8/26/2022

Floriano e seu tempo

 IMPRENSA EM FLORIANO

Floriano, antiga Colônia Agrícola instalada pelo agrônomo doutor Francisco Parentes, no terceiro quartel  do século passado. Depois de Teresina, Floriano foi a cidade que, após seu nascimento, teve imprensa no menor tempo, pois em 1905 apareceu seu primeiro jornal, que nos dá notícia Joel Oliveira, Vida Comercial.


Em 1912 ( outubro ), João Pires Ferreira fez circular o Serip, como órgão de publicidade da firma comercial Neto, Pires & Cia – Sucessores. O estranho título do jornal representava o endereço comercial da aludida firma que, por sua vez, era a inversão da palavra Pires. Teve pouca duração, sendo substituído em 1914 ( 27/11 ), pelo O Popular, propriedade do mesmo João Pires Ferreira, que o editava em tipografia própria.
O Popular foi o jornal de maior duração em Floriano, pois viveu até 1933. Tinha uma das maiores tiragens do Estado: 1.200 exemplares. Circulava aos domingos.
João Pires foi, mais tarde , substituído por seu filho, José Pires Ferreira. A respeito deste conta-nos o cronista Carlos Borromeu ( Almanaque da Parnaiba – 1951 ), o seguinte e curioso episódio:
“ O jovem José Pires foi tentar a vida no Pará. Mas, com a mania do jornal adquirida do pai, fundou em Breves, naquele Estado, A Cidade de Breves. Na mesma cidade mandava o Coronel Lourenço Borges, que era ao mesmo tempo Intendente ( prefeito ) da cidade, senador pelo Pará, Coronel da Guarda Nacional e comerciante exportador.
Devido a um artigo do jornal que desagradou ao potentado, José Pires foi preso e processado por sedução na pessoa da mais conhecida prostituta da cidade. Incomunicável e sem comer há 48 horas, pediu a guarda que fizesse ciência do fato aoCoronel. Este, pelo mesmo guarda, mandou-lhe algumas balas de calibre 44, numa cuia, para o desjejum.
Solto, José Pires voltou para Floriano, ali dedicando-se a ´O Popular, pelo resto da vida.”
De 1918 ( 24/04 ) a 1924, saiu O Livro, mensário dos alunos do Colégio 24 de Fevereiro, dirigido pelo Pe. Lindolfo Uchoa. Em 1920 ( agosto ) circulou A Cidade de Floriano, de Antonio Lemos, colaboração de João Ferry, Heráclito Sousa e Nelson Cruz. Teve a duração de somente cinco meses, pois que com o número 71, de 04/01/1921, desapareceu em virtude de seu proprietário haver abandonado a cidade, sob ameaça de agressão, devido a um artigo publicado contra o chefe político da situação.
O último jornal de grande duração e influência no meio, foi O Floriano ( 12/10/1925 a 1935 ), no qual colaboraram Pedro Borges da Silva, Osvaldo da Costa e Silva, Francisco Osterne, Alceu Brandão, Veras de Holanda, José Messias Cavalcante e Da Costa Andrade.
No mesmo ano em que surgiu O Floriano, em 1925, a cidade teve também outro jornal fora dos moldes convencionais. Trata-se de O Libertador, órgão revolucionário da coluna Prestes, redigido por integrantes da mesma.
Ao próprio Nelson Werneck Sodré, que ao escrever sua História da Imprensa no Brasil procurou obter tudo sobre a imprensa revolucionária, passou despercebido este jornal que a Coluna editou em várias cidades por ela ocupadas, no percurso de sua longa marcha.
O fato veio-nos ao conhecimento através de um antigo comerciante, que em sua juventude foi tropeiro no sul do Piauí e Maranhão. Depois, investigando, localizamos o fiscal de renda aposentado do Estado, também jornalista Amâncio Calland, que em 1925, quando da ocupação de Floriano pelos rebeldes, iniciava a vida ali como tipógrafo do citado jornal O Floriano.
Contou-nos Calland que, com a aproximação da Coluna, a cidade ficou praticamente deserta. No dia seguinte à ocupação, empastelaram o jornal O Popular, cujas oficinas e redação estavam abandonadas. Logo após apareceu nas oficinas d´O Floriano, no fundo de cujo prédio morava o nosso informante e protagonista, o Major rebelde de nome Lira. Indagou se havia condições para tirar uma edição do jornal da Coluna, O Libertador.
Calland prontificou-se a fazer tudo sozinho, pois que ainda dispunha de um resto de papel. Foi, então, pelo Major Lira, apresentado a um Tenente muito jovem, que redigiu toda a matéria, constante exclusivamente de proclamações ao povo.
Recorda-se Calland que o número de ordem dado a`O Libertador, em Floriano, era superior a 10, prova evidente de que já o haviam editado em outras cidades anteriormente ocupadas.
De então a esta data, não apareceram mais jornais de grande duração na cidade. Em compensação, esta tornou-se uma das mais importantes do Estado, conhecida como a Princesa do Sul, em contrapartida a Parnaiba, chamada Princesa do Norte. Sua imprensavem tomando um caráter cada vez mais sério.
Fonte: História da Imprensa no Piauí

8/17/2022

RETRATOS

 DIA DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO NACIONAL

Foto: Estabelecimento Rural São Pedro de Alcântara-Floriano/PI 1873
Texto: Arq. Nilson Coelho



Hoje, 17 de agosto é o Dia Nacional do Patrimônio Histórico.

A nossa jornada contada em tudo quer fizemos e construímos..

