11/19/2021

Retratos do nosso futebol

Futebol Amador dos anos de 1930
Floriano - Piauí

Time do Vasco de Guto do bairro do 
Caracol

Time do Professor Abdoral Alves 
do Nascimento dos anos de 1960

Decisão do Campo dos Artistas

Disputavam a pelada os piolhos de bola que frequentavam, costumeiramente, a arena do antigo campo dos artistas naquele início da década de setenta.

A partida daquela decisão, já anoitecendo, transcorria dentro de um clima acirradíssimo. O juiz Chico Bilituta estava atento e comandava com moral e categoria aquela saudosa peleja.

Os piolhos Tequinha, Raimundo Anjo, Fernando, Quebinha, Gunga, Ranulfo, Mané João, Luiz Urquiza, Paulinho Carnib, Beterraba, Chico Pipira, Laurismar, Chiquinho e Ribinha mostravam-se dispostos a ganhar e valorizar aquele evento de grande magnitude.

O placar de zero a zero deixara desapontados os atletas, que sairam de campo gesticulando muito e discutindo os melhores e piores lances da partida.

Ficara decidida, para uma outra data, uma partida extra, uma negra, para exaltar os melhores times daquele período romântico do velho campo dos artistas.

Tudo na base da inspiração de nossos melhores times do passado, como na foto acima sob o comando do professor Abdoral Alves do Nascimento ( o dono da camisa 9 ) no ano de 1969, com os piolhos de bola Tim,Chico Bailarina, Hélio, Val, Almir, Zé Henrique e Abdoral.

Abaixo, os craques de bola Puluca, Cléber, Luiz Orlando e Janjão.


 

SUPLEMENTO CULTURAL

 

Suplemento Diário Oficial
do Estado do Piauí.

11/16/2021

Retratos de Floriano

 

Time do Primeiro de Maio 1976

TIME DO GINÁSIO PRIMEIRO DE MAIO 1976

Dentro do contexto do nosso desporto, garimpamos essa passagem daquela saudosa Semana do Esporte, quando o GINÁSIO PRIMEIRO DE MAIO colocou no seu time de futebol, vários craques do passado, onde conseguiram ganhar a taça.

Em pé observamos o Darcy, Jorge Paquerote, Eduardo Camarço, Edinho, Afonso Mota e Eduardo Silveira e, agachados, o Marcos Costa e Silva, Firmino, Fábio Fonseca, Astrobaldo e Benito.

Tempos que não voltam mais, mas que precisamos fazer o registro.

Foto: Acervo do nosso amigo FIRMINO.

11/11/2021

Retratos de Floriano

Djalma Nunes 

Dr. Djalma José Nunes, filho do Cel. José Alves Nunes e de D. Maria Madeira Coelho Nunes, nasceu em Amarante (PI) em 21 de setembro de 1901 e faleceu em Floriano (PI) em 16 de agosto de 1964.

Passou sua  infância  em  Amarante  no  início  do  século XX em contato com a natureza exuberante da cidade, rodeada  de belas serras bem como dos três rios que a cercam, que de acordo com o poeta Da Costa e Silva “lembra uma ilha , alegre e linda. A cidade sorrindo aos ósculos  das águas”.
 
Djalma José Nunes perdeu seu  pai  ainda criança, porém sua genitora, mulher de fibra e determinada, mesmo ficando viúva com dez filhos pequenos gerenciou com competência o imenso patrimônio deixado pelo marido, bem como prosseguiu com desvelo a criação e educação dos filhos. Djalma, fez seus estudos primários em Amarante e os dezesseis anos encontrava-se em São Luís estudando no Colégio Maranhense fazendo os Preparatórios  para o ingresso no curso superior. Ficou nesta cidade até o início da década de 1920 seguindo  para  Salvador na Bahia, onde ingressou na tradicional Faculdade de Medicina da Bahia  no ano de 1922.
 
Salvador era então um centro cultural importante, os jovens de estados nordestinos que queriam estudar dirigiam-se a esta cidade onde conviviam com o que de mais moderno existia no Brasil no que se refere a educação, cultura, literatura e conhecimentos diversos. Salvador era a cidade que difundia o conhecimento para todo o Nordeste brasileiro, formando jovens de outros estados para que depois voltassem a sua terra natal para exercer sua atividade profissional.
 
Em 1927, o Dr. Djalma José Nunes concluiu seu curso de Medicina, tendo na ocasião defendido publicamente sua Tese de Doutoramento com o tema “As contra-indicações do Bismutho no tratamento da Síphilis”,  sendo a referida Tese aprovada com distinção.
 
Chegou então a hora de retornar ao Piauí. Dr. Djalma Nunes não retornou para sua terra natal, Amarante, pois sua mãe já se encontrava residindo em Floriano, de onde era mais fácil o acesso as suas fazendas.  Floriano então recebeu seu novo médico, jovem, humanitário,  acessível, amigo e competente profissional.
 
Com o passar dos anos, Dr. Djalma  torna-se uma pessoa muito querida na cidade pela sua dedicação profissional, atendendo de forma competente as famílias mais importantes  bem como as pessoas mais humildes, das quais ele nunca cobrou uma consulta. Tornou-se o médico da colônia Síria onde era tratado como um Lorde, sendo que em seu aniversário os Sírios sob o comando do Sr. Moisés Kynaer  faziam uma grande festa onde simplesmente os convidados era toda a população da cidade. Segundo informações passadas a mim, por pessoas que viveram na época, as duas grandes festas de Floriano entre as décadas de 1930 e 1940 eram a festa dos Comerciários e o aniversário do Dr. Djalma Nunes.
 
