5/30/2009

PARA O RESGATE DA MEMÓRIA DA CIDADE

PESQUISA – NELSON OLIVEIRA

ELES – ZÉ CABORÉ E JOÃO GUERRA

TEXTO – RAFAEL DA FONSECA ROCHA

Existem, nos diversos setores da vida, dentro das mais variadas atividades humanas, indivíduos que, por suas formações conseguem servir bem e com destaque as suas comunidades, indiferentes das compensações materiais.

Em Floriano, alguns abnegados elementos, nas suas profissões, deram o máximo de esforços em benefício de todas as classes sociais da população.

Ínfimos eram os ganhos profissionais; entretanto, cônscios das suas responsabilidades, eles, exaustos pelas energias gastas nos horários normais de trabalho, não se negavam em ocasiões de dores e divertimento em colaborar com aqueles que os procuravam.

José da Costa Oliveira ( o Zé Caboré ), casado com dona Josina Castro, pai de Raimundo da Costa Oliveira ( o Raimundinho Caboré ), proprietário de um táxi aéreo em nossa cidade na década de sessenta, e que morreu num trágico acidente aéreo ocorrido no estado de Pernambuco; e de Josfina da Costa Oliveira, professora que, ao contrair matrimônio, mudou-se para a cidade de Paraibano, no Maranhão. A família residia na rua Fernando Drumond, numa casa antes da do seu Elias Oka.

João Guerra, casado com dona Maria Clinaura, pai, dentre outros, do conhecido Carlos Pechincha, este residente em Brasília, que anualmente está presente ao carnaval da nossa cidade. Seu João Guerra morou até a sua morte numa casa situada à rua José Coriolano, onde continua residindo a sua esposa dona Maria Clinaura, gozando de perfeita saúde, até o dia em que redigimos esse quadro em 23 / 01 / 2008.

Zé Caboré e João Guerra, unidos, cuidavam com esmero e dedicação da nossa usina que fornecia luz a cidade e era de propriedade do município. Amavam, aquela usina e aquela velha máquina e, dentro de seus limites técnicos, tudo faziam para mantê-la limpa e em impecável funcionamento. Quantas horas extras, sem remuneração. Zé Caboré fez em noites seguidas. Cidadão consciente, estando sempre pronto a atender os diversos seguimentos da sociedade, oferecendo, em qualquer instante, o melhor da sua indispensável dedicação. Fora do seu trabalho, nos limitados momentos de folga, ele, dono de um automóvel dos anos 20 / 30, o transformou numa camioneta com carroceria de madeira e fazia uma linha Floriano / Jerumenha, transportando passageiros e cargas entre as duas cidades.

Além disso tudo, ele mantinha, ligada a sua casa, uma oficina de ferreiro, onde trabalhava o conhecido Aluísio Ferreira, pai do competente encanador Vitorino e em cuja oficina era mantida uma fundição de peças metálicas e que também tinha a capacidade do Zé Caboré.

Aluísio Ferreira, cria do nosso focalizado, dedicado operário de sua arte, era líder operário e fazia parte dos quadros de sócios da União Artística Operária Florianense, onde fez parte, em inúmeras oportunidades, de sua administração.

João Guerra, já com o corpo curvado pelos anos, carregava, lentamente, em seus ombros, horas após horas, por todos os recantos da cidade, a incômoda escada, uma constante companheira, para manter em situação de bom funcionamento, a rede de iluminação pública, sustentada por postes de madeira, de preferência aroeira.

Atencioso e educado, como era o povo daquela época distante, era, nas horas vagas, o único eletricista para os reparos das instalações particulares. Somente muito tempo depois, João Guerra conseguiu um auxiliar de nome Lourival, criado por dona Cisa, proprietária de uma pensão na praça coronel Borges, próxima à casa do seu Milad Kalume e que também fabricava uns saborosos pães sovados, bastante procurados. Lourival, como João Guerra, era alegre ( bom carnavalesco ), educado e atencioso.

Naquele tempo, embora a demanda ainda fosse pequena, pelo tamanho da cidade, trabalho era intenso, levando-se em conta o número de pessoas para o serviço.

Zé Caboré e João Guerra, pelos seus desempenhos da profissão de técnicos e eletricista, foram esquecidos, por muitas vezes receberam deles atendimento atencioso e não deram os seus nomes a uma rua ou mesmo a uma viela, mas tem nomes em logradouros da nossa cidade que não se sabe quem foram e nem de onde vieram.

COMENTÁRIOS

Rafael da Fonseca Rocha nasceu em Floriano, filho da dona Lolosa, irmão de Pedro da Fonseca Rocha e fona Dionéia Fonseca Leal. Quando solteiro, morava na praça doutor Sebastião Martins na casa da esquina drfronte à do seu Mundico Castro ( doutor Filadelfo ), funcionário do Banco do Brasil, membro da Loja Maçônica Igualdade Florianense e gostava de jogar futebol. Mudou-se para Brasília e visitava sua terra anualmente.