A data foi escolhida em homenagem ao historiador e jornalista, Rodrigo Melo de Andrade, criador do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), em 1937. O Instituto é responsável pela proteção juntamente com os governos, instituições e população. E pelos governos novamente.

São guardiões da preservação dos bens culturais nacionais, pelo PATRIMÔNIO CONSTRUÍDO,
centros urbanos e sítios arqueológicos.

Representem a nossa História, nossa Memória e o conhecimento técnico que desenvolvemos. Pouco se faz por ele. A não ser abandoná-lo disfarçadamente como se fossem moradores das ruas da nossa História.

Amargos sentimentos: cultivar ruínas e depois chorar e procurar culpados quaisquer!!!


8/12/2022

RETRATOS DO SERTÃO PIAUIENSE

 A SAGA DO GARROTE CAPOEIRO

Literatura de
Cordel

Lançado no ano de 2014, o poeta e autodidata Manoel Neco de Moura de São Feliz do Piauí nos apresenta este belo depoimento em cordel da Saga do Garrote Capoeiro.

Este interessante trabalho tem a parceria ilustrativa em xilogravura do humorista JOTA-A, onde acrescenta algo mais a esta poética de seu Manoel.

É uma bela narrativa, onde ele apanha a rotina do garrote Capoeiro em suas várias atividades no interior de São Felix.

Iniciativas como estas devem sempre  louvadas, para exaltarmos cordelistas e poetas populares adormecidos. 

Esperamos que outros trabalhos nessa envergadura venha a acontecer mais vezes mas também divulgado nas ruas, órgão e escolas públicas.

Retratos do nosso futebol

 Ferroviário de Floriano

Ferroviário 1968

FERROVIÁRIO DE FLORIANO-PI 

DÉCADA DE 6

Em pé os piolhos de bola Bagana, Cabeção, Alderico, Siqueira, Mumundo e Boi Búfalo; e agachados observamos Gonzaga, "Nêgo Cleber", Luis Orlando e Jolimar. 

Foto do arquivo: Siqueira 

Havia nesse período romântico uma empatia gigantesca entre dirigentes, gestores e atletas no contexto do nosso futebol. Várias disputas, campeonatos e torneios nos quatro cantos da cidade deixavam a comunidade sensível e esperta para o que desse e viesse.

Hoje, precisamos mudar essa realidade com novas iniciativas, para que o nosso futebol volte a respirar. Esperamos que o nosso Cori-Sabbá possa incentivar a prata da casa com escolinha com a ajuda de seguimentos sociais locais.

O tempo vai responder essa nova realidade do nosso desporto.

César Augusto Araújo e Silva

8/10/2022

Retratos de FLORIANO

 
A Praça

Praça Dr. S Martins

Os anos de 1950, com o Doutor Sebastião Martins de Araújo Costa, na qualidade de Prefeito de Floriano, fez construir a antiga Praça João pessoa.

O Projeto do Engenheiro Luiz Ribeiro Gonçalves mostrava um traçado singular da Praça.

Vejam os canteiros, as bancadas, os jardins cuidados e os postes de iluminação com pequenos globos brancos.

Em torno da Praça a arborização com figueiras. Vê-se, ainda, a Farmácia Rocha, a Casa São Luiz de Luiz Meirelles e, do outro lado, a Farmácia Coelho de tão grande tradição. Onde é hoje o Bar Imperial, havia uma loja da família Neiva.

O flagrante rever é essa imagem, no momento em que fazemos 100 anos de Cidade e a paisagem é outra.

Fica, porém, o registro e a eternidade da fotografia.

Fonte: Flagrantes de uma cidade / 1997


8/04/2022

RETRATOS DO NOSSO FUTEBOL

 TRIBUTO AO CRAQUE VICENTINHO

Elmar Carvalho
Ontem à tarde, pelo whatsapp da Fátima, recebi do professor Zé Francisco Marques a infausta notícia de que o craque Vicentinho havia falecido. Ainda me recuperando de uma pequena cirurgia, mais tarde, no blogue Super Campo Maior, da jornalista Luselene Macedo, colho as seguintes informações:
“Vicente Chagas do Nascimento, faleceu na manhã desta quarta-feira (07/08), em Teresina, no hospital, onde estava internado há mais de um mês, em consequência de uma pneumonia e há 15 dias ele sofrera um Acidente Vascular Cerebral AVC, que o levou a óbito.
Vicentinho tinha 76 anos de idade. Ele nasceu a 15 de janeiro de 1944, em Fortaleza, Ceará. Foi casado com Luzia de Melo, de quem era divorciado e com quem teve três filhos: João Henrique de Melo Nascimento (Professor de educação física no Colégio Patronato N. Senhora de Lourdes), casado; Sheila Maria de Melo Nascimento, casada, e Suderlan de Melo Nascimento (in memoriam). Deixou 6 netos.
(...)
Vicentinho não perdia um jogo no Deusdete de Melo. Fosse Caiçara ou Comercial, lá estava ele nas arquibancadas, misturado com os torcedores caiçarinos; mas, sempre atento aos lances dos atletas dos dois times do seu coração.”

