6/29/2007

MUDANÇAS



Chegar ao cais do porto é maravilhoso, aconchegante, é místico. Depois de tanto tempo, de repente, observamos que estamos de volta ao aconchego. O filme vai passando e vamos lembrando dos tempos de outrora.

As mudanças estão sempre acontecendo, certamente. Floriano é uma nova cidade, mas que não esquecemos jamais de sua meninice. A Princesa entra nos seus cento e dez aninhos nos proporcionando uma idéia nova de vanguarda, mostrando um caminho novo e expectativa de dias melhores.

Estamos começando a limpar a cidade. O nosso ar está vindo novamente com um oxigênio puro e outras feras e novas lideranças começam a despontar na velha torre. A Maria Bonita é um trunfo ímpar e o Flutuante mantém a sua tradição.

Vamos edificar, portanto, uma nova etapa e contrução de vida. Esses ( re ) encontros poderão, talvez, serem saudosistas, mas que se consituem numa nova filosofia de vida para quem quer viver feliz e traduzir à comunidade local uma mensagem de otimismo e esperança para todos nós.

É um novo tempo. Quem viver, verá!

Foto: Agamenon Pedrosa

6/28/2007

ESCOLA NORMAL


ESCOLA NORMAL

Por: Seu Nelson Oliveira

1929 foi um ano excepcional para educação em Floriano. Além do Grupo Escolar Agrônomo Parentes, foi fundado o Liceu Municipal Florianense, e, anexo a ele, a Escola Normal Municipal de Floriano. Estabelecimentos que a cidade deve a uma plêiade (grupo) de homens de escol (nata, fina flor) entre os quais Dr. Osvaldo da Costa e Silva, Dr. Theodoro Ferreira Sobral, Dr. José Messias Cavalcante, com o apoio do deputado estadual, Dr. José Pires de Lima Rebelo.

A época caracterizava-se por um extremo elitismo na educação que se traduzia principalmente no excesso de cautelas e exigências com que as autoridades procuravam cercar a instalação de escolas. E o LICEU não pôde ter vida longa. Em 1932, após frustração e desastres, como bem expressa o Dr. Osvaldo da Costa e Silva, em uma entrevista concedida a revista “ZODÍACO” dos alunos do Ginásio Demóstenes Avelino de Teresina, encerrou suas atividades.

O pretexto para o fechamento compulsório foi à deficiência do gabinete de física e química. Esse gabinete deficiente para os técnicos do Ministério da Educação e Saúde eu conheci.

Ocupava toda uma sala. E comparando-se com os laboratórios dos estabelecimentos de hoje, que os possuem, era sem dúvida riquíssimo.
Mas fechado o LICEU, a Escola Normal continuou. E foi por muitos anos o único estabelecimento de ensino pós primário com que puderam contar os jovens florianenses que desejavam continuar seus estudos e não tinham recursos para estudar fora.
ESCOLA NORMAL DE FLORIANO – 1937

1ª Fila sentados (Esquerda para a Direita): João Francisco Dantas (Professor), Alzira Coelho Marques (Professora), Fernando Marques (Professor), Não recordo o nome, Antonio Veras De Holanda (Fiscal do Governo), Hercilia Barros Camargo (Diretora), João Rodrigues Vieira (Professor), Ricardina (Professora), Albino Leão da Fonseca (Professor),Emid Vieira da Rocha (Secretária);

2ª Fila: Ana Magalhães Gomes (Inspetora de Alunos), Américo de Castro Matos, José Vilarinho Messias, Djalma Silva (como aluno), Não recordo o nome, Ida Frejat, Maria do Carmo Alves, Adaíla Carnib, Zuleica Santana, Aldenora da Silva Correia, Horácio Vieira Rocha, Antonio Alves da Rocha, Jose de Araujo Costa, Nely Paiva (Inspetora de Alunos);

