9/17/2024

Retratos de Floriano

 ESCOLA NORMAL

Fonte: Nelson Oliveira

1929 foi um ano excepcional para educação em Floriano. Além do Grupo Escolar Agrônomo Parentes, foi fundado o Liceu Municipal Florianense, e, anexo a ele, a Escola Normal Municipal de Floriano. Estabelecimentos que a cidade deve a uma plêiade (grupo) de homens de escol (nata, fina flor) entre os quais Dr. Osvaldo da Costa e Silva, Dr. Theodoro Ferreira Sobral, Dr. José Messias Cavalcante, com o apoio do deputado estadual, Dr. José Pires de Lima Rebelo.

A época caracterizava-se por um extremo elitismo na educação que se traduzia principalmente no excesso de cautelas e exigências com que as autoridades procuravam cercar a instalação de escolas. E o LICEU não pôde ter vida longa. Em 1932, após frustração e desastres, como bem expressa o Dr. Osvaldo da Costa e Silva, em uma entrevista concedida a revista “ZODÍACO” dos alunos do Ginásio Demóstenes Avelino de Teresina, encerrou suas atividades.

O pretexto para o fechamento compulsório foi à deficiência do gabinete de física e química. Esse gabinete deficiente para os técnicos do Ministério da Educação e Saúde eu conheci.

Ocupava toda uma sala. E comparando-se com os laboratórios dos estabelecimentos de hoje, que os possuem, era sem dúvida riquíssimo.
Mas fechado o LICEU, a Escola Normal continuou. E foi por muitos anos o único estabelecimento de ensino pós primário com que puderam contar os jovens florianenses que desejavam continuar seus estudos e não tinham recursos para estudar fora.
ESCOLA NORMAL DE FLORIANO – 1937

1ª Fila sentados (Esquerda para a Direita): João Francisco Dantas (Professor), Alzira Coelho Marques (Professora), Fernando Marques (Professor), Não recordo o nome, Antonio Veras De Holanda (Fiscal do Governo), Hercilia Barros Camargo (Diretora), João Rodrigues Vieira (Professor), Ricardina (Professora), Albino Leão da Fonseca (Professor),Emid Vieira da Rocha (Secretária);

2ª Fila: Ana Magalhães Gomes (Inspetora de Alunos), Américo de Castro Matos, José Vilarinho Messias, Djalma Silva (como aluno), Não recordo o nome, Ida Frejat, Maria do Carmo Alves, Adaíla Carnib, Zuleica Santana, Aldenora da Silva Correia, Horácio Vieira Rocha, Antonio Alves da Rocha, Jose de Araujo Costa, Nely Paiva (Inspetora de Alunos);

3ª Fila: Maria Adélia Waquim, Clarice Fonseca, Iete Freitas, Não recordo o nome, Hilda Carvalho, Maria Amelia Martins, Lenir de Araujo Costa, Zizi Neiva, Maria do Carmo Castelo, Assibe Bucar, Dayse Sobral, Francisca, Lucinda Vilarinho Messias;

4ª Fila: Não recordo o nome, Maria da Penha Sá, Não recordo o nome, Maria Constancia de Freitas, Não recordo o nome, Não recordo o nome, Maria Henriqueta Franco, Judith Martins, Maria do Carmo Ramos,, Maria Miranda, Zélia Martins de Araujo Costa, Maria Lilita Vieira, Nilza Araújo, Antonieta Martins, Ecléia Frejat. - Acervo do Profº Djalma Silva).

Escola voltada para a formação de professores primários, isolada, sem qualquer vínculo com o curso superior ou mesmo com o curso secundário. Quem a cursasse e no decorrer do curso pretendesse passar para uma escola secundária a única que dava acesso ao curso superior, tinha de fazer exame de admissão e entrar na primeira série.

Alem disso, escola incompleta. Dos 5 anos que constituiu o curso normal propriamente dito, ministrava as 3 primeiras séries, devendo aqueles que quisessem diplomar-se, ir para Teresina.

