Avenida Getúlio Vargas
12/26/2024
RETRATOS
12/24/2024
FELIZ NATAL!
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Feliz Natal |
No início do mês de dezembro o clima mudava, o tempo mudava, no ar a expectativa pelo aniversário de Jesus!
As pessoas tornavam- se mais fraternas e mais alegres. E a meninada ansiosas pelas festas, bolos, bombons, refrigerantes, q-sucos supercoloridos, mas os brinquedos, ah os brinquedos! Eram o motivo maior da ansiedade.
Nossos sonhos giravam em torno da chegada do Papai Noel. O que será que ele vai trazer pra mim..... nas rodas de conversas todos falavam de suas preferências.......ah se ele me desse uma bola, daquelas boas que duram bastante.....eu queria um revolver de espoleta..... já eu queria uma caçamba, que aguenta carregar barro, areia e pedra.....eu me contento com uma havaiana amarela.
No dia 25 todo mundo acordava bem cedo e virava a cabeça por baixo da rede com o coração disparado de emoção pra ver a surpresa que Papai Noel deixara para nós!
Fosse o que fosse, todos saiam a mostrar uns para os outros o que o bom velinho tinha nos deixado.
O engraçado é que corríamos pro papai e pra mamãe gritando:
" Papai olha o que Papai Noel me deu!" E eles nos abraçavam sorrindo, compartilhando a felicidade!
Ah tempinho bom!
12/22/2024
RETRATOS de Floriano
Clube do Rum
12/20/2024
SEBASTIÃO LIMA - da Jovem Guarda à inspiração autoral
Naquela época de efervescência e grande tenacidade cultural de Floriano, nos anos de 1960 e 1970, muitos jovens dedicavam-se aos seus projetos na poesia, literatura e principalmente na música. À época, a grande movimentação da Jovem Guarda veio inspirar a juventude local florianense.
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Foto quando conquistou o 1o Festival da Música Florianense no Salão Paroquial, com a música de sua autoria - Fim de Férias |
Sidney Soares, Pedro de Alcântara e Nazaré Silva eram os locutores consagrados para editar semanalmente aqueles shows com bastante variedades. Foi quando começaram a aparecer nomes sugestivos, interpretativos e atraentes para aquele grande momento.
Muitos ali se consagraram, como Jonh
Júnior, Jurandir Vieira, Eurides Amorim e outros. Dentre os quais, começou a
despontar o seu talento principalmente dentro de um contexto autoral, nada mais
nada menos do que o nosso amigo Sebastião Firmino, que morava ali na ruado
Amarante.
Desde pequeno que tocava, cantava e
ensaiava seus ritmos preferidos, mas a sua inspiração pelas canções do Rei
Roberto Carlos o fizeram avançar nessa trajetória musical importante durante
toda a sua vida, tendo descoberto dentro de sua inspiração poética um tino
autoral e não parou mais dew compor, cantar e guardar seu arquivo musical.
Ganhado vários troféus, foi seguindo
sua trajetória cantando, compondo e inspirando outros jovens. Era uma época sem
maldades, onde o sucesso não subia à cabeça, mas na felicidade de estar expressando
um trabalho importante para a juventude local em momentos que ficaram na
saudade, mas que está sempre na memória de todos os que ali presenciaram toda
essa trajetória.
Atualmente, Sebastião Lima continua
trabalhando e com um ritmo inspirativo, através da redes sociais compondo
músicas românticas e escrevendo outras poesias.
Link sugestivo para apreciar o trabalho do nosso amigo Sebastião Lima
https://youtu.be/ffy-UBcPtAI?si=P1ZB8-t6PnEJ64aQ
https://youtu.be/hqq91mwz8Xg?si=NQ0xmq55bD_tH-Gq
Floriano viveu todo aquele glamour,
guardou e preserva na saudade e na memória. No momento Floriano tenta buscar e
retomar aquele grande apogeu da movimentação cultural que hoje vive na
lembrança de todos.
12/19/2024
Retratos de Floriano
AUTOMÓVEIS DE ALUGUEL
Colaboração – Nelson Oliveira (in
memória)
Esse tipo de serviço em nossa cidade
remonta dos aos 1930/1940, com reduzidíssimo número de veículos, isto
levando-se em consideração o tamanho da cidade, as ruas, muitas delas sem
condições de tráfego, de um ponto a outro eram pequenas.
O pioneiro desse serviço em Floriano
foi o cidadão Antonio de Pádua da Rocha Freitas, o conhecido Antonio Rocha, que
adquiriu sua carteira de habilitação por volta do ano de 1929. Certamente, que
se o referido cidadão fosse sobreviver das corridas no perímetro urbano, isso
não lhe renderia pó suficiente para manter um ponto fixo do negócio.