3ª Fila: Maria Adélia Waquim, Clarice Fonseca, Iete Freitas, Não recordo o nome, Hilda Carvalho, Maria Amelia Martins, Lenir de Araujo Costa, Zizi Neiva, Maria do Carmo Castelo, Assibe Bucar, Dayse Sobral, Francisca, Lucinda Vilarinho Messias;

4ª Fila: Não recordo o nome, Maria da Penha Sá, Não recordo o nome, Maria Constancia de Freitas, Não recordo o nome, Não recordo o nome, Maria Henriqueta Franco, Judith Martins, Maria do Carmo Ramos,, Maria Miranda, Zélia Martins de Araujo Costa, Maria Lilita Vieira, Nilza Araújo, Antonieta Martins, Ecléia Frejat. - Acervo do Profº Djalma Silva).

Escola voltada para a formação de professores primários, isolada, sem qualquer vínculo com o curso superior ou mesmo com o curso secundário. Quem a cursasse e no decorrer do curso pretendesse passar para uma escola secundária a única que dava acesso ao curso superior, tinha de fazer exame de admissão e entrar na primeira série.

Alem disso, escola incompleta. Dos 5 anos que constituiu o curso normal propriamente dito, ministrava as 3 primeiras séries, devendo aqueles que quisessem diplomar-se, ir para Teresina.

Cursei a Escola Normal Municipal de Floriano de 1934 a 1937, e a ela sumamente grato por me ter possibilitado continuar meus estudos há dois anos interrompidos por falta de recursos para ir estudar em outras praças, e por ter me proporcionado o encontro com uma profissão que tem sido a razão de ser da minha vida.

Primeiro fazia-se um curso propedêutico (preliminar) de dois anos, anexos a escola – o Curso de Adaptação. Este curso eu a fiz de 1934 para 1935, minha classe era mais menos numerosa. A maioria mulheres. Entre colegas recordo-me: Maria da Costa Ramos (1), Judith Martins, Zuleide Santana, Hildinê Silva, Helena Reis, Assibe Bucar (2), Amália Nunes (3), Maria Lilita Vieira, Maria da Penha Sá, Olavo Freitas, Heli Rodrigues, Horácio Vieira da Rocha, Américo de Castro Matos, Milton Chaves (4), Raimundo Noleto e Joaquim Lustosa (5).

Na vigilância estava Dona Carmosina Batista, muito dedicada mas fiel cumpridora das ordens emanadas da direção da Escola. Nos intervalos das aulas os alunos tendiam conversar descontraidamente. Dona Carmosina Batista, bradava: - Silêncio! E se alguém se excedia nas atitudes ela ameaçava!

- vou dar parte ao diretor!

E dava mesmo. E o denunciado podia, conforme a falta, pegar uma simples repreensão ou logo uma suspensão.

Eu, não obstante pacato, fui denunciado duas vezes. Na primeira o diretor me repreendeu e advertiu:

- Não faça outra.

Mas acabei fazendo. Em acordo com Olavo Melo e Milton Chaves. Não me lembro o que fizemos.

Sei que não foi coisa grave. Porém como éramos reincidentes ou já tínhamos sido repreendidos, pegamos 3 dias úteis de suspensão.
Dos professores que recordo: Dr. Manoel Sobral Neto (6) também diretor, que lecionava francês; Dr. Rodrigues Vieira, que lecionava Geografia; Alceu do Amarante Brandão, que lecionava português; Dalva Nascimento que lecionava aritmética e parece-me que ciência.

O curso de Adaptação era previsto para dois anos. No fim do primeiro foi nos facultado aproveitar o período de férias para fazer as disciplinas do segundo ano. De sorte que em 1935 os aprovados puderam matricular-se no 1º ano do curso normal.

NOTAS IMPORTANTES:

1. Filha do Sr. Ramos da Farmácia Sobral;
2. Irmã do Sr. Arudá Bucar;
3. Funcionária dos Correios parenta do Senador Helvídio Nunes, de Picos;
4. Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Piauí, irmão da Dona Nazinha, esposa do Sr. José Cronemberger dos Reis e consequentemente tio de Antonio Reis Neto, Airton Arrais Cronemberger, Antonio José e Paulo;
5. Deputado Federal pelo Piauí, esposo em segunda núpcias, da Doutora Afonsina Nogueira;
6. Fundador do Instituto Santa Teresinha que depois passou denominar-se Ginásio Santa Teresinha, e também seu diretor por mais de 40 anos.