Nas décadas de 60 e 70 do século passado, foi craque do Caiçara e do Comercial. Creio que receberá homenagem desses dois times do futebol campomaiorense.
De um artigo de Carlos Said, que amanhã republicarei na íntegra em meu blogue, retiro a seguinte informação: “Em dois anos: 1966-1967, o Ferroviário da “Princesa do Sul” apresentou ao público o famoso Vicentinho, cantado e decantado nos livros de Janclerques Marinho de Melo: “Crônicas Flutuantes (Lendas e Ruas)”. Na estampa da página 54, Janclerques escreveu: “Em todos os jogos do “Ferrim”, os jogadores Lino, Sadica e Vicentinho, davam “show” de bola. Mas o maestro da equipe era mesmo o Vicentinho”.”
                Outro dia, fiz um périplo, em companhia de meu irmão Antônio José e do professor José Francisco Marques, pelos arredores de Campo Maior. Pelos arrabaldes, como se dizia outrora. Fui em busca das recordações de minha adolescência tão emotiva e tão sentimental. Mergulhei onde fora o balneário da Primavera. Recordei as belas moças em flor de então, que ressurgiram em minha frente, no apogeu de sua beleza adolescente, como ninfas encantadas, que tanto me deslumbraram nos meus tempos juvenis.
Talvez não mais as deseje rever, para que permaneça indelével, em minha saudade e em minha memória, toda a beleza da graça feminina, que o tempo inexoravelmente deve ter transformado. Certamente, essa beleza continua em suas filhas e netas, transmitida pelo bastão de revezamento da sucessividade das gerações. Esquecido balneário da Primavera, onde tantas belezas floriram, onde tantas graças do adolescer desabrocharam para o encantamento de minha já distante juventude. Como diria o poeta, a saudade jorrou-me em ondas... Resistir, quem há-de?
                De lá, de volta para a casa de meus pais, vi o velho Estádio Deusdete Melo, onde atuei como goleiro, em escassas ocasiões, e de cujas arquibancadas vi os voos magníficos dos inexcedíveis goleiros (e meus mestres) Coló e Beroso, que pareciam desafiar a lei da gravidade, em sua elasticidade felina, em suas “pontes” ornamentais, que classificaria hoje como pontes estaiadas, belas, monumentais e precisas em sua eficácia. Naquela velha praça esportiva, os grandes craques do passado executaram suas bem urdidas jogadas, e perpetraram gols que arrancaram aplausos e urros da torcida em delírio.
                Resolvi tomar umas talagadas de calibrina em um barzinho das imediações, que era circunstancialmente frequentado pelo meu saudoso cunhado e amigo Zé Henrique, como uma homenagem saudosista a ele, em cuja companhia, várias vezes, fiz esses périplos suburbanos, evocativos de um tempo que jamais voltará, mas que insiste em se manter vivo, como um imortal vampiro do bem.
                Do boteco, eu via o entorno da barragem. As grandes, belas e sempre verdes árvores do horto florestal. Vi a brancura distante da vetusta igreja do Rosário, a contrastar em suas linhas retas, severas, com as curvas arredondadas, circulares da caixa d’água, também de um branco imaculado, ao menos da distância em que eu a via.
                De repente, provindo de umas pessoas que haviam chegado a uma grande sombra defronte, proporcionada por uma frondosa e avantajada árvore, vieram lindas melodias, de minha predileção. Logo soube que quem as escutava, da sombra esverdeada, era o imortal craque Vicentinho, autor de refinados dribles, executados em desconcertantes malabarismos de um atleta que era um virtuose em sua arte futebolística. Sabia de sua doença. Sabia que, hoje, ele mal consegue caminhar, com ajuda de acompanhante, ele que fora tão ágil e tão veloz.
Ele que fora, em sua destreza certeira e implacável, um dos mais exímios cobradores de falta, sobretudo pênalti, um verdadeiro algoz e fuzilador de goleiros. Fui cumprimentá-lo e lhe render minhas homenagens, eu que no meu livro O Pé e a Bola cometi uma imperdoável, conquanto involuntária, injustiça para com esse magnífico craque, ao omitir o seu nome. Certamente, que a injustiça já se encontra sanada, para o caso de uma segunda edição, pois inseri o seu nome no texto, em letras capitulares e de ouro, através do destaque que lhe dei e que ele bem merece.
                Quando precisou levantar-se da cadeira, vi, da distância em que me encontrava, uma bela e jovem mulher, não sei se filha ou neta, pegar-lhe a mão, e delicadamente ajudá-lo a erguer-se. O velho craque levantou-se com dificuldade, girou lentamente o corpo, moveu os pés que não mais lhe querem obedecer, e ensaiou um passo com muito esforço. Mas, em meu pensamento, nada disso acontecia.
Para mim, o velho craque Vicentinho dançava, lépido, fagueiro e elegante, uma saltitante e linda valsa, ou executava o “paso doble” de rocambolesca e dificultosa dança espanhola, com uma linda moça que lhe conduzia e era por ele conduzido, em perfeita integração, como tabela de grandes craques, ou então perpetrava uma inigualável, perfeita, destra e desconcertante jogada, verdadeiro balé, que arrancava delirantes e ensurdecedores aplausos da torcida.
                Inevitavelmente, pareceu-me ouvir, vindo da vitrola de um outro tempo, das ranhuras de um antigo disco de vinil, arrancado das areias de esquecidas ampulhetas, a música Balada nº 7, de Moacyr Franco, que fala de um velho craque, num estádio vazio, na ilusão inglória de uma torcida imaginária, a recordar as suas belas jogadas do passado, aplaudidas em frenesi por fanáticos torcedores, como um tributo a um deus da bola e das arquibancadas.
                Em silêncio, sem um gesto sequer, aplaudi, em meu coração e em minha lembrança, o exímio craque Vicentinho, cujas jogadas ainda são repetidas no vídeo tape da memória e da saudade dos torcedores, e pelos craques que aprenderam as magistrais lições do velho Mestre. 