Entretanto, o senhor Antonio Rocha pela
sua condição de cidadão educado e respeitador aglutinava em torno de si a
preferência de pessoas de posse, como negociantes daquele tempo, hoje
empresários, políticos e pessoas outras que o procuravam para viagens para
outras cidades do nosso Estado, como para fora dele.
Não existia, como atualmente, desde os
anos de 1940/1950, os postos onde ficam estacionados os veículos à espera dos
usuários ou de uma chamada telefônica. O veículo costumeiramente era um jeep,
tinha o estacionamento ali na esquina da rua Fernando Marques com a avenida
Getúlio Vargas, “X” com a esquina onde
funcionou o CINE NATAL.
Depois surgiram por ali muitos outros
proprietários, dentre os quais me lembro do Sucupira, Pedro Rosa, Pedro Bezerra
e o próprio Antonio Rocha.
Naquela esquina, com o crescimento e o
desenvolvimento da cidade em muitos setores de atividades, também os veículos
de aluguel começaram a se modernizar, passando do desconfortável jeep para
automóvel como o Fusca, Aero Willys, Rural, que mesmo assim aquele tipo de
veículo permanecia presente e tal situação acabou gerando benefícios para a
população e para os profissionais do volante.
Diante de tal desenvolvimento, novos
pontos surgiram, porém contando com uma evolução, como o telefone e um posto
apropriado com atendente e escalas para as saídas dos veículos. E o primeiro
instalado com os melhoramentos citados foi o da Praça Doutor Sebastião Martins,
que recebeu o título distintivo de ‘POSTO JK’ em homenagem ao Presidente
Juscelino Kubistchek e ficou fixado à direita da Igreja Matriz.
Não demorou muito e um novo posto foi
instalado na mesma praça ao lado esquerdo da Igreja e recebeu o título distintivo
de SÃO PEDRO DE ALCÂNTARA em homenagem ao Padroeiro da Princesa do Sul.
Posteriormente, surgiu o POSTO
FLORIANO, primeiramente instalado em frente ao antigo MERCADO PÚBLICO na praça
Coronel Borges e depois transferido para o fundo do primeiro local em frente
onde hoje está estabelecido a GALERIA DOS CALÇADOS, devido a construção da nova
praça que aí está.
Postos mais novos surgiram depois. No
terminal rodoviário e em frente ao Mercado Central, surgidos ao que parece nos
anos de 1980/1990.
Os nomes de muitos daqueles que por
estes postos passaram no desempenho da honrada profissão de taxista deveriam
ser aqui citados como a minha sincera homenagem. Todavia, prefiro não fazê-lo, para não cometer injustiça esquecendo algum
nome, porém neste final de blá, blá aqui fica a minha sincera amizade a todos
eles. Aos que ainda estão na luta pela sobrevivência digna e honesta que ainda
são muitos, o meu respeito e aqueles que já militam na esfera cósmica, a minha
saudade, principalmente por terem contribuído com a sua profissão para o
crescimento e desenvolvimento da centenária PRINCESA DO SUL.
12/17/2024
Retratos de Floriano
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Foto Ilustrativa |
PADRE ACELINO
Retratos de Floriano
12/11/2024
Voluntário Mirim
Amadeu, mesmo em sua pouca idade, demonstra um coração grandioso e uma admirável empatia ao dedicar suas horas vagas aos idosos acolhidos na instituição. Sua presença leva amor, carinho, atenção e cuidados, proporcionando momentos de alegria e conforto a quem tanto precisa.
A interação entre crianças e idosos, como a de Amadeu, enriquece a compreensão do ciclo da vida e fortalece o respeito pelos mais velhos. Ele é um exemplo inspirador de como pequenos gestos podem gerar grandes transformações.
A Casa de Acolhimento "Manoel da Guia" expressa sua eterna gratidão ao jovem voluntário e deseja que Deus continue abençoando sua vida e preservando seu coração generoso. Que sua atitude sirva de inspiração para muitas outras pessoas!
Juntos, é possível transformar vidas com amor e solidariedade.
Fonte: florianonews.com
12/07/2024
Salão Paroquial
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12/04/2024
Tempos de Natal
- Ô, Inhá, é verdade que Papai Noel num visita minino que dorme tarde na noite de Natal?
- E mamãe disse "eu ouço isso desde que era pequena. É verdade".
Num demorou muito a molecada foi se levantando, passando as mãos no fundo das calças e saindo de mansinho pra estebungar no fundo da rede.