Em 1936, depois de dois noivados que não deram certos, o Dr. Djalma encanta-se por uma bela jovem vinda de São Raimundo Nonato de nome Solimar  Guerra de Carvalho. Casam-se e ela passa a chamar-se Solimar de Carvalho Nunes de cujo consórcio nascem seis filhos: Djalma José Nunes Filho, professor da UFPI em Floriano, Zalina Nunes Pereira residente em Floriano, Maria de Fátima Nunes Melo residente em Salvador, Zulma Nunes Ribeiro Gonçalves residente em Teresina, Cíntia de Carvalho Nunes residente em Salvador e Marcelo de Carvalho Nunes residente em Floriano.
Dr. Djalma além de médico, também contribuiu para o desenvolvimento educacional de Floriano como professor do Liceu Florianense, no início da década de 1930, primeira escola de nível ginasial da cidade, Escola Normal de Floriano e Ginásio Santa Teresinha de onde era médico e professor. Sua trajetória profissional levou-o a dirigir o antigo Hospital São Francisco de Paula, o primeiro hospital da cidade fundado em 1905 pelo Juiz de Direito Everton de Carvalho, diretor do Centro de Saúde, médico do Hospital Miguel Couto, médico da Associação de Proteção da Infância D. Darcy Vargas.
 
Em 1945, com o fim do Estado Novo, Dr. Djalma é nomeado prefeito de Floriano onde permanece até o ano de 1947. Durante sua permanência como prefeito procura administrar os parcos recursos da Prefeitura, principalmente no melhoramento da cidade no que se refere ao calçamento das ruas no centro para melhor acesso das pessoas pelo comércio,  reforma no  pátio interno do Mercado Público Municipal bem como atendimento médico  eficiente no posto de saúde municipal e hospital.
 
Dr. Djalma José Nunes faleceu nesta cidade em 16 de agosto de 1964, deixando sua contribuição para o crescimento e desenvolvimento de Floriano, principalmente, exercendo sua profissão de médico com dignidade, humanidade e competência, mas também como professor, como prefeito municipal e incentivador do futebol com a criação do time do Comércio Esporte Clube (década de 1930), fundador do Floriano Clube (primeiro clube social da cidade em 1940) onde foi o primeiro vice-presidente da primeira diretoria, sócio fundador do atual Comércio Esporte Clube.
 
Honrarias recebidas: Medalha do Mérito Renascença do Piauí no grau de Oficial, Medalha do Mérito Agrônomo Francisco Parentes, Patrono da cadeira número 40 da Academia de Letras e Belas Artes do Médio Parnaíba (ALBEARTES).
 
(Com a colaboração: Professor Ms. Djalma José Nunes Filho)
Fonte: UMBELARTE

11/09/2021

Retratos de Floriano

PARA O RESGATE DA MEMÓRIA DA CIDADE

DOS ANOS QUARENTA AOS DIAS ATUAIS


OS ÁRABES QUE CONHECI

Por - Nelson Oliveira e Silva

Centenário Árabe de Floriano

ADALA LOBO, comerciante; esposa: dona Maria Kreit; filhos: Kalil, Hassan, Lourice e Jorge; estabelecimento: rua São pedro.

ADALA ATTEM, comerciante; esposa: dona Adélia Attem; filhos: Marizaura e Iracema; estabelecimento: rua São pedro ( esquina com a Fernando Drumond ).

ADALA CARNIB, comerciante; esposa: dona Maria Brandina; filhos: Elias, João Paulo, Conceição, Adaíla e Nemésia; estabelecimento: rua São João.

AGDA MAZUAD, doméstica; esposo: era solteira; residência: rua Alfredo Estrela.

ALFREDO GAZE, comerciante; esposa: dona Eugênia Gaze; filhos: Maria do Carmo, Zezé, Lourdes, Ivanda, Nair, Jamila e o único filho homem, João Alfredo; estabelecimento: praça Coronel Borges.

ASSAD KALUME ( SAID ), comerciante; esposa: dona Maria Kalume; filhos: Abraão, Elias, Leônidas, Antonio José e Sandra. Estabelecimento: rua São Pedro ( com a rua Fernando Marques ).

AUAD JOSÉ DEMES, comerciante; esposa: dona Seda Demes; filhos: Josefina, Maria, Michel, e José Demes. Estabelecimento: praça doutor Sebastião Martins.

CALISTO LOBO, comerciante; esposa: dona Carmem Lobo; filhos: João Lobo, Lafi, Lourdes, Marta e Rosa. Estabelecimento: av. Getúlio Vargas.

CONSTANTIN PHILLIPE SALHA, comerciante; esposa: dona Lourdes Mazuad Salha; filhos: Phillipe Salha, Salomão e Nélida; estabelecimento: rua São Pedro.

DAVID KREIT, comerciante; esposa: dona alda Oka Kreit; filhos: não teve; estabelecimento: rua São Pedro.

DAVID MAZUAD, comerciante; esposa: dona Rosa Mazuad; filhos: Sérgio ( por adoção ); estabelecimento: praça doutor Sebastião Martins.

DIB JORGE BARGUIL, comerciante; esposa: dona Whadia Barguil; filhos: Maricota, Glória, Jesus, Dib, José Pedro e Jorge; estabelecimento: rua São Pedro.

ELIAS OKA, comerciante; esposa: dona Mirtes Oka; filhos: João Oka, Michel, Mifles, Alda, Almira e Tamina; estabelecimento: rua São Pedro.

FAIZ SALIM, comerciante; esposa: dona Carmelita Lobão Salim; filhos: Marcos, Michel, Ricardo, Lafti, Ravena, Mirian e Fábio; estabelecimento: rua São Pedro.

FAUAZ SALIM, comerciante; esposa: dona Noemia Salim; filhos: Carlos, Marcos, Sara e Norma; estabelecimento: rua São Pedro.

