8/01/2006

"NEGO CLÉBER" - IN MEMORIAN



CLEBER RAMOS – BOLÃO E AMIGO!

"Quadra do Comércio Esporte Clube. Palco dos grandes eventos esportivos. Torneio de Férias de Inverno. A quadra lotada. Jogo disputadíssimo. Numa bela jogada o time Sem P. faz um a zero contra o Narciso. Cleber Ramos, calmamente, foi no fundo da rede, pegou a bola e avisou seu Guilherme: "deixa comigo!" Quando Puluca bate o centro pro grande artilheiro, ele sai driblando todo o time adversário, faz o gol e sai naquela vibração característica!" - relembra Zeca Futuca.

Cleber Ramos, florianense, filho de Valter Ramos e Dona Mirosa, seus irmãos: Valmir Ramos, Argeu Ramos, Carlos Ramos, Quinto Ramos e Décimo Ramos.

"Não vou mais ganhar roupa, nem o cinquentinha quele me dava toda vez que vinha em Floriano" - narra Cangati, com a garganta entalada.

Jogou no Grêmio Esportivo Florianense: Joaquim José, Teodoro Preguiça, Bagana, Antonio Guarda e Geremias; Bago e Babau; Janjão, Selvú, Gonzaga Preto e Nego Cleber ( Gonzaga Branco). "Era um timaço, assombrava" - conta Galdino.

Perguntamos ao famoso barbeiro Galdino se ele lembrava de algum lance que fora inesquecível?

Galdino, rápido que nem uma navalha:

- Foi no Estádio Mário Bezerra lotado, Brasil e Grêmio, o Brasil de Bucar ganhando de 1 a 0 e, depois dos 30 minutos do segundo tempo, começaram a cantar em alto e bom som: “Adeus, Ingrata”, “Adeus, Ingrata...”, foram mais de dez minutos com a mesma música, mas aos 42 minutos do segundo tempo, numa bola cruzada dentro da área, e na confusão, Cleber caiu no chão, mas não perdeu a habilidade e, mesmo deitado, deu um tapa na bola e foi no ângulo de Bucar, foi uma loucura, uma correria para abraçar Cleber. Nisso, Calistinha, treinador e diretor fundador do Grêmio, gritou: Canta Adeus, ingrata, carcamano filho da mãe (vocês sabem!).

“Na vida, só vi três jogadores fenomenais: Nego Cleber, Antonio Luis Bolo Doce e Karlaile, que jogava em Belo Horizonte”, frisou Roberto Holanda!

“Eu acompanhava o Cleber em todos jogos que ele ia participar, era um amigo, adorava vê-lo, era o seu mascote!”, comentou Dr. Dílson.

“Cleber Ramos me levou para jogar no time da cidade Senhor de Bonfim-BA, me deu todo apoio, sou muito grato , foi um amigão!” - diz Soleta.

Cléber Ramos foi um grande atacante do futebol florianense, jogou ao lado de craques, como Jolimar (irmão de Parnaibano), era uma dupla que fazia alegria da torcida, Luis Orlando, Chiquinho, Iniciou no Campo dos Artistas e jogou no Piauí de Teresina ao lado de Sima, Carrinho, Valdemir, Toinho e outros artistas da bola. Morava em Senhor do Bonfim, Bahia, onde faleceu!

Breve, uma reportagem sobre o inesquecível astro da bola.

A FOTO ACIMA É RARÍSSIMA - VALE OURO – ARQUIVO BAGANA!

GRÊMIO ESPORTIVO FLORIANENSE 1972 - ESTÁDIO MÁRIO BEZERRA.

Técnico e Fundador do Grêmio Dr. Calisto(Calistinha), Teodoro Preguiça, Joaquim José, Antonio Guarda, Geremias, Bagana e Nego Cleber Ramos(de folga); Agachados: Janjão, Nego Bago, Babau (que substituíra o grande jogador de bola Puluca, que contundiu-se durante os jogos estudantís florianense), Selvu, Gonzaga Preto e Gonzaga Branco.
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Pesquisa: César de Antonio Sobrinho.

