11/11/2009

MEMÓRIA CULTURAL AGREDIDA



Plano Diretor do município, “adormecido em berço esplêndido”

Jalinson Rodrigues

Um dos mecanismos que a civilização humana tem para o aperfeiçoamento e continuidade de sua existência é a valorização da memória. É através desta atitude que a cultura se fortalece e os valores humanos são ressaltados, garantindo assim plena evolução.

O passado tem forte e decisiva influencia no nosso futuro. Assim, a preservação e difusão da história possuem importância estratégica neste processo. Porem, isso não é a compreensão geral da população e, muito menos, dos administradores públicos, responsáveis pelo quadro que hoje presenciamos na maioria dos municípios brasileiros. A produção simbólica da população é substituída por meros eventos, programações convenientes, que em nada contribuem para o processo civilizatório. Em Floriano, a realidade não é diferente e os descasos mais explícitos estão passando os prédios históricos. O município já completou um século de existência e acumula razoável número de construções antigas. Parte deste acervo, que compõe o patrimônio arquitetônico, são os prédios pertencentes ao estado, município ou famílias. Mas, o tempo passou e estes prédios, que antes tiveram uso e importância, hoje se encontram sem cuidados.

O Plano Diretor do município, “adormecido em berço esplêndido”, prever o tombamento de mais de 60 prédios, que representam a história arquitetônica de Floriano. A Catedral de São Pedro, os casarios sírios e outros prédios com características coloniais fazem parte desta seleção, como as ruínas das fazendas imperiais, que contam parte da nossa história. Cabe agora aos poderes cumprirem seus papeis. A Câmara Municipal deve apresentar Projeto de Lei determinando a preservação destas relíquias. A prefeitura deve acatar com rigor a aplicação das garantias legais.
Silenciosamente, a Catedral de São Pedro, na época Co-Catedral, perdeu todo o seu forro pintado a óleo, com imagens de anjos barrocos, quando foi trocado por forro de PVC. Esta mudança expõe insensibilidade dos gestores locais e do bispo de então. Bastava investir em profissionais capacitados e a restauração estava garantida.

Ainda assistimos outro caso absurdo: a prefeitura montou uma operação eleitoreira envolvendo a Praça Sebastião Martins. No período da campanha política, há mais de um ano, iniciou uma reforma que dura ainda hoje. O pior é que a praça foi totalmente mudada. A estrutura do bar Sertã foi demolida, com o argumento de que a base da edificação estava comprometida. Porém, os engenheiros não mostraram este laudo para a população, através dos meios de comunicação. Somente inventaram o convencimento. Já passou bastante tempo e nada foi concluído. Nesta agressão, muitos anos de história do município foram jogados no lixo. Se algum florianense ficou vinte anos sem visitar sua terra natal não reconhecerá a praça, quando retornar, pela total descaracterização imposta.

O patrimônio arquitetônico há anos está sem receber nenhum tipo de restauração eficiente. O que constatamos é que vários destes prédios enumerados no Plano Diretor estão em pré-ruínas ou sendo alteradas as fachadas. Em alguns, os públicos, apenas a pintura foi refeita pela prefeitura. Ação necessária, mas incipiente. O que falta na verdade é uma educação sistêmica, que envolva a história e a cultura do município. Uma política pública esclarecida, com poder de encaminhamentos e concretizações.

Para esta realidade é imprescindível a articulação de todas as entidades governamentais e não-governamentais, numa discussão aprofundada sobre a importância do patrimônio arquitetônico. Também, defender com intransigência a restauração urgente de todos os prédios históricos e fiscalizar o cumprimento das leis preservação já existentes. Queremos nossa história viva.

Fonte: www.noticiasdefloriano.com.br

11/07/2009

FOLCLORE ÁRABE - FLORIANENSE


ATITUDE SUSPEITA

Salomão Cury-Rad Oka

Na época áurea do comércio árabe-florianense, os clubes sociais e os clubes de serviço se caracterizavam por sua exigência em selecionar os freqüentadores.

Nos idos daquele tempo, fazer parte da seleta casta freqüentadora de agremiações como o Rotary Club de Floriano, Clube de Regatas, Maçonaria e o tradicional Floriano Clube ( foto ) demandava coleguismo, filantropia, caráter e, naturalmente, contatos sociais e dinheiro.