FELIPE DEMES, comerciante; esposa: dona Luzia Demes; filhos: Adala, Nagib, Zezito e Iracema; estabelecimento: rua São Pedro.

GABRIEL ZARUR, comerciante; esposa: dona Procília Zarur; filhos: Abdala, Jamil, Socorro e Maria do Carmo; estabelecimento: rua São Pedro.

HAGEM MAZUAD, comerciante; esposa: dona Turquia Mazuad; filhos: Rosa, Maria, Ibrahim e Issa; estabelecimento: praça doutor Sebastião Martins.

HASSAN OKA, comerciante; esposa: era solteiro; firma: Calisto Lobo; faleceu em São Luís, onde residia.

IBRAHIM BORABI, comerciante; esposa: ?; estabelecimento: avenida Getúlio Vargas; Reside, hoje, no Líbano. Era irmão do Mamede, já falecido.

JACOB DEMES, comerciante; esposa: dona Maria da Paixão; filhos Mussa, Pedro, Socorro, Leonora e Natividade; estabelecimento: rua São Pedro.

JAMILA ATTEM, doméstica; esposo: Pedro Attem; filhos: Noeme, Tereza, Defala, Pedro e Fozy; estabelecimento: rua Defala Attem.

JOÃO FREJAT, comerciante; esposa: dona Adélia Frejat; filhos: José, Jamila, Moema, Jofran, Adolfo, Antonio, Jaime, Iran, Kelita e Meire; estabelecimento: rua Silva Jardim.

JOSÉ KINAER, comerciante; esposa: era solteiro; estabelecimento: rua São Pedro.

JOSÉ SALIM, comerciante; esposa: dona Salima Mazuad; filhos: Fauaz, Faiz e Salim; estabelecimento: praça doutor Sebastião Martins.

MAMEDE BORABI, comerciante; esposa: dona Fátima Borabi; filhos: Leila e Mamede; estabelecimento: avenida Bucar Neto.

MANOEL JOSÉ MAZUAD, comerciante; esposa: dona Violante Mazuad; filhos: Jacob, Jarlúcia e Jairo; estabelecimento: hoje, reside em Teresina.

MICHEL LOBO, comerciário; esposa: era solteiro; estabelecimento: firma Calisto Lobo.

MILAD KALUME, comerciante; esposa: Málaque Kalume: filhos: Maria, Pedro, Teresa, José Afonso, Salvação, Carmina, Âmina, Clarice, Râmisa, Gabriel e Antonio de Pádua; estabelecimento: rua São Pedro.

MOISÉS KINAER, comerciante; esposa: dona Carmem Kinaer; estabelecimento: rua São Pedro.

NEME SALUSTIANO, comerciante; esposa: dona Sofia Salustiano; filhos: Maria da Conceição ( esposa de Tufy Lobo ), Roberto, Paulo Henrique, José, Salim, Glória, Maria Helena, Maria José e Osita. Estabelecimento: avenida Getúlio Varas.

NICOLAU WAQUIM, comerciante; esposa: dona Maria Waquim; filhos: John, José, Miguel, Antonio, Paulo, Vitória, Adélia e Jasmina; estabelecimento: rua Nicolau Waquim.

SALIM ABIB ATTEM, comerciante; esposa: dona Maria Attem; filhos: Cristina, Zezé, Tetê, Dudu, Maria Francisca e Carmelita; estabelecimento: praça doutor Sebastião Martins.

SALIM ATTEM, comerciante; esposa: dona Berzolina, Attem; filhos: Abrão, Pedro, Ocí ( legítimos ), Teresinha ( por adoção ); estabelecimento: praça doutor Sebastião Martins.

SALOMÃO BARGUIL, comerciante; esposa: dona Luiza Barjud; filhos: Ayler, José Wilson e Abdon; estabelecimento: praça coronel Borges.

SALOMÃO ISSA MAZUAD, comerciante; esposa: Izabel Mazuad; filhos: Maria de Lourdes e Georgete ( esta, in memorian ); estabelecimento: praça doutor Sebastião Martins.

TUFY LOBO, comerciante; esposa: dona Conceição; filhos: ? estabelecimento: praça doutor Sebastião Martins.

OBSERVAÇÃO:

O nome das pessoas aqui constantes e chamados por nomes caseiros, não representa nenhum desdouro ou desrespeito, mas sim o carinho como elas são e formam tratados na intimidade dos seus lares e das suas famílias e como são ou foram conhecidas na nossa sociedade. Toas essas pessoas, os mais velhos já se foram e os mais novos que aqui permanecem, o nosso carinho e respeito.

11/08/2021

Retratos de Floriano

 

Ginásio Santa Teresina nos anos de 1950

COLÉGIO SANTA TERESINHA

Colaboração: João Luiz Guimarães
(Texto extraído do Jornal de Floriano, ed. 396)

Origem

Fundado em 1º de setembro de 1934 pela emérita professora Iracema Abreu, mais conhecida como dona Morena, com a denominação de Jardim da Infância Santa Teresinha, tendo funcionado inicialmente no prédio localizado à rua Gabriel Zarur, esquina com a rua Assad Kalume, em frente ao Hotel Brasil.

Posteriormente, o professor José Raimundo de Vasconcelos, o famoso professor Zezinho, um dos baluartes da instrução nesta região, associou-se com dona Morena, ampliando a função da escola, que passou a ser denominada Instituto Santa Teresinha. Lá estudei dois anos, tendo a escola sido transferida para a avenida Getúlio Vargas, onde hoje funciona uma dependência do Armazém Triunfo Atacado. A estrutura do prédio continua igualzinha à daquela época: as mesmas portas e janelas, o mesmo teto. O quintal está modificado. Cortaram o frondoso pé de sapucaia em cuja sombra nós os alunos fazíamos as traquinices nas horas do recreio.