7/19/2022

BECO DAS ALMAS

 

Antigo Beco das Almas

Conto - Dácio Borges de Melo

 O certo é que Danúnzio, Divaldo e nego Cléber foram a uma tertúlia que sempre ocorria naqueles fins de semana. 

Terminado a festa, Divaldo e nego Cléber resolveram esticar a noite e Danúnzio tava escalado, por dona Lourdes, pra fazer a feira bem cedo, por isso rumou mais cedo pra casa. 

Alta noite, no caminho de casa, tinha que encurtar estrada passando pelo beco das almas. Caminho estreito, cercado de mato, escuro que nem breu. 

Antes de chegar no beco, bateu a mão no bolso e tirou o único cigarro que tinha, todo amassado, bateu outra vez a mão no as bolsos atrás de fósforo, em vão. 

Enfrentar o beco tenebroso sem um cigarro pra iludir o medo era fogo. Mas foi o jeito, entrou nas trevas das almas, com o cigarrinho na mão, no ponto de qualquer barulho sair correndo a mais de mil. 

O efeito da cachaça é que ainda lhe dava um rasgo de coragem. A passos rápidos, em meio a trevas totais, seguiu beco a dentro. 

Na outra entrada beco, avistou uma pequena brasa dançar no ar, o que fez todo seu cabelo levantar! Logo a seguir se acalmou quando ouviu alguém assoviar  uma música comum na época. 

Certamente pra espantar o medo do afamado beco. Sem ninguém enxergar ninguém, ao se aproximar um do outro, Danúnzio perguntou com a voz arrastada..."tem fogo aí, meu amigo". 

Danúnzio não viu, mas sentiu o cara jogar algumas coisas pra cima e com uma voz rouca gritar e disparar noite a dentro. 

De manhã cedo já no rumo da feira, Danúnzio resolveu passar pelo beco pra ver o que resultou da noite assombrosa. Encontrou um pau de travessa, um côfo com peixes e outros espalhados, vara de pescar e outras coisas mais. 

Filhos, netos e bisnetos, certamente ouviram muitas estórias de assombração.

6/29/2022

DISPERSÃO POÉTICA

 

Praça - 1978

Ainda sondamos, com saudades, dos passeios, dos arvoredos, dos bambuais, do bar Sertã, do coreto e dos contornos da praça doutor Sebastião Martins, que hoje encontra-se transformada num objeto de desejo dos tempos modernos.

Não sentamos mais nos bancos para jogar conversa fora, não há mais a poesia de outrora e nem aquela cervejinha saborosa; não há mais os mesmos jardins; há, apenas, detalhes estranhos que se cruzam no vai e vem da rotina da cidade.

Estou com febre. A poesia, agora, é outra. O Clube do Rum não existe mais e os Malandros não botam o seu bloco na rua. 

Os incautos tomam de conta das novas tendências.

Não sei se serei mais feliz!

Aniversário de 125 anos de Floriano será marcado por 50 ações, eventos e inaugurações

 


Secom
“Floriano, 125 anos, Cidade de Vanguarda”: o tema escolhido para o aniversário de Floriano, em 2022, traz para os florianenses de todas as gerações, filhos de nascimento ou não, a ratificação da importância de Floriano para toda uma macrorregião, tanto na parte histórica, como econômica, social, consolidada há décadas como polo de saúde, educação, serviços, comunicação, com um comércio pujante, boa estrutura urbana, bancária, hoteleira, berço de grandes políticos e profissionais de destaque em vários lugares do Brasil, ponto de turismo de negócios e de uma riqueza cultural, histórica e religiosa importante, com a mistura de povos e costumes e a participação importante da colônia sírio-libanesa, no desenvolvimento do comércio local. 

O tema também remonta a frase do saudoso historiador Luiz Paulo Lopes, repetida muitas vezes nos pronunciamentos do prefeito Antônio Reis: “Floriano é grande desde o seu nascedouro”. O município é um dos cinco maiores do estado e tem o melhor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do interior do Piauí.

Para comemorar os 125 anos de elevação de Floriano à categoria de cidade, a Prefeitura de Floriano preparou uma vasta programação, que vai de 1º a 8 de julho e inclui a entrega de obras de reestruturação de unidades básicas de saúde, reforma de escolas e de praça, realização de feiras, ação social, mutirão de consultas e exames oftalmológicos, eventos cívicos, culturais, esportivos e religiosos, dentre outros.

Entre os pontos altos da programação estão o lançamento do Referencial Curricular de Floriano, documento que deve alicerçar e fortalecer ainda mais a rede pública de ensino municipal; e o lançamento da Plataforma Colab, um canal virtual que permitirá a participação popular na criação da lei orçamentária, apontamentos e solução de problemas estruturais de Floriano, como iluminação pública e descarte irregular do lixo.