De manhã cedinho, era todo mundo revirando a cabeça pra debaixo da rede. Todo mundo ansioso pra saber o que Papai Noel deixara pra gente!
A rua amanhecia cheia de minino!
Uns chutando bolas zeradas, outros puxando carrinhos pelas calçadas, alguns sentados na calçada estirando as pernas pra mostrar os chinelos novos e os tiros de revolver de espoletas. Tudo isto ao som das notas amalucadas do violão do Tete!
Ahhh, tempinho Bom!
12/01/2024
Natal Retrô
Colaboração: Dácio Melo
No início do mês de dezembro o clima mudava, o tempo mudava, no ar a expectativa pelo aniversário de Jesus!
As pessoas tornavam- se mais fraternas e mais alegres. E a meninada ansiosas pelas festas, bolos, bombons, refrigerantes, q-sucos supercoloridos, mas os brinquedos, ah os brinquedos! Eram o motivo maior da ansiedade.
Nossos sonhos giravam em torno da chegada do Papai Noel. O que será que ele vai trazer pra mim..... nas rodas de conversas todos falavam de suas preferências.......ah se ele me desse uma bola, daquelas boas que duram bastante.....eu queria um revolver de espoleta..... já eu queria uma caçamba, que aguenta carregar barro, areia e pedra.....eu me contento com uma havaiana amarela.
No dia 25 todo mundo acordava bem cedo e virava a cabeça por baixo da rede com o coração disparado de emoção pra ver a surpresa que Papai Noel deixara para nós!
Fosse o que fosse, todos saiam a mostrar uns para os outros o que o bom velinho tinha nos deixado.
O engraçado é que corríamos pro papai e pra mamãe gritando:
" Papai olha o que Papai Noel me deu!" E eles nos abraçavam sorrindo, compartilhando a felicidade!
Ah tempinho bom!
11/30/2024
Chico Kanguri e suas memórias
JERUMENHA, TERRA QUERIDA - SAUDADES
Barro Alto: com bueiro, sem bueiro, com piçarra, com asfalto; Riacho do Urubu, com seus lajedos; Estradinha entre as marias-moles, dos casarões de seu João da Cruz e de seu Roberto Corró; fotos do Janclerques e do Moreira; Igreja de Santo Antonio com seus patamares.
Isto tudo me fez viajar ao passado através da mente, buscando e revivendo muitas coisas boas e a saudade apertando, apertando e não a suportei, aqui estou diante do computador para externar aquilo que sinto no momento:
“Oh!, Saudades, que aperta o coração da gente;
Saudades distante que faz doer o íntimo da gente;
Deixa que eu externe estas saudades,
Para “alegria de um coração que sente”.
Do Barro Alto vem-me à tona a saudades dos bolos e manuês da Zefa do inesquecível compadre Moisés, que gostava de desfilar montado em um burro marchador com seu chapéu na cabeça; sinto saudades da madrinha Preta, mãe do Antonio Campos, com sua quinta de goiabeiras e coqueiros, que ficava ao lado da Casa do senhor Antonio Leôncio: sinto saudades da padaria do Tio Elizeu, que ficava na subida do Barro Alto, ali após o bueiro, onde degustávamos o pãozinho quente com refresco da fruta da estação, da época, sinto saudades do barzinho do Chico e da Jesus, ali entre a casa da Tia Raimundinha e do senhor Deoclécio, onde fazíamos as nossas tertúlias... Puxa!
Sinto saudades do som da sanfona do Manoelzinho e sua troupe; sinto saudades do Antonio João tocando o seu pandeiro, triangulo ou cantando, suas sátiras. Sinto Saudades do Urbano Pacífico com sua sanfona grande, sacudindo a juventude no embalo do forró.
Sinto saudades dos banhos nas águas do Rio Gurguéia, onde ficávamos brincando em suas areias movediças. Recordo bastante que quando estávamos a pular dos galhos das Ingazeiras e das moitas de mufumbo e que quando exalava aquele cheiro característico de uma sucuri, que a tua gente simplesmente chamava de sucruiú, saíamos da água com medo e hoje sabemos do perigo e do risco que corríamos naquela época.Tudo era aventura e buscávamos a aventura a toda hora. Coisa do jovem da nossa época.