Transcrito do Jornal de Floriano Edição nº 324 de 1985

Pesquisa: César de Antonio Sobrinho.

Fotos: A rquivos Prof. Djalma Silva - 1929

ORLANDO E OS IGUAIS


Faleceu, recentemente, em Floriano, o famoso cantor do antigo conjunto OS IGUAIS, o nosso amigo Orlando Peixoto ( cantava por amor e vocação ), conhecido, nos anos setenta e oitenta como uma das vozes mais importantes daquelas antigas tertúlias.

Era um garoto, que como eu, amava os Beatles, os Rollings Stones e, também, OS IGUAIS, que eram formados pelos músicos Aroldo ( no piston ), Cancão ( sax ), Orlando ( cantor ), Neno e Airton ( bateria ), Toinho ( órgão ), Carraspana ( baixo ) e Mascarenhas ( na guitarra ) e que, maravilhosamente, revolucionaram aqueles anos românticos.

O tempo vai passando e de repente estamos percebendo que a velha guarda está partindo para o outro lado ( antes do combinado ); portanto, seria de suma importância incentivarmos os novos talentos na música, nas artes plásticas, na fotografia, no esporte e na literatura. Floriano precisa reinar novamente – ACORDAR PARA O FUTURO, que já chegou, sorrateiramente, certo?

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Foto: www.noticiasdefloriano.com.br

6/27/2007

DO JUMENTO AO PARLAMENTO


Episódios, aventuras,atos e fatos vividos pelo autor Raimundo Floriano que, de almocreve traquejador de jegues, no sertão sul - maranhense, virou homem da caneta no Congresso Nacional.

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Muitos vão ler crônicas – que ele prefere chamar de episódios, romances, casos – tomados da curiosidade de revisitar, de rever, de recordar, de conferir, como personagens reais: são eles senadores, deputados, companheiros, camaradas, colegas, familiares, amigos, enfim, os que de algum modo participaram da trama, se assim podemos chamar o enredo da vida.

Goiano Braga Horta, escritor

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Este livro é alegre, recheado de bons fluidos. Não comporta o negativismo e a depressão. Quem espera encontrar nestas páginas histórias escabrosas, aleivosias, baixaria e cacetadas em parlamentares e funcionários do Poder Legislativo, perde tempo. Disso já se ocupa, diariamente, a mídia, principalmente a TV, com seus noticiários sensacionalistas e suas apelativas novelas. Mas é bom que se saiba: um camarada que foi tangerino, sargento do Exército, funcionário do Parlamento Brasileiro, contabilista, guia turístico, corretor de seguros, mestre de banda, diretor de bloco de sujo, pagodeiro, artista circense, e muito mais, só pode ter um apreciável acervo de experiências a nos transmitir.

Alvinho – compositor da ARUC e cidadão – Samba de Brasília

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O livro acima ( foto ) estará disponível no Museu de Teodoro Sobral e na Biblioteca Municipal de Floriano em breve

CINE NATAL - DECADA DE 50


Os anos cinqüenta em Floriano foram assim de uma efervescência épica do ponto de vista cultural, social e intelectual. A amplificadora florianense, naquele tempo, comandada pelo nosso agitador cultural Defala Attem, fora um dos ícones dessa revolução que acontecia na cidade.

Vieram, portanto, os espetáculos e o Cine Natal ( foto ) fora, necessariamente, um ponto de encontro significativo no contexto social daquela fase romântica. A presença de figuras ilustres era indispensável naquele momento e Floriano expressava emoções, alegria e, evidentemente, uma certa vaidade.

