com a do senhor João Gonçalves Filho, avô do João Gonçalves Neto do cimento BOMFIM, eram, na época, as mais bem sortidas. Maçom de qualidades excepcionais, foi iniciado na Loja Maçônica Igualdade Florianense, ainda nos anos 30. Era avô de Benedito Gomes Pinho Neto;
  15. Era funcionário público estadual, comerciante, nascido na antiga Pedreira, hoje praça Francisco Nunes, casado com dona Maria da Fonseca Nunes, pai de Gesimar da Fonseca Nunes, o carequinha condutor de um fusquinha branco, modelo 1969. O seu pai, Francisco Nunes, foi um dos primeiros maçons iniciados na Loja Maçônica Igualdade Florianense no dia da sua instalação em 12 de outubro de 1908 e, nodecorrer do tempo, para ali levou os seus filhos Pedro, João Olindo, Genésio e Euclides, este iniciado do Estado de Goiás. Como se vê, uma verdadeira família maçônica;
  16. Pai de Almério Torres, também maçom, iniciado na Loja Maçônica Igualdade Florianense. O irmão, Antenor, desempenhou o veneralato em 1944;
  17. Velho Guarda Livros do comércio local no século XIX, porém, não conseguimos outros dados fundamentados. Sabe-se, entretanto, que dirigiu os destinos da Loja Maçônica Igualdade Florianense, como seu V. M. nos anos de 1915, 1917, 1919, 1921, 1923, 1925, 1929 e 1931;
  18. Pai, dentre outros, de Wilson Pereira, Chico Pereira, dona Iolanda, dona Socorro, dona Eulália, comerciante do ramo de sapataria, cuja loja se denominava de Sapataria Universal que se localizava na praça doutor Sebastião Martins, onde hoje está instalado um consultório médico ao lado do Banco do Brasil. Ali também era sua residência e a oficina onde eram fabricados calçados de todos os tipos da qual participou, como operário, o nosso amigo Pedro Pierre Brasileiro. Depois, mudou-se para a avenida Eurípedes de Aguiar, instalando ali um depósito de venda de bebidas, principalmente refrigerantes, onde passava o tempo, visto que naquele momento, com os filhos casados, só restou ao seu lado, a dona Socorro, sua dedicada esposa. Como Maçom, era atuante e teve como irmãos de sangue Benedito, José e Abdias Pereira da Silva;
  19. Foi, por muito tempo, funcionário da firma Roland Jacob, que era estabelecida onde hoje são as Lojas Maranata, de onde saiu para implantar o seu próprio negócio que consistiu, em sociedade com outros cidadãos, de instalação de uma usina de beneficiamento de coco babaçu, na produção de óleo do produto, tornando-se, por isso, pioneiro na nossa região. O nome de São Francisco de quem, ao que parece, era devoto, era o distintivo da usina e de seu armazém na avenida Getúlio Vargas e, hoje, sob a administração do seu filho do segundo casamento, João Gonçalves Neto. Em 1957, chegou ser eleito para o cargo de venerável, porém, não aceitou, alegando falta de tempo;
  20. Foi venerável da Loja em 1955 e gerente da filial da firma Moraes & Cia, localizada na avenida Getúlio Vargas e que em 1943 foi destruída por um pavoroso incêndio, fato que está relatado em outro local pela doutora Josefina Demes. Casado. Casado com dona Rosita, pai de Bibi, João, José, Antonio Afonso, Dorotéa, esposa do irmão Lauro, Rosita, esposa do senhor João Siqueira;
  21. Líder operário, dirigente em vários momentos da União Artística Operária Florianense, mantinha sua oficina na rua São Pedro, quase em frente ao Armazém São Pedro e residia na rua 7 de Setembro. Durante várias administrações da Loja, desempenhou vários cargos;
  22. Chegou aqui vindo de uma cidade cearense para assumir o cargo de gerente das Casas Pernambucana, tradicional empresa que tinha como slogan as palavras “ preços fixos, tecidos que não desbotam... “ As Casas Pernambucanas, filial de Floriano, foi instalada por muitas décadas na esquina da praça doutor Sebastião Martins com a avenida Getúlio Vargas, defronte ao prédio do senhor Calisto Lobo. O irmão Joaquim Anésio Batista Guedes conquistou uma amizade muito sincera com o doutorTeodoro Ferreira Sobral, pai do doutor Amílcar  e avô do Teodorinho e, impreterivelmente, às nove horas da manhã, saboreavam um cafezinho, ali, na tradicional Mascote, que ali se implantou, graças a uma idéia do João Miranda de Souza, por volta dos anos cinqüenta. O irmão Anésio, como era mais conhecido, foi venerávelda Loja em 1949, 1954 e 1957;