CAMPO DO ARTISTA III


Vejam só o cenário onde se vê o nosso famoso Campo do Artista já em sua fase decadente nos anos oitenta.
Ainda na sua fase romântica, algumas turmas ainda frequentavam esse campo: o pessoal da Casa do Estudante, a turma de Raimundo Anjo, os Gladiadores e os Invencíveis. As peladas eram acirradíssimas.
Conta o folclore que certa vez, quando o Circo Thiane instalou-se aqui em uma de suas últimas temporadas, Chico Lista, filho do nosso famoso Cícero Pintor (in memorian), preparava-se para varar o espetáculo. A sua idéia foi genial. Ele comprou umas três laranjas da banca de dona Lia e entrou direto. O porteiro ainda deu um psiu, autuou-o mas Chico Lista fora providencial:
- Ô xente, moço, eu só saí pra comprar essas laranjas, mas eu já paguei!
A idéia pegou e muita gente ainda conseguiu ainda enganar os porteiros. A liseira era grande. Não era fácil. Mas o que valia mesmo era o espírito de aventura daquele saudosos anos sessenta.

7/29/2006

JOGO DO ODORICO

A partida era extremamente decisiva. Jogo importante, dentro do contexto das quatro linhas do esporte amador florianense. O time do Grupo Escolar Odorico Castelo Branco desafiara o terrível Ginásio Joana leal, de propriedade do senhor Ribamar Leal, para a disputa de uma taça em comemoração à Semana da Pátria.
Aquela manhã exaltava um sol escaldante, mas o vento, balançando os arvoredos, nos deixava ansiosos para o embate. Os torcedores observando e gritando, aguardando o início da grande pelada.
Os piolhos do Odorico entraram em Campo com Paulo de João Leão no gol, Toinho da Malária, Cícero (Boião), Valdenor, Deuzinho, Agenor (estilista), Carloínho (cracasso de bola), Chico Piripira, Ezequiel, Sebastião (irmão de Luiz Orlando), Pé de Lajeiro e Geraldo.
Já a equipe do Joana Leal entra jogando com Alancardeck, Jotinha, Leal, Ribinha, Cazuza, Laurismar (in memorian), Silva de dona Julita, Neguinho de Zé Vieira, Gregório, Sapinho, Ariosoto da rua Sete e Cibita (que jogara emprestado nessa saudosa pelada).
O juiz do encontro, o famoso Chico Bilituta, envolvido com a disputa, esbanjando sua moral e categoria. Apitava forte e a negrada respeitando o limite de sua adrenalina.
O empate estava praticamente caracterizado. Jogo duro. Mas quando o atacante Carloínho cruzara aquela bola de tesourinha pela direita, o centroavante Agenor, surpreendentemente, se antecipara no lance no meio da zaga adversária e cabeceara o pneu (bola) no canto superior esquerdo do goleiro Cazuza, estabelecendo, assim, o único gol da peleja.
O Odorico sagrara-se campeão. No entanto, revoltado, Neguinho de Zé Vieira quizera tirar satisfação com rifiri Chico Bilituta, que, de dedo em riste, exaltara sua decisão de forma vaidosa:
- Não, senhor! Comigo, não, violão! Foi gol legítimo! Qualé? O jogo só acaba quando termina...

7/25/2006

HISTÓRIAS QUE O POVO CONTA


CHEQUINIM NA DELEGACIA


O telefone toca na delegacia de Polícia de Barão de Grajaú: triiiim, triiim, trimm...
O Agente Chequinim, resmugando: "só atendo na terceira chamada, agora vou atender..."

- Alô, da Delegacia de Polícia!

- Seu moço, me ajude, estou aperriada, me ajude com urgência, moço, pelo amor de Deus, aqui em minha casa tem um ladrão! Tube, moço, até aqui e resolva essa parada!

Chequinim coçou a cabeça e não pensou duas vezes, respondeu de bate-pronto, de prima:

- Dona, aqui eu tô é com 10, a senhora viu (apontando os dedos) eu to é com 10 ladrões e não tou ligando pra seu ninga! E Boa noite!
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Colaborador - César Augusto e Júlio César (ex-lateral do Cor-Sabbá, conhecedor profundo das resenhas de Chequinim)


7/21/2006

RAIMUNDO BAGANA



BAGANA - ARREPIA, ANTONIO GUARDA! JÁ BATI!

- Como surgiu esse apelido tão interessante?