Esse apogeu fora revolucionário e podemos admitir que aqueles acontecimentos ficaram registrados na memória daqueles que viveram tudo aquilo. Precisamos criar, dessa forma, uma demanda com a velha guarda, apanhar esses depoimentos que ainda devem estar vivos por aí e colocá-los na pauta do dia. Precisamos registrar essas emoções que ainda restam, para o bem da história da Princesa.

6/26/2007

FLORIANO - 100 ANOS ( REPRISE )

UMA HOMENAGEM AOS 100 ANOS DE FLORIANO”

* Por: Francisco Sobrinho Amorim de Araújo

“REPRISE”

Floriano, princesa querida, deixa que busque o teu passado, para reviver um pouco da tua gente, da tua cultura e do teu solo, nos 100 anos de tua existência e nos meus 50 anos de vida. Floriano, cidade progresso do meu Piauí, cidade colônia dos meus avós. Salve... Salve... Foi precisamente no dia 2 de março de 1947, que cheguei ao nosso mundo, alí na Avenida Eurípedes de Aguiar, próximo do hospital e lá vivi a minha infância e adolescência. A tua lembrança é permanente, meu amor por ti é eterno, pois Deus permitiu que ainda adolescente, enterrasse o meu umbigo, lá no Ban­deira-518, hoje Avenida Bucar Neto.

Floriano, sei que muitas coisas boas desapareceram em nome do progresso, mas pode ser que o espírito de preservação desperte na tua juventude, pois a cultura de um povo nobre como o teu não pode ser desprezada, principalmente tuas riquezas naturais. O mundo hoje se preocupa com o desenvolvimento, mas não devemos esquecer, que o desenvolvimento seguro, é o economicamente sustentável e ecologica­mente preservado.

Cadê o teu folclore... Vejamos: O “Reisado do Miguel”; o “Bumba Meu Boi”, do curral; as “Rodas de São Gonçalo, de São Benedito e do Rei Congo” , do Catumbí ; as “Pastorinhas” , de Sádonna e de Rosa de Tia Bela, lá do campo do Artista; o “Bumba Meu Boi”, do Luiz Tê - Tê -Tê, lá da cancela; E os teus festejos de: “São Pedro D`Alcantara”, com suas barraquinhas ; do “Tabuleiro do Mato”; de “Nossa Senhora da Guia”; de “São João Batista”, lá no Morro da Cruz comandados por minha querida Mãe Noemi; das “Festas de 1º de Maio”, onde as caravanas de Operários/Artistas vinham de Oeiras para participar das tuas festividades solidificando uma união entre os POVOS FLORIANENSES/OEIRENSES, que perduram até hoje, lembro-me das caravanas, comandadas por Raimundinho de Zefinha ( 90 anos e no batente ) , Srs. João Matos, Cícero Cego, Lucí e Teresa Guarda, Dona e Maria Eva, Josefa Crioula, Arlindo Carneiro, Neusa Rêgo e os irmãos: Silvério, Dico e Cabeceira, e muito outros, era tudo muito bonito, os operários de Floriano hospedava-os em suas residências e eram retribuídos, quando iam participar de festividades em Oeiras, lembro-me de Srs. como Tuna e Anísio Cansanção, Luiz Pinto, Jaime Lima, Zezinho Rocha, Vicente Kangurí, Zé Luiz, Zé Borges, as irmãs: Aneci, Cecilia e Maria Dias e ou­tros, que recebiam as caravanas de Oeiras.

E as tuas belezas naturais, Hein! Floriano. Recordo-me do: Riacho da Onça, com seus “olhos d`agua”, no seu percurso urbano e com suas águas caudalosas, em dia de enxurradas; do Riacho Irapuá; do Riacho de Vereda Grande, com seus escorregas - bundas e as lavadeiras em suas margens: do Açude Mário Bezerra; do Olho D’água e do Açude do Bom Lugar; do Riacho Itaueira; do Rio Parnaíba com seus famosos Piaus e suas lindas coroas, no mês de julho, propiciando os banhos , no caís, no bosque, no curtume e as pescarias, como era lindo vê as margens do Velho Monge, com suas Balsas de Talo de Coco e de Buriti, carregadas de Frutas e os Vapores ( barcos ) dos Srs. Afonso Nogueira e Maia, apitando.......Ali do cai N´água até o caís.