  23. Apenas desempenhou alguns cargos, enveredou pela política, mudou-se para Teresina e, como sempre acontece, esqueceu-se das suas obrigações com a Ordem;
  24. Foi gerente nos anos 40 / 50 de uma loja de tecidos de nome RIANIL, estabelecida no prédio do senhor Adala Attem, na praça doutor Sebastião Martins, próximo à Farmácia Santa Adelaide. Casado com dona Lizete Medeiros, pai do Erivan, excelente goleiro do Comércio nos anos 60 e ao que parece duas moças, cujos nomes fogem da nossa memória. Com o fechamento da Rianil, já aposentado, ainda trabalhou na firma do senhor Edmundo ( na Usina São Francisco ) e depois mudou-se para Teresina, onde passou a residir-se;
  25. Irmão de sangue e maçônico de Alderico Guimarães, a exemplo do 23, também não progrediu. Na vida profana, instalou a segunda livraria na cidade, onde hoje é a Loja Nordestina. A primeira livraria aqui instalada foi a de dona Nenem Machado no local onde é hoje a Sapataria Stylo;
  26. Foi, sem dúvida, um grande obreiro, dedicava-se de corpo e alma a sua loja e por isso galgou todos os cargos da oficina, inclusive o de Venerável Mestre em 1960. Aposentou-se como funcionário público estadual da Mesa de Rendas ( hoje, Centro Tributário ) junto a Manoel Camarço, João Alves, Genésio Nunes etc;
  27. Funcionário Público Estadual, pai do Geussis, um líder estudantil dos anos 50 e que faleceu em Goiânia. Dentro das suas possibilidades, foi obreiro razoável;
  28. Era gerente de uma firma com matriz em Parnaíba, intitulada de Machado & Trindade, que tinha o seu estabelecimento na avenida João Luiz Ferreira, esquina com a rua Bento Leão, junto ao qual estava a sua residência. Casado com dona Belisa, pai de doutor Nazareno Soares de  Araújo, advogado, político. A firma que explorava o ramo de compra de cera de carnaúba e outros gêneros, era estabelecida onde é hoje a Caixa Econômica;
  29. Neivinha, como era tratado foi, em vida, um dos mais experientes guarda livros da nossa cidade, prestando os seus serviços a importantes firmas de Floriano. Irmão de sangue do professor Abílio Neiva, dos senhores Demerval e Adelmar Neiva de Souza. Casado com dona Dulce Neiva e Rocha, com quem constituiu uma sólida família, dentre a qual está o irmão maçom Pedro de Alcântara Neiva. Neivinha era conterrâneo dos irmãos maçons, Alderico e Francisco Borges, tendo nascido na cidade de Nova Iorque, estado do Maranhão. Além de outros cargos, desempenhou o de Venerável Mestre em 1956;
  30. Foi sócio do Neivinha numa firma de compra de gêneros de exportação, que enquanto existiu era estabelecida onde hoje está localizado o prédio da Telemar na rua São João. José Mendes Vieira desempenhou alguns cargos, sem atingir o Veneralato;
  31. Veja o nº 2;
  32. Fez parte de muitas diretorias, desempenhando importantes cargos com muita dedicação. Funcionário dos correios e telégrafos na década de 50, adquiriu a caixa postal nº 4 e fez doação para a Loja que ainda hoje a ela pertence;
  33. Irmão de sangue do Genésio Nunes, tendo desempenhado, em várias diretorias o cargo de secretário, principalmente pela sua excelente caligrafia;
  34. Era proprietário das terras onde hoje está edificada a paróquia de Nossa Senhora das Graças, mudando-se para o centro da cidade, para o casarão da esquina da avenida Getúlio Vargas com Silva Jardim, onde também funcionou os correios e o antigo IAPC/INSS de propriedade da família Carvalho. Mudou-se para a cidade de Anápolis do estado de Goiás, por volta de 1960. Era um dedicado obreiro;
  35. Pedro da Fonseca Rocha, casado com dona Maria Herminia, cuja residência é pertinho da Loja não se adaptou ao regime e com o passar dos tempos, desistiu;
  36. Veja o que está escrito no número 5;
  37. Era dono de uma mercearia no mercado público, a exemplo do irmão Benedito Pinho e foi identificador do Ministério do Trabalho, o que expedia as carteiras profissionais e se constituía um excelente obreiro;
  38. Irmão de sangue de Pedro da Fonseca Rocha, que diferentemente demonstrou interesse pela causa macônica e ao se transferir para Brasília como funcionário do Banco do Brasil, ao que parece se desinteressou.


