4/29/2008

CAIS EM TRANSE


Foto extraída, provavelmente, de cima do bar do Raimundão ( in memorian ), quando a inspiração do nosso amigo Agamenon Pedrosa brotou sutilmente.

Observamos algumas lavadeiras, como no passado e uma visão panorâmica do cais do porto em perfeita simbiose com os arcos naturais da paisagem. Beleza rara, pura, que fulmina nossa imaginação.

A saudade transa meus pensamentos na vontade de voltar à velha terra, para dar o abraço e ficar em transe gutural com a nova paisagem que povoa outras e novas realidades.

Foto: Agamenon Pedrosa

4/28/2008

DEDICATÓRIA


( Poema dedicado ao seu Antonio de Melo Sobrinho, servidor da antiga Casa Inglesa, texto escrito pelo também funcionário da Casa o senhor Marreiros / Na foto ao lado, o seu Melo posa com a sua família em 1964 ao lado da Igreja Matriz )

Gosto do Melo mesmo assim
Como ele é cheio de manha
Roendo o seu magro pequi
E comendo a velha castanha

Com sua história de banho no Irapuá
Não sei o que anda ele ali fazendo
Só sei que não deixa de andar por lá
Talvez alguma castanha esteja comendo

Há quem considera isso normal
Essa sua velha manha
Sem saber que história é essa
Essa história da castanha

Considerando o seu belo nome
E também a sua velha manha
Tenho medo que aconteça
Uma meladeira medonha

POR - DO - SOL


( poema desconhecido guardado na memória e lembranças de Antonio de Melo Sobrinho )

Para onde o corpo não vai projeta-se o olhar
Onde para o olhar prossegue o pensamento
Assim, neste constante e eterno caminhar
Ascendemos do pó momento por momento

Além da atmosfera, além do firmamento
Aonde os astros, os sóis não cessam de girar
Há de certo ali mais vida e muito mais alento
Do que nesta prisão mefítica e sem ar

Pois bem, se não me dado um vigoroso adejo
Subir, subir aos mundos em que não vejo
Mas que um não sei o quê ainda hei de ver

Quero despedaçar os elos da matéria
Subir, subir pelo azul da vastidão etérea
E ser o que só é quem já deixou de ser

Foto: Agamenon Pedrosa

4/27/2008

JASMINA BUCAR, A MATRICARCA


Com o vestido sem decote azul até os pés e jóias de ouro adornando pescoço, orelhas e braços, a "matriarca da família Bucar" tocava os negócios de casa. "Nem ao banheiro a senhora vai sem ouro pendurado", dizia o filho. Ela respondia lacônica. "Não se meta, pois uso essas jóias quando e onde quiser."

Assim era a Jasmina Bucar, filha de um dos primeiros árabes a pisar em São Luís, onde ela nasceu. Foi morar em Floriano (PI), seguindo a indústria de sapatos do pai. Chegou a fazer o curso para professora. Mas casou aos 17, com Arudá Bucar.

Foi dela a decisão de comprar o laboratório que faria dos Bucar "uma das grandes famílias do Piauí". Que ela administrara sozinha, negócio e família, até 2007. "Só quem falava alto era ela". E ai dos 12 filhos, 29 netos e 48 bisnetos se a vissem sem pedir bênção. "Ela criou tudo na palmatória, seis bolos na mão." Mas esquecia quem era quem e tinha que checar na "relação", um papel com os nomes da família, sempre que queria ralhar.

Sempre com uma das mais de 40 bolsas que guardava em seu quarto -na casa da filha solteira com quem morava-, "onde chegava, abria a bolsa e tirava um leque, dos 20 ou 30 que tinha."

No quarto tinha a rede do falecido, onde volta e meia dormia, e o altar coberto de imagens -era devota de Santa Terezinha, frente à qual passava tardes inteiras fazendo crochê, sem óculos. Quando morreu de infarto na quarta, aos 90, tinha cumprido a promessa. "Dizia que nunca vestiria calça comprida enquanto vivesse".