Sinto saudades do senhor Agnelo com seu barzinho ao lado do prédio da cadeia pública, com sua coalhada, geladinha e gostosa. Sinto saudades dos forrós no Buru. Sinto saudades do casarão do meu Tio Chico Amorim e da minha Tia Terezinha a quem carinhosamente chamava-a de Mãezinha com sua loja, na esquina da Praça de Santo Antonio e um poço cacimbão no centro do terraço interno, com uma vazão que se mantinha estável toda vida e de onde no período chuvoso tirávamos água com uma balde e que diariamente estava sendo visitado por pássaros como: canários da terra, cochichos, bigodes, rolinhas etc.
Sinto saudades da Praça de Santo Antonio, com suas mangueiras seculares em volta e os casarões dos Fonseca, dos Machados, dos Rocha, da Família do Dió, da Família do senhor Antonio de Hermógenes, da Dinair, do saudoso Mané Piola, do Zé Benedito, do Hermógenes, do Emanuel Fonseca, do Wilhame, do Pedro e Antonio José do Dió, do Zé Matos.
Sinto Saudades do meu Amigo Antonio João Corró, da Olindina e de seus filhos, da Família Carreiro, do Capitão Adelson e sua família, do Emanuel Fonseca e sua família, do doutor João Martins e sua família, do Albérico lá dos Correios e Telégrafos, do Joel Campos, do Raimundo Cavalo Veio, do Antonio de França e seu barulho, jogando carteado ou dominó, do Sr. Benedito Fonseca e sua família, do Dada, da Dedé do Antonio Campos, da Cecília, a grande enfermeira, da Júlia, do Manuel, do Álvaro, da Maria e suas irmãs; do senhor Argílio e do senhor Adolfo.
Sinto Saudades das peripécias de seu Tonho, das zangas de Zé Veio, que quando cismava ia a pé para Floriano e acertava a nossa casa e passava dias dormindo no corredor na entrada da casa, e deixava todo mundo preocupado, com medo de uma onça pegá-lo na estrada entre Floriano e Jerumenha, dormia nas matas, essa gente também foi importante para Jerumenha, marcaram época, fizeram história.
Sinto saudades do Padre Anchieta, sempre o encontrava aqui em Teresina, lutando pelo desenvolvimento da sua colônia do Gurguéia. Nas minhas férias, às vezes ajudávamos o Santo Padre nas missas, tocando sinos, limpando a sacristia, ajudando nas confecções das hóstias e também necessitávamos de sua ajuda para permitir que jogássemos a nossa peladas ao lado da igreja onde existia um campo e da sua permissão para após a celebração do terço à noite a sua permissão era importantíssima para que ficássemos brincando nos patamares da Igreja.
11/26/2024
Tragédia da aviação piauiense, que tirou a vida de Raimundinho Caboré
O aeroporto de Cangapara era pequeno para o intenso movimento de aviões que nele pousavam e decolavam no ano de 1964 e, mais intensamente, entre 1967 e 1970, quando a Companhia Hidroelétrica de Boa Esperança (COHEBE) avançava na construção da principal obra estruturante do Piauí.
Duas empresas aéreas – VARIG e Cruzeiro do Sul –, usando aviões DC-3 e Avro, realizavam voos diários entre Teresina, Floriano, Crato, Petrolina, Bom Jesus da Lapa, Recife e Belo Horizonte.
A sede da COHEBE funcionava no Recife. A companhia era presidida pelo coronel do Exército Cesar Cals de Oliveira Filho, já conhecido do povo de Teresina, pois aqui dirigira, por designação da Sudene, o Instituto de Águas e Energia Elétrica (IAEE).
Era grande a euforia dos piauienses, graças aos investimentos do governo federal em obras públicas importantes, a principal delas a Hidroelétrica de Boa Esperança, iniciada no governo de João Goulart.
Foi em meio a essa euforia que o piloto Raimundo da Costa Oliveira, mais conhecido como Raimundinho Caboré, tomara a iniciativa de comprar um Piper Aztec, prefixo CPJ, de seis lugares, que ele próprio fora buscar nos Estados Unidos, em 1966.
Mas o dia 26 de maio de 1968, um domingo, marcado pelas comemorações do Desvio II do Rio Parnaíba, entraria, como trágico, para nossa aviação civil e para o quadro dirigente da COHEBE.
Piloto experiente – então com 46 anos, o único do Piauí que conduzira um bimotor entre os Estados Unidos e Teresina –, Raimundinho Caboré fora contratado para transportar administradores e engenheiros do Recife para o local da grande obra, de onde os conduziria de volta à capital Pernambucana, no dia 27.
Um outro grupo de dirigentes e convidados da COHEBE usaria, no retorno ao Recife, um avião que, ao meio-dia de 26 de maio, apresentara problema mecânico em Guadalupe.