Que saudades!.....Do Escurador, da Pedra de Mesa e do Binga, Alí no Catumbí. Ah! Floriano... Recordar é viver, deixa que viva os teus 100 anos, recordando-te: E as Quintas de Caju do Padre Pedro e do Sr. Tiago Roque; do Campo do Artista; do Campinho do Sr. João Justino; da Praça do Cruzeiro, com suas Barraquinhas; da Areia Branca da Manguinha, onde o Zinidor Chicão, armava-se com um porrete ( jucá ) e dava seus esturros, enfrentava quem se atrevesse a incomoda-lo e não abria para meia dúzia de soldados da Polícia, era o Rei; das matas nativas da Sambaíba, onde imperava, as frutícolas, Maria Prêta, Muricí e Grão de Galo; E as paqueras na praça Sebastião Martins; dos Cines: Natal e Itapoan, e seus filmes com Durango Kidd, Randolf Scott, Errol Flyn, Tarzan, Zorro, Jonh Wayne, Audie Murphy e outros ; dos Bares: Bento Leão com suas sinucas e cassino, do Café Ideal, da Cubana, do Sertã, Quiosque Rosa de Ouro, do Bar do Bio, etc.

Permita-me recordar a tua gente, esta gente, que de alguma forma contribuiu para o teu des­envolvimento e faz a tua história nos 100 anos. Lembro-me do Dr. Raiz, com suas raízes milagrosas; das presepadas do BRIANTELO; das trombadas do JOÃO N’AMBU ; das doidices do NÊGO CAFÉ ; dos xingamentos da MARIA PIRANHA ; da performance do TARONE, com sua bicicleta e suas vestimentas; das brigas de NÊGO PIO; das mulheres do LAGEIRO ; dos cabarés: Maria Amélia, Ditosa, Constancia, Ping-Pong, Quitandinha, Pau não cessa ; do dia do Estudante ; do Guaraná e Vinho Moscatel do SR. ARTHUR ANDRADE e o seu Jeep Inglês ; da Fubica do CHICO REIS. Quem não se lembra : dos bolos e cocadas de D. LUÍZA BOLEIRA, de D. RITA do ZÉ BORGES, de D. CHIQUINHA e D. MADALENA, lá do Bandeira ; dos Pirulitos do Sr. JOAQUIM ; das Rapaduras do Sr. ANTONIO CEARENSE ; do CHÁ-DE-BURRO, lá no mercado velho ; do cuscuz de D. Emília (feito na hora ); do sanfoneiro DÃO JOÃO, dos poetas Samuel e Rafael ; das missas de 5:00hs celebrada pelo Padre Pedro; do Coral de D. Filó Soares; dos educadores : Neném Preá, Sr. Firmino e Sr. Luizinho ; do carnavalesco Antônio Sobrinho; do Ferroviário e Comercio Esporte Clube ; do Antônio Velho, o coveiro da cidade , dos Enfermeiros: Damião, Melquíades, Anísio, Germina, Edína e Antônio II ( este ajudava médico a operar ) ; da D. Mundica da farmácia ; dos Farmacêuticos: Dr. Amílcar Sobral, Dr. Rocha e Abílio Coelho; dos Médicos: Dr. Sebastião Martins. Dr. Tibério Nunes, Dr. Cícero Rocha, Dr. Humberto Demes, Dr. Adelmar Pereira, Dr.Ariosto Martins, Dr. Osvaldo Costa e Silva; Recordo-me dos grandes Alfaiates, os artistas da régua, do compasso e do esquadro, que souberam vestir o Florianense, por muitas décadas, são eles: Zezinho Rocha, Vicente Kangurí ( meu inesquecível pai ) , Zé Luiz, Lulu, Motinha, Luizinho e outros; os Barbeiros: Zé Venancio, Zé de Candinha, Sr. Vila, Simeão e João Barbeiro; do pai Lulu, lá do via azul; do Juiz Carlos Ferraz com sua conduta inabalável; e o Povo Sírio, que tí abraçou como a 2º Pátria, fez, faz e muito fará pelo teu progresso: Srs. Salomão Mazuad, Salomão Barguil, Michel Demes, Calisto Lobo, Milad Kalume, Elias Oka, Pedro Attem, Aruda Bucar, Fauzer Bucar, Alfredo Gaze, Zarur, Jan Waquim, Hassan, Mazuad, Cabo Salim, Mifler, Brarrim, Bucar Amado, Carlos Bucar, Jamil, Pedro Attem Filho, Defala Attem, João Alfredo Gaze, João Lobo, Calisto Lobo Filho e muitos outros.

