Hoje, falar do Emídio não é fácil. Mas, o florianense reconhece o grande comunicador do rádio que ele foi. Ele teve o dom da comunicação. Ele teve um timbre de voz característico e uma técnica de expressão própria. Ele teve a boa dicção, a empatia, a agilidade, a sensibilidade, a criatividade e a facilidade para lidar com o público, já que sabia das suas necessidades e desejos, como nenhum outro.
O seu dom serviu como uma linha de transmissão que transporta a energia elétrica. Ele transportava todas as emoções dos seus textos. Ele tinha o prazer de transmitir através da sua voz as emoções que iriam atingir o ouvinte.
Não obstante, o dom nasce com o locutor. E esse dom nasceu com o Emídio. E com ele nasceu a visão da emoção do som que era transmitida pela freqüência do rádio. Ele tinha algo mais do que a sua voz. Ele estava afinado com os anseios dos seus ouvintes e precisava valorizá-los com palavras verdadeiras, com desenvolvimento da cidadania e com a postura ética na realização dos seus programas. Ele foi honesto com seus colegas. Ele foi solidário em momentos difíceis enfrentados por membros de sua categoria e sempre respeitou o sucesso dos outros, uma vez que sabia como fazer a coisa acontecer, para que o bom rádio fosse uma meta de todos.
O Emídio sempre respeitou os seus ouvintes. Evitava fazer comentários maldosos, emitir opiniões preconceituosas e desrespeitosas para com o ouvinte e com o público em geral e procurava fazer do seu espaço de trabalho um ambiente democrático e de pluralidade de idéias, mesmo quando eram contrárias às suas.
O Emídio fez o rádio com amor. Ele não deixava que nada derrubasse os seus verdadeiros propósitos. Pois, sabia que o mesmo foi criado para aproximar e unir as pessoas.
Portanto, as manhãs do rádio florianense não mais serão as mesmas sem a sua voz. Mas, mesmo com a sua partida, o Compadre Emídio continuará sendo um profissional querido e respeitado por todos nós.
Airton Freitas Feitosa / Engenheiro Eletricista