A programação conta ainda com uma festa para comemorar o Aniversário de Floriano , com duas atrações: a Banda Chicabana e Mara Pavanelly, além de eventos culturais, esportivos e religiosos, entre eles o tradicional passeio ciclístico, torneios de futebol, sarau de poesia, concerto musical com a banda do município, culto e missa.
Confira a programação completa:

SEXTA - DIA 01 DE JULHO
08h - Solenidade do Dia da Bandeira de Floriano.
Local - Praça Dr. Sebastião Martins 
08h30 – Realização da Feira da Agricultura Familiar
Local - Praça Dr. Sebastião Martins
09h30 - Abertura do Mutirão de Consultas e Exames Oftalmológicos 
Local – Centro Médico Aliança 

10h30 – Floriano em Ação – Serviços gratuitos à população (Carteiras de Idosos, atendimento com Psicólogos, Cartão do SUS e cursos de capacitação).
Local - Praça Dr. Sebastião Martins
11h – Meio Ambiente em Ação - Doação de mudas e Oficina de Fertilizantes Orgânicos
Local - Praça Dr. Sebastião Martins

14h30 - Ampliação do Programa Pacto pela Aprendizagem: Contratação e lotação dos 50 estagiários selecionados para atuar na ampliação da jornada, nas escolas da rede municipal.
Local – Auditório da Estação da Cidadania, Cultura e Esporte Nivaldo Júnior –Conj. Pedro Simplício

19:30 - Encontro Regional de Diretores Lojistas 
Local - Hotel Rio Parnaíba

SÁBADO - Dia 02 DE JULHO

08h30 - Partida de Futebol dos Veteranos de Floriano
Local - Estádio Tiberão

10h - Entrega de reforma da Escola Municipal Socorro Araújo 
Local - Comunidade Manga 

11h30 - Confraternização e Homenagens - Futebol de Veteranos
Local - Comércio Esporte Clube

16h30 - Entrega da reestruturação da Academia de Saúde Dr. Pedro Rocha
Local – Av. Frei Antônio Cúrcio, bairro Bosque Santa Teresinha


DOMINGO- DIA 03 DE JULHO

08h - Passeio Ciclístico
Local - Av. Frei Antônio Cúrcio

19h30 - Culto em Ação de Graças
Local – Igreja Assembleia de Deus, bairro Ibiapaba


SEGUNDA - DIA 04 DE JULHO

08h - Entrega de reforma da Escola Municipal Antônio Nivaldo.
Local - Bairro Campo Velho

08h30 - Entrega do Laboratório de Informática da Escola Municipal Antônio Nivaldo.
Local - Bairro Campo Velho

09h - Projeto Escola Seletiva: Implantação de Ponto de Entrega Voluntária de Recicláveis
Local - Escola Municipal Antônio Nivaldo - bairro Campo Velho

10h30 – Ações do projeto “Aqui Tem Saúde”  
Local - Residencial Alto da Cruz

11h30 – Cerimônia de Aposição de Quadros de Personalidades Históricas de Floriano e da Lei Nº 144, de 8 de julho de 1897, de elevação de Floriano à categoria de cidade 
Local - Galeria Histórica Municipal -Sede da Prefeitura de Floriano 

15h - Entrega da reforma da Escola Municipal Socorro Coelho
Local – Conjunto Vila Leão

16h30 - Lançamento da Plataforma COLAB
Local – Auditório da Estação da Cidadania, Cultura e Esporte Nivaldo Júnior –Conj. Pedro Simplício

19h30 - Mostra ‘Floriano em Tela e em Letras’ e Sarau de Trovadores e Poetas
Local - Espaço Cultural Maria Bonita


TERÇA - DIA 05 DE JULHO

08h - Entrega da reforma da Escola Municipal Dorinha Carvalho
Local - Praça da Liberdade - bairro Sambaíba

08h30 Projeto Escola Seletiva - Implantação de Ponto de Entrega Voluntária de Recicláveis
Local - Escola Municipal Dorinha Carvalho - Praça da Liberdade - bairro Sambaíba

09h30 - Inauguração de Centro de Convivência do CAPS II
Local - Praça do CAPS II (Rua Fernando Marques nº 961)

10h30 – Entrega da reestruturação da UBS Euclides Carneiro
Local - Comunidade Rio Branco

15h – Entrega da reforma da Creche Eduardo Neiva
Local – Conjunto Pedro Simplício

16h - Entrega da reestruturação da UBS Helvídio de Holanda Barros
Local – Bairro Manguinha

16h30 - Entrega de Consultórios de Nutrição
Local - Bairro Manguinha

19h30 - Concerto com a Banda de Música do Município Maestro Eugênio
Local - Espaço Cultural Maria Bonita


QUARTA - DIA 06 DE JULHO

08h30 - Entrega da reestruturação UBS Margarida Alves de Almeida
Local – Comunidade Vereda Grande

10h30 - Entrega da reestruturação da UBS Raimundo Benvindo Lima
Local – Comunidade Retiro do Amolar

11h – Reestruturação do Sistema de Abastecimento de Água
Local – Comunidade Retiro do Amolar

13h - Entrega da reestruturação da UBS Amolar
Local – Comunidade Amolar

15h30 – Ampliação do Sistema de Abastecimento Simplificado de Água 
Local – Localidade Malhada Vermelha

19h30 – Lançamento do Referencial Curricular de Floriano
Local – Garoto Park Hotel


QUINTA - DIA 07 DE JULHO

08h30 - Realização da 2ª Feira do Microcrédito
Local - Praça Coronel Borges

08h30 - Realização da 2ª Feira do Mercado do Produtor
Local - Praça Coronel Borges

08h30 – SEMAN em Ação - Doação de mudas à comunidade 
Local - Praça Coronel Borges

09h - Central do Contribuinte Itinerante
Local - Praça Coronel Borges

09h30 - Ações do projeto “Aqui Tem Saúde” – Serviços de saúde gratuitos à população
Local – Escola Municipal Professor Freire - Bairro Cajueiro II

10h – Entrega da reforma da Escola Municipal Professor Freire
Local – Bairro Cajueiro II

11h - Ação de Regularização Fundiária
Local - Escola Municipal Professor Freire - Bairro Cajueiro II

16h30 - Entrega de materiais permanentes para a Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Assistência Social ( SEMDAS)
Local – SEMDAS