- Moço, era fumaça demais, não podia vê uma bituca, cigarro, era impressionante!
Raimundo Nonato de Sousa, “Bagana”, nasceu em 16 de outubro de 1942 na rua Hermano Brandão, 64 anos, casado com Dona Maria Helena Sousa, suas filhas, seu encanto! Fala orgulhoso: "consegui forma-las, todas": Célia Regina, pedagoga; Rosa Régia, enfermeira; Flávia Regina, Psicóloga do Detran; e Patrícia Régia, enfermeira; os(as) netos(as): Isabel Cristina, Hildener Carvalho, Laura Helena, Flávio Júnior, Vitória Régia, Bárbara Letícia e Marcos Vinicius. Raimundo Bagana, com 8 anos, já batia um bolão na zaga nos campos do Odorico, Campo do Artista...

- Você continua participando dos eventos esportivos de Floriano?

- Sim, sou comentarista esportivo na Rádio Difusora de Floriano.

- Quais os times que você jogou?

- América de Demerval (Cascalho), Ferroviário, Palmeiras, Comércio e Grêmio.

- E o time que você mais gostou de jogar?

- Sinceramente, era o Palmeiras, principalmente o de 1966.

- Você lembra a formação do time do Palmeiras?

- Fácil, fácil: Bucar, Brahim (Reginaldo), Bagana, Antonio Guarda e Carlos Pechincha (jogador marcado por ele, sofria, era um carrapato, osso seco); Zilmar e Bitonho; Reginaldo, Sádica (tive sorte, só joguei do lado dele!), Antonio Luis Bolo Doce (tive mais sorte ainda, esse matava qualquer um!) e Perereca. Jogavam ainda: Petrônio e Osmar.

- Como era o comportamento da torcida do palmeiras?

- Vibrante, não perdia os jogos, estavam sempre do nosso lado, e uma coisa interessante, tinha uns torcedores, que no momento lembro de dois, eram fanáticos: Alcides (Del Bueno) e Cabo Salim, quando o Palmeira ia entrar em campo, eles gritavam! “LÁ VEM OS PIRIQUITOS”, homenagem as camisas verde do time, era um barato, demais!

- Qual o time que vocês tinham com rival?

A resposta foi na ponta da chuteira, com trava!

- Foi o ferroviário, a gente sentia prazer de ganhar deles, era como se fosse um título!

- Teve algum atacante que você tinha dificuldade marcar?

- Bom, como só joguei sempre do lado de Sádica e Antonio Luis Bolo doce, me considero um zagueiro de sorte, pois a dupla desequilibrava, desestruturava qualquer esquema de jogo! Mas Jolimar, irmão de Parnaibano, era difícil, ele escondia a bola, rapaz, quando lembro, me deu muito trabalho danado! Os zagueiros sofriam com ele!

- Bagana e Antonio Guarda eram uma dupla de zagueiros respeitados, e com relação a frase que existe por aí: “UM BATIA, OUTRO ARREPIAVA”, é mito ou é verdade?

- Meu amigo, era verdade, mas era só na bola, as vezes escorregava!

Caramba! É verdade!

ARQUIVO BAGANA!

FOTO RARÍSSIMA! VALE OURO!
PALMEIRAS - 1966 - ESTÁDIO MÁRIO BEZERRA

De pé: Reginaldo, Sádica, Antonio Luis Bolo Doce, Bitonho, Perereca e Osmar; Agachados: Zilmar, Carlos Pechicha, Bagana, Bucar, Antonio Guarda, Brahim e Petrônio.
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Pesquisa: César de Antonio Sobrinho.

7/20/2006

FLAMENGO DE TIBERINHO


FLAMENGO DE TIBERINHO

Ferroviário e Flamengo de Teresina disputavam um jogo em caráter amistoso na cidade de Floriano no estádio José Meireles, onde hoje funciona o Hospital Tibério Nunes. O evento era significativo e marcava a epopéia romântica de nosso futebol

Aproveitando aquele grande momento, na partida preliminar, Tiberinho colocara o seu famoso Flamengo para jogar contra o juvenil do Flamengo de Teresina. O desafio caracterizava, também, emoções fortes no contexto lírico do desporto florianense.

Tiberinho, sem nenhuma frescura, chamou o pessoal e escalou o time para aquela saudosa jornada esportiva. O Flamenguinho entrou em campo com Galo Mago, Zé Filho, Zé Buraco, Chiquim, (irmão de Janjão), Zeca Zinidô (apelido dado pelo nosso primo Djalma, filho de mestre Valter), Danúnzio, Janjão, Nego Cléber, Quinto, Antonio Alberto Pimentão, Luiz Orlando e Boi Búfalo.