CAMPEONATO FLORIANENSE DE FUTEBOL AMADOR - 2011

Na noite da última terça-feira (31), foi realizado o enfaixamento das equipes campeãs dos Campeonato Florianense e Campeonato Regional realizados ano passado - 2011.

O evento ocorreu no Estádio Tiberão, em Floriano, com a presença de figuras ilustres, torcedores e dirigentes locais.

Em seguida foi realizada  uma partida entre as equipes campeãs, organizada pela Liga Florianense de Futebol (LFF) sob o comando do desportista Dogival Oliveira.

A equipe do São Paulo das Porteiras venceu a equipe do Canto da Vila pelo placar de 2 x 0.

Fonte: florianonet

BRAULINO DUQUE DE FRANÇA

Pesquisa e texto: Maria Umbelina Marçal Gadelha

Braulino Duque de França nasceu em Floriano em 1932, era filho de José Duque de França e Maria Rodrigues de Miranda. Sua primeira mestra foi a professora Neném Preá,que tinha por lema a disciplina. Também estudou nas escolas, Agrônomo Parentes e Ginásio Santa Teresinha.

Com o incentivo da família mudou-se para Fortaleza - CE, aos dezoito anos de idade  para estudar Direito e servir ao Exército.

Estudava e servia como militar, chegando a exercer a patente de Sargento, porém pediu baixa ao Exército depois de formado para exercia a tão sonhada Advocacia.

Atendia aos pobres sem cobrar honorários, com grande satisfação, e por isso, a classe operária o tinha como líder  na cidade e o tratava com grande respeito.

 Recebeu um convite  do Presidente da União Artística Operária Florianense, o senhor Luís Pinto, para fundar o Ginásio 1º de Maio, e, após um período conturbado na União Artística foi demitido, causando grande revolta na classe operária.

Foi casado com Maria do Carmo Gazze e tive dois filhos, Braulino Duque de França Filho e João Alberto Duque de França, também Advogados.

Deixou sua marca como diretor do Colégio Estadual. Sua gestão foi um período áureo para educação florianense. Nessa época Floriano era um referencial, disputada palmo a palmo com cidades de grande porte.

Gostava de ser chamado de prof. Braulino. Suas características mais marcantes são as seguintes: tinha várias características interessantes: exigente, autoritário, disciplinado, entusiasmado, participativo e ativo.
Acompanhava com zelo e entusiasmo aos ensaios da Semana da Pátria. Preparava um desfile, para encantar a platéia. Os pelotões de alunos pareciam príncipes e princesas com suas vestes becas e bandeiras impecáveis. O carinho pela banda era todo especial, pois a bateria era a sua paixão, por isso planejava o recrutamento dos componentes da banda cuidadosamente, e conscientizava a todos os membros da importante função que iriam exercer e do compromisso de ensaiar diariamente até chegar ao grau de satisfação desejada.

Fonte: César Sobrinho
http://www.acervo.floriano.pi.gov.br

2/01/2012

FALECEU O ILUSTRE ZÉ VENÂNCIO

Faleceu em Brasília (DF), uma das figuras ilustres da cidade de Floriano. O lendário Zé Venância, babeiro por muitos anos e protagonistas de histórias que são contadas pelos florianenses com satisfação, como exemplo, não perder um velório e colecionar gravatas, uma das peças que faziam parte do seu manequim diário.

José Venâncio estava na capital federal em tratamento de saúde. As primeiras informações sobre a morte de um dos grandes carnavalescos do município começam a chegar à cidade.

Por muitos anos o barbeiro José Venâncio trabalhou num local nas proximidades dos Correios, à Avenida Getúlio cargas, centro da cidade florianense. O período festivo de momo em 2012, não terá um dos “Ingratos” num dos blocos que é história na festa numas das maiores festas populares do Brasil.

