12/11/2008

DEPOIMENTO DE RAIMUNDO FLORIANO



Desde quando comecei a ganhar meu dinheirinho fixo, no início de 1958, tratei logo de comprar uma radiola – mistura de rádio com vitrola – e adquirir os primeiros discos. Comecei com o bolachão – disco de cera de carnaúba, quebradiço por demais –, passei pelo vinil e pela fita cassete, até chegar ao atual estágio do cedê.

A vida de nômade, ora morando em alojamentos, ora em quartos de pensão, ora em locais provisórios, fez com que meu acervo se desfizesse e se renovasse por várias vezes. O que veio a cessar em 1975, quando me estabeleci em residência definitiva.

Nessa nova etapa, acumulei preciosidades, assim considerando todos os registros sonoros que satisfizessem ao meu exigentíssimo paladar.

Cheguei a possuir 2.400 elepês e 800 fitas cassetes, todos numerados e registrados em fichas, o que me exigiu a aquisição de imenso móvel de aço com várias gavetas para o arquivamento. Classifiquei todas as peças na ordem alfabética dos intérpretes, agrupados esses nos 33 gêneros a seguir:

01) BOSSA NOVA - 02) BRASIL - 03) BREGA - 04) CARNAVAL - 05) CHORO - 06) CORDAS - 07) COUNTRY - 08) DOBRADO - 09) ERUDITA - 10) FESTAS - 11) FORRÓ - 12) FOSSA - 13) FREVO - 14) FUTEBOL - 15) HUMOR - 16) INTERNACIONAL - 17) JAZZ - 18) JOVEM GUARDA - 19) LATINA - 20) MPB - 21) NORDESTE - 22) ORQUESTRA - 23) ROCK - 24) SACRA - 25) SAMBA - 26) SERESTA - 27) SERTÃO - 28) SOPRO - 29) TECLADO - 30) TRILHA SONORA - 31) USA - 32) VALSA - 33) VELHA GUARDA.

Assim organizado, fiquei em condições de localizar qualquer disco ou fita no tempo máximo de 30 segundos!

Com o advento do disco a laser, comecei a me reciclar. Em 2003, tomei a decisão de transformar todo o meu acervo de vinis e fitas em cedês, após o que me desfiz de tudo o que fora substituído. Doando, é claro, pois a ninguém interessava comprar essas velharias.

A colocação dos cedês nas estantes obedeceu a método por mim elaborado e que tem funcionado muito bem até agora, possibilitando-me uma busca rápida e fácil, mesmo sem o auxílio do computador, onde tudo está registrado. E tudo cabendo num disquete.

Assim, encimando cada gênero, há um estojo vazio, com a lombada escura e letras brancas, designando-o. Os intérpretes vêm, então, em ordem alfabética. No final de cada gênero, para que a inclusão de uma ou mais peças não acarrete a mexida em toda a estante, vêm 10 ou 20 estojos vazios, conforme a freqüência, com lombadas brancas e, em letras escuras, a inscrição VAGO.

As figuras aqui apresentadas dão uma idéia de como ficou tudo isso. A Estante A, por estar embutida numa parede do estreito corredor do meu apartamento, não possibilitou uma foto frontal. Espero que os amigos façam um pouco de esforço para entendê-la. Embora apareça no final desta matéria, é, na realidade, a que inicia a coleção, com o gênero Bossa Nova.

E é todo o meu acervo, composto de mais de 60 mil títulos nos formatos normal e MP3, só na MPB, que coloco à disposição dos amigos que o queiram conhecer.

A propósito, já existem gestões, junto ao Governo do Distrito Federal, para que tão organizada coleção passe a constar no Catálogo Turístico de Brasília.

2 comentários:

umbelarte disse...

Boa matéria e o blog está bem harmonioso. Gostei. Parabéns!

José Alves Reis da Silva disse...

Brasília, em 16 de dezembro de 2008

Meu Caro,

RAIMUNDO FLORIANO,

Também sou filho da Princesa do Sul Piauiense e resido nesta Capital Federal. Gostaria de manter contato com o conterrâneo para conhecer o seu precioso ACERVO, e adquirir alguns DISCOS, FITAS CASSETES, e outras preciosidades antigas. Caso seja possível, aí estão os meus contatos: Telefones: 61-3368.7923, e 9973.0644, ou pelo E-mail: advogadojosesilva@gmail.com

Grato,

JOSÉ SILVA

BRASÍLIA - D F

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