Cursei a Escola Normal Municipal de Floriano de 1934 a 1937, e a ela sumamente grato por me ter possibilitado continuar meus estudos há dois anos interrompidos por falta de recursos para ir estudar em outras praças, e por ter me proporcionado o encontro com uma profissão que tem sido a razão de ser da minha vida.

Primeiro fazia-se um curso propedêutico (preliminar) de dois anos, anexos a escola – o Curso de Adaptação. Este curso eu a fiz de 1934 para 1935, minha classe era mais menos numerosa. A maioria mulheres. Entre colegas recordo-me: Maria da Costa Ramos (1), Judith Martins, Zuleide Santana, Hildinê Silva, Helena Reis, Assibe Bucar (2), Amália Nunes (3), Maria Lilita Vieira, Maria da Penha Sá, Olavo Freitas, Heli Rodrigues, Horácio Vieira da Rocha, Américo de Castro Matos, Milton Chaves (4), Raimundo Noleto e Joaquim Lustosa (5).

Na vigilância estava Dona Carmosina Batista, muito dedicada mas fiel cumpridora das ordens emanadas da direção da Escola. Nos intervalos das aulas os alunos tendiam conversar descontraidamente. Dona Carmosina Batista, bradava: - Silêncio! E se alguém se excedia nas atitudes ela ameaçava!

- vou dar parte ao diretor!

E dava mesmo. E o denunciado podia, conforme a falta, pegar uma simples repreensão ou logo uma suspensão.

Eu, não obstante pacato, fui denunciado duas vezes. Na primeira o diretor me repreendeu e advertiu:

- Não faça outra.

Mas acabei fazendo. Em acordo com Olavo Melo e Milton Chaves. Não me lembro o que fizemos.

Sei que não foi coisa grave. Porém como éramos reincidentes ou já tínhamos sido repreendidos, pegamos 3 dias úteis de suspensão.
Dos professores que recordo: Dr. Manoel Sobral Neto (6) também diretor, que lecionava francês; Dr. Rodrigues Vieira, que lecionava Geografia; Alceu do Amarante Brandão, que lecionava português; Dalva Nascimento que lecionava aritmética e parece-me que ciência.

O curso de Adaptação era previsto para dois anos. No fim do primeiro foi nos facultado aproveitar o período de férias para fazer as disciplinas do segundo ano. De sorte que em 1935 os aprovados puderam matricular-se no 1º ano do curso normal.

NOTAS IMPORTANTES:

1. Filha do Sr. Ramos da Farmácia Sobral;
2. Irmã do Sr. Arudá Bucar;
3. Funcionária dos Correios parenta do Senador Helvídio Nunes, de Picos;
4. Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Piauí, irmão da Dona Nazinha, esposa do Sr. José Cronemberger dos Reis e consequentemente tio de Antonio Reis Neto, Airton Arrais Cronemberger, Antonio José e Paulo;
5. Deputado Federal pelo Piauí, esposo em segunda núpcias, da Doutora Afonsina Nogueira;
6. Fundador do Instituto Santa Teresinha que depois passou denominar-se Ginásio Santa Teresinha, e também seu diretor por mais de 40 anos.

Transcrito do Jornal de Floriano Edição nº 324 de 1985
Fotos: A rquivos Prof. Djalma Silva - 1929


9/13/2024

Marco da IV Peregrinação Estudantil de Floriano - 1964.

 

RESTAURANTE AEROPORTO

Através de Padre Djalma quem liderou os estudantes, onde era professor nos ginásios de Floriano, comandou as Peregrinações Estudantis que criou para a Igreja de Nossa senhora da Guia, vinham inclusive estudantes de outras cidades; teve um ano -, 1964 no Aeroporto Velho onde foi afixada uma Cruz (foto) registrando o evento, exalta o nosso amigo Teodoro.