Fonte: piauinoticias

Veja o video:

http://www.youtube.com/watch?v=y4WIx_vRRMc

Em tempo:

Na foto acima, observamos o Zé Fernandes, um dos alfaiates mais conhecido  e renomado da cidade, Zé Alberto ( o Dito, filho de Francisco Borges e de dona Cirene ) e o mais antigo barbeiro de Floriano em atividade,o nosso querido Zé Venâncio, num domingo, quando fazíamos um roteiro pelo centro da cidade no ano de 2010.

1/31/2012

PARA O RESGATE DA MEMÓRIA DA CIDADE


Djalma Silva, o Professor e suas memórias

Colaboração: Nelson Oliveira

FESTAS RELIGIOSAS

Foi a partir de 1875 que se deu em Floriano a construção da Igreja de São Pedro de Alcântara, que sediaria, mais tarde, a freguesia do mesmo nome. Um templo pequeno e modesto, estilo colonial, que com o passar dos tempos foi se tornando insuficiente e em desarmonia com o desenvolvimento urbanístico da cidade.

Conheci essa Igreja. Nela fui batizado, sendo meu padrinho o Padre Lindolfo Uchoa ( 1 ) e madrinha a modista Joana Pereira ( 2 ). Nela assisti, ainda pequeno, com companhia da minha mãe novenas, missas e outras solenidades. Nas festas do padroeiro, nesses tempos já bem distantes, faziam-se de arraial com barraquinhas dispostas pela praça ( 3 ) e números de diversões como a “quebra do pote”, a “morte do pato” e outras bastante populares na época.

A imagem colocada em seu altar mor no início não foi a do padroeiro São Pedro de Alcântara, mas a do Apóstolo Pedro.

A partir do ano de 1922, teve começo a ereção do novo templo. O atual, grande, moderno e belo logo atrás do primitivo. A construção prolongou-se até o princípio dos anos 30 , sendo concluído e inaugurado pelo padre Gastão Pereira. Contribuíram para o seu término católicos e protestantes ( 4 ), estes não obstantes à época de radicalismo religioso: e aos que doaram quantia igual ou superior a cinco mil réis foi facultado assinarem o livro de Ata da inauguração.

Na nova igreja Pedro Apóstolo continuou reinando por algum tempo, após passar por uma reforma que lhe deixou rubras as mãos. Finalmente foi substituído pelo verdadeiro patrono, essa imagem lindíssima que todos os que a conhecem e admiram foi oferecida pelo senhor João Luiz da Silva ( 5 ).

Recordo aqui as memoráveis festas realizadas na Igreja de São Pedro de Alcântara. As do padroeiro com as suas novenas muito concorridas, terminadas com missa solene e procissão pelas mais importantes ruas da cidade. Todas noites leilões e a “EUTERPE FLORIANENSE ( 6 ) tocando ádrio.

As festas de maio, mês de Maria. Dias e dias de novenas, a Igreja regurgitando de gente. A partir de certa época, cada estabelecimento de ensino tinha a sua noite em que procurava dar o máximo de seus esforços e de sua criatividade no proporcionar a assistência momentos de beleza e de enlevo espiritual. As noites patrocinadas pela Escola Normal Municipal de Floriano e pelo Ginásio Santa Teresinha, especialíssimas. Os diretores, as professoras e os alunos de ambos os estabelecimentos de desdobravam em dias de preparo de suas respectivas noites, visando impressionar a todos da melhor forma. Na Escola Normal, que dirigi por alguns anos, contávamos, inicialmente, com a colaboração dos esforços e do talento de dois inestimáveis mestres: Dona Filó Soares ( 7 ) e Eleutério Rezende ( 8 ). Eleutério compunha todo ano um hino para os alunos cantarem. E dona Filó Soares cuidava dos arranjos da Igreja, dos ensaios, do acompanhamento dos hinos no órgão e tudo mais que fosse necessário.
A festa de Santa Teresinha do Menino Jesus em que a Igreja se aplicava para abranger toda cidade e esta como que se tornava totalmente sagrada. Trinta dias de peregrinação pelos lares católicos com o pernoite da linda imagem da santa em um deles. E por fim a apoteose do encerramento. Nessas peregrinações a massa de fiéis, de devotos da Virgem de Lesieux, percorria as ruas da cidade cantando ao som de uma orquestra que me recordo em destaque, a flauta do Durvalino ( 9 ).