Fonte: cabeçadecuia.com

4/25/2008

CINE NATAL


A fase romântica já passou, certamente, e hoje estamos pisando o futuro em asfalto quente, quando os carnavais exaltam atualmente os ingratos no resgate das antigas marchas.

Outrora, a amplificadora do Cine natal, na voz do inconfundível Defala Attem, documentava os belos acontecimentos da cidade; e, lamentavelmente, agora, temos os carros de sons à toda altura, contribuindo, decisivamente, para o arrepio da poluição sonora.

A busca pela sobrevivência e pelas migalhas embarga a nossa voz e o estrondo dos forrós tecnobregas, pelejando para destruir as artes da cidade e os talentos adormecidos, que não mais conseguem submergir na ponta dos arcos – íris de nossas ilusões perdidas.

4/24/2008

FLUTUANTE



As águas baixaram, mas as chuvas ainda continuam a molhar o sertão. Após o enfrentamento que as enchentes nos impuseram , começa o retorno às nossas casas.

Mas é bom vermos a imagem do rio, do cais do porto e do velho Flutuante numa bela manhã. O canoeiro em sua labuta, buscando os surubins nas profundezas do Parnaíba.

Vamos agradecer e rezar para os melhores dias de fartura que virão, o trabalho compensa e a natureza pode reagir a nosso favor. Vamos aproveitar e plantar as abóboras nas hortas sedimentadas.

Foto: Agamenon Pedrosa

4/23/2008

BARAO DE GRAJAU


Barão de Grajau, cidade boa, dos festejos na praça da matriz no mês de junho, onde os florianenses também gostam de participar.

No mês de julho, então, as praias do rio, atraindo muita gente para a diversão aos domingos, principalmente.

Seus 98 anos de emancipação, comemorados recentemente, fortaleceu a esperança de galgar um futuro melhor para o seu povo, que merece o respeito de todos.

4/22/2008

MORRE FILADELFO FREIRE DE CASTRO


Faleceu, sábado último, um dos líderes mais influentes da política florianense, o doutor Filadelfo Freire de Castro. Floriano, no seu contexto político, fica órfã, mais pobre com a ausência do trabalho desse grande mestre da política romântica local.

Filadelfo deixou o seu legado, a sua experiência e a sua importância para do progresso da política de Floriano. A cidade cresce, todavia, precisa resgatar seus valores sociais, políticos e culturais.

O exemplo deixado pelo ex - deputado Filadelfo precisa ser seguido, com bravura, para que Floriano possa retornar a ser uma Princesa mais altaneira, com gente nova assumindo posturas que revolucionem o seu futuro.

Foto: piauinoticias.com

4/18/2008

FLUTUANTE


Cena típica de um domingo romântico no nosso tradicional cais do porto, o ponto de encontro mais aconchegante da cidade, provavelmente, na bela década de sessenta.

Os horizontes eram outros e, todavia, aspirávamos sonhos hilários, utópicos, mas que nos deixavam vaidosos.

No momento, atravessamos um ponto culminante e transitório, cheio de incertezas, mas que prevalece, ainda, um pouco de esperança.

Quem viver, verá!

4/17/2008

O RIO E A POESIA



O cenário é a cidade maravilhosa ( quando era ), a gente passeava pelos seus arredores poéticos, exaltando e tentando identificar-se com a pureza e a beleza do lugar.

O tempo passou e o futuro chegou sorrateiramente, como uma uma onda forte do mar, expulsando o lirismo da noite de luar.

A saudade expõe o olhar em sua orla nos mares cariocas, onde a musa deixava o peito e o coração tensos o tempo inteiro, quando a noite vem o sono e os sonhos de um dia poder voltar a ser feliz.

De volta para o futuro

  Num desses reencontros especiais, onde a gente se sente feliz na presença de pessoas ilustres. Eu, Puluca e o Élio Ferreira (in memorian),...