Na boa e democrática Floriano de hoje, basta interesse em servir ou em aparecer. Aliás, atualmente, ter o “perfil” de rotariano ou de maçom é mais importante que ter dinheiro ou posição social.

Durante um grande período do século XX, ser de origem árabe também era um fator importante a ser considerado ( talvez, por causa do enorme montante de valores que circulava nas mãos dos carcamanos ). Obviamente, existiam importantes famílias brasileiras que também eram partícipes dos movimentos sociais em Floriano.

Assim, pode-se dizer que existem as mais diversas histórias sobre sírios participando de eventos sociais e de agremiações. Nada que se comparasse às festas e banquetes que eles faziam só para si e para parentes, mas várias delas merecem registro por já estarem nos comentários populares há mais de sessenta anos, como o caso descrito aqui, que relata o que aconteceu quando um certo árabe, rico e participativo do “high society” dos anos cinqüenta, prestes a se casar ( há quem diga, já casado ) com uma linda moça de origem síria, quis adentrar nos salões do seleto FLORIANO CLUBE na companhia de duas belas funcionárias da casa de tolerância de dona Madalena.

O senhor Michel Demes era um sírio muito popular, pois tinha um modo peculiar de fazer as vendas no seu empório. Vendia de tudo lá, da “areia brilhante” ao perfume francês, o que fazia sua loja ser freqüentada por todas as classes sociais. Era uma verdadeira democracia: estudantes, vaqueiros, damas da sociedade, políticos influentes, enfim, qualquer pessoa podia entrar na “Casa do Michel”. Sempre conversava bastante com os compradores, tirando piadas e fazendo o cliente gastar mais que o necessário. Apesar da baixa estatura, tinha uns olhos azuis que exibiam um brilho encantador sobre o freguês e sobre as muitas namoradas que arrumava, deixando sua filha Ivone enlouquecida de ciúmes.

Naquele dia, ao fim do expediente, o senhor Michel subtraiu da loja dois vestidos de festa, sapatos, bijuterias e produtos de toalete para agradar às duas cortesãs e leva-las ao pomposo Floriano Clube. Apesar de trajadas como damas, a atitude era delatora. A palavra “batala” estava escrita em suas testas. Para quem não sabe, batala era a alcunha dada pelos árabes às moças de vida fácil. Ao passar pela portaria, um dos seguranças abordou o árabe, dizendo:

- Sinto muito, senhor Michel, mas o senhor não pode entrar com essas duas moças suspeitas!

Michel Demes, mais que depressa, respondeu:

- Suspeitas? – disse em tom de surpresa – Essas duas senhoritas não são suspeitas de maneira nenhuma! Elas são duas putas assumidas! As suspeitas estão aí dentro, misturadas com as damas de verdade, dançando com os maridos à noite e com os amantes de dia! Meu Deus, onde foi parar a democracia do Brasil!

Fonte: Voz de Floriano

11/04/2009

O LANCHE DECISIVO


O time do Palmeiras de Bucar participava de uma grande decisão na vizinha cidade de Guadalupe, mas como a estrada de acesso estava em péssimo estado, necessariamente, tiveram que viajar numa kombi pelo lado do Maranhão.

O time de Floriano, basicamente completo, com seus 11 titulares, de forma que quando chegaram nas proximidades de Boa Esperança, surpreendentemente teriam que atravessar o Parnaiba de canoa à vela.

De repente, quando o jogador Sadica percebeu que o rio estava cheio e a correnteza forte, foi logo se alterando:

- Porra, vocês sabem muito bem que eu não sei nadar; portanto, tô fora desse jogo! Vão vocês! Eu não vou, certo?

A preocupação era deveras delicada naquele momento com o nosso craque Sadica, sabendo todos que a sua presença dentro de campo era fundamental naquela grande final e, por unanimidade, a pressão era necessária:

- Ora, ora, tu num vai o quê, homem de Deus! Hoje, tu vai ter que aprender a nadar! Tu vai querer que a gente perca o jogo, hein? Essa canoa não vai virar, não! Fica tranquilo!

Finalmente, quando chegaram na concentração, por volta de 1 hora da tarde, a fome chega a apertar e os nossos jogadores começam a comer bolacha com guaraná antarctica.