Segundo Bento Bezerra, uma das últimas apresentacões ocorreu  em 1964 no aeroporto velho, onde foi colocada una Cruz, posteriormente removida para os limites do aeroporto, segundo me testemunhou o então proprietário do restaurante Ademazinho. Esse evento agregava estudantes que vinham em caravanas de outras cidades, como Oeiras, Picos, Simplício Mendes e Teresina. 

O Joanceles diz que "ESSA CAMINHADA, PARA MOTIVAR A FÉ E  A AMIZADE ENTRE OS JOVENS, " A PERIGRINAÇAO.", ELA OCORRIA UMA VEZ POR ANO. OS JOVENS SE REUNIAM NO LARGO DA PÇA CEL. PEDRO BORGES  AS 4 A 5 HORAS DA MANHà EM DUAS FILAS LADO A LADO, COM VELAS ACESAS E PARTÍAMOS A PÉ , REZANDO, CANTANDO, DANDO VIVAS E GLÓRIAS A DEUS  A JESUS, ESPÍRITO SANTO, NOSSA SENHORA, SAO PEDRO DE ALCÂNTARA, RUMO AO AEROPORYO QUE FICAVA NAQUELA ÉPOCA FORA DA CIDADE. ELE  PADRE DJALMA REZAVA A MISSA E DEPOIS ERA SEGUIDA DE APRESENTAÇOES COM CSNTOS  PEQUENAS PEÇAS DE TEATRO  MONÓLOGOS ETC. ERA UMA FESTA ORGANIZADA, RETRATANDO A FÉ  A AMIZADE  A UNIÃO E DEUS CONOSCO. SENTÍAMO-NOS ABENÇOADOS

9/09/2024

Retratos de Floriano

 

Dentro do contexto romântico da política florianense, conseguimos esta ( foto ) do fundo do baú, editada no livro de memórias de dona Yeda Nunes, com o nosso saudoso prefeito doutor Tibério Barbosa Nunes ao lado de correligionários.

Observamos, ainda, da esquerda para a direita, Francisco Borges ( da rua do Amarante ), os empresários Edmundo Gonçalves, Bonasser, Pedro Attem ( Atemal ) e o senhor Ramos num descontraído bate - papo no Floriano Clube.

Hoje, há uma certa escassez de líderes políticos em Floriano, mas ainda acreditamos numa reviravolta e, de repente, quem sabe, teremos de novo alguém aí se destacando para fazer a diferença.

Vamos ter que aguardar, por enquanto, mas por muito tempo (?).

9/04/2024

Faleceu Padre Djalma - Depoimentos e Fotos

 

DEPOIMENTO I 

(Teodoro Sobral)

Estou muito triste c essa notícia da partida do Padre Djalma , era amigo da minha família desde que veio p cá em 1958 vindo de Roma onde tinha se ordenado, ele era bem diferente do Padre Pedro no modo de viver tanto c adultos como c crianças o que me levou a dizer: “Mamãe, o Padre Djalma só é padre na hora da missa. “Liderou os estudantes onde era professor nos ginásios de Floriano, comandou as Periguinacoes Estudantis que criou para a Igreja de Nossa senhora da Guia , vinham inclusive estudantes de outras cidades ; teve um ano ,1964, que foi no Aeroporto Velho onde foi botado uma Cruz registrando o evento , ficando a mesma por muitos anos lá no estacionamento. 

Depois que foi p RJ, Pe  Djalma vinha anualmente passar o aniversário dele em 11 de janeiro aqui em Floriano mostrando o apreço que tinha por n cidade. Passava um mês aqui e em 2 de fevereiro aniversário de minha mãe  ia em n casa rezar uma missa p ela . Lembro dele junto c meu pai e outros amigos lá em casa ouvindo operas e todos ficavam de olhos fechados como manda o ritual. 