Recordo ainda das: Tertúlias do Floriano Club; das Retretas da Banda do Mestre Eugênio(e o som do trombone do mestre Ambrósio, clarinete do Edgar Pereira e o pistom do João Paulo); da Moral do Major Carlindo ; dos carnavais de Lourival Xavier, fiscal do Banco do Brasil ; das valentias e das “Histórias” do meu amigo Antônio José Cara-Ôlho; do senhor Luis Ourives; do Sr. Abdias Pereira com sua Padaria Recife ; da voz empolgante do Defala Attem, com sua Amplificadora de Floriano, das crônicas sociais de Graça Costa e Silva, na Rádio Difusora, com sua voz pausada e cativante; do Grupo Escolar Ribeiro Gonçalves e do Ginásio Estadual Monsenhor Lindolfo Uchôa; do grande educador, íntegro, sério, disciplinador, Braulino Duque de França; dos mestres que muito fizeram pela educação do teu povo: Dr. Sobral Neto, D. Raimundinha Carvalho, Noemi Melo, Ribamar Leal, Francisquinha Silva, Maria da Penha, Eva Macedo, Teresa Chaib, Ivonildes Castro, Onélia Martins, Enedina Castro, D. Jovina Mendes, Risomar Mendes, Francisca Gomes, Lourdinha Viana, D. Moema, Duzito e etc. ;

Deixa que eu sinta saudades dos colegas e amigos: Selvu, Leto, Miguel, Leitim, Pedro, Zé Amancio, Vicente Cabeção, Cruz, Peito de Vaca, Luiz Bogó, Janjão, Chiquinho, Nego Cleber, Júnior, César, Jusmar, Chicolé, Valdir, Guido, Adeval, Adevan, Zé Afonso, Boi Manso, Pitombeira, Franzé, Raimundo Bonfim, Antônino, Manoel Saraiva, Chicão, Chico Mendes, Zé Mendes, Nestor Guerra, João Luiz, Toínho, Luiz Pereira, Porca Preta, Gilberto, Poncion, muitos hoje continuam participando ativamente da tua história.

O destino pregou-me uma peça interessante nos meus 50 anos de vida: Comecei a trabalhar com 8 anos de idade, na Tipografia do Jornalista Andocildes Lemos, tendo como instrutores, os mestres Edgar Pereira, Deusdete Carvalho, Gil Torres, Iran e Mitonho, e hoje a minha residência está situada a Rua Alberone Lemos, que era irmão do meu primeiro patrão e também Jornalista. Coisas do Destino.

Finalizo, desejando a tí Floriano, e ao nosso povo, muitas alegrias, paz e prosperidade e que os teus futuros Governantes, lutem para que teus 200 anos sejam comemorados , como a Rainha do Sul Piauiense.

* Francisco Sobrinho Amorim de Araújo, Florianense e Engenheiro Agrônomo.
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P.S. – Publicado nos Jornais: Diário do Povo, Meio – Norte, O Dia e Correio do Piauí. Quando do Aniversário dos 100 anos de Floriano e reprisado agora atendendo pedidos.