Eu não tinha condições financeiras para pagar os cinco mil réis da mensalidade da escola. Com muita bondade e caridade o inesquecível professor Zezinho me incumbia de fazer a cobrança das mensalidades dos alunos e em compensação estudava de graça e ainda recebia livros, material escolar e fardamento. A primeira farda que usei ainda tenho guardada.

Colegas

Foram meus bons colegas de classe: Agostinho Reis, Abdias Carneiro, Antonio José Marques, Euclides Nunes da Costa e Silva, David Carvalho, José Nunes, Euclides Ribeiro da Costa, Alair Alves Pereira da Rocha, Maria da Conceição Drumond, Amália Nunes, Alady Santana, Guilherme Noleto, Raimundo Batista Lavor, as irmãs Hadu e Jamila Mamed Bucar, Pedro Carvalho.

Por motivo superior não cheguei a concluir o curso ginasial. Deixei o Colégio no 3º ano para trabalhar no comércio.

Contemporâneos

Sebastião da Costa Ribeiro, os irmãos gêmeos Raimundo e Sebastião Leal, Milton Nunes Chaves, Maria Chaves, Corina Ribeiro, Leão Goes, Osman Magalhães Gomes, Manoel Nascimento Filho, Amado Bucar, Juscelina Fonseca, Francisco Castro, Iracema e Maria Izaura Atem, Faiz Salim, Mustafá Bucar, Jamil Bucar, Olinda Salustiano, Marisol Carvalho, Maria Kalume, os irmãos Nasser, Francisco, José, Moisés e Raquel Bonasser, Idelfonso Garcia Sandes, José Fonseca Nogueira.

Professores do Instituto

Zezinho Vasconcelos, Morena Abreu, Mário Dias Pereira. Em 20 de janeiro de 1939, o Instituto Santa Teresinha foi comprado pelo doutor Manoel Sobral Neto, que além de Promotor da Comarca, era professor da Escola Normal Municipal de Floriano. O doutor Sobral Neto transferiu a Escola para o prédio localizado na praça Coronel Borges, onde hoje é o Armazém Paraiba.

Foi criado o curso secundário e mudada a denominação de Instituto para Ginásio Santa Teresinha, que liderou por muitos anos a instrução em Floriano, tendo alunos procedentes de Carolina, Balsas, Colinas, São João dos Patos, Passagem Franca Maranhão, Corrente, Bom Jesus, Nova Lapa, São Raimundo Nonato, Jerumenha, Canto do Buriti, Itaueira e Amarante no Piauí.

Professores do Ginásio

Doutor Manoel Sobral neto, Flávio Portela Marcílio, Doutor Teodoro Ferreira Sobral, Eleotério Rezende ( autor do Hino  à Santa Teresinha, que o Ginásio posteriormente adotou como seu hino oficial ), Clementino Beleza, Doutor Fernando Lopes, Teresinha de Jesus Chaib Martins, Iracema Costa e Silva, Raimunda Carvalho, Moema Frejat, Ecléia Frejat, , Joaquim Lustosa Sobrinho, Carlos Salmito de Almeida, Albano Leão da Fonseca, Doutor Sílvio Meireles, dona Hercília Barros Camarço, Antonio Moreira Rosado, Zélia Martins Rocha, Padre Pedro da Silva Oliveira, Francisco Gabriel Batista e Josefina Demes.

Primeira Turma

A primeira turma de concludentes do Ginásio Santa Teresinha, foi a de 8 de dezembro de 1943. Fizeram parte do quadro como patrono e homenageados: Paraninfo - Doutor Manoel Sobral Neto; Jamila Sobral - Secretária. Homenageados: Professor Manoel Felício Pinto ( Juiz de Direito da Comarca ); Padre pedro da Silva Oliveira ( Vigário da Paróquia ); Professor Doutor Joaquim Lustosa Sobrinho; Professor Eleotério Rezende; Tenente Oliveira; Professora Maria Hermínia Sobral; Professora Moema Frejat; Professora Ecléia Frejat; Tenente José Rosa Wernz ( Instrutor ) e Carlino Francisco Nunes ( Inspetor Federal ). 

Foram concludentes nessa 1ª turma: Joaquim Cipriano de Sousa (Oficial do Exército), Horácio Ferreira Sobral (falecido), José Frejat (Orador e Deputado Federal), Auristela Castro (Professora), Maria Júlia Pereira ((Farmacêutica), Joselita Pereira (Funcionária do Inamps e Contadora), Hélio Martins de Araújo costa (Veterinário), Mário Martins (Bancário), Luiz Gonzaga Lopes (Bancário), Antonio Jorge Dib Barguil (Funcionário Federal), Francisco Gabriel (Bancário, Contador e Fundador do Centro de Estudos Superior do Piauí), Ezer Frejat (Professor), Odim Gomes dos Reis (Bancário).

Doutor Manoel Sobral Neto foi proprietário do Ginásio Santa Teresinha durante 24 anos, tendo como secretário o seu irmão Almir Sobral e sua esposa dona Jamila Sobral.

Em 15 de fevereiro de 1962, o Ginásio foi vendido para uma sociedade composta pelo Padre Pedro da Silva Oliveira, Padre José Almeida (Vigário de Barão de Grajaú), professora Adélia Waquim e Ivan Carneiro de Araújo, pela importância de mil e quatrocentos cruzeiros.

A construção do prédio próprio já estava bem adiantada, localizado na praça Francisco Nunes. Lá o Ginásio funcionou precariamente até 1981, quando foi vendido para as professoras Maria Pereira da Silva Araújo e Teresinha de Jesus Chaib Martins pela quantia de cinco milhões de cruzeiros.