17h30 – Entrega da reforma da Praça da Bandeira (Secretaria de Ass. Social)
Local - Praça da Bandeira (praça da SEMDAS)

20h – Festa de Comemoração do Aniversário de Floriano (Banda Chicabana e Mara Pavanelly)
Local - Av. Antônio Cúrcio


SEXTA - DIA 08 DE JULHO

08h - Hasteamento das Bandeiras
Local - Praça Dr. Sebastião Martins

08h15 - Missa em Ação de Graças pelos 125 anos de Floriano
Local - Catedral São Pedro de Alcântara

10h - Sessão Solene em homenagem ao aniversário de Floriano 
Local - Câmara Municipal

15h - Torneio dos Servidores Públicos 
Local - Comércio Esporte Clube

19h30 - Evento de lançamento do Volume 9 da Coleção Florianenses.

Local - Fundação Floriano Clube

6/28/2022

Retratos do nosso futebol

 

Comércio Esporte Clube na Década de 1959

Foto histórica

Foto histórica!

Os mais conhecidos:

Paulo Carnib, pai de Ary

Ildefonso Ramos, pai de Eurico

Daniel Bicudo, irmão de Lulu, Budin

Quincas, pai de Mano, Careca

Roló, irmão de Maria Roque, minha mãe.

Nesse período, o futebol de Floriano exaltava grandes emoções e havia grandes destaques, resenhas e levantamento de Taças.

Atualmente, as coisas mudaram, não há mais aqueles jogos pelos campos de várzeas e o campo dos artistas foi invadido pela especulação imobiliária.

E o Cori-Sabbá, pelo menos esse, conseguiu arranjar uma brecha com muita luta e nos colocou no calendário do futebol piauiense e disputará a primeira divisão do ano que vem.

Graças ao nosso bom Deus, mas é preciso que novos dirigentes apareçam, piolhos de bola e recomecem do COMEÇO (do TOCO), para que possamos reviver novos e bons tempos nesse futuro que já chegou.

Fonte: Cesar de Antonio Sobrinho

Tempo de Papagaios

 

Tempo de papagaios

Dácio Melo (filho de Mestre Walter)

Tempo de papagaios

Eu nunca fui bom de papagaio. Quando os ventos gerais chegavam, todo mundo corria à procura dos artesãos, dos craques na feitura dos surus, lanciadores, curicas, surus de besouro nas mais variadas cores.

Me lembro bem do Tete e do Cebola. Embora não sendo bom na empina, sempre estava participando da brincadeira. Segurando o papagaio pra levantada de vôo, passando o cerol na linha e depois me juntar a turma na expectativa da queda bonita de alguns surus cortados.

Na ânsia de comer linha, varávamos cercas de quintas e quintais sem respeitar nada. Lembro-me bem, ali nas imediações da galeria abaixo da rua do fogo, o suru tinha caído no quintal dum carroceiro muito brabo, nós pulamos a cerca afobados pra comer linha e o dono da casa correu pra ver que zoada era aquela no seu quintal. Foi olhar pra nós e gritar bem alto, com raiva, "me traz o facão aí, muié, ligeiro!".

 Rapaz, nunca vi nêgo pular cerca de arame tão depressa como naquele dia! Nós correndo apavorados e o negão gritando da cerca, “espera aí seu bando de feladaputa, vou capar um por um!”

 Só fomos parar, quando sentamos na calçada de seu Benedito, na nossa rua (José Coriolano com João Chico), tamanho era o pavor!

 Quando recuperamos o fôlego, a risada foi geral. Passei um bom tempo sem passar na galeria.


Retratos de Floriano

 

FLORIANO - ESTADO DO PIAUI / BRASIL

Dados Sumários de 1925 a 1943 )

Por - Delmar Mendes dos Reis / Texto de Novembro de 1993

DIVERSÃO E ENTRETENIMENTO

Como não podia deixar de ser, em toda cidade interiorana que se preze, tem o seu espaço dedicado às suas horas de ócio e de lazer.


Floriano de então, e sendo a terceira cidade do Estado, também posuía lugares consignados para diversões - bares, cinemas, teatro ( este funcionando esporadicamente ), cabarés etc.

A elite social compunha-se de famílias das classes rica e média, ambas militantes do comércio de ummodo geral.

Antes da existência do "Floriano Clube", os bailes sociais da chamada época áurea, realizavam-se em residências particulares, dependendo do motivo a ser comemorado. Os convites pessoais eram feitos com antecedência, a fim de que os convidados se preparassem devidamente. As despesas decorrentes desses eventos corriam sempre por conta dos anfitriões.

Também, aconteciam nasdardes domingueiras, promovidas pela sociedade, soirés dançantes beneficentes com passeio fluvial de 12 às 18 horas, a bordo dos vapores "Europa" ou "Manoel Thomas", gentilmente cedidos pelos respectivos comandantes.

Os bailes carnavalescos, bem como os de caráter beneficente, realizavam-se no Teatro Politeama, adremente ornamentado para maior brilhantismo dos festejos citados.

As pessoas pertencentes a classe operária, com raras excessões, formavam um bloco à parte. Suas festas, de um modo geral, eram promovidas na sede da "União Operária".

CARNAVAL

Durante os festejos dedicados ao rei Momo, o chamado carnaval de rua era bastante fraco, com um ou outro bloco, arremessando confetes e serpentinas, bem como "cabacinhas de cera", contendo água colorida às pessoas presentes. Era o chmado "Entrudo". Nos bailes, formava-se blocos distintos, devidamente fantasiados de acordo.

