6/29/2007

CAMPO DOS ARTISTAS


O velho e saudoso Campo dos Artistas, hoje, encontra-se totalmente abandonado e descaracterizado, mas sobrou, pelo menos, o velho cajueiro, que servia de ponto de encontro dos bastidores dos antigos torneios amadores, momento lírico na década de sessenta.

Seria importante, se pudéssemos ter tomado as iniciativas necessárias, no tempo certo, e termos recuperado aquela bela ala futebolística, no sentido de promover eventos esportivos para a nossa juventude.

Eu me lembro, ainda, de ter pratipado da educação física, ali, com o Sargento Geraldo e professor Abdoral, que mostravam serviço e disciplina para com os mucurebas. Havia, depois, as peladas e os jogos, que nos daixavam vaidosos com as belas jogadas e jogos emocionantes que ali foram disputados.

Certamente, que as coisas hoje estão mudadas em nossa terra, mas é preciso estarmos atentos com essas mudanças, para que Floriano possa estar sempre em nossos corações.

RUA PADRE UCHOA


As nossas ruas sempre tiveram um brilho místico, que geralmente marca a nossa trajetória de vida. Esses lugares nos deixam paralisados em pensamentos, buscando uma certa paz interior.

Hoje, apenas o asfalto quente nos tira essa poesia e a pureza dessas paisagens, que precisam dar frutos ao progresso. Nossas emoções certamente que serão suportadas em nossas gargantas entaladas pelo choro espontâneo que carregamos.

Precisamos preservar esses momentos, guardar nos baús das lembranças aquelas marcas que um dia foram gravadas na memória daqueles que por ali corriam feito doidos nas brincadeiras da infância.

Os oitizeiros são o testemunho puro de nossas traquinices vividas por entre ruas e becos no balacondê e nos tiros dos caubóis das brincadeiras de quemente que os mocinhos construíam na pura imitação dos sonhos eternizantes.

MUDANÇAS



Chegar ao cais do porto é maravilhoso, aconchegante, é místico. Depois de tanto tempo, de repente, observamos que estamos de volta ao aconchego. O filme vai passando e vamos lembrando dos tempos de outrora.

As mudanças estão sempre acontecendo, certamente. Floriano é uma nova cidade, mas que não esquecemos jamais de sua meninice. A Princesa entra nos seus cento e dez aninhos nos proporcionando uma idéia nova de vanguarda, mostrando um caminho novo e expectativa de dias melhores.

Estamos começando a limpar a cidade. O nosso ar está vindo novamente com um oxigênio puro e outras feras e novas lideranças começam a despontar na velha torre. A Maria Bonita é um trunfo ímpar e o Flutuante mantém a sua tradição.

Vamos edificar, portanto, uma nova etapa e contrução de vida. Esses ( re ) encontros poderão, talvez, serem saudosistas, mas que se consituem numa nova filosofia de vida para quem quer viver feliz e traduzir à comunidade local uma mensagem de otimismo e esperança para todos nós.

É um novo tempo. Quem viver, verá!

Foto: Agamenon Pedrosa

6/28/2007

ESCOLA NORMAL


ESCOLA NORMAL

Por: Seu Nelson Oliveira

1929 foi um ano excepcional para educação em Floriano. Além do Grupo Escolar Agrônomo Parentes, foi fundado o Liceu Municipal Florianense, e, anexo a ele, a Escola Normal Municipal de Floriano. Estabelecimentos que a cidade deve a uma plêiade (grupo) de homens de escol (nata, fina flor) entre os quais Dr. Osvaldo da Costa e Silva, Dr. Theodoro Ferreira Sobral, Dr. José Messias Cavalcante, com o apoio do deputado estadual, Dr. José Pires de Lima Rebelo.

A época caracterizava-se por um extremo elitismo na educação que se traduzia principalmente no excesso de cautelas e exigências com que as autoridades procuravam cercar a instalação de escolas. E o LICEU não pôde ter vida longa. Em 1932, após frustração e desastres, como bem expressa o Dr. Osvaldo da Costa e Silva, em uma entrevista concedida a revista “ZODÍACO” dos alunos do Ginásio Demóstenes Avelino de Teresina, encerrou suas atividades.

O pretexto para o fechamento compulsório foi à deficiência do gabinete de física e química. Esse gabinete deficiente para os técnicos do Ministério da Educação e Saúde eu conheci.