Agora, com a denominação de Colégio Santa Teresinha, sob a direção das professoras Teresa Chaib e Maria Pereira, o Colégio dispõe de 12 salas de aula, assim distribuídas: maternal, pré-alfabetização, 1º grau completo, 1º ano do segundo grau. Escola Técnica de Comércio Professora Josefina Demes e Curso Pedagógico.

Para este ano foi construída uma dependência para Diretoria, Secretaria sala de professores e arquivo. Foi construída também a quadra de esportes Mussa de jesus Demes, denominação em homenagem ao atual Secretário de Fazenda do Estado do Piauí, que juntamente com todos os seus irmãos, são ex-alunos do Colégio.

Frequentam, atualmente, o Colégio Santa Teresinha, aproximadamente mil alunos.

Ex-alunos que se destacaram

José Frejat (Deputado Federal); Themístocles Teixeira (Deputado Federal); Edson Lobão (Deputado Federal); Jônathas Nunes (Deputado Federal); Teoplistes Teixeira ( Deputado Estadual); Sebastião Leal (deputado Estadual); Milton M. Furtado (General do Exército); Antonio José de sousa (Presidente do Banco do Estado do Piauí); Mussa de Jesus Demes (Secretário de Fazenda do Piauí); Hamilton Botelho (Presidente do Banco do Estado do Piauí); Fauzer Bucar (Vereador e Vice-Prefeito); Luiz Sobral (Engenheiro da Petrobrás); Juarez Leitão (Prefeito de Itaueira); Martinho Carvalho (Prefeito de São Francisco do Piauí); Napoleão Guimarães (Prefeito de Tomon/MA); Milton Nunes Chaves (Desembargador do Tribunal de Justiça do Piauí); William Palha Dias (Juiz de Direito e Escritor); Cícero coelho Rocha (Médico); Pedro Martins de Araújo Costa ( Médico); José Demes Filho (Médico); Jofran Frejat (Secretário Saúde do Distrito Federal e Diretor da Previdência Social); Alair Alves Pereira da Rocha (Juiz de Direito); Dimas Ribeiro Fonseca (Vice-Presidente do Tribunal de Justiça de Rondônia); Filadelfo Freire de Castro (Deputado Estadual); Termutes Carvalho (Professora); Herbran Ribeiro Gonçalves ( (Odontólogo); Humberto Castro (Médico); José Araújo Costa (Tabelião); João Carlos Ribeiro Gonçalves (Agrônomo); Francisco Pedrosa (Médico); José Afonso Kalume (Médico); Gabriel Kalume (Engenheiro civil); Antonio de Pádua Francis Kalume (Engenheiro Civil); Pedro Queiroz Ribeiro (Médico); Adala Carnib (Secretário SEPLAN); Cristóvão Augusto de Araújo Costa (Servidor do Senado Federal); Antonio Formiga (Bancário); Cezar Queiroz Ribeiro (Prefeito de Barão de Grajaú); José Paraguassu de Sousa Martins ((Odontólogo); Antonio Luiz M. Furtado (Bancário e Advogado); Janete Soares (Juiza de Direito); Pedro Atem Filho (Vereador); Carlos Augusto Bucar (Vereador); Ivone Demes Martins (Professora); Eva Macedo Rocha (Professora); José Leal (Contador); Vicente Rodrigues dos Santos (Administrador Centro Tributário); José Wilson Pereira (Vereador e Vice-Prefeito); Euvaldo Angelim (Médico e Empresário); Pedro Alves Pereira da Rocha (Médico); Nilmar Rocha (Cientista); Jesus Rocha (Médico); Maria Francinete Soares da Rocha (Agente Fiscal de Tributos Estaduais); Marília Lobo Oka (Bancária); Maria Anésia Oliveira (Bancária); Maria Luiza Paraguassu (Agente Fiscal de Tributos Estaduais ); Nadja Demes (Fiscal Federal); José Ribamar neiva (Pecuarista); Raimundo Alves Costa (Empresário); aviador Raimundo Oliveira e seu filho Marcos Caboré (também aviador); Gilza Sobral (todo o curso com nota 10); Luís Paulo Oliveira Lopes (Professor e Poliglota); Ana Cristina Mendes Rocha Santos (distinção em Latim); Janete Bucar (distinção em Latim); João Calisto Lobo (Senador); José Nazareno Araújo (Suplente de Senador, Procurador do Estado e Diretor do Detran); José Ribamar de Sá (Promotor Público); Antonio Luiz Moreira Nunes (Bancário); Raimundo de Carvalho Melo (Professor); Fernando Lapa (Presidente do Conselho Odontológico de São Paulo).

Fatos Pitorescos

Na hora do recreio, eu querendo bancar o artista de circo, tentar fazer o vôo da morte pulando de uma goiabeira para um cajueiro. Resultado: caí e quebrei o braço direito. Vieram as provas parciais eeu não tinha condições de escrever. A direção da escola decidiu bondosamente que eu ditasse as respostas dos quesitos para a minha estimada colega Amália Nunes e ela escrevia por mim.

O Sebastião Ribeiro viu no quintalda escola uma cobra saindo de um buraco e gritou alarmando: "chega, gente! Olha uma cobra subterrânea..."

Os irmãos gêmeos Raimundo e Sebastião Leal eram parecidíssimos. Ninguém distinguia um do outro a não ser sua genitora. A Dos Anjos era era uma empregada encarregada de distribuir a merenda. O Sebastião leal, mais traquino do que o Raimundo, comia a merenda duas vezes, deixando seu irmão para trás. O Raimundo reclamaou ao professor Zezinho, que fazia mais de dez dias que a Dos Anjos não lhe dava a merenda, alegando que já tinha dado. O professor resolveu o problema, ordenando que a merenda só fosse servida aos dois gêmeos juntos.

