Aquele belo domingo de manhã fora extremamente decisivo. O campo dos artistas recebia, como de costume, seus habituais torcedores e piolhos de bola para aquela saudosa pelada. Fluminense de Fabrício e Santos de Cuia disputavam a grande decisão daquela temporada romântica de 1968.
O domingo era característico para o grande embate. No entanto, o time do Fluminense, por uma tremenda coincidência, estava desfalcado do seu excelente lateral direito Luiz Alberto ( irmão de Carlos Pechincha do Palmeiras de Bucar ), mas que fora substituído pelo seu excelente reserva, o nosso amigo Café de dona Pedrola, que morava ali próximo ao antigo Ferroviário.
Luiz Alberto ficara nervoso e aperriado. Isto porque sua genitora, dona Maria Clinaura, mandara que o grande craque fosse apanhar as ancoretas e os jumentos para pegar água no parnaíba, encher os potes e, depois, deixar os jegues de volta na quinta de Zé Mouzinho.
- Enquanto você não terminar sua tarefa, está proibido de jogar bola, tá ouvindo, Luiz Alberto? – Disse duramente dona Clinaura, com o dedo em riste.
No entanto, a decisão corria solta no campo dos artistas, sendo que depois que terminara aquela sua árdua e suada tarefa de encher os potes de dona Clinaura, Luiz Alberto não quis nem saber, apanhou apressadamente seu material esportivo e se mandou na tubada pro rumo do campo.
Chegando lá, gritando, o grande craque recebia os aplausos da torcida e começou a aquecer-se para entrar em campo. De repente, Café, o seu reserva, percebendo a chegada do titular da lateral, encabulado porque teria que ser substituído, simulara uma "estranha" contusão e disse em alto e bom som para Vicente Xeba ( o árbitro da partida ), tentando disfarçar sua timidez:
- Xeba, rapaz, peguei uma fisgada e vou ter que sair, ó...!