Ocupava toda uma sala. E comparando-se com os laboratórios dos estabelecimentos de hoje, que os possuem, era sem dúvida riquíssimo.
Mas fechado o LICEU, a Escola Normal continuou. E foi por muitos anos o único estabelecimento de ensino pós primário com que puderam contar os jovens florianenses que desejavam continuar seus estudos e não tinham recursos para estudar fora.
ESCOLA NORMAL DE FLORIANO – 1937

1ª Fila sentados (Esquerda para a Direita): João Francisco Dantas (Professor), Alzira Coelho Marques (Professora), Fernando Marques (Professor), Não recordo o nome, Antonio Veras De Holanda (Fiscal do Governo), Hercilia Barros Camargo (Diretora), João Rodrigues Vieira (Professor), Ricardina (Professora), Albino Leão da Fonseca (Professor),Emid Vieira da Rocha (Secretária);

2ª Fila: Ana Magalhães Gomes (Inspetora de Alunos), Américo de Castro Matos, José Vilarinho Messias, Djalma Silva (como aluno), Não recordo o nome, Ida Frejat, Maria do Carmo Alves, Adaíla Carnib, Zuleica Santana, Aldenora da Silva Correia, Horácio Vieira Rocha, Antonio Alves da Rocha, Jose de Araujo Costa, Nely Paiva (Inspetora de Alunos);

3ª Fila: Maria Adélia Waquim, Clarice Fonseca, Iete Freitas, Não recordo o nome, Hilda Carvalho, Maria Amelia Martins, Lenir de Araujo Costa, Zizi Neiva, Maria do Carmo Castelo, Assibe Bucar, Dayse Sobral, Francisca, Lucinda Vilarinho Messias;

4ª Fila: Não recordo o nome, Maria da Penha Sá, Não recordo o nome, Maria Constancia de Freitas, Não recordo o nome, Não recordo o nome, Maria Henriqueta Franco, Judith Martins, Maria do Carmo Ramos,, Maria Miranda, Zélia Martins de Araujo Costa, Maria Lilita Vieira, Nilza Araújo, Antonieta Martins, Ecléia Frejat. - Acervo do Profº Djalma Silva).

Escola voltada para a formação de professores primários, isolada, sem qualquer vínculo com o curso superior ou mesmo com o curso secundário. Quem a cursasse e no decorrer do curso pretendesse passar para uma escola secundária a única que dava acesso ao curso superior, tinha de fazer exame de admissão e entrar na primeira série.

Alem disso, escola incompleta. Dos 5 anos que constituiu o curso normal propriamente dito, ministrava as 3 primeiras séries, devendo aqueles que quisessem diplomar-se, ir para Teresina.

Cursei a Escola Normal Municipal de Floriano de 1934 a 1937, e a ela sumamente grato por me ter possibilitado continuar meus estudos há dois anos interrompidos por falta de recursos para ir estudar em outras praças, e por ter me proporcionado o encontro com uma profissão que tem sido a razão de ser da minha vida.

Primeiro fazia-se um curso propedêutico (preliminar) de dois anos, anexos a escola – o Curso de Adaptação. Este curso eu a fiz de 1934 para 1935, minha classe era mais menos numerosa. A maioria mulheres. Entre colegas recordo-me: Maria da Costa Ramos (1), Judith Martins, Zuleide Santana, Hildinê Silva, Helena Reis, Assibe Bucar (2), Amália Nunes (3), Maria Lilita Vieira, Maria da Penha Sá, Olavo Freitas, Heli Rodrigues, Horácio Vieira da Rocha, Américo de Castro Matos, Milton Chaves (4), Raimundo Noleto e Joaquim Lustosa (5).

Na vigilância estava Dona Carmosina Batista, muito dedicada mas fiel cumpridora das ordens emanadas da direção da Escola. Nos intervalos das aulas os alunos tendiam conversar descontraidamente. Dona Carmosina Batista, bradava: - Silêncio! E se alguém se excedia nas atitudes ela ameaçava!

- vou dar parte ao diretor!

E dava mesmo. E o denunciado podia, conforme a falta, pegar uma simples repreensão ou logo uma suspensão.

Eu, não obstante pacato, fui denunciado duas vezes. Na primeira o diretor me repreendeu e advertiu:

- Não faça outra.

Mas acabei fazendo. Em acordo com Olavo Melo e Milton Chaves. Não me lembro o que fizemos.

Sei que não foi coisa grave. Porém como éramos reincidentes ou já tínhamos sido repreendidos, pegamos 3 dias úteis de suspensão.
Dos professores que recordo: Dr. Manoel Sobral Neto (6) também diretor, que lecionava francês; Dr. Rodrigues Vieira, que lecionava Geografia; Alceu do Amarante Brandão, que lecionava português; Dalva Nascimento que lecionava aritmética e parece-me que ciência.

O curso de Adaptação era previsto para dois anos. No fim do primeiro foi nos facultado aproveitar o período de férias para fazer as disciplinas do segundo ano. De sorte que em 1935 os aprovados puderam matricular-se no 1º ano do curso normal.

