5/15/2007

O RISCO DE UMA DECISÃO



Aquele belo domingo de manhã fora extremamente decisivo. O campo dos artistas recebia, como de costume, seus habituais torcedores e piolhos de bola para aquela saudosa pelada. Fluminense de Fabrício e Santos de Cuia disputavam a grande decisão daquela temporada romântica de 1968.

O domingo era característico para o grande embate. No entanto, o time do Fluminense, por uma tremenda coincidência, estava desfalcado do seu excelente lateral direito Luiz Alberto ( irmão de Carlos Pechincha do Palmeiras de Bucar ), mas que fora substituído pelo seu excelente reserva, o nosso amigo Café de dona Pedrola, que morava ali próximo ao antigo Ferroviário.

Luiz Alberto ficara nervoso e aperriado. Isto porque sua genitora, dona Maria Clinaura, mandara que o grande craque fosse apanhar as ancoretas e os jumentos para pegar água no parnaíba, encher os potes e, depois, deixar os jegues de volta na quinta de Zé Mouzinho.

- Enquanto você não terminar sua tarefa, está proibido de jogar bola, tá ouvindo, Luiz Alberto? – Disse duramente dona Clinaura, com o dedo em riste.

No entanto, a decisão corria solta no campo dos artistas, sendo que depois que terminara aquela sua árdua e suada tarefa de encher os potes de dona Clinaura, Luiz Alberto não quis nem saber, apanhou apressadamente seu material esportivo e se mandou na tubada pro rumo do campo.

Chegando lá, gritando, o grande craque recebia os aplausos da torcida e começou a aquecer-se para entrar em campo. De repente, Café, o seu reserva, percebendo a chegada do titular da lateral, encabulado porque teria que ser substituído, simulara uma "estranha" contusão e disse em alto e bom som para Vicente Xeba ( o árbitro da partida ), tentando disfarçar sua timidez:

- Xeba, rapaz, peguei uma fisgada e vou ter que sair, ó...!

5/14/2007

DE VOLTA PARA A SAUDADE



EU QUERO VOLTAR PRO PASSADO

* Teodoro Sobral Neto

Eu quero voltar pro passado
Porque lá é outro astral
Lá tem carros Vermaguet, Belcar,
Jeep Willys, Maverick. Tem Gordini,
tem Belair e tem Buick. Tem Candango e tem Rural.

Eu quero voltar pro passado
Para escutar ao meio dia na Difusora a Crônica Social
Aquilo, sim, era programa legal!
As seis da tarde tem a Ave Maria e Melodias Que o Tempo Não apagou
Na Amplificadora Florianense “A voz líder e potente da cidade.”

Eu quero voltar pro passado
Pois lá no escurinho do Cine Natal
De mãos dadas com os rapazes
Se vê broto a namorar
E o Binú dos sarros a reclamar.
De noite desfilarei na praça
Vestindo calças de Tergal e de Nycron
Camisas Banlon e Volta ao Mundo.
Verei lances nas meninas de anágua e combinação:
Aquilo sim dava tesão!
Elas ficam paquerando ao cruzar com um rapaz
Saem de saia plissada, de vestido tubinho
E de organdi com gola de tafetá
Com jeitinho encabulado flertando bem de fininho.

Nas tertúlias do Floriano Clube tem Celestino e seu Conjunto,
os Bravos e os Iguais tocando músicas geniais:
Caranguejo Sá, Moendo café, Aquarela do Brasil
Namoradinha de Um Amigo Meu, Oh Carol, Menina Linda, Dio Come Ti Amo, Help e Quero Que Vá tudo Pro Inferno:
Dançarei Twist, Hully-Gully, Iê, Iê, Iê. É uma brasa, mora?
Só você vendo para crê! E depois tem as curicas, dando sopa pela rua
E como testemunha, só mesmo a lua.

Na Mascote e na Sertã Me fartarei de Grapete, Mirinda e Guaraná Campeão
Na Rosa de Ouro vou comprar Bolinha, Mandrake, o ZorroTarzan e Luluzinha.

Eu quero voltar pro passado
Lá tem o Grupo Escolar Agrônomo Parentes, Ribeiro Gonçalves e Odorico Castelo Branco. Tem o Colégio das Irmãs
O Ginásio Santa Teresinha, 1º de Maio e o Estadual.
Tem a Orquestra do Mestre Eugênio tocando retreta
Tem passeio de bicicleta, de vespa, De patinete e até de lambreta.