6/25/2007

FLORIANO - 110 ANOS



ONTEM: COLÔNIA DE JERUMENHA – HOJE: FLORIANO DO PIAUÍ : 110 ANOS

* Por: Francisco Sobrinho Amorim de Araújo

A notícia que rola nos últimos dias no espaço aéreo de Teresina a Brasília, Rio de Janeiro até São Paulo e vice-versa, além da problemática dos controladores das estradas que orienta e limita os transportes aéreos através das coordenadas geográficas, deixando os passageiros estressados sem saberem o dia e a hora que retornam para seus lares, e dos estouros de corrupção que demonstra que o País está mudando, antes acontecia e ninguém sabia, hoje sabemos de tudo, é sem sombra de dúvidas a programação das comemorações dos “100 + 10 anos de Floriano”, por sinal muito bem elaborada que vai enriquecer a história da nossa cidade com a Instalação do Museu Histórico de Floriano, uma obra do Empresário e Historiador Theodoro Sobral Neto e seus colaboradores, o que deixou-me emocionalmente alegre.

Tive a oportunidade de encontrar o Teodorinho no início do mês de junho no espaço aéreo entre Teresina e Brasília, o mesmo falou-me com empolgação o que será o “1º. Encontro de Florianenses” dentro da programação do Aniversário de Floriano, no período de 05 à 08 de julho, conversamos bastante e antes de descer em Brasília, entregou-me o primeiro material da lavra de Cristóvão Augusto sobre convite para este grande encontro, os quais distribuí para alguns filhos da terra residentes na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, que apesar da violência infernal que está sofrendo, trabalha, com toda força do coração, para transformar a cidade em Cidade dos Jogos Pan -Americanos – 2007 e consequentemente a Cidade dos Sonhos dos Jogos Olímpicos e da Copa Mundial de Futebol, assim como também trabalha em Pró – da Imagem do Cristo Redentor no Corcovado, para transformar-la em uma das Sete Maravilhas do Mundo, por sinal muito linda e merecedora.

Quando falamos de Floriano colônia, busco a história do nosso País que na União do Reino formado por Espanha e Portugal tentava controlar a enorme extensão territorial da colônia sul - americana com as preocupações naquela época concentradas nas terras do Norte do Brasil, conhecidas por Território do Maranhão. De acordo com Carlos Lima (1981), era uma área praticamente isolada, mas às margens do Oceano Atlântico, e que oferecia melhor comunicação com a Coroa e era cobiçado por outros países. No mês de maio do ano de 1617 a colônia foi dividida em dois novos Estados: Estado do Brasil, com sede na cidade de Salvador e Estado Colonial do Maranhão, com sede na cidade de São Luís. O novo Estado recebia ordens diretamente da Europa e foi delimitado através da Carta Régia de 12 de junho de 1621, formado pelas atuais áreas do Piauí, Pará, Maranhão, Amazonas, Roraima e Amapá. Esta divisão durou até 1652.

Quando falamos de Floriano dos anos 60 do século XX vêem á tona recordações da minha adolescência querida e inesquecível vejo através da minha mente, um dia lindo de domingo do mês de Julho, com sol forte, e com o vento geral proporcionando um clima ameno e quando íamos (a juventude da minha época), jogar bola nas coroas que surgiam no período das férias, do lado esquerdo do Rio Parnaíba na cidade de Barão de Grajaú. Os peladeiros lisos, não tinham grana para pagar o canoeiro, ou os que mesmo possuindo, gostavam de aventuras mas com uma atenuante, sabíamos todos nadar. Fazíamos o seguinte: subia margeando o rio até à altura do cai n’água (malária) e chegando lá, retirávamos talos de buriti ou caules de bananeira que faziam parte das balsas ancoradas que vinham do sul e sudoeste do Piauí, transportando gado, suínos, caprinos, ovinos, aves e frutas para comercialização em Floriano e Teresina, às vezes recebíamos broncas dos proprietários das balsas e outras vezes eles mesmos nos doavam o material. De posse dos equipamentos descíamos o Rio atravessando-o sem problemas, a correnteza ajudava e os talos e a bananeira mantinham-nos boiando até às coroas. Lá, íamos jogar bola, tomar banho, assim como também observar as meninas desfilando de maiôs, naquela época, biquíni, era coisa avançada, difícil de aparecer. Ao retornar, se não conseguíssemos salvar os equipamentos, fazíamos um bloco e saíamos nadando e novamente com a ajuda da correnteza e para os que nadavam lentamente o ponto de referência era o Bar Flutuante no cais de Floriano. Era maravilhoso, como a nossa turma deslizava majestosamente pelas águas do Rio Parnaíba, águas saudáveis e saborosas, quando sentíamos sede era, só abrir a boca e deixar escorrer pela garganta abaixo aquele líquido gostoso até saciar a nossa sede, sem nenhum risco de contrairmos doenças, não existia poluição. Era uma aventura bastante perigosa, pois jogávamos muita bola por lá e estávamos sujeitos a câimbras e quando isto acontecia, era grande o sufoco. O Rio Parnaíba foi a nossa piscina, onde aprendemos a nadar. Não é recomendável que hoje se faça isto. É um lance muito perigoso.