NOTAS IMPORTANTES:

1. Filha do Sr. Ramos da Farmácia Sobral;
2. Irmã do Sr. Arudá Bucar;
3. Funcionária dos Correios parenta do Senador Helvídio Nunes, de Picos;
4. Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Piauí, irmão da Dona Nazinha, esposa do Sr. José Cronemberger dos Reis e consequentemente tio de Antonio Reis Neto, Airton Arrais Cronemberger, Antonio José e Paulo;
5. Deputado Federal pelo Piauí, esposo em segunda núpcias, da Doutora Afonsina Nogueira;
6. Fundador do Instituto Santa Teresinha que depois passou denominar-se Ginásio Santa Teresinha, e também seu diretor por mais de 40 anos.

Transcrito do Jornal de Floriano Edição nº 324 de 1985

Pesquisa: César de Antonio Sobrinho.

Fotos: A rquivos Prof. Djalma Silva - 1929

ORLANDO E OS IGUAIS


Faleceu, recentemente, em Floriano, o famoso cantor do antigo conjunto OS IGUAIS, o nosso amigo Orlando Peixoto ( cantava por amor e vocação ), conhecido, nos anos setenta e oitenta como uma das vozes mais importantes daquelas antigas tertúlias.

Era um garoto, que como eu, amava os Beatles, os Rollings Stones e, também, OS IGUAIS, que eram formados pelos músicos Aroldo ( no piston ), Cancão ( sax ), Orlando ( cantor ), Neno e Airton ( bateria ), Toinho ( órgão ), Carraspana ( baixo ) e Mascarenhas ( na guitarra ) e que, maravilhosamente, revolucionaram aqueles anos românticos.

O tempo vai passando e de repente estamos percebendo que a velha guarda está partindo para o outro lado ( antes do combinado ); portanto, seria de suma importância incentivarmos os novos talentos na música, nas artes plásticas, na fotografia, no esporte e na literatura. Floriano precisa reinar novamente – ACORDAR PARA O FUTURO, que já chegou, sorrateiramente, certo?

...

Foto: www.noticiasdefloriano.com.br

6/27/2007

DO JUMENTO AO PARLAMENTO


Episódios, aventuras,atos e fatos vividos pelo autor Raimundo Floriano que, de almocreve traquejador de jegues, no sertão sul - maranhense, virou homem da caneta no Congresso Nacional.

***

Muitos vão ler crônicas – que ele prefere chamar de episódios, romances, casos – tomados da curiosidade de revisitar, de rever, de recordar, de conferir, como personagens reais: são eles senadores, deputados, companheiros, camaradas, colegas, familiares, amigos, enfim, os que de algum modo participaram da trama, se assim podemos chamar o enredo da vida.

Goiano Braga Horta, escritor

***
Este livro é alegre, recheado de bons fluidos. Não comporta o negativismo e a depressão. Quem espera encontrar nestas páginas histórias escabrosas, aleivosias, baixaria e cacetadas em parlamentares e funcionários do Poder Legislativo, perde tempo. Disso já se ocupa, diariamente, a mídia, principalmente a TV, com seus noticiários sensacionalistas e suas apelativas novelas. Mas é bom que se saiba: um camarada que foi tangerino, sargento do Exército, funcionário do Parlamento Brasileiro, contabilista, guia turístico, corretor de seguros, mestre de banda, diretor de bloco de sujo, pagodeiro, artista circense, e muito mais, só pode ter um apreciável acervo de experiências a nos transmitir.

Alvinho – compositor da ARUC e cidadão – Samba de Brasília

***

O livro acima ( foto ) estará disponível no Museu de Teodoro Sobral e na Biblioteca Municipal de Floriano em breve

CINE NATAL - DECADA DE 50


Os anos cinqüenta em Floriano foram assim de uma efervescência épica do ponto de vista cultural, social e intelectual. A amplificadora florianense, naquele tempo, comandada pelo nosso agitador cultural Defala Attem, fora um dos ícones dessa revolução que acontecia na cidade.

Vieram, portanto, os espetáculos e o Cine Natal ( foto ) fora, necessariamente, um ponto de encontro significativo no contexto social daquela fase romântica. A presença de figuras ilustres era indispensável naquele momento e Floriano expressava emoções, alegria e, evidentemente, uma certa vaidade.

Esse apogeu fora revolucionário e podemos admitir que aqueles acontecimentos ficaram registrados na memória daqueles que viveram tudo aquilo. Precisamos criar, dessa forma, uma demanda com a velha guarda, apanhar esses depoimentos que ainda devem estar vivos por aí e colocá-los na pauta do dia. Precisamos registrar essas emoções que ainda restam, para o bem da história da Princesa.

ALDÊNIO NUNES - a enciclopédia do rádio florianense

  ALDÊNIO NUNES – A ENCICLOPÉDIA, NUMA ENTREVISTA INIMITÁVEL, MOSTROU POR QUE SEMPRE ESTEVE À FRENTE! Reportagem: César Sobrinho A radiodifu...