Eu quero voltar pro passado
Que lá tem banho de Rio Parnaíba
No Regatas, no Pateta e na Praia do Barão
E na época do inverno, no Açude Mário Bezerra
E no Riacho do Meladão.
Os homens lá do passado Só andam todos de beca
De paletó de linho branco
Tudo muito bem engomado.
No passado é outra história!
Uma outra civilização
Mas está bem nítido na minha memória
Deixando saudades no coração...
Eu quero voltar pro passado!

5/12/2007

LUIZ ORLANDO ( IN MEMORIAN )


Faleceu esta semana o grande craque do futebol de poeira da fase romântica - LUIZ ORLANDO, filho de dona Coló, aos 55 anos.

Luiz Orlando já estava com problemas de saúde, fazendo tratamento, mas nos deixou antes do combinado.

Dentro das quatro linhas no passado, o nosso amigo Luiz Orlando atuava no meio de campo, estilista e distribuía bem as jogadas para os atacantes fazerem os gols.

Jogou no Flamengo de Tiberinho e nos tradicionais torneios do campo dos artistas, onde dava show de bola. Era fácil jogar paraele: habilodoso, calmo e lançava bolas como ninguém. Gesticulava, conversava e motivava seus companheiros de equipe.

Na foto acima, quando jogou algumas partidas pelo Cruzeiro de Nanam e com a camisa emprestada do Vila Nova no estádio Mário Bezerra. Ele é o quarto agachado da esquerda para a direita.

Lá em cima com certeza que ele também vai distribuir belas jornadas. Oremos pelo grande craque que foi Luiz Orlando, filho de mestre Orlando Rodrigues.

5/11/2007

ENCONTRO DE FLORIANENSES



Estamos nos aproximando do - PRIMEIRO ENCONTRO DE FLORIANENSES, em julho próximo, dentro do contexto do centenário de Floriano - 10 ANOS DEPOIS.

Trata-se de uma iniciativa louvável de Teodoro Sobral e de seus amigos que amam a Princesa do Sul. Esse encontro terá diversas atividades sócio - culturais e dentro das comemorações do aniversário de Floriano - dia 08 de julho.

É mais uma oportunidade que temos para festejar a velha Floriano, que não nos sai do pensamento.

Esperamos reencontrar a velha guarda e descobrir novos talentos em Floriano. Será uma grande festa.
O Laboratório Sobral e sua diretoria está de parabéns pela iniciativa

4/27/2007

TORRE


Ainda estávamos começando a perceber da importância que era o desenvolvimento dos anos cinquenta. Floriano respirava ar puro e a produção escoava diuturnamente.

A imponência da torre exaltando uma certa magia, uma poesia flutuante. Deveria ser numa bela manhã, quando seus trabalhadores, felizes e dispostos, arregaçavam as mangas para mais um dia de trabalho.

Hoje, observamos um corre - corre mais forte, burocrático e nítido. A pureza, agora, é outra; não mais poesia: apenas o pôr do sol esfriando o rio, dizendo que ainda há um fiapo de luz para o o nosso desenvolvimento.

Precisamos acreditar nisso.

4/26/2007

DIA PRIMEIRO DE MAIO


Estamos próximo do dia primeiro de maio, festa do trabalhador e das comemorações do cinquentenário de nosso tradicional Ginásio Primeiro de Maio.

Lembramos com saudades dos tempos de outrora, quando a festa do pau de sebo alegrava muita gente e as barraquinhas oferecendo suas comidas típicas.

Hoje, as coisas mudaram, mas ainda sentimos a presença de uma certa magia durante essas comemorações.

Esperamos que este ano haja alguma inovação e mais festa para a comunidade. Precisamos relembrar os bons tempos que ficaram em nossa memória.

4/25/2007

CRUZEIRO - 1971




RELIQUIA DO PASSADO

Em pé, da esquerda para a direita, temos os piolhos de bola Zé Baixinho, Hélio, Raimundo, o famoso Pompéia ( in memorian ), Cesar de Antonio Sobrinho ( cracasso ) e Carlos Alberto de Honorato padeiro.
Agachados, observamos o ataque com Raimundinho, Chinês (tinha o jeito de jogar de Garrincha), João de Filó, Neguinho e Quinto.

Essa era a formação do Cruzeiro do futebol amador de Floriano de 1971, campeão de um torneio daquela temporada, jogando no estádio José Meireles, o Ferroviário ( hoje, surrupiado pela especulação imobiliária, lamentavelmente ).

Os garotinhos abaixo são os filhos de Pompéia.

HISTÓRIAS DE FLORIANO

  FOLCLORE ÁRABE - FLORIANENSE ATITUDE SUSPEITA Salomão Cury-Rad Oka Na época áurea do comércio árabe-florianense, os clubes sociais e os cl...