Sempre em nossas aventuras, o meu primo Francisco José Amorim, hoje Agente Fiscal da Receita Estadual em Floriano, acompanhava-nos, não era bom nadador, mas tinha sempre a companhia de uma câmara de ar para ajudá-lo a atravessar o Rio e tirava de letra, chegando na frente de todos. Certo dia, ao atravessar o Rio, em um local de grande correnteza, a borracha que tampava o pito da câmara soltou-se e Chico José, tampou com uma mão e para poder manter o equilíbrio segurava a câmara com a outra mão e não tinha como remar para chegar à outra margem, pois usava as mãos como remo e as pernas para equilibrar o bote. Quando observei que ele estava com problemas, nadei até onde estava, disse-lhe que ficasse tranqüilo e coloquei os dois pés dentro da câmara de ar, e saí puxando, utilizando o famoso nado de cachorro que sempre usávamos quando estávamos cansados. Foi um sufoco danado para levá-lo até a margem, cheguei nas últimas, já sendo ajudado por Chicolé e outros companheiros. Graças a Deus chegamos em casa em Paz e hoje estou externando esta resenha e que pode ser confirmado pelo o ator maior e os coadjuvantes, como Chicolé, Firmino, Raimundo Bomfim, Antenor e outros.. E assim Floriano vai tornando-se Rainha e nós vamos envelhecendo-nos, mas revivendo sempre o seu passado e as nossas vidas cotidianas.

FLORIANO,TERRA QUERIDA, MEU TORRÃO NATAL, MEU UMBIGO AINDA HOJE ESTÁ ENTERRADO NO QUINTAL DA CASA QUE ERA DOS MEUS AVÓS. Meus parabéns pelos 100 + 10 anos. Que esta juventude que hoje estás a governar você, lembrem-se: que embora hoje não exista mais o Riacho da Onça, a Pedra de Mesa, o Escurador, o Riacho do Irapuá, o Riacho da Vereda Grande, com seus olhos d’águas majestosos e límpidos, existem em seu solo outros córregos que precisam ser preservados, é necessário que esta geração assuma a responsabilidade de olhar com uma visão ótica ambiental e de futuro a situação das Margens do Rio Parnaíba, em toda extensão urbana e rural, as margens do Rio Itaueira e do Rio Gurguéia em sua área rural, que sofrem grande degradação, e precisam ser revitalizados, assim como as suas praças. É preciso assegurar a sobrevivência das gerações futuras, isto, depende do que pensamos e do que fazemos hoje. Precisamos de desenvolvimento, mas um desenvolvimento que seja alicerçado com sustentabilidade.

* Eng. Agrônomo, Extensionista do EMATER, Florianense, Especialista em Olericultura, Especialista em Uso e Manejo Sustentável dos Recursos Naturais, Conselheiro Efetivo do CREA-PI e do Conselho Estadual de Recursos Hídricos e Diretor do Sindicato dos Engenheiros do Piauí – SENGE –PI.

HISTÓRIAS DE FLORIANO

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