De repente, depois que iniciara a partida, o zagueiro Zé de Tila começou a sentir-se mal, um embrulho na barriga, mas como não havia nenhum reserva, teve que ficar em campo.

O era duro e o nosso atacante Antonio Luiz Bolo Doce fazia um golaço, mas Zé de Tila não estava conseguindo acompanhar o ponteiro corredor Chico de Hermínia e o mesmo acontecia com o time adversário; eram gols lá e cá, até que Bolo Doce, não agüentando mais, foi lá atrás da zaga, pegou no braço de Zé de Tila e disse:

- Vai fazer número lá frente, pra ver se a gente ganha o jogo, certo!?

Aí, então, todos caíram na gargalhada!
............................................................................

Na foto acima, em pé - REGINALDO, SADICA, ANTONIO LUIZ, BITONHO, PRERERECA E OSMAR;agachados - ZILMAR, PECHINCHA, BAGANA, BUCAR, ANTONIO GUARDA, BRAHIM E PETRONIO em 1965

11/03/2009

PIAUIENSE É DESTAQUE NO FUTEBOL IRANIANO


O treinador Piauiense , Sávio Sousa, deixa o futsal e assume como treinador de futebol a equipe do Shensa Arak que disputa a Serie B do campeonato Iraniano de futebol. Sávio Sousa ficou conhecido por suas conquistas e ter revelado a base da seleção nacional do Iran, ganhando a copa do Irã, Irã super league, Campeonato Asiático de clubes campeões. O treinador levou o Shensa a conquista da Goden Cup em Portugal sendo a primeira equipe asiática a conquistar um torneio internacional na Europa, sendo por dois anos o melhor treinador de futsal da ásia e do Iran. Agora o piauiense encara um novo desafio.

Sávio Sousa vinha desenvolvendo seu trabalho como Gerente de futebol do Shensa Arak. O ex-treinador não agradava a diretoria por seus erros e seus resultados que não foram favoráveis ao clube. Com isso Sávio Sousa assumiu a direção técnica da equipe se tornando o treinador mais jovem do Iran a dirigir uma equipe de futebol profissional, em sua estréia jogando fora de casa contra a equipe do Shirin Faraz que foi rebaixada na temporada passada da Serie A, em sua estréia a equipe mostrou um bom futebol empatando contra uma forte equipe o resultado foi 1 X 1. Nessa quinta-feira, 29, jogando em casa Sávio Sousa conquistou sua primeira vitória da carreira como treinador de futebol, com o resultado de 1 X 0 e muitas chances perdidas.

Sávio Sousa disse o seguinte: “ foi uma partida com muita dificuldade por ter se realizado debaixo de uma forte chuva na primeira etapa, não tendo dessa forma, chance de mostrar um bom futebol. Na segunda etapa a chuva parou ai começamos a jogar com um bom toque de bola, chegamos diversas vezes na cara do gol e fizemos um gol que foi o suficiente para conseguir os 3 pontos”. ( Fonte: piauinoticias.com ).

11/02/2009

DEBATE PARA REITOR DA UESPI EM FLORIANO


Os candidatos a reitor da Universidade Estadual do Piauí participaram na sexta-feira, 30, no auditório do Campus da UESPI Dra. Josefina Demes em Floriano de um debate que envolveu professores e alunos do órgão de ensino. A professora Ana Maria, diretora do Campus, disse que esse encontro de educadores que almejam administrar o órgão no estado, serviu para entrega do auditório que passou por uma reforma geral.
Foi o primeiro evento realizado no auditório, após o investimento.

Um dos candidatos, o professor Eurípedes Soares disse que está preparado e tem certeza que em janeiro estará assumindo a reitoria para dar uma nova estrutura e uma mudança completa no Campus de Floriano. Entre os seus projetos, está o melhoramento da biblioteca, criar uma clínica escola e um ginásio para atletismo, além da construção de uma piscina que possa proporcionar aos educadores físicos mais facilidades nas atividades.

O Élio Ferreira que está em campanha para chegar à reitoria disse que o debate teve um bom nível. O professor está acreditando em uma boa votação no Campus local, por ser o único dos quatro que é florianense. Uma das suas propostas de campanha, afirmou, é a valorização dos profissionais que atuam no órgão em todo estado, mais atenção aos estudantes e não esqueceu de falar na implantação de uma nova biblioteca, e procurar meios de investir num laboratório mais avançado, quadra de esportes e piscina. O florianense quer aproximar os jovens carentes da universidade com programas sociais, que possam beneficiar centenas de menores como exemplo: jogos por meios de escolinhas de futebol, capoeira e natação.