Retratos de Floriano

Notícia Veiculada em 8/3/81 no Jornal de Floriano, sobre a morte do Comandante Marcos Caboré

Sepultado Marcos Oliveira Teodoro Sobral Neto 

Depois de mais de cinco meses do acidente que vitimou o conhecido piloto Marcos Caboré (como era conhecido na intimidade), os destroços de seu avião (um Beet Baron, bimotor, modelo 1969, prefixo PT-DKB) foi encontrado a 29 quilômetros do garimpo de Taoari, para onde de dirigia na manhã de 6 de Setembro. 

Naquele dia, o mal tempo muitas vezes suplantado pelo experiente piloto, o traiu, levando-o a morte. Marcos estava há 8 anos na Amazônia. Conhecia bem a região mais o excesso de confiança, que tinha em si mesmo, o levou a morte, aos 31 anos de idade. Piloto desde os 16 anos, tinha o curso de helicóptero feito nos Estados Unidos. 

Regressando do curso, passou a voar para a VOTEC, em prospecção de petróleo, tanto no litoral, como na Amazônia. Em seguida comprou seus próprios aviões e passou a voar para garimpos do Pará; sendo sua base em Itaituba. Sua residência, porém, era Santarém, também no Pará. Filho do conhecido piloto Raimundinho Caboré, que também morreu de acidente aéreo em 26 de maio de 1968, em Pernambuco, quando pilotava um Piper Asteca. 

Marcos teve o mesmo fim trágico de seu pai, porém bem mais cedo do que ele. Bastante conhecido em todo Piauí, Marcos era famoso pelas suas inúmeras aventuras, muitas das quais o prejudicavam bastante. Aqui em Floriano, sua terra natal, muitos foram os parentes e amigos de Marcos, que lamentaram a sua morte. 

Devido as suas rápidas mudanças de um lugar para outro, muitos suponham que ele tinha sumido por uns tempos, principalmente porque uma semana antes de morrer ele disse a sua mãe D. Ceci Oliveira, que iria desaparecer por uns meses. Mas para tristeza de sua Família e amigos, na realidade ele tinha sido vitimado para sempre. 

Casado duas vezes, Marcos deixou 4 filhos, sendo três do 1º casamento e uma filha do segundo. Apesar de sempre pedir a sua família que quando morresse, fosse enterrado ao lado do pai em Floriano, (não entendemos por que seu ultimo desejo não foi satisfeito), seus restos mortais, foram transladados para Brasília, foram sepultados no dia 21 de Fevereiro pp. 

Floriano sempre se lembrará, daquele jovem rebelde, símbolo dos jovens da década de 60, na qual reinou e bem viveu, sem com nada se importar, talvez já imaginando que pouco viveria.

11/03/2021

Morre médico florianense o Doutor José Lobo, que morava e trabalhava em Brasília

 Faleceu nessa segunda-feira, 01,  o médico cirurgião florianense José Lobo que residia em Brasília.

medicoSegundo a empresária Elza Bucar, amiga próxima de Zé Lobo, em mensagem em seu conta no Facebook, ele era filho de Vicente Furtado e Lourdes Lobo Furtado.

" Na vida adulta passou a residir em Brasília onde consolidou a vida pessoal e profissional, mas nunca deixou de visitar e frequentar Floriano, e também de sempre nos visitar a cada vinda, a última ocorreu no último mês de agosto" disse Elza Bucar, acrescentando os seus votos de pêsames aos familiares.

O que se tem de Informações é que o médico foi acometido de Covid e teve o quadro agravado pelo fato de que era fumante.

Fonte: piauinoticias.com

10/21/2021

Retratos do nosso futebol

 

SOLETA - ANTES E DEPOIS



  • SOLETA - O GOL QUE PELÉ NÃO FEZ

  • Soleta: "fiz o gol que Pelé não fez...." Pedro de Alcântara Pereira, o famoso SOLETA, 57 anos se orgulha de ter nascido em 19.10.1949 às 09 horas da manhã na hora da missa dominical, coincidindo com padroeiro de Floriano, São Pedrode Alcântara.

  • Filho de Seu Tunga e Dona Maria Dionéia Pereira. Casado com a Dona Rosilda da Silva Pereira, tem quatro filhos (as): Rosilene e Rosilene, professoras; Rosivaldo e Rogério, carpinteiros. Rogério, o mais novo, joga na posição oposta do pai, é goleiro do time do Princesa do Sul – que disputará pela primeira vez a divisão principal do campeonato piauiense deste ano.

  • Dona Rosilda e Soleta, contaram alguns fatos pitorescos: 1º - “Soleta é Botafoguense doente e quando seu time perde, ninguém pode falar com ele por algumas horas; e o pior é que oo Botafogo não tem vencido ultimamente; 2º - Entretanto, quando o fogão vence, ele enfeita a porta da casa com bandeiras, fotos do time campeão de 1962 com Garrincha; 1968, com Gerson; 1989, depois de 21 anos de taca, e 1995, com Túlio Campeão brasileiro; 3º - Diariamente, as 22 horas, escuta no seu velho e bom motor-rádio de 06 faixas(funciona uma beleza) o Panorama Esportivo, programa da Rádio Globo do Rio, é fã do locutor esportivo Gilson Ricardo e os comentaristas: Ronaldo Castro e Luis Mendes, a palavra fácil; 4º - A gozação entre o botafoguense Soleta e o vascaíno Emídio Nonato, apresentador do programa Um Novo Amanhecer da rádio difusora da rádio Difusora, é um espetáculo à parte. Quando o Botafogo vence, Soleta vai na emissora gozar de Nonato, e quando acontece o inverso, o apresentador passa o programa lembrando do insucesso do Botafogo; 5º - Nos jogos que o Botafogo vai decidir, Soleta pede emprestado a chácara Bela Vista de Emídio Nonato, só que antes de emprestar, Soleta escuta duas gozações, a primeira, que "dá azar assistir jogo do Botafogo, e a segunda, que a torcida do Botafogo é tão pequena que cabe numa Kombi”. A sua arma é abrir um sorriso e cair na gargalhada, esse é o Soleta; 6º - A decisão que Soleta mais levou torcedores do Botafogo (uniformizados), foi na decisão do campeonato carioca - Botafogo 3 X 1 Madureira, lotou a chácara Bela Vista, com direito a carreata, fogos e muita alegria.