Porém as festas religiosas em Floriano do meu tempo não aconteciam apenas na Igreja de São Pedro de Alcântara. Tiveram lugar também em vários locais do seu então município. Famosas foram as festas de Nossa Senhora de Nazaré, as do Taboleiro do Mato ( 10 ) e Dois Riachos ( 11 ) e as de Nossa Senhora da Conceição na Manga ( 12 ), promovidas pela família do senhor Beija Freitas.

NOTAS EXPLICATIVAS

1 – que tem seu nome emprestado à Escola Normal;

2 – era o titulo dado às mulheres que confeccionavam vestidos e outras roupas femininas e que também eram chamadas de costureiras;

3 – que se constituía de uma vasta área com capim de burro nativo e arrodeada de frondosas figueiras, devidamente aparadas;

4 – hoje denominados de evangélicos e que naquele tempo eram combatidos com um certo radicalismo por alguns sacerdotes. Nos anos 50 assistimos muitos debates do nosso Padre Pedro e o senhor Milad com os americanos doutor Roberto e doutor Dewey em plena praça, onde cada qual puxava a brasa para o seu espeto com respeito recíproco;

5 – a esposa do doador era muito católica e era devota do nosso padroeiro;

6 – banda de música da União Artística Operária Florianense de que se tem saudade;

7 – mãe da professora Maroquinha, mãe do senhor Cristóvam Augusto e dona Virgínia, esposa do médico doutor Odilon Madeira Coelho;

8 – grande professor de música em diversos colégios da cidade e cidadão bastante conceituado, salvo engano, pai adotivo do Duzito e que nos anos quarenta foi destaque como goleiro do time de nome Ubiratan, formado exclusivamente por estudantes do Ginásio Santa Teresinha e que tinha dentre outros, Zeca Demes ( tio do Chico Demes ), Luiz Carlos Mouzinho, Everton, Raimundo Avelino, entre outros;

9 – grande flautista e também um excelente craque de bola, sempre fazendo uso de esmerada técnica;

10 – que ainda persiste;

11 – pouco se houve falar;

12 – ainda continua, tanto do lado do Piauí como do Maranhão.


1/26/2012

"O eleitor espera idéias inovadoras"

A pesquisa do Instituto Data AZ, que aferiu a preferência dos eleitores do município de Floriano, para a disputa deste ano, apresentou alguns aspectos que podem interferir diretamente no resultado final, quando serão eleitos o prefeito e os vereadores que passaram quatro anos (2013 a 2016) recebendo salários e regalias, tudo  financiado pelo contribuinte. A pesquisa foi realizada nos dias 14 e 15 de janeiro, e entrevistou 400 pessoas de 23 bairros e 3 comunidades rurais.

O primeiro aspecto, o mais óbvio, é que mantém a tendência do eleitorado pelo nome do advogado Gilberto Júnior (PSB), que representa o grupo do Governo do Estado. O segundo, também explicito, é o desgaste da gestão do prefeito Joel Rodrigues, fato que faz o vice-prefeito, o professor Oscar Procópio, aparecer na consulta com a maior rejeição e em segunda posição na opção dos entrevistados pelo Instituto.

Mas, o que chama a atenção mesmo é o número de eleitores em dúvida sobre em quem votar na próxima eleição. A sondagem espontânea para candidato a prefeito teve 69% de entrevistados que não sabem em quem votar. O abismo é maior na opção para vereador e 71% do potencial eleitorado está indeciso, sem escolha.

 Isso claramente demonstra que a eleição está aberta. Os político candidato, incluindo os vereadores, que estão mal na fita, não despertam tanta credibilidade. É o momento de surgimento de outras lideranças, o que é importante para alternar o poder na cambaleada Princesa do Sul.

O resultado da pesquisa indica, também, que a população quer escutar quais as proposta dos candidatos. Lógico que teremos de votar em algum deles, porém é preventivo apostar na melhor capacidade de projetar um futuro melhor. A população manifestou nesta consulta que precisa de mais informações sobre as intenções dos pretensos candidatos.

Prudente será se os candidatos ao invés de mostrarem a família, segurar andor de santo em procissão, posar falante em programa de rádio e TV, mostrarem, para os florianenses, que níveis de entendimento possuem sobre o desenvolvimento do município. Agora, querer disputar uma eleição numa cidade do porte de Floriano e não apresentar uma plataforma é o cúmulo do cinismo.