CINE TEATRO POLITEAMA

Esta ex-casa de diversão foi construída na avenida Álvaro Mendes, sobre o riacho do "Gato", por iniciativa do coronel Hermando Brandão, a fim de servir o público na projeção de filmes cinematográficos, especialmente. Também, servia como teatro. Nele aconteceram representações de várias companhias teatrais do Rio de Janeiro. Ainda, promovidas pela sociedade local, aconteceram teatrinhos de variedades, bem como peças dramáticas da larca do senhor Eleutério Rezende, o qual também brilhava como ator. Tais récitas e dramas, quase sempre eram beneficentes.

A força e luz para funcionamento do cinema era própria. os filmes eram do tempo do cinema mudo e as projeções se faziam acompanhar de músicas executadas por orquestra contratada, sob a dereção do senhor Ranulfo Barros, exímio flautista.

CINE NATAL

Tempos depois, o senhor Bento Leão adaptou a sua residência em casa de divesão, inaugurando o cinema falado sob o título citado. Este funcionava com energia e luz próprias, pois este senhor possuía um motor para beneficiamento de arroz no qual foi adaptado um dínamo para energia elétrica.

Anexo ao cinema funcionava o Bar Natal de sua propriedade, passando este a ser o mais frequentado da cidade.

Passados alguns anos, surgiu outro cinema de propriedade do senhor Adala Attem, em prédio também adaptado, que este adquiriu de um patrício, o qual retornou à sua terr natal. ( o nome deste sírio não me ocorre, informe-se com seu mano Michel ).

AMPLIFICADORA DE SONS

Não possuindo Floriano estação de rádio-transmissora, foi criada no "Cine Natal", uma amplificadora para anunciar os filmes programados. Com o correr dos tempos, esta tornou-se um órgão de propaganda do comércio local, como também de informações, onde eram comentadas as notícias da cidade e do Estado de um modo geral. Nos intervalos das notícias eram transmitidas músicas orquestradas e cantadas, tornando-se, assim, mais um divertimento para o povo.

BARES E BOTEQUINS

O primeiro bar conhecido era de propriedade do senhor Doca Rocha, contendo além de bebidas e cigarros necessários ao bom funcionamento deste, salões para jogos de bilhar e sinuca, como também jogo de azar - carteado e outros.

Anos depois, referido bar foi adquirido pelo senhor Calixto Lobo para o senhor Moisés Kinahier, tornando-se um ponto de reunião frequente dos componentes da Colônia Sírio-Libanesa, especialmente. Estes eram conhecidos pela população piauiense pela alcunha de "carcamanos".

Também, o senhor José Cronemberger abriu um segundo bar, provido do necessário, tendo ainda amplo salão com sinucas e jogo de dominó etc. Não tinha jogo de azar. Seu estabelecimento era bastante frequentado por famílias da sociedade, destacadamente. O movimento maior era das 06 às 10 horas da noite. E nos domingos e feriados começava após a missa das 08 horas.

Outros bares - do senhor Genésio Nunes e do senhor Manuel Vieira dos Santos. Com o advento do "Bar Natal", os outros foram desaparecendo paulatinamente.

Os botequins ou tabernas funcionavam na zona boêmia, sendo os mais frequentados - o do senhor Anfilófio melo e o do senhor Francisco Gonçalves da Paixão.

BANDAS DE MÚSICA

A primeira banda de música pertencia ao saudoso professor de música - Manuel Martiniano da Costa. Depois a "União Operária" fundou a "Euterpe Florianense", sob a direção do senhor Joaquim Araújo. Este teve como sucessor o senhor João Francisco Dantas.

Anos após, e em decorrência da incrementação do futebol amador pelo comércio, surgiu uma terceira sob a direção do senhor João Martins. Este era saxofonista e procedia da cidade de Oeiras.

FUTEBOL

Este esporte bretão teve outrora grandes momentos de lazer para a sociedade e o povo em geral. Nas tardes domingueiras eram frequentes as partidas de futebol, entre os times amadoristas do comércio e do operariado.

O do comércio denominava-se "Comercial Futebol Clube", tendo como Presidente o senhor José Francisco Dutra, Gerente da firma Marc Jacob, e o da classe operária, tinha a denominação de "Artístico Fubebol Clube",cujo Presidente era o senhor Joaquim ( Quincas ) Araújo.

As torcidas de ambos vibravam com as atuações de seus times, chegando ao ponto de deiscriminação entre aqueles que militavam no comércio, e os operariados. As rivalidades eram notórias naquela época, daí o surgimento da banda de música acima referida.

Talvez, pelos motivos retro mencionados, o futebol amador tenha desaparecido de Floriano.

FOLCLORE

Nas épocas de junho, haviam congados e bumba-meu-boi e em dezembro pastorinhas e reizados, festas estas bastante animadas e apreciadas pela população. Também, em junho, faziam-se as tradicionais fogueiras, nas quais eram assadas batatas e macaxeiras, acompanhadas do célebre quentão ou gegibirra.

São tradições e eventos que estão quase desaparecendo neste País, o que é uma pena. Em contrapartida, a violência nas grandes cidades está crescendo assustadoramente.