Padre Djalma além de professor de português foi o primeiro Diretor do Ginásio Estadual da Escola Normal Monsenhor Lindolfo Uchoa; funcionou por muitos anos num prédio do Calisto Lobo na Praça Cel Borges onde funcionava o antigo Mercado. Hj é um prédio de 5 andares do Ivanildo , no térreo e o Bragança Hotel e nos outros andares aptos de aluguel

Enfim, tenho inúmeras lembranças do querido Padre Djalma e faço minhas as palavras dele na missa de sétimo dia da mãe dele : Não devemos  ficar tristes e sim alegres c pessoa maravilhosa que ele foi . Vai em paz Reverendo( como meu pai o chamava ).


 DEPOIMENTO II

Vassiliki

Hoje saio do meu hábito de não interagir em grupos de whatsapp para me juntar a  todos que tiveram o privilégio de, em algum momento, conviver com Padre Djalma. Saí de Floriano em 1964, com a lembrança do seu exemplo aninhada no meu coração. Ele me ensinou a olhar e ver a realidade. Quase sessenta anos depois,retomei o contato graças ao Teodorinho. Deixo aqui a mensagem que Padre Djalma enviou em 2022 e dá a dimensão do Ser Humano que era. Como dizem os gregos: Bom Paraíso! Que sua Memória seja eterna! A ele toda a minha Gratidão.
 
 
 DEPOIMENTO III
 
Maria Rita Monteiro
 
 Querido e inesquecivel Pe. Djalma. Quantas lembranças  lindas tenho guardadas em meu coração    vou falar um pouco.

 Ele era nosso  professor mais querido do Ginásio Santa Teresinha além  de pe. Professor  e amigo.  Qyando terminava a aula ele falava, vamos passear para vices paquerarem! Ficamis felizes. Ele tinha um Jeep, e lá  vai uma turminha boa passear, depois iamos para casa dele.  Quase todo dia o encontro era na casa da D. Sinhá.  
 
Uma turma muito unida, Eu, Socorro Seabra, Djalminha, Maria Amalia, Bentinho, Ze Aguinelo, Raimundo Maia, Pedrosa, ze Firmino, Borbinha  Éramos muitos. São lembrancas que ficarsm gravadas em nossos  corações.  Pe. Djalma que sua morada eterna seja cheia de.muitas glórias. 



 DEPOIMENTO IV
 
Bento Bezerra

Estamos todos órfãos do Padre Djalma: mestre, Amigo, orientador e guia da nossa geração nos verdes anos de juventude.  Foi um privilégio gozar da sua proximidade e compartilhar as memoráveis jornadas dos anos 60. Em frente à capela da Guia colocamos um marco no qual consigamos esse reconhecimento. 
 
Tive a felicidade de visita-lo com Regina no seu apto de aposentado ao lado da PUC, quando relembramos as velhas caminhadas degustando um.bom vinho. Durante a pandemia não esqueceu os seus discípulos e enviava os vídeos com a suas.homilias, manteve hábito até ser aposentado da capela da PUC. Agora ele foi ao encontro de J Cristo a quem mantece-se fim por toda a vida. 
 
A primeira fase das Peregrinações de Floriano  aconteceram por volta de 1962, o trajeto era do Centro da Cidade em procissão até a localidade da Guia,, onde hoje está a capela. Era um caminho de terra batida e muita areia. 
 
Na Guia tínhamos várias apresentacões e debates que depois foram transferidos para os colégios. Uma das últimas apresentacões ocorreu  em 1964 no aeroporto velho, onde foi colocada una Cruz, posteriormente removida para os limites do aeroporto, segundo me testemunhou o então proprietário do restaurante, Ademazinho. Esse evento agregava estudantes que vinham em caravanas de outras cidades,, como Oeiras, Picos, Simplício Mendes e Teresina. 

Certa vez perguntei ao Padre Djalma qual a inspiração para a realização das Peregrinações estudantis.  Ele me respondeu que inspirou-se em uma peregrinação que ocorria de Paris para um santuário próximo à capital francesa. Vejam vocês como nós estávamos conectados ao mundo graças à experiência de vida e visão do nosso Reverendo.
 
