1/18/2009

MILAD ABRAÃO KALUME


Pesquisa e texto: Mª Umbelina Marçal Gadêlha

Filho de Abaão Kalume e Maria Zarur Kalume, Milad Abraão Kalume Nasceu em Malula (Síria), no dia 25.12.1896. Daí o seu nome Milad, que quer dizer nascimento.

Malula é uma pequena cidade 30 km distante da capital Damasco.

Lá também, nasceram: Assad Kalume (seu irmão), seus primos Dib Jorge Barguil, Gatasse Elias Kalume e Abib Kalume, dentre outros parentes.

Milad Abraão Kalume ajudava seu pai Abraão no pastoreio e no tratamento e conserto de ossos quebrados das ovelhas de seu rebanho e de rebanho vizinhos.

Além de sua língua prática, o árabe, Milad falava o aramaico (língua morta, usada no tempo de Cristo e preservada até hoje na cidade de Malula), um pouco de grego e, fluentemente, o francês.

Fez seu curso primário em Malula e estudou 3 (três) anos no Seminário do Líbano, quando foi convocado para a 1ª Guerra Mundial (1914/1918). Ao terminar o conflito (serviu ao Exército cerca de seis meses), não mais voltou para o Seminário, mas regressou a Malula para ajudar ao seu pai nos serviços agropecuários de manutenção da família.

Em 12 de outubro de 1924, casou-se com Málaque Francis Kalume, e, logo após, partiu com ela para o Brasil, à procura de seu irmão Assad Kalume, já radicado em Floriano, desde 1906 onde mantinha bom estabelecimento comercial.

O Sr. Assad, conhecido como Said, era casado com D. Maria Zarur Kalume. O casal teve 7 filhos: Abraão, Elias, Farisa, Olga, Leônidas, Aleksandra e Antônio José.

Chegando em Floriano, em 20 de janeiro de 1925, hospedou-se na casa de deu irmão (Assad), e trabalhou como balconista na “Casa Assad Kalume”, por um período de 1 ano.

Em 12 de 04 de 1926 abriu em associação com seu primo Gabriel Zarur, uma pequena loja, na Praça da Igreja, atual Praça Dr. Sebastião Martins.

Esta sociedade durou 2 anos, e Milad resolveu abrir seu próprio negócio: uma loja de sortimento variado próprio da época: tecido, ferragens, louças, utensílios de cozinha, linhas, perfumes, artigos de toucador, chapéus, meias, material escolar e de pesca, tênis, ferramentas, tintas e vernizes para carpinteiro, açúcar, café em grãos e colorau.

Em 1940/41, construiu sua nova moradia, na então Praça do Mercado, atual Praça Coronel Borges, onde residiu até seu falecimento.

Entre as décadas de 1950 e 1960, construiu 10 salões para alugar.

Aposentou-se em 1965. Ficou sócio da Livraria e Papelaria Alvorada, fundada em março de 1962, junto com seu filho Gabriel Kalume.

Era católico fervoroso, e transmitiu aos filhos a educação cristã. Conhecedor e leitor assíduo da Bíblia, costumava “discutir” com pastores protestantes sobre os pontos divergentes entre as duas religiões. Pertenceu a todas as associações religiosas da cidade e foi, por muitos anos, Presidente da Associação Beneficente São Vicente de Paulo.

Gostava de prestar assistência àqueles que, com braços ou pernas quebradas, iam ao seu encontro em busca de socorro. E, com dedicação e paciência, apesar de utilizar processos artesanais eram socorridos. Posteriormente, em 1974, esse atendimento passou a ser feito com a supervisão do seu filho, o médico ortopedista Dr. José Afonso.

Milad faleceu em 14 de abril de 1975, de embolia cerebral, deixando consternada a comunidade florianense, seus amigos, familiares, viúva, 11 filhos e 23 netos.

São seus descendentes:

  • Maria de Lourdes Kalume Reis, Viúva de David de Carvalho Reis. Filhos: Carlos Alberto, Paulo Afonso e Maria de Lourdes.
  • Râmiza Kalume Brígido, viúva de Francisco de Assis Brígido. Filhos: Franklin e Mônica.
  • Clarice Kalume, já falecida.
  • Teresinha Kalume, Casada com Jorge Kalume (filho do saudoso Abib Kalume).
  • Maria do Carmo Kalume Hidd, casada com Aziz Elias Hidd, ambos falecidos em 1983. Filhos: Regina Coeli, Rejane e Ricardo.
  • Pedro de Alcântara Kalume, casado com Maria Aparecida Cárdenas Kalume.Filhos: Rita de Cássia e Milad Kalume Neto.
  • Gabriel Kalume, casado com Gêisa de Sousa Martins Kalume.Filhos: Sílvia e Ricardo.
  • Amina Kalume Reis, casada com Antônio Marques dos Reis.Filhos: Karla, Káthia, Antônio Filho, Marcelo, Cláudio e Karenne ( gêmeos)
  • Maria da Salvação Kalume.
  • José Afonso Kalume, casado com Márcia Albuquerque Kalume. Filhos: Camila e Flávia.
  • Antônio de Pádua Francis Kalume, casado com Maria das Graças Cavalcante Kalume. Filhos: Débora, Youssef e Clarice.