A partida corria dentro de um clima considerado amigável mas acirrado e o time do filho do prefeito tocando a bola direitinho. Deixa que, por entre os torcedores, havia dois mucurebas gesticulando muito, tesourando e tentando intimidar a equipe da Capital. Tratava-se de Lindolfo, filho de seu Cirilão e Luiz Urquiza, que moravam perto do campo dos artistas. Estavam metendo-se em confusão.

- Pernas de pau! Timinho! Bota outro...

O negócio é que Wilson Parente, um dos dirigentes do time de Teresina, tinha tomado uns uísques e, percebendo aquela gozação toda, resolvera tomar a iniciativa pro rumo da rapaziada, partindo logo pra a ignorância. Puxou um trinta e oito e começou a atirar para cima.

Pernas para que te quero. Lindolfo e Luiz Urquiza saíram em desabalada carreira, correndo feito loucos. A turma do deixa disso entrou em ação e foi logo apaziguando os ânimos mais acirrados e o jogo tem o seu reinício.

A vitória do Flamengo de Tiberinho, com um gol de Danúnzio, grande craque do passado romântico do futebol amador florianense, deixara os torcedores maravilhados, voltados para o que desse e viesse.
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São conhecidos na foto acima: Bogó, Tiberinho, Raimundinho, Galo Mago, Raimundo Siqueira (irmão da professora Helena Siqueira), Janjão, Pedro Hélio, Jerôncio, Luiz Orlando, Sebastião, Ubaldo, Raimundo Beirão (de chapéu), Pingüim, Soleta, Café, Dedé Carvalho (filho do senhor Pedro Carvalho) e Danúnzio. A foto foi tirada por volta de 1965 no campo do ferrim no fundo da casa onde morava o famoso goleiro Raimundo Cobra Preta (o vigia do campo).

PROFESSOR ABDORAL



ABDORAL - GARIMPEIRO DE CRAQUES!

Apaixonado por filmes de BANG BANG e FUTEBOL, o famoso professor de educação física, Abdoral Alves do nascimento, era duro na disciplina para com os seus mucurebas. Tinha que participar, mostrar serviço. Não tinha moleza, não. No Colégio Estadual e Escola Normal educou muitos atletas, que hoje venceram na vida.
No futebol, o professor tinha o seu time particular e se auto-escalava, antes de comerçar a partida:
- O time vai jogar cumigo...
Por outro lado, quando ia entregar as camisas do time, já pré-escalado, ele começava pelo número 9. Esta história, todo peladeiro de Floriano, região e parte do Brasil, já conhece, mas hoje foi tirada a dúvida:

- Professor Abdoral, é verdade ou é um mito, que você entregava as camisas começando pelo o número 9? Quem era esse craque?

Em cima da bucha, a resposta surgiu em forma de um relâmpago!

- O craque era eu, preste atenção, se eu formava o time, organizava, investia, porque começar pelo nº 1 não tinha cabimento, mas é claro que é invenção de peladeiro, que eu começava pelo nº 9, mas como é difícil mudar esta história, deixa do jeito que tá que é melhor!

Professor Abdoral sempre fora um garimpeiro de craques e tinha uma visão impressionante, um incentivador do esporte, cidadão de primeira qualidade.
Atualmente, morando no povoado “Tamboril”, São José do Peixe, trabalhou por 8 anos no Estadual e 9 no Lindolfo, sempre ligado na área do esporte. Abdoral Alves do Nascimento, nasceu no povoado “Xixazeiro”, próximo a São José do Peixe, em 24 de agosto de 1942, 64 anos, casado com Dona Francisca Ferreira do Nascimento.
Fato pitoresco! Abdoral colocou o nome dos(as) filhos(as) um pouco diferente! Vejam só, que personalidade:

- Jonh Douglas;
- James Douglas;
- Jim Douglas;
- Mary Stuart;
- Johnson Douglas;
- Jane Stuart; mas a caçula escapou:

- Patrícia Alves do Nascimento (uma verdadeira estranha no ninho!).
Coisas que acontecem em Floriano, Piauí, Terra!
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Pesquisa: César de Antonio Sobrinho. Na foto acima, do Palmeiras de Bucar, Abdoral é o último à direita em pé, quando jogavam em Picos em 1965 em jogo tumultuado, acirrado e cheio de alternativas.

HISTÓRIAS DE FLORIANO

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