Relembrando o fato, a revista Capibaribe destaca que, naquele domingo, o comandante Caboré levara Jofre Castelo Branco, então prefeito de Teresina, ao local do Desvio II do Rio Parnaíba, e lá permaneceria até o dia seguinte, mas teve seu descanso interrompido por chamamento, enquanto repousava em sua residência, na cidade de Floriano, para levar diretores da COHEBE à cidade do Recife.
11/25/2024
HISTÓRIAS DE FLORIANO

Salomão Cury-Rad Oka
Na época áurea do comércio árabe-florianense, os clubes sociais e os clubes de serviço se caracterizavam por sua exigência em selecionar os freqüentadores.
Nos idos daquele tempo, fazer parte da seleta casta freqüentadora de agremiações como o Rotary Club de Floriano, Clube de Regatas, Maçonaria e o tradicional Floriano Clube ( foto ) demandava coleguismo, filantropia, caráter e, naturalmente, contatos sociais e dinheiro.
Na boa e democrática Floriano de hoje, basta interesse em servir ou em aparecer. Aliás, atualmente, ter o “perfil” de rotariano ou de maçom é mais importante que ter dinheiro ou posição social.
Durante um grande período do século XX, ser de origem árabe também era um fator importante a ser considerado ( talvez, por causa do enorme montante de valores que circulava nas mãos dos carcamanos ). Obviamente, existiam importantes famílias brasileiras que também eram partícipes dos movimentos sociais em Floriano.
Assim, pode-se dizer que existem as mais diversas histórias sobre sírios participando de eventos sociais e de agremiações. Nada que se comparasse às festas e banquetes que eles faziam só para si e para parentes, mas várias delas merecem registro por já estarem nos comentários populares há mais de sessenta anos, como o caso descrito aqui, que relata o que aconteceu quando um certo árabe, rico e participativo do “high society” dos anos cinqüenta, prestes a se casar ( há quem diga, já casado ) com uma linda moça de origem síria, quis adentrar nos salões do seleto FLORIANO CLUBE na companhia de duas belas funcionárias da casa de tolerância de dona Madalena.
O senhor Michel Demes era um sírio muito popular, pois tinha um modo peculiar de fazer as vendas no seu empório. Vendia de tudo lá, da “areia brilhante” ao perfume francês, o que fazia sua loja ser freqüentada por todas as classes sociais. Era uma verdadeira democracia: estudantes, vaqueiros, damas da sociedade, políticos influentes, enfim, qualquer pessoa podia entrar na “Casa do Michel”. Sempre conversava bastante com os compradores, tirando piadas e fazendo o cliente gastar mais que o necessário. Apesar da baixa estatura, tinha uns olhos azuis que exibiam um brilho encantador sobre o freguês e sobre as muitas namoradas que arrumava, deixando sua filha Ivone enlouquecida de ciúmes.
Naquele dia, ao fim do expediente, o senhor Michel subtraiu da loja dois vestidos de festa, sapatos, bijuterias e produtos de toalete para agradar às duas cortesãs e leva-las ao pomposo Floriano Clube. Apesar de trajadas como damas, a atitude era delatora. A palavra “batala” estava escrita em suas testas. Para quem não sabe, batala era a alcunha dada pelos árabes às moças de vida fácil. Ao passar pela portaria, um dos seguranças abordou o árabe, dizendo:
- Sinto muito, senhor Michel, mas o senhor não pode entrar com essas duas moças suspeitas!
Michel Demes, mais que depressa, respondeu:
- Suspeitas? – disse em tom de surpresa – Essas duas senhoritas não são suspeitas de maneira nenhuma! Elas são duas putas assumidas! As suspeitas estão aí dentro, misturadas com as damas de verdade, dançando com os maridos à noite e com os amantes de dia! Meu Deus, onde foi parar a democracia do Brasil!
Fonte: Voz de Floriano
Entrevista com Jeremias
11/22/2024
ALDÊNIO NUNES - a enciclopédia do rádio florianense
11/14/2024
Bazar ESTRELA
Data: Julho/1997
11/11/2024
A Praça Matriz dos anos de 1950
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ATITUDE SUSPEITA Salomão Cury-Rad Oka Na época áurea do comércio árabe-florianense, os clubes sociais e os clubes de serviço se caracterizav...
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Esse é o casarão do antigo Hospital Miguel Couto, no final dos anos quarenta, quando da gestão do prefeito doutor Sebastião Martins de Araú...
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Eu nunca fui bom de papagaio. Quando os ventos gerais chegavam, todo mundo corria à procura dos artesãos, dos craques na feitura dos surus...