Em 25 de dezembro de 1996, aconteceu o primeiro centenário de Milad Abraão Kalume. Um cidadão que merece o reconhecimento da comunidade florianense, pelo seu trabalho prestado, por sua simplicidade, honradez, dignidade e, sobretudo, por seu espírito humanitário de serviço ao próximo.

GALERIA


Essa é a nossa avenida Esmaragdo de Freitas, mais conhecida como a GALERIA, que vai até o Buraco da Malária. Quando a gente era criança, brincávamos por aí tomando banho de chuvas.

O tempo passou, mas observamos que o seu aspecto ainda continua o mesmo. Não sabíamos dos riscos que corríamos, à época, porque o que queríamos era mesmo brincar, correr e pular.

Seria de suma importância, entretanto, se as nossas autoridades fizessem uma campanha, uma vistoria junto à comunidade local, no sentido de revitalisar esse nosso tradicional logradouro; evitaria-se a proliferação, inclusive, do mosquito da dengue.

A foto foi enviada pela nossa amiga florianense Arlenilde Andrade, que hoje mora em Brasília.

1/17/2009

O VENENO ESTÁ NO CORAÇÃO

O VENENO ESTÁ NO CORAÇÃO
Por - Salomão Cury-Rad Oka

Conta uma antiga história árabe-florianense que uma jovem recém-casada estava tendo problemas com a sogra. Para resolver o problema, decidiu que mataria a velha envenenada, mas temia ser descoberta e presa pelo delegado de Floriano na época, Major Carlino Nunes, famoso por castigar os criminosos com mão de ferro.

Ficou sabendo, numa conversa com amigas, de um carcamano famoso por ter trazido da Síria conhecimentos sobre como curar as mais diversas doenças. Sua “especialidade” era, sem dúvida, a ortopedia, pois reduzia fraturas com perfeição, mas também entendia de ervas, garrafadas, emplastros e chás. Usava esses conhecimentos para curar sem cobrar nada do “paciente”.

Nos idos dos anos 20, quando não havia acesso a medicina, as pessoas recorriam a quem pudesse lhes ajudar. Esse carcamano, chamado Milad Kalume, era uma dessas pessoas sempre dispostas a ajudar. Morava próximo ao mercado central (atual praça Coronel Borges), onde a afluência de transeuntes era intensa e onde costumava acudir de bom grado quem lhe pedisse socorro. Suas curas eram incríveis. Verdadeiras façanhas terapêuticas aconteceram através das mãos de “seu” Milad, de modo que os brasileiros achavam que seu nome era “Milagre” Kalume.

E por isso que a jovem foi procurar “seu” Milad. Ao encontrá-lo, nem sequer se apresentou, indo direto ao ponto:

― Senhor Milad, preciso da sua ajuda. Casei-me recentemente e não suporto a minha sogra! Ela é horrível. Não consigo acreditar que meu marido, que é uma pessoa tão doce, saiu de dentro dela. Ela é uma verdadeira jararaca. Intromete-se em todos os meus assuntos conjugais. Seria melhor se aquela velha morresse e me deixasse em paz com o filho dela. Por isso vim aqui. Quero que o senhor me dê um preparado de ervas que a mate de maneira rápida e que não levante suspeitas sobre mim. Preciso de um veneno realmente forte.

Surpreendentemente, ao invés de repreender a jovem e revoltada nora, “seu” Milad disse, naquele português rebuscado e com um leve sotaque árabe:

― Eu tenho exatamente o que você precisa, “iá habiba”. Um veneno muito “botente”, feito de ervas que eu trouxe da Síria. Não tem sabor e não deixa rastros na corrente sanguínea. Todavia, mata muito lentamente que é para não se levantarem suspeitas. A “bessoa” que o tomar diariamente misturado na comida, sentir-se-á forte num primeiro momento e depois, paulatinamente, há de ficar cada vez mais fraca, simulando uma doença séria, para a qual não há diagnóstico. Vai chegar o dia em que simplesmente a alegria vai embora e a “bessoa” morre sem acusar o envenenador.