  • Ao lado de Soleta tem o seu conhecido transporte - uma velha e boa bicicleta caloi cargueira: "é o meu ganha pão", é o seu orgulho, ele atende de um tijolo a tudo, quem manda são os clientes.
  • - Quem te colocou o apelido de Soleta e o que significa?
  • - Foi um irmão meu adotivo, Valdemar, mas nem ele sabe o que significa.

  • - Qual a posição que você jogou?

  • - Centro avante, eu tinha uma arrancada e resistência, fazia a diferença.

  • - Quais os times que você jogou?

  • - Comércio, Ferroviário, Reno de Zé Amâncio, Bonfim Futebol Clube da cidade Senhor do Bonfim - BA, o nego Cleber Ramos me levou, joguei também no SBE de São Luís - MA, no Corisabbá, em 1985, time ainda amador, em seguida nas Seleções de Floriano, de Amarante e de Regeneração.

  • - Fato que marcou e chamou sua atenção?

  • - Foram duas partidas em que fiz os gols, foi inusitado. 1º jogo Seleção de Regeneração X Água Branca, primeiro minuto de jogo, fiz um gol, tirou o centro com segundo minuto fiz outro gol. O fato se repetiu jogando pelo Brasil de Almeida, ou seja, primeiro minuto de jogo, fiz um gol, tirou o centro com segundo minuto fiz outro gol.

  • - Você lembra do gol mais bonito que você fez?

  • - Lembro, eu fiz o gol que o Rei Pelé não conseguiu, o lance foi igual a do jogo Brasil e Uruguai na Copa 70 no México, em que Tostão lança Pelé, e ele dá um drible de corpo no goleirão uruguaio, e pega a bola pelo outro lado e chuta pra fora!!

  •  Infelizmente, o Rei não fez, tive mais sorte, foi um jogo entre as seleções de Floriano X Marcos Parente, o lance foi assim: Castilho lançou a bola, dei aquela arrancada lembrando dos velhos tempos, o goleiro saiu, fiz que pegava a bola e deixei a pelota passar, foi lindo! Peguei do lado e o filme passou pela minha cabeça, a Copa de 70, lembrei do negão Pelé, poxa, caramba, tenho que fazer, a impressão é que não acontecerá, chutei e fiquei aguardando a bola bater na rede, só aí vi o sonho, tornar realidade, foi uma explosão de alegria, todos correram para me abraçar, até os adversários me cumprimentaram. Quando lembro fico arrepiado! Às vezes fico pensando como Pelé deve ter sofrido por não ter conseguido fazer o mais belo gol da sua carreira.

  • Depoimentos dessa natureza que nos deixa encantado!!!

  • Pesquisa: César Augusto

10/20/2021

Retratos de Floriano

TIBERINHO


Tibério Barbosa Nunes Filho, o famoso Tiberinho, se vivo fosse, segundo o nosso amigo Teodoro Sobral, estaria completando cinquenta e seis anos de idadade no último dia 18 de fevereiro em plena folia do carnaval florianense.

Falecera jovem, ainda, com trinta e nove anos, antes do combinado, de forma que a gente fica sentindo uma certa saudade.

Tiberinho deixara um legado especial, dentro do contexto romântico de nosso futebol. Esse time dele - o FLAMENGUINHO ( foto ) - fizera grande sucesso na epopéia lírica do desporto florianense dos anos sessenta.

Certa vez, num jogo entre a seleção florianense e uma seleção vizinha, no estádio que tem o nome de seu pai, Tiberinho entrara dentro de campo para protestar contra a arbritagem e com o dedo em riste. Tinha moral e categoria.

Era o grande amor que sentia pelas causas do esporte florianense. Tiberinho era fiel, amigo, exigente e não poupava esforços para galgar mais degraus em prol da cultura de Floriano.

Na foto, Tibério Filho é o terceiro em pé e o dono do time.

10/15/2021

Retratos de Floriano

 

FOLCLORE ÁRABE-FLORIANENSE


ATITUDE SUSPEITA

Salomão Cury-Rad Oka

Na época áurea do comércio árabe-florianense, os clubes sociais e os clubes de serviço se caracterizavam por sua exigência em selecionar os freqüentadores.

Nos idos daquele tempo, fazer parte da seleta casta freqüentadora de agremiações como o Rotary Club de Floriano, Clube de Regatas, Maçonaria e o tradicional Floriano Clube ( foto ) demandava coleguismo, filantropia, caráter e, naturalmente, contatos sociais e dinheiro.

Na boa e democrática Floriano de hoje, basta interesse em servir ou em aparecer. Aliás, atualmente, ter o “perfil” de rotariano ou de maçom é mais importante que ter dinheiro ou posição social.

Durante um grande período do século XX, ser de origem árabe também era um fator importante a ser considerado ( talvez, por causa do enorme montante de valores que circulava nas mãos dos carcamanos ). Obviamente, existiam importantes famílias brasileiras que também eram partícipes dos movimentos sociais em Floriano.