Não morre porém quem permanece vivo no coração das pessoas. Obrigado, Reverendo.  Paz de Cristo!
 


 DEPOIMENTO V

Francisco Pedrosa

Hoje, partiu um grande amigo nosso, da JEC. E meu em particular, o nosso querido Padre Djalma Rodrigues de Andrade;  nosso Pe. Djalma. Pra mim, um jovem adolescente no verdor dos seus 13 anos,  vindo do interior do Maranhão,  foi uma extrema felicidade  ter tido contato com o Pe Djalma, como professor, mestre e amigo, e mais tarde como mentor intelectual...que nos iniciava e preparava nossas mentes para os futuros embates que haveriam de vir; e vieram...e nós estivemos   como estudantes, cada um a seu modo, no enfrentamento da luta política e pela vida.

  Aquele momento histórico e os sonhos de uma geração,  continuam vivos, tendo todos em comum, um ponto unico de convergência, o Pe Djalma...que a glória de Deus lhe faça as devidas vênias que ele merece.

  Aos companheiros da Juventude Estudantil Católica,  do Movimento Estudantil de Floriano,  dos amigos e todos familiares do Pe Djalma,  nossos mais profundos sentimentos pesar...
  Ele foi embora, mas deixou plantada em cada um dos seus discípulos e amigos seguidores, a visão transcendental da grandeza humana !!!

  Viva Pe Djalma!!!
 
 

DEPOIMENTO VI

Rosália Attem

Gorete a coisa bacana que vemos é o legado monstruoso que Padre Djalma deixou.
Veja só: ele ultrapassou os limites daqui. Do povo nordestino, da seca braba, de seu casulo Picos, foi à Teresina fez o seminário, foi para Fortaleza desbravou junto com os dragões do mar no seminário da Prainha ,atravessou o atlântico chegou em Roma. E de lá o céu foi o seu limite!

Movimentou tanto a população jovem de Floriano incentivando o saber que o Rio de Janeiro lhe fez morada e o reconhecimento de sua grandiosidade foi a PUC onde deu conhecimento e saber aos jovens para mudar o mundo e mudar suas vidas.

Eu uma vez vi numa entrevista Maria Betânia dizendo que Padre Djalma tinha mudado sua forma de olhar a fé,  outra vez foi Alcione dizendo que ele tinha resgatado ela para a crença em Deus!
E se Floriano chora e lamenta a morte de Padre Djalma imagina lá no Rio onde ele plantou tantos sonhos e direcionou vidas por caminhos claros e precisos,!

Como gostava de Padre Djalma!

Sua alma era jovem! Ele amava à juventude!

Ele sabia e conhecia a língua do diálogo da decência e da delicadeza de vida!

O bacana é vc bater no peito e dizer! Eu tive um tio intelectual e fazedor de opinião! Que desbravou chão do Piauí e fez uma história tão bonita que chegou no ápice mais alto que um garotinho de Picos não sonhara tão alto assim.

Contudo o conhecimento foi sua mola mestra que galgou tanto que até ele se surpreendeu com sua luz !
Ele tocou muitos corações!

Vivaaaaaa Vivaaaaaa Vivaaaaaa Padre Djalma!
 
 

DEPOIMENTO VII

Djalma Leite

O Padre Djalma será para mim, sempre, uma dádiva do céu, um joia preciosa.
Eu, durante muito tempo, praticamente morava na casa dele. Quase tudo que eu sou e que eu tenho devo a ele. Era meu pai, meu amigo , meu mentor, meu tudo. Estou num misto de alegria e de tristeza. De alegria, por ele estar agora desfrutando de uma vida plena com seus entes mais amados; de tristeza, por causa desse afastamento temporal, dessa ausência que nos incomoda a todos nós.