Considero que a eleição está aberta porque pode conter no número de indecisos os votos pra eleger o próximo prefeito. Serão eles, os duvidosos, que vão julgar, pelas propostas, sobre que saída teremos para o marasmo em que foi submergida a nossa tão amada terra natal, tanto pela fracassada gestão municipal como os descasos do Governo Estadual.

Imagino que, com este quadro, os candidatos terão que lidar com eleitores mais críticos, indignados e esclarecidos. Desejamos que o voto de cabresto desapareça desta próxima eleição e que a Justiça Eleitoral cumpra mais vezes o seu papel. “A  política é a ciência da liberdade”  - Pierre Proudhon.

Jalinson Rodrigues – Jornalista

1/24/2012

PARA O RESGATE DA MEMÓRIA DE FLORIANO


DJALMA SILVA ( o professor e suas memórias )
Colaboração: Nelson Oliveira

CARNAVAL
O mais que a minha memória alcança, vejo Floriano nos cordões do Rei Momo. Nos primeiros tempos do Zé Pereira, no sábado ( 01 ), anunciando o período da brincadeira. Homens fantasiados burlescamente, montados em jumentos, andando pelas ruas, cantando:
Viva o Zé Pereira
Viva o carnaval
Viva a brincadeira
Que a ninguém faz mal
Domingo era o dia do banho de água nos amigos e vizinhos. Cabacinhas de líquido volátil colorido atirado nos incautos, manchando-lhes momentaneamente as roupas, provocando sustos ou ira, que logo se desfaziam, felizmente. Jatos de água ou mesmo de lama, sugada das poças d´água da rua por repuxos de bambu ou folhas de flandres contra as pessoas ( 02 ). Uma farra. Era corrente na cidade, que todos os anos, nesse domingo, o senhor Dico Leão ( alto comerciante ) ( 03 ) ia dar banho no senhor João Matos ( 04 ).
Nos três , à tardezinha, havia o corso ( 05 ). Os poucos automóveis então existentes, conduzindo seus donos, familiares e amigos, capotas arreadas saíam da praça da Igreja desciam a rua São Pedro até a praça coronel Borges ( onde, atualmente, está edificado o poder legislativo municipal, construído na gestão Adelmar Pereira ), passavam pela rua Silva Jardim e subiam a avenida Álvaro Mendes ( hoje, Getúlio Vargas ). Isto muitas vezes até escurecer. Durante o corso, confetes eram jogados , serpentinas atiradas. O povo postado nas ruas e concentradas na praça da Matriz de tudo participando com alegria ( 05 ).
Os bailes à fantasia complementavam cada dia da festa tradicional. Bailes na casa do senhor João José Ribeiro, a princípio, mais tarde na residência do senhor José Gomes. Em época posterior, na casa do senhor Antonio Anísio Ribeiro Gonçalves. Estes eram para a chamada elite! Os operários dançavam na União Artística Operária Florianense e em alguns anos os seus bailes chegaram a acontecer na residência do senhor Sebastião Araújo, à rua São João ( 06 ).
Nesses bailes a tônica era a alegria contagiante expressa nas danças, nos cordões que circulavam pelas salas, os foliões estimulados pelas músicas eletrizantes que todos sabiam cantar dos carnavais passados e como do em curso; pelo ritmo das orquestras, todas locais, pelo lança perfumes não proíbidos e largamente usados de modo a impregnar o ar emanações.
Em meados dos anos 30, possivelmente em 1935, se não me falha a memória, surgiu um bloco de rua famoso: “O AMANTE DAS ARTES”, criado por inspiração de José Dutra, grande incentivador da arte musical em Floriano, e por ele dirigido; saiu dois anos seguidos, percorrendo as residências mais importantes da cidade, brincando com muita alegria e animação ( 07 ). Nesses dois anos usou fantasias de “pierrot”. Calças e blusas vermelhas no primeiro ano e calças brancas e blusas pretas no segundo ( 07 ).