― E eu vou ter que esperar muito? ― perguntou a jovem. Seu Milad sentenciou:

― É “breciso” ter paciência, minha cara, pois o efeito do veneno é acumulativo e só piora com o passar do tempo. Mas, para garantir que ninguém desconfie de ti, trata a tua sogra com respeito, paciência e carinho. Se ela começar uma briga, fica calada e espera o dia em que o veneno vai te dar consolo. Faz as vontades dela e prepara a comida dela todos os dias. Oferece para ela chás, café e refrescos e neles coloca um pouquinho do veneno. “Te faz” de amiga atenciosa e ouve sempre o que ela tem a dizer. Procura resolver problemas para ela. “Te faz” presente e vê todos os dias o veneno fazer o efeito desejado.

A jovem ouviu com atenção e foi para casa com pressa para por em prática o plano arquitetado pelo árabe.

Todos os dias dava atenção à sogra, fazendo-lhe pessoalmente o prato e tratando-a com respeito e carinho dissimulados, para ir colocando sempre na comida dela doses pequenas do veneno dado por “seu” Milad.

E aconteceu como o árabe previra. A sogra passou cerca de cinco meses mais forte do que nunca, até que, entrando no sexto mês, a velha acamou-se com uma doença misteriosa, que lhe deixara febril e com uma forte diarréia.

Ao ver a sogra muito mal, a jovem preocupou-se. Naquele tempo em que tratara a sogra de maneira dissimuladamente carinhosa, aproximara-se dela, conseguindo enxergar o que o rancor não lhe permitia. No fundo, a sogra era uma boa pessoa. As brigas aconteceram simplesmente porque a necessidade de ter que repartir a atenção do filho com outra mulher, mais jovem e exógena, incomodaria qualquer mãe.

Percebendo que já gostava muito da sogra, a jovem se desesperou. Como poderia deixar a mãe de seu marido simplesmente morrer envenenada? Que traição mais cruel, essa que ela planejara! Resolveu procurar o carcamano mais uma vez. Ele haveria de ter um antídoto tão potente quanto o veneno.

Logo que “seu” Milad a viu, foi logo perguntando se a velha já tinha ido para o inferno.

Ela lhe contou o problema. Falou-lhe que a velha esteve mais forte do que nunca durante um tempo e que, de repente, caiu acamada, com febre e disenteria. Disse-lhe do seu arrependimento em querer matar a sogra e suplicou ao árabe que lhe desse um antídoto o mais rápido possível.

O carcamano caiu na gargalhada. Quando se recompôs, segurou as mãos da jovem e disse olhando-lhe nos olhos:

― Minha cara, o veneno estava no teu coração. Aquilo que eu te dei para ser misturado na comida de tua sogra eram vitaminas. O melhor antídoto é o amor e esse eu te ensinei a administrar no dia em que me procuraste. Vai pra casa e faz um chá de olho de goiaba para tua sogra que ela está é com dor de barriga mesmo.

CAIS DO PORTO



Painelzinho feito em azulejo do Cais do Porto, que mandamos editar através de um artista de rua, para não sair do saudosismo.

São momentos que estamos sempre resgatando, para manter a tradição de nossas belezas, para nos distrair e nos proporcionar viagens através dos bons tempos.

Na verdade, estamos construindo idéias, na tentativa de poder oferecer nossa colaboração para os que amam a Princesa do Sul

1/15/2009

RETRATOS


Foto extraída na altura do antigo Regatas, clube social que agitava a juventude Florianense, principalmente no mês de julho, quando das famosas Regatas de Julho.

O último reveillon na Princesa nos proporcionou muitos passeios, saraus e reencontros, onde soubemos aproveitar o bastante.

Podemos sonhar, sempre, em voltar à velha Floriano, que no momento atravessa um momento de transição quanto às suas mudanças e reformas estruturais.

1/14/2009

REVEILLON II




Outro bom momento durante o último reveillon em Floriano. O pessoal aí da velha guarda se reencontrando para um bate papo legal.


O Júlio, o Zé Luís, o Delson, este saudosista e o João Vicente num fim de tarde no restaurante Flutuante resgatando boas lembranças e matando a saudade.


São momentos importantes, de maneira que precisamos fazer o registro, pois o novo chegou e ainda estamos buscando os caminhos no rumo da felicidade.

1/12/2009

REVEILLON


Momento de descontração, depois do reveillon da Princesa no aconchegante restaurante do Flutuante.

Estávamos, ali, recordando os bons tempos de Floriano esse saudosista, o Carioca e o Puluca, sentindo a brisa do cais do porto.

Floriano tem melhorado, sim, mas precisa atentar-se, principalmente, na parte do saneamento básico. As nossas autoridades, necessariamente, precisam tomar uma posição e a população uma atitude, no sentido de cobrarmos de maneira inteligente a revitalização dos nossos passeios públicos, tá certo?

ALDÊNIO NUNES - a enciclopédia do rádio florianense

  ALDÊNIO NUNES – A ENCICLOPÉDIA, NUMA ENTREVISTA INIMITÁVEL, MOSTROU POR QUE SEMPRE ESTEVE À FRENTE! Reportagem: César Sobrinho A radiodifu...