Esse misto de alegria e de tristeza me fazem relembrar de um dos poetas mais importantes da nossa língua, cuja poesia, uma das mais belas, inicia assim:

“Alma minha gentil que te partiste
Tão cedo desta vida descontente
Repousas lá no céu alegremente
E viva eu cá na terra sempre triste.
Se lá no assento etéreo onde subiste
Memória desta vida se consente
Não se esqueça daquele contato ardente
Que nos olhos meus tão puro viste.”

Aqui, na última parte, fiz uma singela mudança para adequar a poesia ao momento presente.

É assim com os que sentem de modo um pouco diferente.
Aliás, outro artista dá mais alta categoria nós definia assim:

“O poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que às vezes finge que é dor
A dor que deveras sente.”
 
É confortante dizermos algumas palavras sobre a missa dos jovens, celebrada de uma forma diferente sob a orientação do Grande Mestre.

A missa era celebrada nas manhãs de domingo, com a partipacão efetiva dos estudantes. A igreja ficava lotada. Nos bancos somente nós podíamos nos sentar. Os pais e demais parentes ficavam em pé ao nosso redor.

No início, uma fila de meninas, adolescentes, seguiam ao sacrário, apanhavam a patena e o pão e os levavam até o altar. O ponto importante era o momento das leituras. Um jovem lia, em voz alta, o evangelho após o que outro ou outra realizava os comentários ou o sermão (esse ato era feito facilitando-se ao máximo a compreensão do texto, com escorso histórico). Havia uma parte no qual pedíamos muitas coisas em benefício dos doentes, dos ausentes, dos pobres etc . Cheguei a levar um violão para acompanhar os cânticos ( aí entrou na história o padre Pedro. Mas isso é outra conversa pra depois). 

Parte na qual fui ajudante no programa do rádio e ajudei na feitura das hóstias. O Padre ficava sentado, observando e no momento certo celebrando os sacramentos que somente ele podia fazê-los.
 
 
DEPOIMENTO VIII

Joanceles Carvalho

O PADRE DJALMA FOI NOSSO PROFESSOR DE PORTUGUÊS, NO COLÉGIO SANTA TERESINHA  EM FLORIANO.  DEDICOU AOS JOVENS, AS MISSAS DE DOMINGO DAS 7 HORAS E CRIOU UMA CAMINHADA, PARA MOTIVAR A FÉ E  A AMIZADE ENTRE OS JOVENS, " A PERIGRINAÇAO.", ELA OCORRIA UMA VEZ POR ANO. OS JOVENS SE REUNIAM NO LARGO DA PÇA CEL. PEDRO BORGES  AS 4 A 5 HORAS DA MANHà EM DUAS FILAS LADO A LADO, COM VELAS ACESAS E PARTÍAMOS A PÉ , REZANDO, CANTANDO, DANDO VIVAS E GLÓRIAS A DEUS  A JESUS, ESPÍRITO SANTO, NOSSA SENHORA, SAO PEDRO DE ALCÂNTARA, RUMO AO AEROPORYO QUE FICAVA NAQUELA ÉPOCA FORA DA CIDADE. ELE  PADRE DJALMA REZAVA A MISSA E DEPOIS ERA SEGUIDA DE APRESENTAÇOES COM CSNTOS  PEQUENAS PEÇAS DE TEATRO  MONÓLOGOS ETC. ERA UMA FESTA ORGANIZADA, RETRATANDO A FÉ  A AMIZADE  A UNIÃO E DEUS CONOSCO. SENTÍAMO-NOS ABENÇOADOS. VÁ EM PAZ PADRE DJALMA,  PERDEMOS UMA BIBLIOTECA AQUI NA TERRA MAS GANHAMOS UMA ESTRELA NO CÉU.

Retratos de Floriano

 ESCOLA NORMAL Fonte: Nelson Oliveira 1929 foi um ano excepcional para educação em Floriano. Além do Grupo Escolar Agrônomo Parentes, f...