Bandeira tricolor tremula na Cordilheira do Himalaia
A paixão pelo Fortaleza supera distancias, altitudes e temperaturas. Mas alguém já imaginou uma bandeira tricolor tremulando a 5.600 metros de altitude, a 10 graus negativos. Pois foi o que conseguiu o funcionário do Banco Central do Brasil, agencia Fortaleza, Joaquim Brasileiro Neto, que escalou o lado nepalês do Everest, num trekking que durou 14 dias. No Monte Kalapatar, estendeu com orgulho a bandeira do Leão, demonstrando todo o seu amor pelo time do seu coração.
Piauiense de nascimento, mas radicado em Fortaleza há mais de trinta anos, Joaquim é um amante dos esportes radicais, mais especificamente da arte de escalar montanhas. A realização de seus sonhos, dos quais não desistiu mesmo após um acidente de moto que lhe deixou seqüelas no seu joelho direito, isso aos 25 anos de idade, teve início em um trekking realizado no Peru, quando foi de Cuzco a Mathu Pichu.
Nessa aventura no Peru, conheceu um mochileiro que lhe deu ótimas referencias da Cordilheira do Himalaia. Segundo ele a idéia inicial era escalar por lá, mas teve seu sonho adiado por conta do acidente já mencionado. Recuperado e movido pela determinação própria de todo torcedor tricolor, que é o sempre buscar seus objetivos sem nunca desistir, Joaquim escalou o Himalaia e lá deixou a marca da paixão pelo Leão, quando hasteou a bandeira e vestiu o manto sagrado, para nepalês ver. “Desejava levar um símbolo do meu time a um local inusitado e não perdi a oportunidade. No fundo, gostaria que os jogadores tricolores observassem que os torcedores também suam as camisas do time, mesmo que seja abaixo de zero grau”, afirmou o torcedor.
O passeio gelado de Joaquim Brasileiro teve início em Lukca (Nepal). Após dez dias de subida chegaram ao que eles chamam de Acampamento Base do Everest, que fica no lado nepalês da Cordilheira do Himalaia. Antes já haviam escalado o Monte Kalapatar, caminhando durante sete dias, entre subidas e descidas, com temperaturas variando de oito graus positivos a 10 negativos, alcançando 5.600m de altitude.
Indagado sobre a receptividade do povo local, Brasileiro se mostrou admirado: “Fiquei espantado com a receptividade dos nepaleses, em especial no que se refere ao futebol. Andava com um chaveiro com a bandeira do Brasil pendurado na mochila, e era abordado nas ruas todos os dias. Eram crianças e adolescentes perguntando acerca de Ronaldinho (fenômeno) e outros jogadores da seleção. Incrível como eles identificam nossa bandeira de longe, tudo por causa do futebol”, contou Joaquim.
Joaquim Brasileiro Neto é casado, pais de dois tricolores, Rafael e Marcelo, e pretende levar a bandeira do Fortaleza a outros lugares do mundo. Sobre o momento que a equipe atravessa, reformulando o elenco para buscar o acesso, Neto dispara: “Se eu consegui subir a 5.600m, por que não nosso time subir à Série B, que não é tão alto?” Avaliou o piauiense de Floriano, apaixonado pelo Leão do Pici.