A Porta Estandarte era a jovem Tintô Paixão. Para registro na história, cito aqui os nomes dos demais integrantes do bloco e os instrumentos musicais que tocavam.  José Dutra ( 08 ), flauta; João Dantas ( 09 ), violino; Arudá Bucar ( 10 ), flauta; Eugênio Pereira ( 11 ), trombone; Nestor Coelho ( 12 ), saxofone; Sebastião Araújo ( 13 ), Contrabaixo; João de Deus ( 14 ), pistom; Zezinho Rocha ( 15 ), saxofone; Francisco Paixão ( 16 ), violão; José Cairara, banjo; Otacílio Paixão ( 17 ), violão; Antonio de Passos Freitas ( 18 ), cavaquinho; Odali Paixão ( 19 ), cavaquinho; Genésio, cavaquinho; Michel Demes ( 20 ), maracá; Olívio Paixão ( 21 ), pandeiro; Francisco Dantas, pandeiro.
Com a fundação do Floriano Clube ( 22 ), o carnaval passou a se restringir a ele o da elite, pois o dos operários continou na União Artística Operária Florianense; todavia, vários blocos de rua ainda marcaram sua presença na cidade. Rafael Rocha, em crônica -, REMINISCÊNCIA – publicada no Jornal de Floriano, nº 367, fala dos “ÁGUIAS”, das “BAIANAS”. E Luiz Pinto de Oliveira ( in memorian ) ( 23 ), memória viva da cidade, fez lembrar-me do “BAMBA DA FOLIA” ( 24 ), que ele e outros elementos da União fizeram por muitos anos.
NOTAS EXPLICATIVAS
01 – Após longo tempo desaparecido, ressurgiu somente nos anos 90, numa promoção do senhor Ozires Freitas, sempre num sábado, também, uma semana antes do tríduo de momo;
02 – Tal ato ainda prosseguiu no tempo mais moderno, até nos anos70/80, alguns usando até graxa para sujar as pessoas o que felizmente não foi a frente;
03 – O senhor Dico Leão morava numa casa próximo onde está instalada a loja Maranata e o senhor João Matos, na esquina, “X” inde fica as Lojas Paraty;
04 – O senhor João Matos era baixinho e o senhor Dico alto e forte;
05 – Naquele tempo, a avenida Getúlio Vargas chamava-se Álvaro Mendes e foi batizada com o nome do velho caudilho em 1945, quando ele veio ao Piauí para a inauguração do Hospital que também tem o seu nome em Teresina;
06 – A casa do senhor Sebastião Araújo, que tinha a profissão de alfaiate, era edificada onde hoje está as Óticas Floriano;
07 – Esse tipo de procedimento durou, se não houver engano, até os anos 50/60, já no tempo dos “PIRATAS”; os trajes também eram muito parecidos, com diferença na dos Piratas, que usavam, na cabeça, um lenço vermelho;
08 – Então gerente da firma Roland Jacob, que teve também no desempenho do mesmo cargo, o nosso prezado senhor Manoel Alves de Almeida;
09 – Professor de música em vários colégios da época;
10 – Pai de Carlos Bucar, Bucar ( in memorian ), Maria Luiza, Elza, Elda entre outros, marido de dona Jasmina Waquim Bucar ( falecida );
11 – Maestro competente, funcionário público estadual, pai do delegado Francisco de Paula ( o Chiquinho ), fundou várias bandas de música, inclusive a “EUTERPE FLORIANENSE” da União Artística Operária Florianense;
12 – Casado com dona Edu, pai do médico Odilon Madeira Coelho e que nos anos 60, mantinha uma vidraçaria na rua São Pedro;
13 – Era alfaiate, operário do senhor Zezinho Rocha;
14 – Funcionário público estadual ( Mesa de Rendas ), pai do memorialista;

15 – proprietário de uma alfaiataria, na casa anexa à Farmácia Rocha, onde hoje está estabelecida uma calçadeira;

16 – pai da Tinto, a porta estandarte do Amante da Arte, era funcionário público estadual e exímio violonista, só usava terno de linho branco;

17 – filho do senhor Francisco Paixão, era barbeiro;

18 – Irmão do Sissi Freitas;

19 – Filho do Senhor Francisco Paixão, era funileiro;

20 – Comerciante por demais conhecido, pai de dona Ivone Demes, Miriam e outros;

21 – filho do senhor Francisco Paixão, desempenhava a profissão de barbeiro.

Coleção FLORIANENSES, Volume 12

  "Companheiros do Encontro Florianenses, atualmente sou a nova Presidente do Floriano Clube" - orienta a Diretora Verá Santos. Pa...