O professor Carlos Alberto disse que a universidade está hoje com muitos problemas e que pretende revolvê-los, se chegar e reitoria. O educador prega que o estado deva ter campus democráticos com gestão que siga o mesmo direcionamento, quanto à democracia. O fogo da sua campanha, enfatizou, “está voltado a um compromisso com sociedade universitária e com a participação de todos”. O resgate da dignidade estudantil foi colocado pelo candidato como principal meta de campanha.

Já professora Valéria Madeira, atual gestora, disse que esse momento é de avaliação da sua gestão em termo de indicadores educacionais. Colocou, que algumas das reivindicações feitas pelos participantes durante o debate, estarão sendo colocadas como propostas de campanha e devem ser colocadas em prática na sua próxima gestão. A candidata a reeleição, disse que muito tem ainda a ser feito como reitora e externou que o investimento feito no auditório do Campus dra. Josefina Demes em Floriano faz parte das melhorias da sua administração. Quanto à biblioteca, disse que livros devem estar chegando em breve, como também, projetos de ampliação da mesma, climatização das salas de aulas, parte esportiva para alunos de educação física e um laboratório de biologia. Esses, são projetos que estão elaborados, finalizou.
( Fonte: www.piauinoticias.com )

CORI-SABBÁ FORA DA COPA PIAUI


Depois de um primeiro tempo sem muita inspiração, a Sociedade Esportiva de Picos terminou vencendo o Corisabbá na noite deste sábado (31/10), no Estádio Helvídio Nunes, pelo escore de 2 a 0, resultado que lhe deu de volta a condição de lider isolado da Fase Classificatória da IV Copa Piauí. Com direito a gol do goleiro Marquinhos.

Ninguém esperava um rendimento tão fraco dos donos da casa durante a primeira fase do jogo. A SEP não tirou proveito nem do fato da delegação do Corisabbá, chegar ao estádio com menos de meia hora para o início da partida. Sem criatividade, o ataque teve poucas chances de marcar. E o Corisabba, quando encontrou espaço, tentou o gol, como num chute perigoso do meia Juliano.

Na volta do intervalo, porém, as coisas se arrumaram e o time de Maurício Simões começou a dar o ritmo do jogo. O time já era melhor quando Rigoberto, aos 19 minutos, com a cabeça, abriu a contagem para alegria do torcedor picoense. Bem diferente da pouca produtividade do primeiro tempo, a SEP melhorou mais ainda com as entradas de Ticô e Nino, que substituíram Denis e Cristiano Jesus, respectivamente.

Em algumas estocadas, porém, o Corisabbá ia ao ataque. Como em novo chute do bom meia Juliano, oferecendo perigo ao gol de Marquinhos. Em grande noite, porém, Marquinhos fez grandes defesas e coroou sua atuação com um gol de falta "à Rogério Ceni", dando números finais ao placar de 2 a 0.

Com esta vitória, a SEP assumiu a liderança isolada mais uma vez, desta feita com 20 pontos ganhos, enquanto o Corisabbá deu adeus e apenas cumprirá tabela na rodada final, diante do Piauí. A atuação do árbitro Wanderson Lima foi muito boa para quem estava apitando pela primeira vez no futebol profissional. O público é que não foi o esperado. Apenas 588 pagantes. Muito pouco para quem já teve o dobro em outros jogos desta mesma competição.

FICHA TÉCNICA

PICOS 2x0 CORISABBÁ (IV Copa Piauí - Fase Classificatória - 9ª rodada); Data: 31/10/2009 (sábado à noite); Local: Estádio Municipal Helvídio Nunes (em Picos); Arbitragem: Wanderson dos Santos Lima, auxiliado por Carlos Lustosa Filho e José Valmir dos Santos Xavier.

Renda: R$ 3.325,00 com 588 pagantes.

Gols: Rigoberto (cabeça) 19 e Marquinhos (falta) 40 do 2º tempo.

Picos - Marquinhos; Denilson, Roni, Emerson e Fabiano; Denis (Ticô), David, Clayton (Lucas) e Marcinho; Cristiano Jesus (Nino) e Rigoberto. Técnico: José Maurício Fernandes Simões.