4 comentários:

Anônimo disse...

RAFAEL ROCHA ERA UM VERDADEIRO AMANTE DA PRINCESA DO SUL DO PIAUI.

RELEMBRANDO O PASSADO DE FLORIANO NÃO SE PODE DEIXAR DE CITAR RAFAEL ROCHA.

SEUS LIVROS "ERA UMA VEZ" E "FLORIANO, DE TÃO BELAS RECORDAÇOES", QUE TENHO COM DEDICAÇÃO CARINHOSA E QUE RELEIO SEMPRE, ONDE RAFAEL FAZ UMA APOLOGIA DA NOSSA FLORIANO DE OUTROS TEMPOS, COMO DISSE O PROFESSOR DJALMA SILVA, AO PREFACIAR O "ERA UMA VEZ" EM 1997, NO ANO DO CENTENÁRIO DE FLORIANO.
ENTRE OUTRAS COISAS, DISSE:
ELE POR SUAS PÁGINAS PERPASSA, NUM PANORAMA MÁGICO E LÍRICO, A CIDADE QUE ELE SIMBOLIZA NUMA
MULHER "MOIÇOLA, RISONHA E ESFUZIANTE". E, COMO NÃO PODIA DEIXAR DE SER, FALA DE FATOS DE SUA VIDA PESSOAL. DA FAMILIA, DOS CONTATOS COM A NATUREZA,DOS AMIGOS, DAS SERENATAS COM A VOZ DO CICI FREITAS E O BANJO DO ANTONIO DE PASSOS FREITAS,DOS PASSEIOS, DAS FESTAS DANÇANTES, DO RIO PARNAIBA IMPONENTE E SERENO, DO SEU EMPREGO DO BANCO DO BRASIL, DAS FLEXADAS DO CUPIDO DE QUE LHE RESULTOU GUILLI, A SUAVE E QUERIDA ESPOSA.
UM DESFILAR DE RECORDAÇÕES AGRADÁVEIS QUE ENCANTAM, QUE ENTERNECEM, AO PONTO DE TER ENVIADO NA ÉPOCA, A SEGUINTE MENSAGEM AO RAFAEL, QUE ELE PUBLICOU EM ERA UMA VEZ... - "EXTASIEI-ME COM A LEITURA, RECORDANDO NOMES QUE NÃO ME LEMBRAVA MAIS, AMORTECIDAS PELO TEMPO E AUSÊNCIA".

RAFA E GUILLI, ERAM MEUS DILETOS AMIGOS, QUE VINHAM SEMPRE AO RECIFE, QUANDO OS RECEPCIONAVA NUM JANTAR, OPOTUNIDADE EM QUE MINHAS FILHAS, GENROS E NETOS, ESTAVAM SEMPRE PRESENTES AO EVENTO.

QUANDO ÍAMOS A BRASILIA, VISITAR O MEU CUNHADO ABRÃO QUEIROZ, O CASAL SEMPRE NOS CONVIDAVA PARA UM ENCONTRO, ONDE ESTAVAM LUIZ AUGUSTO PAZ E ESPOSA E OUTROS PIAUIENSES.

DESTA FORMA É COM O MAIOR PRAZER E SAUDADE, QUE FAÇO ESTES COMENTÁRIOS, EXPRESSANDO O CARINHO E A AMIZADE QUE TINHA POR RAFAEL.

PEDRO GAUDÊNCIO DE CASTRO
RECIFE/PE

José Alves Reis da Silva disse...

Brasília,DF, em 11 de junho de 2009

Ainda menino, lembro-me muito bem das peripécias aéreas que o saudoso RAIMUNDINHO CABORÉ fazia em seu avião, principalmente quando passava 'tirando fino' na Torre da Igreja, além de muitas outras bravuras que só ELE, tinha a CORAGEM de fazê-las. Pena que veio a falecer tragicamente de desastre aéreo, mas deixou a sua marca de HERÓI nos anais da história da aviação civil.

Fui amigo do seu filho MARCOS, e éramos da turma de jovens 'BOÊMIOS' da Princesa do Sul. Infelizamente, o MARCOS veio a falecer prematuramente, também, de desastre aéreo.

Abraços para todos os familiares do saudoso 'Aviador' HERÓI RAIMUNDINHO CABORÉ, e seu filho MARCOS.

JOSÉ SILVA
BRASÍLIA - D F

Anônimo disse...

Meu bisavô Raimundinho Caboré e meu tio avô Marcos, foram grandes aviadores com certeza, pena que não tive a oportunidade de conhece-los.

Ana Biatriz disse...

Eu sou neta de Vicente Caboré, irmão de Raimundinho Caboré, queria muito conhecê-los.

Ana Biatriz da Costa Oliveira.

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