RIO PARNAÍBA

Nos medes de verão, especialmente nos domingos, a juventude e a criançada realizavam neste rio momentos de entretenimento, não somente banhando-se nas águas e ainda, nadando e atravessando-o montados em talos de buritís, bananeiras para maior segurança de seu desiderato. Contudo, o rio Parnáiba não era apenas salutar para os banhistas. suas águas traiçoeiras, às vezes, conduziam os mais audazes às correntezas e fatalmente à morte. Recordamos com pesar os pranteados rapazinhos Alberto Drumond Neto, filho do senhor Honorato Drumond; José Crvalho, filho do senhor abdenago Ferreira de Carvalho; e Milton da Fopneca Rocha, filho do senhor Martinho Rocha. Este afogou-se, não souberam como, quando em viagem de Teresina para Floriano.

6/24/2022

RETRATOS DE FLORIANO

 Associação Florianense dos Estudantes Secundários - AFES

AFES - Sede Própria

Colaboração. Nelson Oliveira

As iniciais acima é o nome da instituição que está citada nesta matéria, instituição da classe estudantil da nossa terra para, dentro dos limites da Lei, reinvindicava os direitos da classe, protestando com veemência com tudo aquilo que viesse em prejuízo da classe, que tinha como Líder Gessius Morais, - nos anos 40/50 - que depois de muitos anos de lutas à frente da Associação, mudou-se para Goiânia, onde fixou residência, terminando por entrar na política partidária, conseguindo eleger-se deputado estadual, reelegendo-se em vários pleitos.

A AFES daquele tempo, que teve a sua primeira sede instalada num pequeno compartimento de um prédio de prorpiedade do senhor Zuza Nunes, próximo à esquina com a então rua Miguel Rosa e que passou a ser denominada rua João Dantas, talvez em torno dos anos 60/70, abrigava no seu seio estudantes de várias faixas etárias, verdadeiros paladinos da classe, que militavam, em maior número, no Ginásio Santa Teresinha, estendendo-se, depois, pelo Ginásio Primeiro de Maio, fundado nos anos de 1950 e pelos demais subsequentemente, na defesa dos seus direitos.

A Associação, através da comissão de fiscalização que era mantida, era rigorosa com os estudantes locais de diversões, onde não era permitida a presença de menores, principalmente nos cinemas, quando os filmes eram censurados, nos bailes ( festas ) de adultos, no baixo meretrício etc., ou quaisquer outros locais prejudiciais à formação dos jovens que tinham suas presenças vedadas até nos bares comuns.

Ah, bons tempos  aqueles, onde eram formados os velhos de agora. No cinema só tinha ingresso aquele que estivesse de acordo com a censura; aquele que em qualquer local público se comportasse de modo desrespeitoso ou incoveniente era advertido educadamente por aqueles que desempenhavam as funções de polícia estudantil; em caso de reincidência os pais eram comunicados para as devidas providências junto ao estudante infrator sem que tal situação gerasse conflito posteriormente no relacionamento.

Que tempos, aqueles, hein? Hoje, infelizmente, os garotos ao invés de conduzir na mente matérias das aulas, na bolsa, além dos cadernos, levam uma arma branca ou revolver para matar o professor.

É preciso mudar tudo isso. Com urgência. Tudo isso acontecia, sem discussões entre os poderes constituídos, porque existia uma verdadeira Lei, que visava, antes de tudo, o bem estar da sociedade, não essas mixúrdias atuais, onde as autoridades maiores se rendem a caprichos de determinados setores da comunicação, permitindo que uma programação promíscua e imoral, como numa revista de circulação nacional.

Será que isso é o sinal dos tempos? Só Deus dirá

( 2012 ) em que os nossos meios de comunicação alardeiam que o Brasil é um País evoluído. Somos, sim,, campeões na prática de atos vergonhosos, rpincipalmente pelos nossos jovens, que poucos procuram ser úteis a nossa sociedade. Hoje o Brasil é um País que cresce, porém não tem gente que acompanhe essa evolução por falta de conhecimentos. Ou estou falando besteira?

 Naquele tempo, em qualquer tipo de diversão ( a TV era muito restrita ), a criança só tinha acesso de acordo com a idade permitida pelo próprio programa. Criança assistir qualquer programa, em tempos idos, nem pensar, mesmo porque a própria família tinha sob seu controle todos os passos dos filhos.

No lar do mais pobre ao mais rico, além do respeito, havia disciplina, obediência sem necessidade de agressões a criança, porque o rebento, ao nascer, já dever ser traçado o seu futuro para ser obediente, disciplinado, respeitador para com os seus superiores e não como se observa nos tempos atuais, quando a criança nasce recebe um celular, aos quatro, cinco anos, tem acesso a internet, através do seu próprio computador, sem qualquer tipo de censura. E aí vemos, diariamente, no nosso dia a dia, os desastres e as tragédias no seio das família.

Quem redigiu essas linhas foi, apesar de família pobre, foi criado dentro dos sagrados princípios da família dos bons tempos, onde toda decisão de qualquer tipo de situação era tomada pelo pai ou pela mãe de qualquer nível social, sem interferência de crianças, como a partir dos anos de 1981 para cá as crianças nascem e concomitantemente vão tomando o poder dos pais, que hoje ( em grande maioria ) ficam a vernacios. Atualmente, 2002 em diante grita que quer isso ou aquilo e os pais, até mesmo sem condições financeiras compram, individando-se e passar privações.

Depois de tudo isso, tenho saudades daqueles tempos, onde pais e mães eram símbolos do amor, da paz, da educação doméstica, da religião com respeito recíproco.

Que voltem os velhos tempos respaldados pelos bons costumes emanados da verdadeira família.

Retratos de Floriano

 ESCOLA NORMAL Fonte: Nelson Oliveira 1929 foi um ano excepcional para educação em Floriano. Além do Grupo Escolar Agrônomo Parentes, f...