Assim, pode-se dizer que existem as mais diversas histórias sobre sírios participando de eventos sociais e de agremiações. Nada que se comparasse às festas e banquetes que eles faziam só para si e para parentes, mas várias delas merecem registro por já estarem nos comentários populares há mais de sessenta anos, como o caso descrito aqui, que relata o que aconteceu quando um certo árabe, rico e participativo do “high society” dos anos cinqüenta, prestes a se casar ( há quem diga, já casado ) com uma linda moça de origem síria, quis adentrar nos salões do seleto FLORIANO CLUBE na companhia de duas belas funcionárias da casa de tolerância de dona Madalena.

O senhor Michel Demes era um sírio muito popular, pois tinha um modo peculiar de fazer as vendas no seu empório. Vendia de tudo lá, da “areia brilhante” ao perfume francês, o que fazia sua loja ser freqüentada por todas as classes sociais. Era uma verdadeira democracia: estudantes, vaqueiros, damas da sociedade, políticos influentes, enfim, qualquer pessoa podia entrar na “Casa do Michel”. Sempre conversava bastante com os compradores, tirando piadas e fazendo o cliente gastar mais que o necessário. Apesar da baixa estatura, tinha uns olhos azuis que exibiam um brilho encantador sobre o freguês e sobre as muitas namoradas que arrumava, deixando sua filha Ivone enlouquecida de ciúmes.

Naquele dia, ao fim do expediente, o senhor Michel subtraiu da loja dois vestidos de festa, sapatos, bijuterias e produtos de toalete para agradar às duas cortesãs e leva-las ao pomposo Floriano Clube. Apesar de trajadas como damas, a atitude era delatora. A palavra “batala” estava escrita em suas testas. Para quem não sabe, batala era a alcunha dada pelos árabes às moças de vida fácil. Ao passar pela portaria, um dos seguranças abordou o árabe, dizendo:

- Sinto muito, senhor Michel, mas o senhor não pode entrar com essas duas moças suspeitas!

Michel Demes, mais que depressa, respondeu:

- Suspeitas? – disse em tom de surpresa – Essas duas senhoritas não são suspeitas de maneira nenhuma! Elas são duas putas assumidas! As suspeitas estão aí dentro, misturadas com as damas de verdade, dançando com os maridos à noite e com os amantes de dia! Meu Deus, onde foi parar a democracia do Brasil!

Fonte: Voz de Floriano

10/13/2021

Retratos de Floriano

 

JOSEFINA DEMES



JOSEFINA DEMES

Doutora Josefina Demes nasceu em Kabab, um distrito de Auran na Síria, localizada nas proximidades de Damasco em 10 de dezembro de 1920.

A terceira filha de auad José Demes e Sahda Attem Demes, onde também nasceram os irmãos Joseph e Michel Demes. O seu pai, que havia passado seis anos no Brasil e conseguiu fortuna, regressou ao seu país apenas para casar-se. Era pensamento seu regressar logo depois do casamento, mas veio a guerra e ele teve que ficar trabalhando e cuidando da família. Ao terminar a guerra, regressou, finalmente, ao Brasil direto para Floriano, deixando a família para vir depois pelos idos de 1925.

A família, residindo em Kabab, a sua esposa Sahda recebera um grande golpe: o seu filho Joseph fora atacado de miningite e falecera. Em seguida, enfrentando todas as dificuldades, Sahda embarca para o Brasil, trazendo Michel e Josefina. Do Rio de Janeiro, pegaram o navio para São Luís do Maranhão e, na passagem por Salvador, Josefina fora registrada. Já em Floriano, o casal recebeu Maria e José Demes.

Josefina Demes fizera seus estudos primários com a mestra Adelina Batista no Grupo Escolar Agrônomo Parentes, curso Normal no Colégio das Irmãs em Teresina. Ginasial no Liceu do Ceará. Clássico no Liceu Piauiense. Formara-se em Farmácia na Faculdade de Farmácia e Odontologia do Ceará, e Filosofia, incompleto.

Membro do Instituto Histórico e Geográfico do Piauí; da Academia de Letras e Belas Artes de Floriano e Vale do Parnaíba – ALBEARTES; diretora do Ginásio Estadual; diretora da Unidade Escolar Monsenhor Lindolfo Uchoa; diretora da Escola Técnica de Floriano por 28 anos; diretora do Centro Educacional Fernando Ferrari; professora de História Geral, História do Brasil, Geografia Humana e do Brasil, História Econômica e Administrativa do Brasil e OSPB. Obteve as honrarias: Biblioteca Escolar Josefina Demes no PREMEN; Escola Josefina Demes (Malhada de Pedra); Sala Josefina Demes (UESP); Medalha do Mérito do Renascensa (outorgada pelo Governador do Estado Moraes Souza) e inúmeras outras homenagens.

Brevemente será lançado um livro inédito de autoria da doutora Josefina Demes, onde faz um apanhado histórico de toda a sua trajetória de vida.

Durante o período do centenário de Floriano, numa entrevista, doutora Josefina dizia que o futuro de Floriano á chegou: “ não se poderia perder mais tempo; Floriano precisaria resgatar seus ideais dentro de um contexto libertário e atuante de todas as suas lideranças”.

Doutora Josefina Demes deixou um legado diferenciado, que jamais morrerá, mas que continuará vivo e que será disseminado por aqueles que tiveram a oportunidade de conviver com a sua atuante postura de mulher vencedora, que não costumava ser derrotada em seus argumentos sólidos e realistas.

Fonte: José Bruno dos Sants)

Retratos de Floriano

 ESCOLA NORMAL Fonte: Nelson Oliveira 1929 foi um ano excepcional para educação em Floriano. Além do Grupo Escolar Agrônomo Parentes, f...