Corisabbá - Rogério; Bibio, Lira, Lenilson e Hitalo; Patrício Pitbul, Kleber, Juliano (Estiloso) e Vanin; Romário e Jader (Gilvan). Técnico: Rilmar Barbosa ( Mocó).

Fonte: Portal Acessepiaui - por Severino Filho

11/01/2009

AMOR À VIDA


É DO SEU ZÉ LEONIAS - CHAPÉU "SAVIOUR"!

CHICOLÉ de Floriano ( grande craque e piolho de bola, o ponteiro esquerdo da foto quando jogou no Palmeiras de Bucar ) era quem dizia prá gente - “Vocês sabem muito bem como fui criado, o meu pai foi muito rígido na criação dos filhos; lá em casa, tinha dia, que quando ele estava zangado, o único amigo que entrava lá e conseguia sair comigo pra jogar ChicoKangury de Jerumenha.

Mamãe gostava muito dele e o seu pai, seu Vicente Kangury era um dos amigos confidencial do meu pai, e o outro era o senhor Antonio Segundo, grande enfermeiro, que ajudava até a operar gente no Hospital. Pois bem, aconteceu de ter um jogo importante em Jerumenha. O papai em casa estava zangado, eu teria que ir escondido e voltar no mesmo dia. O Deoclecinho possuía uma caminhoneta e sempre era o encarregado de ir buscar-me e deixar em Floriano, quando acontecia este impedimento.

Distancia de Jerumenha para Floriano, 10 léguas e meia ( 67 km ). O Jogo naquela época começava às três e meia da tarde, porque era para terminar ainda com a claridade do dia.

A estrada era piçarrada e Deoclecinho gostava de pisar no acelerador, que se a gente olhasse pro lado via as arvores curvadas. Saímos de Floriano depois do almoço, só a mamãe sabia disso. Ao terminar o jogo, o Deoclecinho foi apanhar-me no campo e já chegou com o seu Zé Leonias de carona pra Floriano.

Ao sairmos de Jerumenha, uma senhora grávida, com dores de parto, pediu carona também, mas como a caminhoneta era de cabine simples, educadamente desci e dei o meu lugar para a senhora, mas o seu Zé Leonias disse, com toda a calma do mundo - “não, meu filho, não se preocupe, você está cansado, que eu vou na carroceria, pode deixar”.

Eu ainda ponderei, mas ele não aceitou e subiu na carroceria da caminhoneta. E o nosso amigo Deoclecinho saiu rasgando, só fiz o sinal da cruz e pronto. O que se ouvia era só o gemido da mulher e a preocupação do motorista para que ela não parisse na beira da estrada.

Quando estávamos passando no Papa – Pombo, já próximo de Floriano, o seu Zé Leonias de repente bateu na cabine pedindo parada. O Deoclecinho parou o veículo e perguntou o que foi, ele desceu e, calmamente, disse: "meu filho, o meu chapéu caiu lá atrás e eu vou voltar para procurar, pois é muito familiar, não se preocupe comigo, podem ir embora com a mulher, que chego em Floriano. Ai entramos num acordo, eu ficava com o seu Zé Leonias e Deoclecinho ia levar a mulher no hospital e voltava pra buscar a gente.

Quando ele saiu na camioneta, o seu Leonias disse pra mim: "meu filho, eu tenho amor à minha vida, o chapéu não caiu, não, eu mesmo joguei fora para ele poder parar e eu descer; olhe, meu filho, Deus me livre de andar mais com um homem desses.

Pegamos o chapéu e uma carona em um caminhão e, antes de chegarmos em Floriano, cruzamos com Deoclecinho, que já ia retornando para Jerumenha.

O senhor José Leonias era muito tranqüilo, gente boa, esposo da dona Joana, pai do Tadeu, Neno, Maria José, Budim, Daniel, Mario e muitos outros. Amigo do senhor Vicente Kangury, Antonio Sobrinho, Antonio Segundo, Chico Amorim e do meu pai Lourival Xavier.

Moral da resenha: cheguei em Floriano ainda com o tempo de justificar a demora.


Semana da Consciência Negra

  A Semana da Consciência Negra Kizomba promete emocionar e inspirar Floriano nesta terça-feira, 19 de novembro, com uma programação rica em...